Texto
base:
Entrevista
- Serviço Social na Educação
Objetivo:
O
texto pretende gerar um debate a respeito de um espaço
sócio-ocupacional que possibilita a inserção do assistente social
e psicólogos, nas escolas como coordenadores pedagógicos, numa
perspectiva transformadora, pois permite o dialoga o espaço escolar
com a dinâmica da realidade social e os próprios atores da
realidade escolar.
A expectativa é de uma repercussão positiva e interessante desta problemática que se relaciona, principalmente, com o problema de violência escolar. Apesar de o debate ainda ser incipiente. O entusiasmo dos participantes deve ser tanto que fique evidente a importância desse intercâmbio de conhecimentos.
A expectativa é de uma repercussão positiva e interessante desta problemática que se relaciona, principalmente, com o problema de violência escolar. Apesar de o debate ainda ser incipiente. O entusiasmo dos participantes deve ser tanto que fique evidente a importância desse intercâmbio de conhecimentos.
DESENVOLVIMENTO
“A
realidade educacional mostra que o coordenador pedagógico tem um
importante papel de articulador e integrador dos processos educativos
que se constroem no interior da escola. Sua atuação e seu trabalho
podem contribuir de maneira significativa para que se realize na
escola um ambiente educativo que favoreça ao desenvolvimento da
aprendizagem, do conhecimento, do trabalho coletivo e
interdisciplinar, da ética, da cidadania, na perspectiva de uma
educação, de uma escola, de uma sociedade cada vez mais inclusiva.”
A
educação se constitui como uma política social pública. Ela
demanda o envolvimento de diferentes sujeitos sociais e diversas
categorias profissionais. Nesse contexto, vem se fortalecendo a
atuação do assistente social. Um dos principais desses
profissionais na atualidade é compreender a realidade a partir de
sua leitura crítica, propondo um exercício profissional convergente
com o Projeto Político Pedagógico - PPP das escolas. O que se busca
e determinar a normalidade das relações intra e
extra-escolares.Temos como objetivo caminhar com os diversos
movimentos pela defesa de políticas públicas de qualidade para
todos.
No
campo da educação, devemos nos articular com os demais atores e
promover debates que protagonizem e valorizem um ensino voltado para
a emancipação do homem. Esta luta não é exclusiva dos educadores
do campo da educação, mas também dos diversos atores atuantes na
área, incluindo, evidentemente, a sua população usuária.
A escola é um dos pilares da sociedade. Ela reflete todos os processos presentes no meio social. E é por isso que surge a demanda do assistente social e de psicólogos para atuarem neste espaço social. Ali, há um espaço privilegiado para trabalhar com os alunos e as famílias temas como baixo rendimento escolar, drogas, violência, gravidez precoce, etc. Ao mesmo tempo, que assistentes sociais e psicólogos têm um papel importantíssimo na formação da cidadania de crianças e jovens. A cidadania é uma temática interdisciplinar, que abrange questões ligadas à Política, Sociologia, Psicologia, Psicologia Social, Serviço Social ao Direito e também à várias outras disciplinas. Esses conteúdos podem ser trabalhado nas disciplinas básicas e também em atividades extracurriculares, como nas oficinas. Para isso, é importante envolver os professores e a coordenação pedagógica. Os grêmios estudantis e as Associação de Pais e Mestres - APM, geralmente, também são bons aliados e, muitas vezes, tem maior facilidade de inserção na realidade dos alunos.
A escola é um dos pilares da sociedade. Ela reflete todos os processos presentes no meio social. E é por isso que surge a demanda do assistente social e de psicólogos para atuarem neste espaço social. Ali, há um espaço privilegiado para trabalhar com os alunos e as famílias temas como baixo rendimento escolar, drogas, violência, gravidez precoce, etc. Ao mesmo tempo, que assistentes sociais e psicólogos têm um papel importantíssimo na formação da cidadania de crianças e jovens. A cidadania é uma temática interdisciplinar, que abrange questões ligadas à Política, Sociologia, Psicologia, Psicologia Social, Serviço Social ao Direito e também à várias outras disciplinas. Esses conteúdos podem ser trabalhado nas disciplinas básicas e também em atividades extracurriculares, como nas oficinas. Para isso, é importante envolver os professores e a coordenação pedagógica. Os grêmios estudantis e as Associação de Pais e Mestres - APM, geralmente, também são bons aliados e, muitas vezes, tem maior facilidade de inserção na realidade dos alunos.
O
assistente social e o psicólogo têm um papel de mediador em
diversas situações, não apenas na educação. Eles facilitam o
diálogo, o debate e o entendimento. Na escola, as reuniões são
instrumentos valiosos para que pais, alunos, professores e
coordenadores pedagógicos possam discutir e refletir sobre
determinadas questões muito delicadas, buscando uma solução
consensual. Cabe a estes profissionais planejar de forma mais
eficiente estes encontros e orientar as discussões em cima de
questões críticas que estão sendo observadas no cotidiano da
escola.
Jovens
em uma condição de maior vulnerabilidade social, muitas vezes,
apresentam dificuldades de acesso e permanência tanto no ensino
básico, como no ensino superior.
A
questão do acesso e permanência é uma questão muito delicada na
escola pública, embora não seja inexistente na rede particular.
Necessidade de trabalhar e gravidez inesperada são alguns dos
principais motivos que levamos jovens a abandonar os estudos. Estes
profissionais estarão mais atentos e poderão acompanhar de perto os
alunos que se encontram nessa situação. Deve-se observar a
assiduidade e sempre dialogar muito, para saber se há dificuldade em
conciliar as aulas com as demais atividades. Em alguns casos, podem
ser sugeridos ao aluno um outro tipo de trabalho, que lhe
sobrecarregue menos. Estes profissionais também devem intervir junto
à direção para serem compreensíveis, oferecendo maior suporte a
esses estudantes e aos próprios gestores. Aulas de reforço em
horários favoráveis e flexibilidade na remarcação de provas são
formas de estimular o estudante a se manter matriculado.
Quando
há o diagnóstico de que um aluno está sem interesse pelo
aprendizado ou apresenta baixo rendimento, como eles poderão
estimulá-lo a reverter esse quadro?
É
sempre importante conhecer o contexto em que um determinado problema
se situa. Quando diagnosticamos um baixo rendimento escolar,
realizamos conversas com o aluno e a família, para buscar possíveis
causas da situação, e os psicólogos e assitentes sociais são
especialistas nesta área. Problemas de relacionamento em casa,
separação dos pais, influência de amigos e diversos outros fatores
podem gerar um desinteresse pelas aulas e estudos, tendo como
consequência uma nota baixa. A abordagem diferencia de pessoa pra
pessoa. Não há soluções prontas como uma receita de bolo. As
estratégias devem ser pensadas considerando a especificidade de cada
caso e buscando o envolvimento dos professores e, em alguns casos, de
psicólogos.
Discutir
a questão das drogas, da violência e de gravidez na adolescência
sempre foi uma tarefa complicada, rodeada de tabus. Hoje, embora
ainda existam resistências, muitos estereótipos foram superados.
Existe alguma preocupação mais recente que ainda é pouco
compreendida pela sociedade e pelos profissionais que atuam na
escola?
Nós
temos observado que o estresse, a agitação, a turbulência e a
contestação, que são características da sociedade contemporânea,
estão afetando precocemente muitos estudantes do ensino fundamental.
Isso gera dificuldades psicocognitivas. Nesse contexto, surgem
diagnósticos de déficit de atenção, déficit de alfabetização,
hiperatividade, transtorno desafiador opositivo, etc. Diante de
quadros como esses, é importante a compreensão e a participação
de todos os atores da escola. Alguns fatores podem complicar a
situação, tais como pais ausentes; dificuldade extrema de
relacionamento com os amigos; problemas e dúvidas em relação à
sexualidade que impeçam o seu desenvolvimento natural; cobrança
excessiva em casa; falta de limites; conflitos exacerbados entre os
pais; e excesso de atividades extracurriculares. Outro problema é
que, muitas vezes, ocorre a rotulação, esteriotipização das
crianças e adolescentes no espaço escolar. Cria-se um modelo de
aluno padrão e aqueles que fogem à regra são logo alvo de
críticas.
Uma
outra discussão que tem ganhado fôlego sobretudo na imprensa está
relacionado ao bullying.
Tem sido comum a veiculação de reportagens que associam adultos com
comportamentos violentos e traumas da infância. Trabalhar esse tema
tem sido uma preocupação nas escolas?
O
que hoje está sendo chamado de bullying
sempre
existiu. Trata-se apenas de uma nomenclatura moderna. É uma
violência psicológica, social e física que se faz presente
principalmente nas escolas. Piadas e apelidos são comuns entre
crianças em idade escolar. Em alguns casos, geram problemas de
autoestima e causam traumas. Quando a família é presente e dialoga
mais com a criança, há menos riscos de desenvolvimento destes
traumas. Mas a escola também tem o seu papel, de acompanhar as
brincadeiras das crianças e discutir com elas os limites.
Entretanto, no mundo contemporâneo, as redes virtuais criam um fator
novo. Essas piadas e apelidos se dão fora do espaço escolar. E não
é papel da escola e nem tão pouco dos professores monitorarem as
ações dos estudantes na internet. Não temos a função e nem o
direito de investigar a vida particular de cada um. O que devemos
ficar atentos é se esses casos de bullying
estão
se refletindo no dia-a-dia do aluno na escola e assitentes sociais e
psicólogos são peritos nisto.
É
presente no senso comum a ideia de que os problemas sociais têm
muito impacto nas escolas públicas e pouco impacto nas escolas
particulares. Há correspondência entre esta ideia e a realidade? O
que diferenciaria o trabalho do assistente social na escola pública
e na escola privada?
Existem
situações que se manifestam com mais frequência em cada uma delas.
Na escola pública, por exemplo, a evasão escolar é maior. Por
outro lado, questões como violência, drogas, precarização das
condições socioeconômicas, gravidez e diversos conflitos no campo
familiar estão presentes na realidade tanto de instituições
públicas como das particulares. Entretanto, eu percebo que nas
escolas privadas os casos concretos são maquiados, como se a vida do
aluno fora dali fosse um tabu. A escola não quer intervir e, ao
mesmo tempo, os pais não querem expor os filhos. A ação desses
profissionais nestes casos é de fundamental importância para uma
possível intervenção.
As
novas tecnologias abrem outras possibilidades de trabalho? Que
instrumentos da modernidade pode auxiliar a este novos profissionais
da educação?
No
curso de TIC's que fiz no NTE da 5ª URE ficou evidente para os
cursistas que existem diversas atividades que são planejadas a
partir dessas novas ferramentas da era virtual. Fotografias, vídeos
e filmes veiculados no facebook, whatsapp, Istangram e outros
populares são exemplos de instrumentos que podem ser usados para
discutir temas diversos. No curso, nós também passamos por uma
etapa em que debatemos como lidar com as redes sociais, enfatizando
que elas podem ser bem ou mal utilizadas. Enquanto estive em sala de
aula, propus uma atividade onde os alunos poderiam construir um blog,
através do qual os que tivesse mais facilidade em determinadas
disciplinas fornecem uma monitoria para os demais. Era uma forma de
mostrar a eles como a internet pode ser bem utilizada.
Ainda
pensando nos fazeres destes profissionais, o que mais podemos
abordar?
O
trabalho cotidiano deste profissionais envolve ainda possíveis
visitas domiciliares, atendimentos sociais, abordagem de grupos,
estudos socioeconômicos e diversas outras atividades para as quais
eles foram preparados na graduação. É preciso aprofundar o debate
sobre a articulação entre os movimentos políticos e sociais e o
exercício profissional, em suas relações junto aos usuários,
estudantes, famílias e comunidade. Também é fundamental a
articulação entre a educação e as demais políticas e programas
sociais, considerando que certas questões não têm início e nem
fim próprio no campo educacional. È importante se fazer testes
vocacionais que não é algo muito comum nas escolas públicas de
minha cidade.
Além
das ações internas, estes profissionais devem planejar atividades
fora da instituição de ensino, apresentando ao aluno essa interação
que existe entre a escola e o meio social?
As
parcerias com instituições externas à escola permitem ampliar as
possibilidades de trabalho destes profissionais. Por exemplo,
realizar oficinas sobre reciclagem em parceria com o Serviço de
Limpeza Urbana, o debate sobre o que é o protagonismo cidadão,
juntamente com o projeto Parlamento jovem, da Assembleia Legislativa
de Minas Gerais. A escola é parte da sociedade e, exatamente por
isso, devemos promover um trânsito de informações com as demais
instituições. Podemos trazer palestrantes para dentro da escola e,
ao mesmo tempo, levar os alunos para fora dos muros, como por exemplo
aos CAPS da cidade, à assilos e etc.
CONCLUSÃO
“Ressalte-se,
ainda, a importância de se trabalhar a dimensão da inclusão na e
da escola. Por certo, é preciso que a escola seja capaz de trabalhar
com a diferença e diversidade de modo a se romper com práticas e
estruturas que tendam a reforçar preconceitos e relações
excludentes de diferentes matizes, étnicas, raciais, religiosas,
físicas, dentre outras.”
As
escolas estão compreendendo cada vez mais a importância de ter e
manter estes profissionais em seus quadros. Mas ainda há
resistência. As figuras do professor, do diretor e do próprio
coordenador pedagógico, como uma pedagogo, no máximo um
psicopedagogo, são muito tradicionais. Os profissionais que ocupam
essas posições já têm um espaço consolidado e sentem medo de ter
seu território invadido. Adotam uma postura de defesa automática
contra tudo aquilo que pareça uma ameaça. Mas na verdade, a atuação
destes profissionais não invade espaços de ninguém. Ela cria um
ambiente novo que contribui com os demais. Aos poucos, as pessoas vão
compreender melhor. Em Santarém, algumas instituições optam por
encaminhar alguns casos para a rede dos Centros de Referência de
Assistência Social (CRAS), que possui profissionais especializados
para atender alunos, ou mesmo para o Conselho Tutelar. Eles
contribuem bastante com essa interlocução. Mas a presença de um
Assistente Social ou de um Psicólogo no local onde ocorre o processo
ensino-aprendizagem tem mais condições e elementos para avaliar
cada situação, e sua intervenção é mais próxima, rápida e
eficaz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário