quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

QUARTA DIMENSÃO - Paul Yonggi Cho

Um guia para o viver vitorioso



ÍNDICE
Apresentação ..................................................................... 06
Prefácio ............................................................................. 07
Introdução ........................................................................... 08
1. Incubação: uma lei da fé ............................................... 11
2. A quarta dimensão ......................................................... 22
3. O poder criador da palavra falada .................................. 34
4. Rhema ............................................................................ 42
5. A escola de André ........................................................... 53
6. O endereço de Deus ......................................................... 68

APRESENTAÇÃO
Vi o Dr. Paul Yonggi Cho pela primeira vez em 1958, pouco depois de ele começar sua obra pioneira entre os pobres do nordeste de Seul, Coréia. Desde então tem o Dr. Cho demonstrado ser uma pessoa sobre quem repousa a poderosa mão do Altíssimo; um homem de fé e visão, um dos mais preciosos servos de Deus, e pastor da maior igreja evangélica do mundo.
A igreja do pastor Cho, a Igreja do Evangelho Pleno de Yoido, triplicou o número de seus membros nos últimos três anos e presentemente conta com mais de 55.000 membros ativos. O ministério mundial desta igreja é conhecido como Crescimento da Igreja Inter­nacional, ministério que foi estabelecido com o propó­sito de organizar seminários para treinar pastores e líderes de igrejas, por todo o mundo, nos princípios bíblicos e práticos que regem o crescimento das igrejas. Deus revelou esses princípios, não somente para a igreja do pastor Cho, mas também para muitas outras igrejas ao redor do mundo.
Os capítulos deste livro foram preparados tendo como base conferências especiais que o Dr. Cho pronunciou no Southcastern College. O Dr. Cho, com sua visão característica, viu seus ouvintes não como meros estudantes de uma faculdade evangélica, mas como os líderes das igrejas do amanhã. E com esta solene responsabilidade falou abertamente acerca de suas mais profundas experiências pessoais.
Este livro proporciona verdades vitais, não só para o pastor e líder da igreja, mas também para cada homem, mulher, membros ativos do corpo de Cristo. E um guia espiritual para todos os cristãos que anseiam ter êxito na vida cristã. Escrito no estilo inimitável e loução oriental do Dr. Cho, recomendo calorosamente este livro ao leitor.
John W. Houston Vice-Presidente
Church Growth International
Fevereiro de 1978.

PREFÁCIO
É-me grande honra escrever o prefácio deste exci­tante livro de autoria do meu irmão em Cristo, Paul Yonggi Cho. Sou-lhe pessoalmente grato pela força espiritual e pelas introspecções que recebi de Deus mediante este grande pastor cristão.
Eu estava pregando em sua enorme igreja em Seul. na Coréia, quando recebi um telefonema dizendo que nossa filha fora tragicamente ferida em um horrível acidente automobilístico no estado de Iowa. Nosso querido amigo, Paul Yonggi Cho, acompanhou-nos ao aeroporto com suas orações e seu apoio. Horas depois de chegar a casa e ver pela frente a perspectiva de horas negras ao lado do leito de dor de minha filha, cuja perna esquerda havia sido amputada e cuja vida por pouco escapara da morte, encontrei-me lendo página após página do manuscrito ainda não publica­do deste livro que agora, com entusiasmo, tenho a honra de apresentar. Descobri a realidade dessa dimensão dinâmica da oração que vem mediante o visualizar a experiência de cura. Linha após linha do manuscrito original foi sublinhada por este pastor, cansado da viagem; este pai que sofria. Só posso esperar e orar para que muitos cristãos — e não--cristãos também! — leiam este livro e dele tirem as espantosas verdades espirituais contidas em suas páginas.
Não tente compreendê-lo. Simplesmente comece a desfrutá-lo! É verdadeiro. Funciona. Testei-o.
Obrigado, Paul Yonggi Cho, por permitir que o Espírito Santo desse esta mensagem a nós e ao mundo.
Deus o ama e eu também!
Robert H. Schuller

INTRODUÇÃO
No caos que se seguiu ao conflito da Coréia, encontrei-me entre os que lutavam pela sobrevivência. Pobre, mas persistente, trabalhava em vários empre­gos no decurso de um dia.
Certa tarde, estava dando uma aula particular. Subitamente senti alguma coisa emanando-me do peito. Senti a boca cheia. Pensei que ia sufocar-me.
Abri a boca e o sangue começou a escorrer. Tentei estancar a hemorragia, mas o sangue continuava a sair-me pelo nariz e boca. Logo meu estômago e peito encheram-se de sangue. Severamente fraco, desmaiei.
Ao voltar a mim, tudo parecia rodar. Trêmulo, mal consegui chegar a casa.
Eu tinha dezenove anos de idade e estava morren­do.
Assustados, meus pais imediatamente venderam parte de suas posses a fim de levar-me a um bom hospital para tratamento. Os médicos fizeram exames cuidadosos; o diagnóstico: tuberculose incurável.
Ao ouvir esse julgamento, compreendi o quanto desejava viver. Minhas aspirações do futuro iam-se acabar antes de eu ter tido a chance de começar a viver.
Desesperado, voltei-me para o médico que dera o diagnóstico sombrio.
— Doutor — implorei — não há nada que o senhor possa fazer por mim?
Sua resposta muitas vezes ressoaria em minha mente.
— Não. Este tipo de tuberculose é muito raro Espalha-se tão rapidamente que não ha jeito de contê-la. Você tem três, no máximo quatro meses de vida. Vá para casa, jovem. Coma tudo o que desejar e diga adeus a seus amigos.
Desolado, deixei o hospital. Passei por centenas de refugiados na rua e senti-me ligado a eles. Sentia-me totalmente só. Eu era um dos que não tinham esperança.
Voltei para casa num estado mental de total confu­são. Pronto para morrer, pendurei um calendário de três meses na parede. Por ter sido criado no budismo, orava diariamente para que Buda me ajudasse. Ne­nhuma esperança me vinha e a cada dia que passava eu ficava pior.
Percebendo que meu tempo de vida se encurtava, desisti da fé em Buda. Foi então que comecei a clamar ao Deus desconhecido. Pouco sabia eu do grande impacto que sua resposta teria sobre minha vida.
• • • • •
Alguns dias mais tarde, uma colegial veio visitar-me e começou a falar a respeito de Jesus Cristo. Contou--me do nascimento virginal de Jesus, sua morte na cruz, sua ressurreição e a salvação mediante a graça. Essas histórias pareciam não fazer sentido para mim. Eu não aceitava as histórias dela nem prestava muita atenção a essa jovem ignorante. Sua partida deixou--me com uma única emoção: alívio.
Mas no dia seguinte ela voltou. Voltou várias vezes, e toda vez perturbava-me com as histórias a respeito do
Deus-homem, Jesus. Depois de mais de uma semana destas visitas, fiquei grandemente agitado e repreen­di-a asperamente.
Ela não saiu correndo envergonhada nem retaliou com raiva. Simplesmente ajoelhou-se e começou a orar por mim. Grandes gotas de lágrimas escorreram-lhe pelas faces, refletindo uma compaixão estranha às minhas filosofias e rituais budistas bem organiza­dos e estéreis.
Ao ver suas lágrimas, meu coração foi profunda­mente tocado. Vi algo diferente nesta garota. Ela não recitava histórias religiosas para mim; ela vivia sua fé. Por intermédio de seu amor e lágrimas pude sentir a presença de Deus.
— Jovem —, implorei — por favor, não chore. Sinto muito. Agora conheço o seu amor cristão. Já que estou morrendo tornar-me-ei cristão para você.
Sua reação foi instantânea. Seu rosto iluminou-se e ela louvou a Deus. Apertando-me as mãos, deu-me sua Bíblia.
— Examine a Bíblia — instruiu ela. — Se a ler fielmente encontrará as palavras de vida.
Essa era a primeira vez em minha vida que tinha em mãos uma Bíblia. Lutando com esforço para respirar, abri no livro do Gênesis.
Ela sorriu, abrindo a Bíblia no evangelho de Mateus:
— O senhor está tão doente que se começar em Gênesis, acho que não durará o tempo suficiente para terminar o Apocalipse. Se começar com o evangelho de Mateus, acho que terá tempo de terminar.
Esperava encontrar profundos ensinamentos mo­rais e filosóficos, mas o que eu li chocou-me. "Abraão gerou a Isaque; Isaque, a Jacó; Jacó, a Judá e a seus irmãos."
Senti-me ridículo. Fechei a Bíblia, dizendo:
— Senhorita, não vou ler esta Bíblia. Isto é uma
história de um homem gerando outro. Preferiria ler uma lista telefônica.
— O senhor não reconhece esses nomes agora — respondeu ela.— Mas à medida que continuar a leitura, esses nomes terão significação especial para o senhor.
Encorajado, comecei a ler a Bíblia de novo.
• • • • •
Ao ler não encontrei filosofias nem teorias sistema­tizadas nem ciência médica nem quaisquer rituais religiosos. Mas encontrei um tema marcante: a Bíblia constantemente falava a respeito de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
A iminência de minha morte tinha-me levado à compreensão de que eu precisava de algo maior do que a religião, mais profundo do que a filosofia e mais alto do que a simpatia pelas tribulações da existência humana. Precisava de alguém que partilhasse minhas lutas e meus sofrimentos; alguém que pudesse dar--me a vitória.
Mediante a leitura da Bíblia descobri que esse alguém era o Senhor Jesus Cristo:
Essa Pessoa chamada Jesus Cristo não apresen­tava uma religião, um código de ética, nem uma série de rituais. De um modo profundamente prático, Jesus trazia a salvação à humanidade. Odiando o pecado, Cristo amava o pecador, aceitando a todos os que a ele se chegavam. Profundamente cônscio de meus pecados, sabia que precisava de seu perdão.
Cristo curou os doentes. Os enfermos vinham a ele, e ele curava a todos os que tocava. Isto trouxe fé a meu coração. Fiquei esperançoso de que ele pudesse me curar também.
Cristo deu paz aos perturbados. Ele insistia: "Tenham fé em Deus! Não se perturbem! Não há motivo para temor!" Cristo odiava o temor, mostrando que o homem nasceu a fim de viver pela fé. Cristo infundiu confiança, fé e paz aos que foram a ele pedindo ajuda. Essa tremenda mensagem emocionou-me o coração.
Cristo ressuscitou os mortos. Nunca encontrei um incidente na Bíblia em que Cristo tivesse dirigido um culto fúnebre. Ele trazia os mortos de volta à vida, transformando os funerais em magníficas ressurreições.
E o que mais sobressaía em minha mente era a misericórdia de Cristo para com os possessos do demônio. Durante a guerra da Coréia muitas pessoas perderam as famílias e os negócios. Sofrendo de esgotamentos nervosos, muitos tor­naram-se completamente possessos pelo diabo. Destituídos de abrigo, andavam sem rumo pelas ruas.
Cristo estava pronto até mesmo para enfrentar esse desafio. Ele expulsou os demônios e restau­rou os possessos à vida normal. O amor de Cristo era poderoso, tocava a vida e as necessi­dades de todos que vinham a ele.
Convencido de que Cristo Jesus estava vivo, e movido pela vitalidade de seu ministério, ajoelhei-me. Pedi que Cristo entrasse em meu coração e me salvasse, me curasse e me livrasse da morte.
Instantaneamente a alegria da salvação e a paz do perdão de Cristo me envolveram. Sabia que estava salvo. Cheio do Espírito Santo, levantei-me e gritei:
“Glória seja dada ao Senhor!"
Dessa hora em diante li a Bíblia como a pessoa que está morrendo de fome digere seu alimento. A Bíblia provia fundamento para toda a fé de que eu necessita­va. A despeito do prognóstico e dos antigos sentimen­tos de temor, logo fiquei sabendo que ia viver. Em vez de morrer em três meses, levantei-me do leito da morte em seis.
Desde esse dia tenho pregado o evangelho dinâmi­co de Jesus Cristo. A garota, cujo nome jamais vim a saber, ensinou-me o nome mais precioso que jamais conhecerei.
Através dos anos Deus tem-me ajudado a compre­ender vários princípios importantes de fé. Esses são os princípios que partilho com você nos capítulos que se seguem, para que você possa entrar numa dimen­são mais profunda e numa vida mais abundante.
Cristo jamais muda. Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre.
Cristo deseja carregar seus fardos. Jesus pode perdoar-lhe e curá-lo. Ele pode expulsar Satanás e dar-lhe confiança, fé e paz.
Cristo deseja dar-lhe a vida eterna a fazer parte do seu viver diário. Ao passo que os ladrões vêm para matar e destruir, Jesus Cristo vem para dar vida, completa e livre.
Mediante a presença do Espírito Santo, Jesus está com você neste instante. Cristo deseja curá-lo e libertá-lo da morte. Ele é o seu Senhor redivivo. Coloque sua fé em Jesus Cristo e espere um milagre hoje.
Capítulo 1
INCUBAÇÃO: UMA LEI DA FÉ
Deus jamais produzirá nenhuma de suas grandes obras a menos que a realize por meio de sua fé, da fé que deu a você. Supõe-se que você tenha fé porque a Bíblia diz que Deus deu a todos nós uma medida de fé. Você deve ter um pouco de fé, quer o sinta quer não. Você pode tentar sentir a fé, mas quando você necessita de fé, ela se faz presente. Está presente para seu uso, como o possuir dois braços; quando deles necessita é só movê-los e usá-los. Não é necessário sentir que meus braços estejam pregados aos meus ombros para saber, que os possuo.
Há, contudo, certos modos pelos quais sua fé opera e o liga ao Pai celestial que habita em você. A Bíblia diz que a fé é a substância das coisas que esperamos, substância que possui uma primeira etapa de desen­volvimento — de incubação — antes que seu uso possa ser completo e eficaz. Agora você poderá perguntar: "Quais são os elementos necessários para tornar minha fé usável?" Há quatro passos básicos no processo da incubação.
• • • • •
Primeiro, a fim de usar sua fé é preciso que você tenha a visão de um objetivo claro. A fé é a substância das coisas — coisas nítidas — que se esperam. Se tiver uma idéia vaga de sua meta, então estará fora de contato com Aquele que pode responder à sua oração. É preciso que você tenha uma meta clara e definida. Aprendi esta lição de uma maneira muito especial.
Tinha estado no ministério pastoral durante alguns meses e era tão pobre que não possuía bens materiais nenhuns. Era solteiro e vivia num quarto pequeno. Não tinha escrivaninha nem cadeira nem cama. Co­mia no chão, dormia no chão e estudava no chão. Tinha de andar quilômetros e quilômetros todos os dias para poder desempenhar meu ministério de ganhar almas.
Mas um dia, enquanto lia a Bíblia, fiquei tremenda­mente impressionado pelas promessas de Deus. A Bíblia dizia que se tão-somente eu colocasse minha fé em Jesus e orasse em seu nome, eu receberia tudo que pedisse. A Bíblia também me ensinava que eu era filho de Deus, filho do Rei dos reis, e Senhor dos senhores!
De modo que então orei, dizendo:
"Pai, por que deve um filho do Rei dos reis e Senhor dos senhores viver sem escrivaninha, sem cadeira, sem cama e andar quilômetros todos os dias? Pelo menos eu poderia ter um escritório humilde, uma cadeira em que sentar, e uma humilde bicicleta a fim de sair a fazer visitas."
Achava que segundo as Escrituras eu podia pedir estas coisas ao Senhor. Ajoelhei-me e orei:
"Pai, agora estou orando. Por favor, envia-me uma escrivaninha, uma cadeira e uma bicicleta."
Pus toda a minha fé no pedido e dei graças a Deus.
A partir desse momento comecei a esperar a entrega dessas coisas. Passou um mês e não recebi resposta alguma. Passaram dois, três, quatro, cinco, seis meses e ainda continuava a esperar; e nada acontecia. Certo dia chuvoso eu estava realmente deprimido. Não tinha comido nada, estava com muita fome, cansado, deprimido e comecei a reclamar:
"Senhor, pedi-lhe uma escrivaninha, uma cadeira e uma bicicleta vários meses atrás, e não me deste nenhuma destas coisas. Tu vês que estou pregando o evangelho para as pessoas pobres deste bairro pobre. Como posso pedir-lhes que exercitem a fé quando eu mesmo não posso praticá-la? Como posso pedir-lhes que coloquem a fé no Senhor e vivam pela Palavra, e não pelo pão?
"Meu Pai, estou tão desanimado. Não estou muito certo disso, mas sei que realmente não posso negar a Palavra de Deus. A Palavra deve permanecer, e tenho certeza de que vais responder-me, mas desta vez eu simplesmente não tenho certeza do quando e como. Se vais responder à minha oração depois que eu morrer, de que me aproveitará isso? E se vais respon­der à minha oração, faze-o rapidamente, por favor!"
Então, sentei-me e comecei a chorar. Subitamente senti uma serenidade, uma tranqüilidade invadindo--me a alma. Toda vez que me vem esse tipo de sentimento, sentimento da presença de Deus, ele sempre fala; de modo que esperei. Então aquele cicio suave ressoou em minha alma e espírito, dizendo:
"Meu filho, ouvi sua oração muito tempo atrás."
Exclamei abruptamente:
"Então, onde estão minha escrivaninha, minha cadeira e minha bicicleta?"
Disse-me o espírito:
"Sim, esse é o seu problema, o problema de todos os meus outros filhos. Imploram exigindo todo tipo de coisas, mas o fazem com termos tão vagos que não posso responder. Será que você não sabe que há dezenas de tipos de escrivaninhas, cadeiras e bicicle­tas? Mas você simplesmente pediu-me uma escrivani­nha, uma cadeira e uma bicicleta. Não pediu uma escrivaninha específica, nem uma cadeira nem uma bicicleta específicas."
Este foi um ponto crítico de minha vida. Nenhum professor do instituto bíblico me havia ensinado estas coisas. Eu tinha cometido um erro que resultou num abrir de olhos para mim.
Então disse eu:
"Senhor, realmente desejas que eu ore em termos específicos?"
Desta vez o Senhor me levou para Hebreus. capítulo 11: "A fé é a certeza de coisas", coisas bem específicas, "que se esperam."
Ajoelhei-me de novo e disse: Pai, sinto muito. Cometi um grande erro e te compreendi mal. Cancelo todas as minhas orações passadas. Começarei tudo de novo."
Então dei o tamanho da escrivaninha, que devia ser de mogno das Filipinas. Queria o melhor tipo de cadeira, uma cadeira de escritório, de aço, com rodinhas para que pudesse mover-me de um lado para outro, como um manda-chuva.
Falei-lhe, depois, da bicicleta. Dei muita considera­ção a esse assunto, porque há tantos tipos de bicicle­tas: coreanas, japonesas, formoseanas e alemãs. Mas naqueles dias as bicicletas coreanas e japonesas geralmente eram muito franzinas e eu queria uma bicicleta forte e maciça. E como as bicicletas de fabricação norte-americana são muito boas, orei di­zendo:
"Pai, desejo uma bicicleta fabricada nos Estados Unidos, com algumas marchas para que eu possa regular a velocidade."
Encomendei estas coisas em termos tão específicos que Deus não poderia cometer erro algum em en­tregá-las. Então realmente senti a fé fluir do coração e regozijei-me no Senhor. Nessa noite dormi como uma criança.
Mas ao despertar, às 4:30 da manhã seguinte, a fim de preparar-me para a reunião de oração matinal, repentinamente descobri que meu coração estava vazio. Na noite anterior eu tinha toda a fé que há no mundo, mas enquanto dormia a fé bateu asas e me deixou, Não sentia nada no coração. Disse:
Pai, isto é terrível. Uma coisa é ter fé, mas é totalmente diferente conservar essa fé até receber a resposta."
Este é um problema comum a todos os cristãos. Podem escutar por algum tempo a um pregador excelente e ter toda a fé que há no mundo enquanto o ouvem. Mas antes que cheguem a casa já perderam tudo. Sua fé bate asas e voa.
Nessa manhã, lendo a Bíblia à procura de uma passagem especial para pregar, repentinamente meus olhos caíram em Romanos 4:17; "Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem." Meu coração pegou-se a esta passagem, e ela começou a queimar-me as entranhas. Disse a mim mesmo: "Acho que podia simplesmente chamai- à existência aquelas coisas que não existem como se existissem, como se já as possuísse." Eu tinha recebi­do a resposta ao problema de como conservar minha fé.
Corri para a tenda que nos servia de igreja, onde as pessoas já haviam começado a orar, e depois de cantarmos alguns hinos comecei a pregar. Expus-lhes essa passagem bíblica e disse:
— Irmãos, pela bênção de Deus já tenho uma escrivaninha de mogno das Filipinas, uma linda cadeira de aço com rodinhas, e uma bicicleta com marchas de fabricação norte-americana. Louvado seja o Senhor! Já recebi todas estas coisas!
As pessoas ficaram a olhar-me de boca aberta, pois sabiam que eu era totalmente pobre e gabava-me destas coisas, e não podiam acreditar no que ouviam.
Pela fé, realmente louvava a Deus, fazendo justamente o que a Palavra de Deus ordena.
Depois do culto, enquanto saía, três rapazes segui­ram-me e disseram:
— Pastor, queremos ver suas coisas.
Fiquei aterrado porque não tinha contado com a possibilidade de ter de mostrar minhas coisas. Todos os membros da igreja moravam em um dos bairros mais pobres e se percebessem que seu pastor lhes havia mentido, meu ministério ali estaria terminado. E os jovens não estavam dispostos a voltar atrás. Acha­va-me em uma terrível situação, e comecei a orar:
"Senhor, desde o princípio essa não foi idéia minha. Foi tua idéia que eu lhes dissesse isso. Simplesmente te obedeci, e agora estou em apuros. Falei-lhes como se fosse dono das três coisas. Que explicação posso dar-lhes agora? Tu precisas ajudar-me, como sempre tens feito."
Então o Senhor veio em meu auxílio, e uma idéia começou a flutuar em meu coração. De modo que lhes disse resolutamente:
— Venham a meu quarto e as verão.
Todos foram e começaram a olhar ao redor procu­rando a bicicleta, a escrivaninha e a cadeira. Disse eu:
— Não procurem essas coisas. Eu lhas mostrarei mais tarde.
Apontei o dedo para o Sr. Park, que agora é pastor de umas das maiores igrejas das Assembléias de Deus na Coréia, e disse:
— Far-lhe-ei algumas perguntas. Se você puder responder às minhas perguntas, mostrar-lhe-ei todas essas coisas. Por quanto tempo você esteve no ventre de sua mãe antes de vir ao mundo?
Ele cocou a cabeça e disse:
— Bem, nove meses. Respondi então:
— O que fez você durante nove meses no ventre de sua mãe?
— Cresci.
— Mas — prossegui —, ninguém o via.
— Ninguém podia ver-me porque eu estava dentro de minha mãe.
Então eu disse:
— Ainda no ventre de sua mãe você era o mesmo bebê que nasceu para o mundo. Você respondeu corretamente. A noite passada ajoelhei-me aqui e orei ao Senhor pedindo a escrivaninha, a cadeira e a bicicleta e pelo poder do Espírito Santo concebi essas coisas. É como se estivessem dentro de mim, crescen­do neste momento. E são tanto escrivaninha, cadeira e bicicleta como quando forem vistas pelas pessoas na época de sua entrega.
Eles começaram a rir a mais não poder. Disseram:
— Esta é a primeira vez que já vimos um homem grávido de uma bicicleta, uma escrivaninha e uma cadeira — e saindo do meu quarto começaram a espalhar por toda a cidade o rumor de que o ministro estava grávido de uma bicicleta, uma cadeira e uma escrivaninha. Mal podia andar pela cidade; as mu­lheres se juntavam olhando para mim e davam risadinhas. E alguns jovens travessos de minha igreja chegavam a mim no domingo, tocavam-me o estôma­go e diziam:
— Pastor, quantos meses faltam?
Mas naqueles dias todos eu sabia que tinha tais coisas crescendo dentro de mim. Leva tempo, assim como a mãe leva tempo para dar à luz o filho. Sem dúvida alguma, as coisas que você pediu hoje levarão algum tempo antes que cheguem, mas você já está grávido delas, e no devido tempo as terá.
Mantive-me louvando ao Senhor constantemente e no tempo devido as três coisas chegaram. E chegaram exatamente como encomendadas: a escrivaninha era de mogno das Filipinas, a cadeira era japonesa, fabricada pela companhia Mitsubishi, e tinha rodinhas para que eu pudesse mover-me e a bicicleta, de segunda mão, era norte-americana e tinha várias marchas, tinha sido de um filho de um casal de missionários norte-americanos.
Trouxe para casa essas três coisas pelas quais tinha esperado tanto tempo, e isso mudou por completo minha maneira de orar.
Até então tinha orado em termos vagos; mas desse dia em diante jamais orei em termos vagos. Se Deus respondesse às suas orações vagas, você jamais reco­nheceria seu pedido como sendo resposta de Deus. Você deve pedir definida e especificamente.
O Senhor não se agrada de orações vagas. Quando o cego Bartimeu, filho de Timeu, veio correndo em pós de Jesus Cristo, clamou: Filho de Davi, tem compai­xão de mim." Embora todo mundo soubesse que ele estava pedindo a cura de sua cegueira, Cristo pergun­tou: "Que queres que te faça?" Cristo deseja pedidos específicos. Disse Bartimeu: "Senhor, desejo ver." Jesus respondeu: "Seja feito segundo a tua fé." os olhos de Bartimeu foram abertos.
Mas até que ele pedisse especificamente a cura de sua cegueira, Cristo não pronunciou a cura. Ao trazer sua petição ao Senhor, venha com um pedido especí­fico, com um objetivo definido, com uma meta clara.
Certa vez eu visitava um igreja, e depois da pregação a esposa do pastor pediu-me que fosse ao escritório. O pastor perguntou:
— Cho, você poderia orar por esta senhora?
— De que necessita ela — perguntei.
— Bem, ela deseja casar-se e ainda não encontrou marido.
— Peça-lhe que entre.
De modo que uma solteirona de mais de trinta anos entrou. Perguntei-lhe:
— Irmã, por quanto tempo tem orado pedindo um marido?
— Por mais de dez anos — respondeu ela.
— Por que Deus não respondeu à sua oração nestes dez anos? — perguntei. — Que tipo de marido você tem solicitado?
— Bem, isso fica com Deus. Ele sabe de tudo — respondeu ela, sacudindo os ombros.
— É esse o seu erro. Deus jamais opera por si mesmo, mas somente por nosso intermédio. Deus é a fonte eterna, mas ele somente opera por meio de nossos pedidos. Você realmente deseja que eu ore por você?
— Sim.
— Muito bem; traga-me papel e lápis e sente-se à minha frente.
Ela sentou-se e eu disse:
— Se você escrever as respostas às minhas pergun­tas orarei por você. Pergunta número um: Você realmente deseja um marido, mas que tipo de marido quer: branco, asiático ou preto?
— Branco.
— Muito bem. Escreva isso. Número dois: Você deseja que seu marido tenha l,80m de altura ou pode ele ser mais baixo?
— Oh, desejo um marido alto.
— Escreva isso. Número três: Você deseja que seu marido seja esbelto e de boa aparência ou simples­mente agradável e gordo?
— Quero que seja magro.
— Escreva: magro. Número quatro: Que tipo de passatempo deseja que seu marido tenha?
— Bem, gostaria que fosse musical.
— Muito bem. Escreva: musical. Número cinco: Que
tipo de emprego você quer que seu marido possua?
— Professor.
— Muito bem. Escreva: professor.
Fiz-lhe mais ou menos dez perguntas e então disse:
— Por favor, leia a sua lista em voz alta.
Ela leu todos os pontos, de 1 a 10, em voz alta. Então eu disse:
— Feche os olhos. Você pode ver seu marido agora?
— Sim, posso vê-lo claramente.
— Muito bem. Encomendemo-lo agora. Enquanto não vir seu marido claramente com os olhos da imaginação você não pode fazer o pedido, porque Deus jamais responderia. É preciso que você o veja claramente antes de começai" a orar. Deus nunca responde a orações vagas.
Ela ajoelhou-se e impus as mãos sobre ela.
"Ó Deus, agora ela conhece o marido que deseja. Vejo seu marido. Tu conheces o marido dela. Pedimo-lo em nome de Jesus Cristo." Continuei, dirigindo-me a ela:
— Irmã, leve este pedaço de papel para casa e cole--o no espelho. Todas as noites, antes de ir para a cama, leia estes dez pontos em voz alta, e todas as manhãs, ao se levantai1, leia em voz alta estes dez pontos, e louve a Deus pela resposta.
Passou-se um ano. E aconteceu de eu estar passan­do por essa cidade novamente quando a esposa do ministro me telefonou. Disse ela:
— Pastor, será que o senhor pode vir almoçar conosco?
— É claro que posso —. Fui almoçar com eles. Assim que cheguei ao restaurante ela disse:
— Ela se casou! Ela se casou!
— Quem é que se casou?
— Lembra-se daquela moça por quem o senhor orou? Aquela a quem o senhor pediu que escrevesse os dez pontos? Ela se casou!
__. Sim, agora me lembro. O que aconteceu?
__ Naquele verão um professor de música de ginásio veio à igreja com um quarteto a fim de realizar um reavivamento de uma semana. Ele era solteiro e todas as moças estavam doidas por ele; queriam sair com ele, mas esse camarada não lhes dava a menor atenção. Entretanto, ficou fascinado por aquela solteirona. Estava sempre com ela e antes de ir embora, pediu-a em casamento. Ela, sem muita relutância, deu-lhe o seu consentimento. Casaram-se naquela igreja, para a alegria de todos, e no dia de seu casamento a mãe dela pegou aquele pedaço de papel, leu os dez pontos para a congregação, rasgando-o em seguida.
Parece história, mas realmente é assim que funcio­na. Desejo lembrar-lhe uma coisa: Deus está dentro de você. Deus nunca opera nada que se refira à sua vida independentemente de você. Deus só operará me­diante seu pensai*, sua fé; de modo que sempre que desejar receber respostas do Senhor, apresente objeti­vos claros.
Não diga:
"Ó Deus, abençoa-me, abençoa-me!"
Você sabe quantas bênçãos a Bíblia contém? Mais de 8.000 promessas. Se você disser:
"O Deus, abençoa-me" — então Deus pode pergun­tar-lhe: "Que tipo de bênção você deseja dentre as 8.000 promessas?"
Portanto, seja bem definido. Pegue um caderno, anote, veja sua meta claramente.
Sempre pedi que Deus concedesse um reavivamen­to à minha igreja segundo um número definido. Em 1960 comecei a orar:
"Deus, dá-me 1.000 membros todos os anos."
E até 1969 mil membros foram acrescentados à igreja todos os anos.
Mas em 1969 mudei meu coração. Pensei: "Se Deus pode dar 1.000 membros por ano, por que não pedir que me dê 1.000 por mês? De modo que desde 1970 comecei a orar:
"Pai, dá-me 1.000 membros por mês."
A princípio Deus me deu 600, depois começou a dar-me mais de 1.000 por mês. No ano passado recebemos mais de 12.000 membros em nossa igreja. Neste ano elevei meu alvo, e agora esperamos ter 15.000 novos membros; no ano que vem posso facil­mente pedir 20.000. Se você tem um pedido definido, e realmente o vê, então pode consegui-lo.
Na época em que estava construindo o templo da igreja, que tem capacidade para 10.000 pessoas, mesmo antes de os construtores derramarem o con­creto, vi-o claramente em minha imaginação. Andei centenas de vezes pelo edifício, e senti a presença magnífica do Espírito Santo ali. Senti a magnitude daquela igreja, e minha alma se emocionou. Você deve ver tão viva e graficamente que possa em realidade senti-lo em suas emoções. Se você não exercitar esta lei da fé, jamais poderá conseguir uma resposta a tudo que pedir.
Agora, em minhas orações, sempre tento ver com clareza. Desejo ver meu objetivo tão vivamente que sinta na alma a emoção dele. Só então, esta primeira condição é cumprida.
Em segundo lugar, se você tem uma imagem vivida, deve também possuir um desejo ardente de alcançar esses objetivos. Muita gente ora casualmente: "Deus, responda à minha oração", e antes de sair da igreja já se esqueceu das coisas pelas quais oraram. Esse tipo de atitude jamais trará a fé nem a resposta de Deus. É preciso que você tenha um desejo ardente.
Provérbios 10:24 diz: "O anelo dos justos Deus o cumpre.'' Salmo 37:4 diz: "Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará aos desejos do teu coração." Você deve ter um anelo ardente por um alvo e deve continuar vendo esse alvo cumprido.
Quando comecei meu ministério em 1958 tinha um desejo ardente em minha alma, uma meta ardente de construir a maior igreja da Coréia. Esse desejo quei­mava dentro de mim tanto que eu vivia com ele, dormia com ele e andava com ele. Agora, depois de vinte anos, ouço dizer que minha igreja é a maior do mundo.
É preciso que a pessoa tenha esse anelo ardente no coração. Se não o tiver, então espere e peça que Deus lho conceda. Deus não gosta das pessoas tíbias, pois ele se especializa somente nos bem quentes; se você tiver o desejo ardente, então terá resultados.
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Em terceiro lugar, você deve ter a substância ou a segurança. No grego, substância é hypostasis. Na linguagem comum a palavra pode significar "título ou papel legal". Quando a pessoa tem uma meta bem definida, e um desejo ardente no coração, desejo que chega ao ponto de ebulição, então pode pôr-se de joelhos e orar até conseguir a substância ou segu­rança.
Um dia em que pregava no Havaí, uma japonesa veio e me perguntou quanto tempo devia ela orar a fim de adquirir a substância. Disse-lhe que às vezes são necessários somente alguns minutos, e se ela conseguisse a substância ou segurança nesse instan­te, não precisava orar mais.
— Mas —, disse-lhe — às vezes pode levar dois minutos, duas horas, duas semanas, dois meses ou dois anos; todavia, qualquer que seja o tempo que leve, a pessoa deve orar até que consiga a substância.
Os ocidentais vivem às voltas com o problema de viver dentro de um horário. Tudo é correria. Logo, não têm tempo para passar com a família, para visitar os amigos e até mesmo para ficar quietos perante o Senhor. Tudo tem de ser instantâneo: o desjejum instantâneo, comida pré-cozida, alimentos enlatados, café solúvel instantâneo. Tudo tem de estar pronto em menos de cinco minutos. De modo que quando vão à igreja oram dizendo: "Ó Deus, responde-me. Não tenho muito tempo — cinco minutos. E se não responderes rapidamente, esquece-te." Não estão es­perando no Senhor.
Os norte-americanos converteram as igrejas em lugares de entretenimento. Na Coréia acabamos com todo o entretenimento nas igrejas. Fazemos alguns avisos bem curtos e damos toda a preeminência à Palavra de Deus. Depois da pregação da Palavra, geralmente temos dois ou três números especiais e então concluímos. A Palavra de Deus sempre ocupa o lugar de preeminência.
Certa vez fui convidado para pregar num culto vespertino em uma igreja no estado de Alabama, nos Estados Unidos. O culto começou às 7 horas da noite, e com anúncios, cânticos e números especiais foram gastas mais ou menos duas horas. Eu já estava quase dormindo na plataforma. As pessoas também já esta­vam começando a ficar cansadas. O pastor veio a mim e disse:
— Pregue somente dez minutos esta noite, porque temos um magnífico programa de televisão e gostaría­mos que você pregasse somente dez minutos. Eu tinha vindo da Coréia, convidado por eles, para falar--lhes somente dez minutos!
Numa igreja como essa não se pode esperar a plena bênção de Deus. Tal igreja necessita de esperar muito tempo perante o Senhor, o que também é válido para uma pregação sólida da Palavra de Deus. Isto é o que edifica a fé. A pessoa deve esperar na presença do Senhor até conseguir a segurança.
Quando necessitava de cinco milhões de dólares para terminar a construção da igreja, tive uma visão muito clara, uma meta bem visível e um desejo mui ardente de ter pronta essa igreja com lugares para dez mil pessoas. Mas meu coração estava cheio de medo. Estava trêmulo, assustado e não tinha nenhuma segurança. Esses cinco milhões pareciam uma mon­tanha e eu era como um coelho assustado. Para os ricos estrangeiros, cinco milhões de dólares não significam muito, mas para os coreanos pobres, era uma soma gigantesca. Comecei a orar como uma pessoa que está morrendo. Disse;
"Senhor, já começamos a construção. Ainda não temos nenhuma segurança. E não sei onde conseguir esse dinheiro."
Comecei a preocupar-me. Passou um mês, e ainda não tinha paz nem segurança. Passou o segundo mês, e ainda continuava orando até a meia-noite. Podia sair da cama e ir para um canto chorar, com o coração despedaçado. Minha esposa pensava que eu estava ficando doido, mas eu estava era mentalmente cego. Ficava em pé, parado, sem falar nem pensar, somente fazendo girar na cabeça os cinco milhões de dólares.
Certa manhã, depois de orar intensamente por três meses, minha esposa me chamou:
— Querido, o desjejum está pronto.
Ao sair do escritório, e quase no preciso momento em que me sentava à mesa, na sala de jantar, os céus se abriram e uma tremenda bênção derramou-se sobre mim. A substância e a segurança me foram concedidas à alma. Saltei da cadeira e comecei a gritar:
— Consegui! Consegui! Consegui!
Minha esposa saiu correndo da cozinha e quando olhei para seu rosto percebi que ela estava toda pálida. Ela estava espantada e, levando-me de lado, disse:
— Querido, que aconteceu com você? Você está bem? Sente-se.
— Consegui!
— Conseguiu o quê?
— Consegui cinco milhões de dólares — assegurei--lhe com firmeza.
— Você está realmente louco. Realmente louco. — disse ela.
— Mas, querida, tenho estes cinco milhões de dólares dentro de mim. Estão crescendo agora! Oh, dentro de mim estão crescendo!— Subitamente estes cinco milhões de dólares tinham-se transformado em um pequeno pedregulho na palma de minha mão. Orei com segurança. Minha fé os agarrou e nada fiz além de lançar mão deles. Eram meus.
Eu já tinha a substância. Uma vez que a pessoa tem a substância — o título legal, quer ela veja essas coisas ou não, elas virão a ser legalmente suas, porque as coisas que pertencem legalmente à pessoa têm de chegar a ser suas completamente. De modo que orei até conseguir essa segurança.
Durante a primeira parte deste ano orei e Deus deu--me a segurança de um total de 50.000 membros em minha igreja. Esses membros estavam dentro de mim, crescendo da mesma maneira que iam crescendo fora de mim. Este é o segredo: orar até que tenha a substância, a segurança.
Quarto, é preciso dar mostras da fé. A Bíblia diz que Deus ressuscita os mortos. Isso significa que Deus realiza milagres, chamando "as coisas que não são como se já fossem".
Abrão era um velho de cem anos e Sarai uma velha de noventa. Ambos tinham um desejo muito claro: ter um filho. Sentiam um desejo ardente de ver esse filho e oraram durante 25 anos. Certo dia Deus lhe fez uma promessa e quando eles tiveram a segurança, Deus imediatamente lhes mudou os nomes: "Abrão já não será o teu nome, e, sim, Abraão; porque por pai de numerosas nações te constituí.... A Sarai, tua mulher, já não lhe chamarás Sarai, porém Sara" (Gênesis 17:5, 15). Abraão protestou um pouco. "Pai, as pessoas se rirão de mim. Em casa não temos nem sequer um gatinho, e tu dizes que vais trocar meu nome para pai de numerosas nações, e vais chamar a Sarai de princesa. O povo todo vai dizer que estou louco!"
Mas Deus disse:
"Se desejas trabalhar comigo terás de fazer as coisas como as faço. Eu chamo à existência coisas que antes não existiam, e se tu não falas claramente como se já tivesses o que ainda não é, não serás de minha categoria."
De modo que Abrão trocou de nome. Chegando-se à esposa, disse:
— Esposa minha, meu nome foi mudado. Já não sou mais Abrão, mas Abraão, pai de numerosas nações. E você também já não se chamará Sarai, porém Sara.
Nessa mesma noite Abraão caminhava em direção ao vale. Sara, que já tinha aprontado a janta, chamou o marido:
— Abraão, a janta está pronta.
Essas palavras ressoaram por todo o povoado. Os aldeões pararam de trabalhar e olharam uns para os outros:
— Escutem só isso, chamam-no de Abraão, o pai de numerosas nações! Pobre Sarai, está tão ansiosa por um filho, sendo já velha de 90 anos, que começou a chamar o marido de "pai de numerosas nações". Deve ter perdido o juízo. Que pena!
Então ouviram uma forte voz de barítono que dizia:
— Querida Sara, já estou indo.
— Quê? — tornaram a perguntar os aldeões — Sara, a princesa, a mãe de muitos filhos?! Aconteceu o mesmo a Abraão. Os dois ficaram loucos.
Mas Abraão e Sara não fizeram caso dos comentá­rios dos vizinhos. Chamaram um ao outro de "Pai de numerosas nações" e "princesa". E exatamente como chamaram um ao outro, exatamente como deram testemunho de sua segurança, tiveram um filho muito formoso ao qual chamaram Isaque, que significa "riso".
Irmãos e irmãs, desejam vocês ver um sorriso nos seus rostos? Desejam ver sorrisos nos de sua casa? Desejam ver sorrisos em seus negócios e em suas igrejas? Usem a lei da fé! Então poderão ver o nascimento de muitos "Isaques" em suas vidas.
Os milagres não são produzidos por meio de uma luta cega. Há leis no reino espiritual e você tem no coração recursos inesgotáveis. Deus mora dentro de você. Mas Deus não vai fazer nada por você a menos que o faça por intermédio de sua própria vida. Deus quer cooperar com você para a obtenção de grandes coisas. Deus é o mesmo, porque Jeová nunca muda. Mas enquanto a pessoa não mudar, Deus não pode manifestar-se a ela. Deus usou Moisés, Josué e outros homens de fé gigantesca. Mas ao morrerem Moisés e Josué e não nascerem outros homens como eles, o povo começou a desviar-se e Deus parou de manifes­tar seu poder.
Deus deseja manifestar-se mediante você hoje, assim como ele se manifestou mediante Cristo 2.000 anos atrás. Ele é tão poderoso quanto o era antes, e depende de você. Afirmo que posso construir uma igreja para dez mil pessoas na Coréia, no Japão, na Alemanha, nos Estados Unidos ou em qualquer outra parte, porque a visão de uma igreja tão grande não está no exterior, mas no interior da pessoa.
O que é engendrado em seu coração e mente está pronto para realizar-se em seu ambiente e circunstân­cias, vigie seu coração e mente mais do que qualquer outra coisa. Não procure encontrar a resposta de Deus em outra pessoa, porque essa resposta vem a seu espírito, e por meio de seu espírito ela se materializa em suas circunstâncias.
Clame pela palavra de segurança e a proclame, pois sua palavra se espalha e cria. Deus falou e todo o universo se formou. Sua palavra é o material que o Espírito Santo usa a fim de criar.
Portanto, ordene, pois isto é muito importante. A igreja hoje perdeu a arte de dar ordens. Nós, os cristãos, estamo-nos tornando mendigos perenes, pois mendigamos constantemente. Às margens do mar Vermelho Moisés implorou:
"Ó Deus, ajuda-nos! Os egípcios estão chegando!" Deus o repreendeu dizendo:
"Moisés, por que clamas a mim? Ordena e as águas do mar se dividirão."
Há tempo de orar mas também há tempo de dar a ordem. Deve orar em seu quarto secreto, mas ao sair para o campo de batalha, você sairá a fim de proferir a palavra de ordem de criação.
Quando lemos a vida de Jesus Cristo, vemos que ele sempre estava dando ordens. Orou a noite toda, mas ao sair para a linha de frente mandou que o povo fosse curado. Mandou que o mar se acalmasse. Ordenou que o diabo saísse das pessoas.
E seus discípulos fizeram exatamente a mesma coisa: ao mendigo, Pedro ordenou: "Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!" (Atos 3:6). Ao cadáver de uma senhora Pedro ordenou: "Apruma-te direito sobre os pés" (Atos 14:101. Eles deram a palavra criadora.
A Bíblia manda curar os doentes. Diz-nos a Bíblia em Tiago: "E a oração de fé salvará o enfermo." Deus pede-nos claramente que curemos os doentes; de modo que em minha igreja curo os enfermos, guiado pelo Espírito Santo. Apresento-me perante os irmãos e clamo:
— Estais curados! Levantai-vos!
Peço que a saúde se manifeste e às dezenas e centenas as pessoas recebem a cura.
Alguns meses atrás estava dirigindo uma reunião na Austrália. Certa noite tínhamos reunidas cerca de 1.500 pessoas em um lugar pequeno, e bem à minha frente estava uma senhora numa cadeira de rodas. Ela estava tão deformada que me senti deprimido. Per­guntei: "Senhor, por que a colocaste à minha frente? Depois devê-la não posso exercitar a fé. "Assim sendo tentei evitar olhar para ela enquanto pregava. Olhava para outro lado e então subitamente voltava a olhar para outra direção; pois a vista desta mulher tinha derramado água fria em meu coração.
No final do sermão o Espírito Santo de repente falou-me ao coração, dizendo: "Desce e levanta-a."
Respondi: "Querido Espírito, realmente queres que eu desça e a levante? Ela está tão deformada, e me pergunto se o próprio Jesus a poderia levantar. Não posso fazê-lo. Estou apavorado."
Mas o Espírito Santo disse: "Vai e levanta-a."
Recusei-me dizendo: "Oh, não, estou com medo."
Então comecei a anunciar os tipos de cura que o Espírito Santo me mostrava estarem acontecendo nas outras pessoas mas não nesta mulher. Primeiro foi curada uma senhora cega. Ela estava tão apavorada quando pronunciei sua cura que gritou e caiu desmai­ada logo depois de seus olhos se abrirem. Então as pessoas começaram a ser curadas por todo o auditó­rio. Anunciava as curas sem parar, mas o Espírito Santo continuava a dizer-me: "Desce e levanta-a."
Respondi: "Pai, ela está tão deformada e estou apavorado.
Nos últimos momentos do culto cedi, e quando o pastor pediu que todos se levantassem para cantar o hino final, desci e falei em sussurro para que os outros não me ouvissem:
— Senhora, se desejar, pode levantar-se dessa cadeira.
Depois levantei-me e saí apressadamente. Quando me voltei todos tinham começado a gritai- e a bater palmas, pois aquela mulher tinha-se levantado de sua cadeira de rodas e começado a andar ao redor da plataforma. Fui tolo, pois se a tivesse levantado no começo eu poderia ter trazido o céu àquele culto; mas eu estava apavorado.
Muitos perguntam-me se tenho o dom da fé, ou o dom da cura. Tenho examinado meu coração e até agora não encontrei dom algum em mim. Creio que isso acontece porque é o Espírito Santo que possui os dons, todos os nove dons são dele. Ele habita em nós, e em mim. O Espírito Santo manifesta-se por meu intermédio; eu não possuo os dons, somente o Espírito Santo os possui; simplesmente lhe obedeço e creio nele.
Que tipo de dom possuo? Vou-lhe dizer qual o único dom que tenho — o dom da ousadia. Com o dom da intrepidez simplesmente saiamos pela fé; então o Espírito Santo nos segue. A Bíblia não diz que o sinal seguirá à frente de nós; mas que o sinal seguirá depois de nós. É preciso que a pessoa vá em frente para que o sinal possa seguir-se. Permaneça na lei de incubação, e por toda a vida observe sinal após sinal seguindo seu caminho de fé.
Os recursos estão dentro de você, e agora você conhece os elementos necessários na incubação a fim de tornar sua fé usável. Consiga uma meta e um objetivo claros. Tenha um desejo que queime ao ponto da ebulição, e então ore até que tenha a substância, a segurança. Depois comece a proferir a palavra de ordem pela qual recebeu a segurança.
Capítulo 2
A QUARTA DIMENSÃO
Assim como há certos passos que devemos dar para que nossa fé seja incubada apropriadamente, há também uma verdade centrai concernente ao reino da fé que necessitamos compreender. A lição mais im­portante que aprendi acerca da natureza do reino da fé começou como resultado de algo que foi, a princí­pio, uma experiência desagradável.
Nos Estados Unidos, os ministros não possuem esse tipo de problemas, mas no Oriente passei por muitas tributações ao pregar do poder milagroso de Deus, porque no budismo os monges também fazem mila­gres fantásticos.
Recentemente, uma coreana morria de câncer incu­rável. Todos os médicos que a tinham examinado diziam que nada podiam fazer. Ela foi a várias igrejas e também foi ver um monge budista. Este monge levou-a a uma caverna, onde havia vários budistas orando e a mulher foi completamente curada. O câncer desapa­receu como que por encanto.
Muita gente na Coréia, que pratica ioga, está curando doentes por meio da meditação da ioga. Quando se vai às reuniões dos sokagakkai japoneses, podemos ver muitos que são curados. Alguns de úlceras no estômago. Outros de surdez, mudez, e os cegos recuperam a vista. De modo que os cristãos, especialmente nós, os cristãos pentecostais, temos dificuldade em explicar tais coisas. Não podemos simplesmente dizer que são manifestações do diabo. Mas se o diabo pode realizar tais curas, por que a Igreja de Cristo não pode fazer muito mais?
Um dia eu estava bastante preocupado. Muitos de nossos irmãos cristãos não estavam dando a devida importância aos milagres de Deus. Diziam eles:
— Como podemos crer em Deus como um ser absolutamente divino? Como podemos chamar Jeová de o único criador nos lugares celestiais? Podemos ver milagres no budismo, milagres entre os iogues, mila­gres entre os sokagakkai. Estamos vendo milagres em todas as religiões orientais. Por que vamos aclamar Jeová como o único criador do universo?
Mas eu sabia que nosso Deus é o único Deus, o único e verdadeiro Deus, e o criador do universo. De modo que reuni todas as perguntas das pessoas e delas fiz um profundo motivo de oração perante o Senhor. Orei e jejuei, buscando a face do Senhor e uma resposta. Então me veio ao coração uma revela­ção gloriosa, e recebi uma explicação clara. Desse dia em diante comecei a explicar estas coisas através de minhas pregações em minha igreja na Coréia. Agora posso dar respostas satisfatórias a quaisquer dessas perguntas. E posso dar explicações claras, tão claras como o sol ao meio-dia. Permita-me explicar-lhe.
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Há, no universo, três tipos de espíritos: o Espírito Santo de Deus, o espírito do diabo e o espírito humano. Quando se estuda geometria, a gente dese­nha dois pontos, um aqui e outro ali; traçando-se uma linha reta entre esses dois pontos, a ela damos o nome de primeira dimensão. É justamente isso, uma linha de dois pontos, uma dimensão.
Mas se prosseguirmos acrescentando linhas após tinhas, uma ao lado da outra, numa progressão indefinida, temos a segunda dimensão. Temos um plano, ou uma superfície. E se amontoamos planos sobre planos numa sucessão indefinida de planos, teremos o que se chama de terceira dimensão; um sólido, ou um volume. O mundo material e a terra toda pertencem ao universo da terceira dimensão.
A primeira dimensão, a linha, está contida na segunda dimensão, o plano, e portanto é por ela controlada; e a segunda dimensão está incluída na terceira, o cubo, portanto, controlada por ela. Quem, pois, cria contém e controla a terceira dimensão, o mundo cúbico? Você pode encontrar a resposta abrindo a Bíblia e lendo Gênesis 12: "A terra, porém, era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas."
Mas se examinarmos a língua original da Bíblia, esse versículo quer dizer que o Espírito de Deus estava incubando sobre as águas, chocando-as. Este mundo caótico pertence à terceira dimensão. Mas o Espírito Santo que aqui é representado como incubando sobre a terceira dimensão, pertence à quarta. Do mesmo modo, o reino espiritual da fé pertence à quarta dimensão.
Uma vez que o mundo espiritual abarca a terceira dimensão e sobre ela paira, por esta incubação da quarta dimensão sobre a terceira, foi criada a terra. Uma nova ordem surgiu da antiga, e a vida foi tirada da morte, a beleza foi extraída da feiúra, a limpeza da sujeira e a abundância surgiu da pobreza. Tudo foi criado belo e formoso pela incubação da quarta dimensão.
Então Deus falou a meu coração: "Filho, assim como a segunda dimensão inclui e controla a primei­ra, e a terceira inclui e controla a segunda, assim também a quarta dimensão inclui e controla a tercei­ra, produzindo a criação da ordem e da beleza. O espírito é a quarta dimensão. Cada ser humano é um ser espiritual assim como físico. Possui a quarta dimensão e também a terceira em seus corações." Deste modo os homens, explorando sua fé espiritual na esfera da quarta dimensão, por meio de visões, imaginações e sonhos, podem influenciar a terceira dimensão, produzindo nela mudança. Isto foi o que me disse o Espírito Santo.
Esses iogues e monges budistas podem, portanto, explorar e desenvolver humanamente sua quarta dimensão, sua esfera espiritual. Ao lograr uma visão clara, formar quadros mentais de boa saúde, podem incubai' essa saúde sobre os enfermos. Por ordem natural a quarta dimensão tem poder sobre a terceira, o espírito humano. Com certas limitações, é claro, podem dar ordens e criar coisas. Deus deu ao homem poder sobre a criação. Ele pode controlar o mundo material e dominar as coisas, responsabilidade que pode executar mediante a quarta dimensão. Ora, os incrédulos, explorando e desenvolvendo seu ser espi­ritual interior de tal maneira, podem executar domí­nio sobre sua terceira dimensão, que inclui as doen­ças e enfermidades físicas.
Então disse-me o Espírito Santo: "Veja os sokagakkai Eles pertencem a Satanás. O espírito humano junta-se ao espírito maligno da quarta dimensão e com a quarta dimensão maligna exercem domínio sobre seus corpos e circunstâncias." O Espírito Santo mostrou-me que foi assim que os mágicos do Egito exerciam domínio sobre várias ocorrências, assim como Moisés o fazia.
Deus então me ensinou que já que podemos ligar a quarta dimensão de nosso espírito à quarta dimensão do Pai celeste — o criador do universo — podemos ter mais domínio sobre as circunstâncias. Louvado seja Deus! Podemos tomar-nos fantasticamente criativos, e podemos exercitar grande controle e poder sobre a terceira dimensão.
Depois de receber esta revelação do Senhor, come­cei a explicar com facilidade os acontecimentos e milagres das outras religiões. As pessoas, às vezes, me desafiavam:
__podemos operar os mesmos milagres.
Eu, por minha vez, dizia:
— Sim, sei que podem. E porque vocês têm a quarta dimensão em seu espírito. Vocês estão desenvolvendo o espírito e exercendo domínio sobre o corpo e sobre as circunstâncias. Mas esse espírito não é um espírito que tem salvação. Ainda que possam operar esses milagres, vão para o inferno, da mesma forma.
— Vocês estão ligados à quarta dimensão maligna. A quarta dimensão tem todo o poder para exercer o domínio sobre a terceira. Vocês realmente possuem certos poderes limitados a fim de exercer domínio sobre a terceira dimensão, e influenciar as circunstân­cias.
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Nos Estados Unidos vi muitos destes livros de expansão da mente, e vejo coisas similares acontecen­do aqui, por causa desta ênfase no subconsciente. O que é o subconsciente? O subconsciente é o seu espírito. A Bíblia chama o subconsciente de homem interior, o homem que está escondido no seu coração.
Antes de a psicologia ter descoberto o subconscien­te, o apóstolo Paulo já o havia descoberto fazia 2.000 anos, quando escrevia do homem interior, o homem oculto. A Bíblia apresentou essa verdade 2.000 anos atrás. Agora os cientistas e psicólogos acham que esta é uma descoberta surpreendente, e aprofundam-se nas idéias do subconsciente e tentam orientar suas energias. Embora o subconsciente esteja na quarta dimensão, tendo, portanto, certo poder limitado, há muito engano envolvido no que essas pessoas alegam.
Fiquei espantado, quando cheguei aos Estados Unidos e li os livros que alguns ministros norte-americanos me deram. Estes livros haviam quase que transformado o subconsciente em um deus todo--poderoso, e isto é um engano enorme. O subcons­ciente possui alguma influência, mas é bastante limitada, e não pode criar o que o nosso Deus Todo--poderoso pode. Tenho visto, nos Estados Unidos, a Igreja Unitariana tentar desenvolver o subconsciente, a quarta dimensão do espírito humano e colocar esse espírito humano no lugar de Jesus Cristo. Isto é, deveras, grande engano e enorme perigo.
Embora reconheçamos certas realidades e verdades nesses ensinamentos, é também importante perceber que o diabo ocupa uma quarta dimensão maligna. Nosso Deus, entretanto, é santo, único e Todo-poderoso. A quarta dimensão está sempre criando e dando ordem e exercendo domínio sobre a terceira dimensão por meio da incubação. Em Gênesis encon­tramos o Espírito do Senhor incubando, pairando sobre as águas. Era como uma galinha que choca seus ovos, que produzem pintainhos. De maneira muito parecida, o Espírito Santo incuba a terceira dimensão; mas também o faz o espírito maligno.
Estava vendo notícias pela televisão. Um homem havia sido assassinado, e levantava-se uma grande controvérsia sobre o crime. O advogado de defesa do jovem assassino dizia que a culpa era da influência que os programas de violência da televisão exercem sobre as pessoas. Há certa verdade nisso, pois esse rapaz, depois de ver televisão, começou a exercitar sua quarta dimensão. Ele incubava aqueles atos de violência e naturalmente chegou o momento em que os colocou em prática.
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Tenho revolucionado meu ministério com a desco­berta da quarta dimensão e você pode revolucionar sua vida com ela. Você ficará espantado de ver quantas e quão boas coisas podemos incubar em nosso subconsciente. Vivemos em corpos limitados, mas o Espírito Santo pode incubar sobre a terra, devido à sua onipresença. Nós estamos limitados pelo espaço e pelo tempo, e nossa única maneira de incubar é por meio de nossa imaginação, através de nossas visões e sonhos.
É por esse motivo que o Espírito Santo vem a fim de cooperar conosco; para criar, ajudando os jovens a ter visões e os velhos a sonhar sonhos. Por meio de sonhos e visões saltamos rapidamente as barreiras de nossas limitações e nos esticamos até alcançar o universo. É por isso que a Palavra de Deus diz: "Onde não há visão o povo perece." Se você não tiver visão, não está sendo criativo; e se parar de ser criativo, perecerá.
Visões e sonhos são a linguagem da quarta dimen­são e o Espírito Santo comunica mediante eles. Somente através de uma visão ou de um sonho pode você visualizar e conceber grandes igrejas. Você pode visualizar um novo campo missionário; pode visuali­zar o rápido crescimento de sua igreja. Por meio de visualizações e sonhos você pode incubar seu futuro e obter os resultados. Permita-me apoiar o que digo com quatro ilustrações bíblicas.
Você sabe por que Adão e Eva caíram da graça? O diabo sabia que as visões da quarta dimensão na mente da pessoa podiam criar resultados positivos. Ele usou uma tática baseada nesta premissa. Convi­dou a Eva dizendo:
— Venha ver o fruto da árvore proibida. Olhar não faz mal; por que você não vem e dá uma olhada?
Uma vez que o simples olhar para o fruto parecia inofensivo, Eva foi e olhou para a árvore. Olhou para ela não somente uma vez, mas continuou a olhar. A Bíblia diz em Gênesis, no capítulo 3, versículo 6: "Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu, e deu também ao marido, e ele comeu." Antes de comer do fruto ela viu a árvore, e viu também o fruto em sua imaginação. Brincou com a idéia de comer da árvore e trouxe essa idéia para sua quarta dimensão.
Na quarta dimensão cria-se tanto o bem como o mal. Eva reproduziu a cena da árvore e de seu fruto profundamente em sua imaginação. Vendo profunda­mente, pensou que podia ser tão sábia quanto Deus. Então sentiu-se como se estivesse embriagada e foi atraída pela árvore; o próximo passo foi tirar do fruto da árvore e comer e dar do fruto ao marido. Por meio desse ato ela caiu.
Se olhar com atenção não fosse importante, por que deu o anjo de Deus juízo tão severo à mulher de Ló? Em Gênesis 19:17 diz-nos a Bíblia: "Livra-te, salva a tua \ida; não olhes para trás." É uma ordem simples: não olhar para trás. Entretanto, ao lermos Gênesis 1926, descobrimos que a esposa de Ló olhou para trás e se transformou em estátua de sal. Recebeu esse castigo tão severo simplesmente por ter olhado para trás.
Você pode dizer que o castigo foi demasiadamente severo, mas quando se compreende a lei do Espírito, não o é. Ao olhar para Sodoma, toda essa visão se realizou em seu interior, e captou sua imaginação. E a cobiça da vida antiga se apoderou dela e Deus então a castigos com justo juízo.
Deus tem usado essa linguagem do Espírito Santo para mudar muitas vidas. Observe com cuidado ao ler Gênesis 13:14-15: "Disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se separou dele: Ergue os olhos e olha desde onde estás paia o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente; porque toda essa terra que vês, eu ta darei, a ti e à tua descendência, para sempre."
Deus não disse: "Oh, Abrão, dar-lhe-ei Canaã. Sim­plesmente reivindique-a." Não, mui especificamente, Deus lhe disse que desde onde estava olhasse para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente que ele lhe daria essa terra, a ele e a seus descendentes.
Gostaria que Abrão tivesse tido um helicóptero, para subir bem alto e olhar lá de cima toda a região do Oriente Médio. Assim seriam evitados tantos proble­mas que sofre essa região hoje. Uma vez que Abrão não possuía binóculos nem helicópteros, sua visão foi bastante limitada.
Ver é possuir. Abrão viu a terra. Então voltou para sua tenda, para sua cama, a fim de sonhai' com as terras que seriam suas. O Espírito Santo começou a usar essa linguagem de sua quarta dimensão. O Espírito Santo começou a exercer domínio.
É interessante notar que Abrão gerou seu filho Isaque quando estava com 100 anos de idade e Sarai 90. Quando Abrão tinha quase cem anos de idade e Sarai quase 90, Deus veio e disse-lhe que ele ia ter um filho. Quando Deus veio a ele e disse: "Você vai ter um filho", Abrão não pôde conter o riso. A tradução coreana da Bíblia diz que Abrão riu tanto que teve dor de barriga. Isto significa que Abrão era totalmente incrédulo.
Também lemos que Sarai riu atrás da tenda. Deus perguntou: "Sara, por que está sorrindo?"
Ela respondeu: "Eu não sorri".
Mas Deus disse: "Você sorriu."
Tanto Abrão como Sarai sorriram. Ambos não criam. Mas Deus tinha uma maneira de fazê-los crer, e Deus usou a quarta dimensão, a linguagem do Espírito Santo. Certa noite disse Deus a Abrão: "Venha paia fora.'' No Oriente Médio o teor de umidade é muito baixo, de modo que à noite a pessoa pode ver muitas estrelas no céu. Abrão saiu para fora e Deus disse: "Abrão, conte o número de estrelas." De modo que ele começou a contar as estrelas.
Dizem-nos os cientistas que a olho nu podemos ver 6.000 estrelas. Podemos imaginar Abrão contando e contando até perder várias vezes a conta. Finalmente, teria dito: "Pai, não consigo contai' todas as estrelas."
Então disse o Pai: "Teus filhos serão tão numerosos como as estrelas."
Abrão ficou mudo de emoção. Logo as lágrimas começaram a cair-lhe dos olhos e sua visão ficou totalmente empanada. Olhando para as estrelas a única coisa que podia ver eram os rostos de seus filhos, e subitamente percebeu que os ouvia chaman­do-o: "Pai, Abraão." Ele estava profundamente como­vido e tremia ao voltar para a tenda. Não conseguia dormir ao fechar os olhos, pois via todas as estrelas transformar-se em rostos de seus descendentes e uma vez mais gritarem: "Pai, Abraão."
Essas visões vieram-lhe à mente vez após vez, e transformaram-se em seus próprios sonhos e visões. Essas imagens imediatamente tomaram-se parte de sua quarta dimensão na linguagem das visões e sonhos espirituais. Estas visões e sonhos exerceram domínio sobre seu corpo de cem anos de idade e logo se transformou como se fosse um jovem rapaz. A partir desse momento ele creu na palavra do Senhor e louvou a Deus.
Quem podia mudar tanto a Abraão? O Espírito Santo pois Deus havia aplicado a lei da quarta dimensão, a linguagem do Espírito Santo. Uma visão em sonho mudaram não só a mente de Abraão, mas também o seu corpo; não somente a ele mas também sua esposa, que foi maravilhosamente rejuvenesci­da. Mais adiante na Bíblia podemos ler que o rei Abimeleque queria tomar Sara por sua concubina: a Sara de 90 anos de idade, que tinha sido rejuvenescida mediante a lei e a linguagem da quarta dimensão.
Não somos animais comuns. Ao criar-nos, Deus o fez na quarta dimensão, no mundo espiritual. Então disse Deus: "Exerçam domínio sobre a terceira di­mensão.
Não exerço meu ministério de ganhar almas sim­plesmente batendo às portas, lutando e cansando-me até a exaustão. Usei o caminho da fé e minha igreja cresce de maneira fabulosa. Embora minha igreja tenha mais de 50.000 membros arrolados, não tenho muito que fazer no escritório, pois sigo o caminho da fé e não estou constantemente lutando na carne a fim de realizar as coisas que o Espírito Santo pode facilmente fazer.
Aprendi que mesmo ministrando em países estran­geiros posso entrar na quarta dimensão do Espírito Santo e dizer-lhe a necessidade de minha igreja na Coréia e ele executa essa obra. Telefono à minha esposa a cada dois dias, e às vezes ela golpeia meu ego com as informações que me dá. Pensava que os membros de minha igreja estariam ansiosos paia que eu voltasse do exterior e que estavam todos esperando por mim e tinha certeza de que a assistência ao culto do domingo de manhã cairia. Mas minha esposa dizia:
— Não se gabe disso. A igreja está indo muito melhor, mesmo sem você.
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Se Deus pôde usar Abraão a fim de possuir a terra através da quarta dimensão miraculosa, e se Deus pôde rejuvenescer Abraão e Sara mediante a lingua­gem, sonhos e visões do Espírito Santo, então você também pode operar na quarta dimensão.
A Bíblia, em Gênesis 30:31-43, registra uma linda história a respeito de Jacó. Nunca tinha gostado da porção da Escritura que se encontra nos versículos 37 a 39 onde Jacó arrumou as coisas de tal maneira que as ovelhas de uma só cor paririam cordeiros de pele salpicada e malhada.
Perguntava:
"Senhor, por que permites essa superstição na Bíblia? É por isso que os modernistas estão criticando a Bíblia e chamando-a de contos de fadas."
De modo que quando chegava a esta parte da Escritura eu a saltava, temendo e preocupado de que houvesse uma parte da Escritura na qual não podia confiar. Certo dia, enquanto lia a Bíblia, sob a unção do Espírito Santo, de novo cheguei a esses versículos e disse:
"Vou saltar esta parte. Isto não passa de supersti­ção."
Mas o Espírito Santo disse:
"Espere um instante. Nada da verdade bíblica é superstição. U caso é que você não compreende. Você está cego; mas estou aplicando aqui a lei especial da criação. Olhe."
Então veio-me uma tremenda revelação da verdade e isto acrescentou uma nova dimensão a meu ministé­rio. Se a pessoa não usar as mesmas leis milagrosas da fé, é inútil esperar ver mil membros novos na igreja todos os meses. Seus esforços pessoais, à parte da obra da quarta dimensão, não podem jamais produzir esses resultados.
Nesta época de sua vida, Jacó, o usurpador, tinha ido para a casa do seu tio Labão. Mas seu tio mudava seu salário tantas vezes que ele estava sendo passado para trás; Jacó, por sua vez, também enganava ao tio. Enganavam-se mutuamente e quando Jacó completou 40 anos de idade, nada tinha de posses materiais, a não ser um punhado de esposas e filhos e o desejo de construir um lar.
Deus teve compaixão de Jacó e mostrou-lhe uma parte do segredo da quarta dimensão. Depois de receber esta revelação do Senhor, Jacó achegou-se a seu tio, dizendo:
__ Tio, trabalharei para o senhor com esta condição: o senhor pode tirar do rebanho rodos os animais salpicados e malhados e cuidarei somente dos ani­mais de uma só cor. E se de alguma forma esses animais parirem filhotes salpicados e malhados, então estes serão o meu salário.
O tio de Jacó quase deu um pulo. Pensou consigo mesmo: "Oh, agora este camarada está enganando a si mesmo. Esses animais de uma só cor têm pequeníssi­ma chance de parir filhotes salpicados e malhados. Agora posso ter seu serviço sem pagar-lhe salário,”
De modo que o tio de Jacó lhe disse:
— Sim, sim. Isso é maravilhoso. Farei esse contrato com você.
Tirou, pois, Labão, todos os animais salpicados e malhados e levou-os a uma grande distância, deixan­do Jacó somente com os animais de cores firmes. Jacó foi às colinas, cortou varas de álamo, de aveleira e de plátano e lhes removeu a casca, em riscas abertas. Então fez ele uma cerca destas varas salpicadas e malhadas e as colocou em frente do rebanho, nos canais de água e nos bebedouros, aonde os rebanhos vinham para dessedentar-se, e conceberam quando vinham a beber.
Ali ficava Jacó dia após dia observando os animais em frente daquelas varas salpicadas e malhadas, A Bíblia diz que logo depois aqueles animais davam crias listadas, salpicadas e malhadas.
Deus criou uma visão e um sonho na mente de Jacó. Antes seu subconsciente havia estado cheio de pobreza, fracasso e trapaças; de modo que sua luta foi difícil e suas recompensas, poucas. Mas Deus mudou a imaginação de Jacó, seu subconsciente, usando esta parede de varas malhadas e salpicadas como material a fim de ajudá-lo a visualizar e sonhar.
Jacó olhou tanto para aquela parede que sua mente se encheu da visão; dormia e sonhava com as ovelhas dando crias malhadas e salpicadas. No capítulo seguinte lemos que as ovelhas deram crias malhadas e salpicadas. A imaginação do homem tem um grande papel na quarta dimensão. Os animais não podem ter imaginação no sentido em que a possuímos, porque a imaginação é obra do espírito.
Quando Jacó começou a apreender esta visão e sonho de ovelhas malhadas e salpicadas no coração e imaginação, começou ele a aprender a linguagem do Espírito Santo. Só podemos conversar com outra pessoa mediante uma língua conhecida, jamais pode­mos conversar numa língua desconhecida.
Quando Jacó começou a aprender a linguagem do Espírito Santo, imediatamente ele começou a conver­sar com o Espírito Santo, e ele começou a operar, ü Espírito Santo apertou os botões adequados para os genes necessários, e as ovelhas de Jacó começaram a dar crias malhadas e salpicadas. Logo Jacó começou a ter uma grande multidão de animais malhados e salpicados, e tornou-se um dos homens mais ricos do Oriente.
Há mais de 8.000 promessas na Bíblia, e cada uma delas é como uma vara malhada e salpicada para você. Não é necessário que você vá cortar varas de álamo, de aveleira e de plátano. Em vez disso, você pode tomar as promessas da Bíblia, todas malhadas e salpicadas, que esperam por você. Estas promessas, contudo, são um pouco diferentes, pois são todas malhadas e salpicadas pelo sangue de Jesus Cristo"
Muito tempo depois de Jacó, Deus levantou outra árvore manchada e salpicada; desta vez essa árvore foi erguida no Calvário. E essa árvore não foi manchada e salpicada com uma faca, mas com o sangue real do Filho de Deus. Qualquer pessoa pode vir e olhar para esta árvore manchada e receber uma nova imagem, um novo sonho e uma nova visão, pelo poder do Espírito Santo, e ser mudada.
Agora permita-me partilhar com você algo de minha experiência pessoal. Certa véspera de Natal eu estava ocupado preparando o sermão. Mais tarde, nas horas matinais do dia de Natal, recebi um chamado telefôni­co urgente. Um homem, chamando do Hospital Na­cional de Seul, perguntou:
— O senhor é o pastor Cho?
— Sim, sou.
— Um dos membros de sua igreja está morrendo. Foi um acidente. Foi atingido por um táxi, e o motorista colocou-o no assento de trás e dirigiu com ele a manhã toda.
Naquela época, na Coréia, se alguém fosse atropela­do e morto por um táxi, o motorista teria de pagar a quantia de 2.500 dólares e então estaria livre de toda obrigação financeira. Mas se a vitima tivesse sido somente ferida, o motorista teria de pagar todas as despesas médicas e hospitalares. De modo que se o motorista atropelasse alguém e ninguém visse a coisa acontecer, então ele dirigia o carro com aquela pessoa até que a vitima morresse; assim lhe ficaria mais barato.
Este membro de minha igreja tinha comprado um lindo chapéu, e algumas outras coisas para sua esposa. Estava tão empolgado com a alegria de dar esses presentes que não prestou atenção ao sinal vermelho e foi atingido por um táxi. Era tarde da noite e ninguém testemunhou o acidente, por isso o moto­rista do táxi havia levado o homem em seu carro toda a noite. O homem não morreu e finalmente um policial apanhou o táxi e levou o homem para o hospital. O impacto tinha prejudicado muito os seus intestinos, e seu estômago estava cheio de sujeira e sangue; o tétano já tinha começado.
O médico me conhecia e telefonou-me, dizendo:
— Dr. Cho, devemos operá-lo? Clinicamente falan­do, não há esperança. Ele ficou sem o cuidado médico por tanto tempo que o tétano já começou. Não há possibilidade alguma de o curarmos.
Mas eu disse:
— Vá em frente e opere; assim que terminar de pregar meu sermão de Natal, correrei para aí.
Depois do culto de Natal corri para a sala de pronto-socorro do Hospital da Universidade Nacional de Seul, e lá estava o membro de nossa igreja, totalmente inconsciente. O médico repetiu que não havia esperança.
— Reverendo, não espere nada. Ele está morrendo. Nada podemos fazer. Quando abrimos seu estômago, vimos três lugares onde os intestinos foram completa­mente cortados e essas áreas estavam cheias de excremento a sujeira. Não há esperança.
Respondi:
— Bem, tentarei o melhor que puder.
Quando entrei na sala ele estava em coma profun­da. Ajoelhei-me ao pé de sua cama e disse:
"Senhor Deus, dá-me somente cinco minutos e então tentarei. Faze com que ele saia do estado de coma por cinco minutos, e então tentarei."
Ao orar, senti algo mover-se. Abri os olhos e o homem abriu os olhos.
___ Oh, Pastor, estou morrendo — clamou ele.
Eu sabia então que tinha cinco minutos. Respondi:
___ Você não pode dizer isso. Enquanto continuar a dizer isso você morrerá, e assim não poderei ajudá-lo. Você deve mudar sua imaginação e pensamento. Mude sua visão e sonho, pois a única maneira de exercer domínio sobre este corpo material que per­tence à terceira dimensão é mediante a imaginação, visões e sonhos.
"Portanto, ouça-me. Chame à mente a imagem de um jovem. Ele diz até logo à esposa. Está cheio de beleza e saúde. Vai para o escritório e termina os negócios do dia com êxito.
Todo mundo o respeita e admira. Chega a noite e ele compra lindos presentes para a esposa, que o espera em casa para o jantar. Quando ele chega ela corre para o portão e dá-lhe as boas-vindas com um forte abraço e um beijo. Eles entram em casa, tomam uma deliciosa refeição juntos, e gozam de uma noite tranqüila.
"O homem de quem estou falando não é um estranho. Esse homem é você! Pense nesse homem! Coloque essa imagem em sua mente. Olhe para esse homem e diga no seu coração: esse homem sou eu!
Não forme imagem da morte. Não faça imagem de um cadáver. Continue sonhando com esse homem, e eu farei a oração. Você simplesmente tem uma ima­gem mental; deixe que eu ore. Será que você pode fazer isso?"
— Sim, pastor, mudarei meu sonho. Mudarei meu pensamento. Direi que eu sou esse homem. Tentarei transformar essa visão e esse sonho em realidade... eu o vejo! — clamou ele.
Enquanto conversávamos, o médico entrou com os enfermeiros. Começaram a rir de mim pensando que eu tinha perdido o juízo. Mas eu estava falando sério, pois conhecia a lei da quarta dimensão do espírito, e este homem tinha começado a falar a linguagem do Espírito Santo. Como um missionário em campo estrangeiro que consegue um nível mais profundo de comunicação com o povo local, aprendendo a falar sua língua diretamente em vez de usar um intérprete, assim aquele homem moribundo havia aprendido a linguagem mais profunda do Espírito Santo.
Ajoelhei-me e segurando sua cama, orei:
"Querido Espírito Santo, agora ele fala tua língua. Ele tem uma visão e um sonho. Apressa-te a entrar em seu corpo físico e exercer teu domínio. Ordeno que este homem seja feito inteiro e cheio do poder curador!"
Subitamente o grupo de enfermeiros incrédulos disse:
— Este quarto está quente demais. O calor é demais.
Mas o tempo estava muito frio. Não havia calor; era o poder do Espírito Santo que produzia todo o calor. O cirurgião e os enfermeiros começaram a sentir o fogo. Suas orelhas ficaram vermelhas e o poder de Deus tornou-se tão forte que até sentimos a cama tremer.
Para o espanto de todos, em uma semana aquele homem levantou-se e saiu andando do hospital. Agora ele trabalha no campo dos produtos químicos e está maravilhosamente bem. Sempre que o vejo na manhã de domingo, sentado na galeria, digo a mim mesmo: "Louvado seja Deus! Falamos a língua do Espírito Santo. Criamos. Aleluia!"
Permita-me contar-lhe outro incidente. Certo dia, estava no meu escritório, e uma senhora de cerca de 50 anos de idade entrou chorando:
__ pastor, meu lar está completamente destruído.
__pare de chorar — respondi, — e conte-me o que aconteceu.
__O senhor sabe que possuímos vários filhos, e somente uma filha. Ela se transformou em "hippie", dorme com amigos de meu marido e com amigos de meus filhos, indo de um motel para outro, de uma boate para outra. Ela se tornou uma vergonha para nossa família — chorava ela. — Meu marido não pode ir para o escritório. Meus filhos morrem de vergonha e agora todos vão sair de casa. Tentei tudo. Até pedi que o Senhor a matasse! Oh, pastor Cho, que devo fazer?
__ Pare de reclamar e chorar — disse-lhe eu. —
Agora posso ver claramente por que Deus não respon­deu à sua oração. A senhora estava apresentando a ele o tipo errado de impressão mental. Em sua mente a senhora estava sempre levando a ele a imagem de uma prostituta, não estava?
Retorquiu ela:
— Sim, bem, isso é o que ela é. Ela é uma prostituta!
— Se a senhora deseja vê-la mudada, então deve submeter outra impressão mental — disse-lhe. — A senhora deve limpar a tela de sua imaginação, e deve começar a projetar uma nova imagem.
Ela rejeitou a idéia, dizendo:
— Não posso. Ela é imunda, feia e desgraçada.
— Pare de falai' isso. Façamos uma nova imagem. Vamos trazer a mente outro tipo de árvore malhada e salpicada., A senhora ajoelhe-se aqui, e me ajoelharei em sua frente. Vamos ao pé do Calvário. Levantemos as mãos. Olhemos para Jesus morrendo na cruz, sangrando e alquebrado. Por que está ele dependurado ali? Por causa de sua filha. Coloquemos sua filha justamente atrás de Jesus Cristo. Vejamos sua filha através da cruz malhada e salpicada dele. A senhora não pode ver sua filha perdoada, lavada, nascida de novo, e cheia com o Espírito Santo, completamente mudada? Pode fazer essa imagem mediante o sangue de Jesus Cristo?
— Oh, sim, pastor — respondeu a mãe. — Agora vejo diferentemente. Através de Jesus, através da cruz, posso mudar a imagem que tenho de minha filha.
— Maravilhoso! Maravilhoso! — exclamei. — Mante­nha essa impressão clara, vivida e gráfica de sua filha em mente dia após dia. Então o Espírito Santo poderá usá-la, pois sua linguagem é levada através da visão e do sonho. Sabemos que estamos fazendo a imagem correta, pois estamos ao pé da cruz.
De forma que nos ajoelhamos e oramos:
"Ó Senhor, agora tu vês esta imagem. Querido Espírito Santo, flui para dentro desta nova imagem, desta nova visão, deste novo sonho. Transforma. Realiza milagres."
Então despedi essa mãe, e quando ela saía era toda sorrisos. Já não chorava, pois a imagem que tinha da filha havia mudado.
Certo domingo, alguns meses mais tarde, subita­mente ela entrou em meu escritório, trazendo consigo uma linda jovem senhora.
— Quem é esta jovem senhora? — perguntei.
— Esta é minha filha! — sorriu ela.
— Deus respondeu à sua oração?
— Oh, sim, respondeu — asseverou ela.
Então ela me contou a história toda. Certa noite sua filha estava dormindo num motel com um homem. Ao acordar de manhã sentiu-se imunda e desgraçada. Sentiu uma grande infelicidade de alma, e teve um desejo profundo de voltar para casa. Mas estava apavorada com a reação dos pais e dos irmãos. Não obstante decidiu arriscar, dizendo a si mesma: "Ten­tarei uma vez mais, e se me chutarem, então será minha última tentativa."
De modo que ela foi à casa dos pais e tocou a campainha. Sua mãe foi atender e quando viu a filha, suas feições se iluminaram como se o sol estivesse ascendo em seu rosto. Saudou a filha:
__ Bem-vinda minha filha — e correu para abraçá­-la
A filha ficou totalmente dominada pelo amor da mãe e desandou a chorar. Sua mãe havia orado, e a imagem de sua filha fora inteiramente mudada. Ela tinha dado as boas-vindas à filha naquele mesmo instante e aberto a ela seus braços de amor.
A mãe levou-a para a igreja durante dois ou três meses. Ela ouviu os sermões, confessou todos os seus pecados, entregou o coração a Jesus Cristo e recebeu o batismo no Espírito Santo. Ela se tornou uma criatura absolutamente nova em Cristo e com o tempo encontrou um marido maravilhoso.
Esta filha agora tem três filhos, e é uma das líderes da unidade celular mais importante dos lares de minha igreja. É uma evangelista ardorosa; isso tudo aconteceu porque sua mãe mudou a visão e o sonho, aplicando a lei da quarta dimensão.
Por toda a Escritura Deus sempre fez uso desta lei da quarta dimensão. Veja José. Antes de ser vendido como escravo; Deus já havia imprimido em seu coração imagens da quarta dimensão. Através de vários sonhos Deus deu ao coração de José uma visão clara. Embora ele fosse levado como escravo para o Egito, ele já exercia domínio sobre sua fé. Mais tarde tomou-se primeiro ministro.
Olhe para Moisés. Antes de construir o tabernáculo ele foi chamado ao monte Sinai. Lá permaneceu por quarenta dias e quarenta noites, e foi-lhe dada uma imagem mental do tabernáculo; exatamente como ele viu na visão e sonho ele o construiu.
Deus deu visões a Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, todos eles importantes servos do Senhor. Deus os chamou à quarta dimensão e ensinou-lhes a linguagem do Espírito Santo. Então eles fizeram a oração da fé.
— Isso também foi verdade com referência ao apóstolo Pedro. Seu nome original era Simão, que significa "cana". Quando Pedro veio, trazido por André, Jesus olhou em seus olhos e sorriu.
— Sim, você é o Simão. Você é uma cana. Sua personalidade é tão dobrável, tão mutável. Num momento você está com raiva; no outro você ri. Às vezes você se embriaga e outras vezes mostra quão inteligente pode ser.
"Você realmente é como uma cana, mas vou cha­mar-lhe rocha. Simão, uma cana, está morto para o mundo; e Pedro, a rocha, está vivo."
Pedro era pescador e conhecia as qualidades fortes e estáveis de uma rocha. Em sua imaginação imediata­mente começou a ver a si mesmo como uma rocha. Ele observava as ondas levadas pelo vento do mar da Galiléia baterem contra a rocha, engolfando-a em espumas; e a rocha parecia ter sido vencida. Mas no instante seguinte ele via toda a água quebrando contra a rocha, deslizando-se dela e a rocha ainda permanecia. Pedro dizia vez após vez; "Sou eu como uma rocha? Sou? Sim, sou como uma rocha." "" Deus mudou o nome de Jacó para Israel, que significa "o príncipe de Deus". Ele era um trapaceiro e suplantador, mas foi chamado de príncipe. Foi depois disto que ele mudou.
"Os não-crentes do mundo todo estão envolvidos em meditação transcendental e meditação budista. Na meditação pede-se que a pessoa tenha uma visão e um objetivo claro. No sokagakkai constróem uma imagem de prosperidade, repetindo frases vez após vez, tentando desenvolver a quarta dimensão espiritual do homem; e estas pessoas estão criando algo. Embora o Cristianismo tenha chegado ao Japão há mais de cem anos, conta com somente 0,5% da população, e o sokagakkai possui milhões de seguido­res. Sokagakkai tem aplicado a lei da quarta dimensão e tem realizado milagres; mas no Cristianismo só há falatório sobre teologia e fé.
As pessoas são criadas à imagem de Deus. Deus é um Deus de milagres; seus filhos, portanto, nascem com o desejo de ver milagres realizados. Sem ver milagres as pessoas não podem satisfazer-se de que Deus é poderoso.
• • • • •
Você é o responsável por suprir milagres para essas pessoas. A Bíblia não é da terceira dimensão, mas da quarta, pois nela lemos a respeito de Deus e da vida que ele tem para nós e podemos também aprender a linguagem do Espírito Santo. Ao ler a Escritura você pode ampliar suas visões e seus sonhos. Fabrique suas visões e sonhos, e crie. Permita que o Espírito Santo venha e avive as passagens bíblicas que você lê, e implante visões nos jovens e sonhos nos velhos.
Se lhe falta a mobilidade e a oportunidade de um missionário, pelo menos você pode sentar-se numa cadeira e sonhar. Isso tem poder. Permita que o Espírito Santo venha e lhe ensine a sua linguagem, a linguagem dos sonhos e visões. Então conserve essas visões, conserve esses sonhos, e deixe que o Espírito Santo flua através dessa linguagem, e crie.
Deus deseja conceder-lhe os desejos de seu cora­ção. Deus está pronto a cumprir esses desejos, porque a Bíblia diz: "Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará aos desejos do teu coração" (Salmo 37:4). Lemos também em Provérbios 10:24: "O anelo dos justos Deus o cumpre.'' Primeiro tenha um objetivo claro, então faça uma imagem mental, vivida e gráfica, e tome-se entusiasta, orando durante todo o processo. Não seja enganado pela conversa da expansão mental, da ioga, da meditação transcendental ou do sokagakkai. Eles estão simplesmente desenvolvendo a quarta dimen­são humana, e nesses casos não estão operando na quarta dimensão do bem, antes, na do mal.
Que nos levantemos e façamos mais do que um mago do Egito. Há fartura de mágicos nos Egitos deste mundo, mas usemos todos os nossos sonhos e todas as nossas visões para nosso Deus santo. Transformemo-nos em Moisés, e saiamos a fim de realizar os milagres mais maravilhosos.
Os milagres são uma ocorrência comum em nossa igreja, de modo que por experiência posso dizer que o homem não é meramente outro animal. Você não é uma criatura comum, pois tem no coração a quarta dimensão e é a quarta dimensão que tem domínio sobre as três dimensões materiais: o mundo cúbico, o mundo do plano e o mundo da linha.
Mediante o domínio na quarta dimensão, o reino da fé — você pode dar ordens a suas circunstâncias e situações, trazer beleza ao feio, ordem ao caótico, sarar os enfermos e consolar os que sofrem.
Capítulo 3
O PODER CRIADOR DA PALAVRA FALADA
Há certos passos que devemos tomar para que a fé seja incubada adequadamente, e existe uma verdade central que devemos aprender acerca do reino em que a fé opera. Há também um princípio básico acerca da palavra falada que devemos compreender. Portan­to desejo falar-lhes a respeito do poder criador da pala\ra falada e por que o seu uso é de grande importância.
Certa manhã eu estava tomando meu desjejum com um dos mais preeminentes neurocirurgiões coreanos. Ele contava-me de várias descobertas médicas sobre o funcionamento do cérebro. Perguntou ele:
— Dr. Cho, o senhor sabia que o centro da fala no cérebro controla todos os outros nervos? Vocês, mi­nistros realmente têm poder porque segundo desco­bertas recentes no campo da neurologia, o centro da fala no cérebro tem domínio sobre todos os demais nervos.
Então eu sorri, dizendo;
— Sei disso há muito tempo.
— Como é que descobriu isso? — perguntou ele. — Isto é coisa recente no mundo da neurologia.
Respondi-lhe que o Dr. Tiago me havia ensinado.
— Quem é esse Dr. Tiago? — interrogou ele.
— Ele foi um dos médicos famosos dos tempos bíblicos, há quase dois mil anos — respondi. — E no
seu livro, no capítulo três e nos primeiros versículos, o Dr. Tiago define claramente a importância da língua e do centro da fala.
O neurocirurgião ficou completamente embasba­cado.
— A Bíblia realmente ensina isso?
— Sim — respondi. — A língua é o menor membro de nosso corpo, mas pode dominar o corpo todo.
Então esse neurocirurgião começou a expor as novas descobertas. Disse que o centro nervoso da fala tinha tal poder sobre todo o corpo que o simples fato de falar pode dar controle à pessoa sobre seu corpo, manipulá-lo da maneira que bem desejar. Disse ele:
— Se alguém continua a dizer: 'Vou ficar fraco", então imediatamente todos os nervos recebem essa mensagem e dizem: "Oh, preparemo-nos para nos tomar fracos, pois recebemos instruções da central de comunicação que devemos nos tomar fracos." Então, em seqüência normal, ajustam suas atitudes físicas para a fraqueza. Se alguém diz: "Bem, não tenho capacidade alguma. Não posso fazer esse trabalho", imediatamente os nervos começam a declarar a mesma coisa. "Sim", respondem eles, "recebemos instrução do sistema nervoso central dizendo que não temos nenhuma capacidade, e que devemos desistir de tentar desenvolver qualquer habilidade. Devemos preparai-nos para fazer parte de uma pessoa in­capaz."
Se alguém continua a dizer: "Sou muito velho. Sou velho demais, estou cansado e não posso fazer nada", então de imediato o controle central da fala responde, dando ordens paia esse efeito. Os nervos respondem: "Sim, somos velhos. Estamos prontos para a sepultu­ra. Preparemo-nos paia a desintegração." Se alguém continua a dizer que é velho, então essa pessoa logo morre.
Esse neurocirurgião continuou:
___ O homem nunca devia se aposentar. Uma vez que se aposenta, continua a repetir para si mesmo: "Sou aposentado", e todos os nervos começam a reagir de acordo com essa afirmação, tornando-se menos ativos e prontos para uma morte rápida.
• • • • •
Essa conversação muito significou para mim, e teve um grande impacto em minha vida, pois pude perce­ber que um uso importante da palavra falada é a criação de uma vida pessoal de êxito.
As pessoas facilmente se acostumam a falar de uma maneira negativa.
— Rapaz, como sou pobre! Não tenho dinheiro nem para dar para o Senhor.
Quando aparece uma oportunidade, um emprego com um bom salário, o sistema nervoso responde:
— Não posso ser rico porque ainda não recebi a instrução contrária de meu centro nervoso. Espera-se que eu seja pobre, de modo que não posso aceitar esse emprego. Não posso dar-me ao luxo de ter dinheiro.
As coisas iguais se atraem, e uma vez que você age como se fosse uma pessoa pobre, atrai a pobreza; esta atração, se permanecer consistente, permitirá que você viva permanentemente na pobreza.
Exatamente como a Bíblia disse quase 2.000 anos atrás, assim é hoje. A ciência médica recentemente descobriu esse princípio. Este neurocirurgião disse que as pessoas deviam dizer a si mesmas: 'Sou jovem. Sou capaz. Posso fazer o trabalho de um jovem. Não importa qual seja minha idade cronológica." Os ner­vos dessa pessoa então rejuvenescerão recebendo poder e força do centro nervoso.
A Bíblia diz claramente que a pessoa que controla sua língua controla o corpo inteiro. O que você fala, você consegue. Se você continua a dizer que é pobre, então o seu sistema fica condicionado a atrair a pobreza, e você se sentirá a vontade com ela; você prefere ser pobre. Mas se a pessoa se mantém dizendo que é capaz, que pode alcançar o êxito, então todo o corpo será levado ao êxito. A pessoa estará pronta para enfrentar qualquer desafio e vencê-lo. Este é o motivo pelo qual a pessoa nunca deve falar de maneira negativa.
Na Coréia temos um hábito de fazer uso freqüente de pala\Tas que dão conotação de morte. Expressões como, "Oh, está tão quente que eu podia morrer' : "Oh, comi tanto que poderia sufocar-me até à morte': "Oh, estou tão feliz que podia morrer"; e "Oh, meu medo pode me matar", são muito comuns. Os corea­nos repetem com freqüência essas palavras negativas. É por isso que através dos cinco mil anos da história coreana temos estado constantemente morrendo, constantemente em guerra. Minha geração não viu paz total em nosso país. Nasci durante a Segunda Guerra Mundial, cresci durante a guerra coreana e agora ainda vivo num país que está à beira da guerra.
Antes que a pessoa possa ser mudada, deve mudar sua linguagem. Se não mudar a linguagem não poderá mudai* a si mesma. Se deseja ver os filhos mudados, primeiro deve ensinar-lhes a usar a linguagem ade­quada. Se deseja ver jovens rebeldes e irresponsáveis transformados em responsáveis adultos, deve ensinai--lhes esta nova linguagem.
Onde podemos aprender esta nova linguagem? No melhor livro de línguas de todos, a Bíblia. Leia a Bíblia do Gênesis ao Apocalipse. Adquira a linguagem bíbli­ca, fale a palavra de fé, alimente seu sistema nervoso com o vocabulário construtivo, progressivo, produtivo vitorioso. Enuncie essas palavras; continue a repeti-i s de modo que elas tenham controle de seu corpo inteiro. Então você se tomará vitorioso, pois estará completamente condicionado a enfrentar seu am­biente e circunstâncias e alcançar o êxito. Esta é a primeira razão importante para usar a palavra criada: a fim de criar o poder para ter uma vida pessoal de êxito.
Há um segundo motivo pelo qual necessitamos do uso do poder criativo da palavra falada: ela não somente pode ajudai-nos a ter êxito em nossa vida, mas o Espírito Santo também precisa que a usemos a fim de realizar os propósitos de Deus.
Quando entrei para o ministério, senti-me em uma luta, até no meio de meus sermões, e percebia impedimentos em meu espírito. Então o Espírito do Senhor descia ao meu espírito e era como se eu tivesse vendo televisão. Na tela de minha mente eu via tumores desaparecerem, tuberculose curada, aleija­dos que se apoiavam em muletas repentinamente jogá-las de lado e andar.
A Coréia está tão longe dos Estados Unidos, que eu pouco tinha ouvido deste ministério de livramento e cura. Até os missionários que me cercavam ignoravam este ministério e conversar com eles só me trouxe mais confusão.
Cheguei à conclusão de que esse era um impedi­mento criado por Satanás. Todas as vezes que isso acontecia eu dizia: "Tu, espírito de atrapalhação, sai de mim. Ordeno-te que saias de mim. Deixa-me."
Quanto mais eu ordenava, tanto mais claramente podia ver os doentes sendo curados. Fiquei tão desesperado que quase não conseguia pregar. As visões apareciam constantemente, de modo que me dediquei à oração e ao jejum, esperando no Senhor.
Então ouvi o Senhor dizer ao meu coração: "Filho, isso não é atrapalhação de Satanás. Esse é o desejo visual do Espírito Santo. É palavra de sabedoria e de conhecimento. Deus deseja curar essas pessoas, mas não o pode fazer até que você fale."
"Não", respondi, 'não creio nisso. Deus pode fazer tudo sem que eu jamais tenha de dizer uma palavra."
Mais tarde li no primeiro capítulo de Gênesis: "A terra, porém, era sem forma e vazia' e o Espírito Santo pairava sobre ela, incubando-a; mas nada acontecia. Então Deus me revelou uma importante verdade. Disse ele:
"Lá estava a presença do Espírito Santo, a poderosa unção do Espírito Santo incubando e pairando sobre as águas. Aconteceu alguma coisa nessa época?"
"Não" respondi. "Nada aconteceu."
Então disse Deus:
"Você pode sentir a presença do Espírito Santo em sua igreja — a presença palpitante e penetrante do Espírito Santo em sua igreja — mas nada acontecerá alma alguma será salva, lar desfeito algum será re­construído até que você diga a palavra. Não fique simplesmente a implorar o de que você precisa. Dê a palavra. Dê-me o material com o qual eu possa construir acontecimentos miraculosos. Como eu fiz ao criar o mundo, pronuncie-se. Diga: "haja luz", ou diga: "haja um firmamento".
A compreensão dessa verdade mareou um ponto culminante em minha vida. Imediatamente pedi per­dão a Deus:
"Senhor, sinto muito. Vou pronunciar a palavra."
Mas ainda sentia temor, pois ninguém me havia ensinado nada a esse respeito. Também tinha medo de nada acontecer quando eu falasse. E que diriam as pessoas? Então eu disse a Deus:
"Senhor, já que tudo isso me assusta um pouco, não vou dizer nada a respeito dos aleijados que eu vejo curados, ou dos tumores cancerosos que vejo desapa­recendo. Pai, começarei com dores de cabeça."
Depois disto, ao pregar, visões de cura surgiam-me do espírito. Mas ao ver, com os olhos da mente, os aleijados sendo curados, os tumores desaparecendo, ignorava-os. Eu dizia:
— Alguém aqui está sendo curado de uma dor de cabeça— E instantaneamente essa pessoa era curada. Espantava-me o fato de pelo meu simples pronunciar estas coisas elas viessem à existência.
Pouco a pouco adquiri mais coragem. Comecei a falar de sinusites que tinham sido curadas, então da cura dos surdos e finalmente falei de todas as curas que via com os olhos da mente. Agora em minha igreja, nas manhãs de domingo, milhares de pessoas recebem a cura através desse canal. Por causa do tempo e dos múltiplos serviços, tenho de agir rapida­mente. De modo que enquanto estou de pé, o Senhor me mostra as curas que se estão efetuando e as menciono. Simplesmente fecho os olhos e profiro a palavra. Em reconhecimento da cuia que foi operada, as pessoas se levantam. Elas se levantam quando é mencionada essa doença particular da qual foram curadas. Durante esta parte do culto muitas pessoas, por todo o auditório, levantam-se reivindicando a cura.
Assim, aprendi um segredo: antes que se possa dizer a palavra, o Espírito Santo não possui o material adequado com o qual criar. Se o Espírito Santo conceder fé ao seu coração para remover a montanha, não ore nem suplique que a montanha seja removida: antes, diga: "Seja removida para o meio do mar!" E isso acontecerá. Se aprender isto, e formar o hábito de falar sob a unção do Espírito Santo, e na fé que Deus lhe dá, então verá muitos milagres em sua vida.
Dar assistência a 50.000 membros regulares não é uma tarefa fácil. Temos um serviço de atendimento telefônico vinte e quatro horas por dia em nossa igreja e os assistentes trabalham o dia todo recebendo chamados e dando instruções. Procuro não deixar que o número do telefone de minha casa apareça na lista telefônica. Mas as pessoas sempre acabam des­cobrindo meu número e o aparelho começa a tocar desde bem tarde da noite até quase ao amanhecer do dia seguinte.
Outras vezes estou descansando. Então o telefone toca às dez da noite.
— Pastor — diz uma voz —, meu neto está com uma febre alta. Por favor, ore por ele.
Às onze horas outra voz soa no telefone.
— Meu marido ainda não voltou do trabalho. Por favor, ore por ele.
E eu oro.
À meia-noite o telefone torna a tocar e uma mulher, chorando, me diz:
— Meu esposo chegou a casa e me espancou. Oh, isto é terrível, já não desejo viver!
Então tenho de orar por ela.
À uma da manhã recebo um chamado de um homem que está bêbado e me diz:
— Minha esposa freqüenta a sua igreja. Que o senhor lhe ensina para que ela se comporte dessa maneira?
Então lhe dou uma explicação detalhada.
De madrugada chega um chamado do hospital.
— Pastor, a pessoa está agonizando. Poderia vir e orar por ela? Seu último desejo antes de morrer é ver o senhor.
De modo que jogo as cobertas e saio correndo para o hospital.
O telefone toca tanto que às vezes simplesmente desligo o fio da tomada. Exclamo: "Simplesmente me recuso a viver desta maneira!' E vou para a cama.
Mas o Espírito Santo fala-me ao coração: Você está sendo bom pastor? O bom pastor nunca deixa suas ovelhas sem ajuda.'' De modo que me levanto e ligo o «o de novo. Há uma vantagem quando viajo ao exterior: finalmente posso ter uma boa noite de descanso.
Certa noite, durante um inverno muito frio, estava bem confortável na cama, quase a adormecer, quando o telefone tocou, ü homem perguntou:
— Pastor, o senhor me conhece?
— Claro que o conheço. Fiz o seu casamento.
— Venho-me esforçando por dois anos, com todas as minhas forças, mas nosso casamento não está funcionando — disse ele. — Hoje de noite tivemos uma grande briga e decidimos separar-nos. Já dividi­mos nossas coisas, mas falta algo: uma bênção do senhor. Casamo-nos com sua bênção e desejamos divorciar-nos com ela.
Que posição, na qual se encontra um ministro, abençoá-los na união e depois abençoá-los na separa­ção! Respondi:
— Vocês não podem esperar até amanhã? Está frio demais, e já estou na cama. Tenho de ir agora?
— Pastor — respondeu ele — amanhã será tarde demais. Estamo-nos separando hoje. Não queremos que o senhor faça um sermão. É tarde demais para isso, não há mais esperança para nós; simplesmente venha e nos dê sua bênção para que possamos nos divorciar.
Arrastei-me para fora da cama e fui para a sala de estar. No coração estava com raiva de Satanás. Pensei: "Isto não é obra do Espírito Santo. Isto é obra do diabo."
Ao começar a orar, imediatamente entrei na quarta dimensão. Uma vez que visões e sonhos são a lingua­gem do Espírito Santo, mediante a quarta dimensão posso incubar a terceira e corrigi-la. Ajoelhei-me, fechei os olhos e por intermédio da cruz de Jesus Cristo, com a ajuda do Espírito Santo, comecei a ver esta família reunida de novo. Mentalizei um quadro claro e orei: "Oh, Deus, torna esse casamento como a imagem que tenho.'
Enquanto orava fui tocado pela fé e no nome de Jesus Cristo mudei essa situação para a quarta dimen­são. A quarta dimensão com seu poder positivo era minha, de modo que fui para o apartamento desse casal.
Viviam em um apartamento fantástico de luxo. Tinham de tudo, mas ao entrai' senti um calafrio, o ódio que existia entre marido e mulher. A pessoa pode ter todos os bens materiais do mundo, mas se houver ódio em sua família, essas coisas materiais não serão bênção alguma.
Ao entrar, encontrei o homem na sala de estar; a esposa estava no quarto. No instante em que entrei na sala de estar o homem começou a falar mal da esposa. A esposa então entrou correndo na sala e foi dizendo:
— Não dê ouvidos a ele! Ouça o que eu tenho a dizer! — E começou a falar mal do marido.
Ouvindo o marido, tudo o que ele dizia parecia certo. Mas quando ouvia a esposa, tudo o que ela dizia também parecia estar certo; e cada um deles estava certo em sua própria opinião. Ambos estavam certos, e eu, espremido entre eles.
Ambos diziam que o casamento estava terminado.
— Não ore por nós — continuavam a repetir. — Simplesmente ore por nosso divórcio.
Mas eu já tinha vencido essa decisão da terceira dimensão ao usar a fórmula da quarta em meu coração. Com confiança, peguei a mão do marido e a mão da esposa e disse:
__ No nome de Jesus Cristo, ordeno que Satanás desfaça o laço de ódio deste casal. Neste instante, no poderoso nome de Jesus Cristo, ordeno que estes dois sejam reunidos. Que sejam temos e unidos.
Subitamente senti uma gota morna cair-me sobre a mão, e ao olhar para o homem, vi que estava chorando e suas lágrimas estavam caindo.
Pensei comigo mesmo: "Oh, louvado seja Deus! Funcionou!"
Ao olhar nos olhos da esposa podia ver que estavam também cheios de lágrimas. De modo que uni as mãos deles e disse:
— O que o Senhor uniu, não o separe o homem nem circunstancia alguma.
Levantei-me e disse:
— Já vou.
Os dois acompanharam-me até ao portão e enquan­to eu saía disseram:
— Até logo, pastor.
— Louvado seja Deus — respondi. — Funciona! No domingo seguinte os dois estavam no coro e cantaram lindamente. Depois do culto apertei-lhes a mão e perguntei à esposa:
— O que aconteceu?
— Bem, não sabemos — respondeu ela. — Mas quando o senhor disse aquelas palavras e deu ordens tão fortes, sentimos algo desfazer-se em nosso cora­ção. Foi como se uma parede tivesse sido destruída, e fomos sacudidos. Subitamente tivemos a impressão de que talvez devêssemos tentai' uma vez mais, e essa impressa» veio a nós dois ao mesmo tempo. Depois que o senhor saiu, passamos toda a noite desfazendo as malas. Pensando no incidente agora, não podemos compreender por que brigávamos tanto, por que nos íamos separar. Agora amamos um ao outro ainda mais do que antes.
O Espírito Santo precisa de sua palavra e também da minha. Se eu tivesse implorado a eles, ou se tivesse orado silenciosamente com eles, eu teria errado 0 alvo. Disse a palavra, e ela saiu e criou. O Espírito Santo precisa de sua palavra definida, a palavra falada de fé.
Jesus proferiu a palavra falada a fim de mudar situações e criar. Os discípulos de Jesus Cristo usaram a palavra falada a fim de criar e mudar. Infelizmente a igreja de Jesus Cristo parece ter-se tornado uma mendiga eterna: mendigando e mendigando, com medo de enunciar as palavras de ordem. Precisamos readquirir a arte perdida de expressar a palavra de ordem.
Há uma terceira razão pela qual usar o poder da palavra falada: por seu intermédio a pessoa cria e libera a presença de Jesus Cristo. Ao abrir a Bíblia e ler Romanos 10:10 descobrimos que "com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação". É mediante a confissão da fé que a pessoa pode-se assegurar da salvação que vem so­mente por Jesus Cristo.
Em lugar algum nesta passagem diz ser necessário que alguém vá ao céu e de lá traga Jesus Cristo de volta à terra a fim de conceder a salvação. O que se diz é que as palavras que podem resultar em salvação estão perto, na sua boca e no seu coração.
Onde está Jesus Cristo? Qual é seu endereço? Certamente que não é lá nos altos dos céus, ou embaixo na terra. Jesus está na Palavra dele.
Onde estão as palavras que podem salvá-lo? Essas palavras estão em sua boca e em seu coração. Jesus fica limitado ao que você expressa. Assim como a pesoa pode liberar o poder de Jesus mediante a palavra falada também pode criar a presença dele. Se você não falar a palavra de fé claramente, Cristo jamais pode ser liberado. A Bíblia diz: "tudo o que ligardes na terra- terá sido ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra, terá sido desligado no céu" (Mateus 18:18). Você tem a responsabilidade de levar e trazer a presença de Jesus Cristo.
Sempre que me reúno com meus 100 pastores assistentes, dou-lhes uma ordem estrita:
— Cabe-lhes a responsabilidade de criar a presença de Jesus Cristo aonde quer que vão. E vocês devem liberar Jesus e preencher as necessidades específicas.
Permita-me dar-lhe alguns exemplos.
Em nossa vizinhança há várias igrejas de diversas denominações. Em certa igreja Presbiteriana o minis­tro fala somente acerca da experiência do novo nascimento. Ele fala com vigor, mas só a respeito da experiência da salvação, de modo que ele está liberan­do e criando a presença de Jesus que pode dar o novo nascimento para as pessoas. Os que vão à sua igreja recebem a salvação e nada mais.
A igreja da Santidade fica a uma quadra de distância e todos os dias fala sobre a santificação. "Santificai-vos, santificai-vos", exortam repetidamente. Muitas pessoas vão e recebem o toque da santificação. O ministro ali somente cria a presença do Cristo santificador.
Na minha igreja prego a respeito do Jesus que salva, do Cristo que santifica, do Salvador que batiza, do bendito Filho de Deus e do Jesus que cura; e todos estes aspectos se manifestam em minha igreja. Tento criar a presença completa, a presença total de Jesus Cristo.
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Você cria a presença de Jesus com sua boca. Se falar a respeito da salvação, o Jesus que salva aparece se falar acerca da cura divina, terá o Jesus que cura em sua congregação. Se falar do Jesus que realiza mila­gres, então a presença do Jesus que opera milagres é liberada. Ele é limitado por seus lábios e por suas palavras. Ele depende de você e se você não falar claramente por causa do temor de Satanás, como é que Cristo Jesus manifestará seu poder a esta gera­ção? Por isso, fale com audácia.
Muita gente tem muitos problemas nos lares por não terem altares da família. Se o pai mantém um altar da família e fala claramente a respeito da presença de Jesus Cristo no lar e na família, ele pode criar a presença de Jesus Cristo e Jesus pode tomar conta de todos os problemas daquela família. Mas uma vez que muitos negligenciam o altar da família, negligenciam declarar com clareza a presença de Jesus Cristo e seus filhos ficam sem as bênçãos completas de Deus.
Não é necessário esperai' até que você receba um dom espiritual especial. Sempre digo que os dons espirituais residem no Espírito Santo. Você mesmo jamais poderá possuir um dom espiritual.
Suponhamos que eu possuísse o dom de curas. Então eu curaria todos os que me procurassem indiscriminadamente. Se eu tivesse o dom eu o daria a todos; eu não estaria discernindo clara ou justamente. O Espírito Santo vê uma necessidade, e permite que a operação de um dom flua através de alguém para suprir essa necessidade.
É importante lembrar que todos os dons residem no Espírito Santo, pois é ele que habita em sua igreja, e mora em você. Através dele você pode ter todo o tipo de ministério — o ministério do ensino, da evangelização de missões, pastoral e da cura divina. Por seu intermédio, como um canal, o Espírito Santo pode manifestar-se. De modo que não se preocupe em adquirir quaisquer dos dons.
Seja audaz. Receba o dom da audácia, e então diga a palavra. Fale a palavra claramente, e crie a presença específica de Jesus Cristo. Libere essa presença espe­cífica de Jesus Cristo para sua congregação e vai ter resultados específicos. O pai pode criar a presença de Jesus Cristo no lar por meio de sua palavra falada, e Jesus se encarrega de todos os problemas da família. De modo que, da mesma forma, vou à minha igreja a fim de falar a mensagem, plantar sementes específicas a fim de colher resultados específicos.
Percebo uma grande falha nos cultos realizados nos Estados Unidos. Os pastores norte-americanos en­tregam mensagens fantásticas a suas congregações; mas logo após o culto as pessoas são despedidas e se vão. Não se lhes dá tempo para produzir o fruto que essas mensagens trouxeram à luz. Recebem todas as palavras faladas da mensagem, mas não têm tempo de orar, para que essa palavra se implante em sua vida de tal modo que se torne parte deles.
Nos Estados Unidos os cultos terminam cedo de­mais. Dê tempo à congregação; encurte os prelimina­res e os números especiais. Dê a palavra, e deixe que o povo tenha mais tempo para orar |unto. Deixe que as palavras sejam digeridas. Se isto fosse feito, ver-se-iam mais resultados nos ministérios desses pastores.
Finalmente, suas palavras moldam sua vida, pois o centro nervoso da fala controla todos os outros nervos. É por isso que o falar em línguas é o sinal inicial do batismo no Espírito Santo. Quando o Espírito Santo domina o centro da fala, domina todos os nervos do corpo, e controla o corpo inteiro. De modo que, quando falamos em outras línguas, estamos cheios do Espírito Santo.
Fale a palavra para controlar e sujeitar completamente seu corpo e sua vida. Dê a palavra para o Espírito Santo para que ele possa, com ela, criar algo. Então crie e libere a presença de Jesus Cristo por sua palavra falada.
Pregue a palavra. A palavra falada tem poder, e quando a pessoa libera essa palavra, é ela e não a pessoa que realiza os milagres.
Deus não o usa por você estar completamente santificado, pois enquanto o cristão viver estará lutan­do com a carne. Deus o usa por você ter fé. Irmãos e irmãs, façamos uso da palavra falada — para o êxito em nossa vida, para o material com o qual o Espírito Santo possa criar, e com o propósito de criar e liberar a presença de Jesus Cristo.
Lembre-se de que Cristo depende de você e de sua palavra falada a fim de liberar a sua presença. O que vai fazer com este Jesus que você leva em sua língua? Vai liberá-lo para a bênção dos outros? Ou vai trancá-lo com uma língua silente e com uma boca fechada? Que Deus o abençoe ao tomar sua decisão.
Capítulo 4
RHEMA
A palavra falada tem criatividade poderosa e seu uso adequado é vital para a vida cristã vitoriosa. Esta palavra falada, contudo, deve ter uma base correta a fim de ser eficaz. O princípio da descoberta da base correta para a palavra falada é uma das porções mais importantes da verdade de Deus. É com referência a esse tópico que quero conversar com vocês agora.
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Certo dia trouxeram a meu escritório uma senhora deitada numa maça. Era paralítica do pescoço para baixo e não conseguia mover nem mesmo um dedo. Enquanto a introduziam em meu escritório, comecei a ter uma sensação estranha. Era como se meu coração estivesse perturbado. Assim como houve um sentimento de expectativa junto ao poço de Betesda, assim também eu sabia que algo ia acontecer.
Acerquei-me de sua maça e ao olhar para seus olhos vi que ela já tinha a fé para ser curada: não uma fé morta, mas uma fé viva. Toquei-lhe a testa e disse:
— Irmã, no nome de Jesus Cristo, seja curada.
Instantaneamente o poder de Deus se manifestou e ela foi curada. Levantou-se da maça, emocionada, assustada, eletrizada.
Alguns dias mais tarde veio à minha casa para trazer-me alguns presentes. Ao entrar em meu escritó­rio perguntou:
— Será que eu podia fechar a porta?
— Sim — respondi — feche a porta.
Então ela se ajoelhou perante mim, ainda espanta­da de sua cura e disse;
— Senhor, por favor, revela-te a mim. És tu o segundo Jesus encarnado?
Sorri:
— Querida irmã, você sabe que tomo três refeições por dia, vou ao banheiro e durmo todas as noites. Sou tão humano quanto você. E a única maneira pela qual sou salvo é por intermédio de Jesus Cristo.
Esta senhora tinha recebido uma cura tão miraculo­sa que a notícia se espalhou rapidamente. Logo depois uma senhora rica veio à minha igreja, também trazida em uma maça. linha sido cristã por muito tempo e servido como diaconisa de sua igreja. Ela tinha decorado passagens e mais passagens acerca da cura divina: "eu sou o SENHOR que te sara" (Êxodo 1526!; pelas suas pisaduras fomos sarados" (Isaías 53:5); "Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças" (Mateus 8:17); "E estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: ... se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados" (Marcos 16:17, 18).
De modo que orei por ela com todo o meu poder mas nada aconteceu. Então gritei, repetindo as mes­mas orações paia a cura. Usei a Palavra de Deus, até mesmo pulei, mas nada aconteceu. Disse-lhe que se levantasse pela fé. Muitas vezes ela se levantava, mas no instante em que a soltava ela caía como um pedaço de madeira morta. Então eu dizia:
— Tenha mais fé e levante-se.
Ela se levantava de novo e de novo caía. Então me dizia ela que tinha toda a fé que há no mundo, mas sua fé não funcionava.
Fiquei muito deprimido e logo ela começou a chorar. Dizia:
__ Pastor, o senhor tem preconceitos contra mim. O senhor amava tanto a outra mulher que a curou. Mas o senhor realmente não me ama. De modo que ainda estou doente, ü senhor tem preconceitos.
— Irmã — respondi —, fiz tudo. Você mesma viu. Orei- clamei, pulei e gritei. Fiz tudo que um pregador pentecostal pode fazer, mas nada aconteceu e não posso compreender o motivo.
Em minha igreja, este problema inquietante de uma pessoa ser curada enquanto outra permanece enfer­ma não ficou limitado a esta ocasião. Evangelistas de fama mundial têm vindo à minha igreja e entusiasticamente dizem:
— Todos vão ser curados! Todos:
Pregam a palavra de fé e muitos são curados.
Depois estes evangelistas se vão, levando toda a glória, e eu fico com a incumbência de tratar dos doentes que não foram curados. Estes vêm a mim, desanimados abatidos e desesperados queixando-se:
— Não fomos curados. Deus desistiu de nós; estamos completamente esquecidos. Por que deve­mos lutar para vir a Jesus Cristo e crer?
Aflijo-me, oro e choro:
"Por que, Pai? Por que isto é assim? Deus, por favor, dá-me a resposta. Uma resposta clara."
E ele o fez. De modo que agora gostaria de partilhar com você esta resposta e algumas coisas que me levaram a receber esta compreensão.
As pessoas pensam que podem crer na Palavra de Deus. Podem. Mas falham em fazer a diferença entre a Palavra de Deus que dá conhecimento geral a respeito de Deus e a Palavra de Deus que ele usa para conceder fé acerca de circunstâncias e problemas específicos. É este último tipo de fé que produz milagres.
No grego há duas palavras diferentes para "palavra": logos e rhema. O mundo foi criado pela palavra logos de Deus. Logos é a palavra geral de Deus, que se estende desde o livro do Gênesis ao Apocalipse, pois todos estes livros falam acerca de Jesus Cristo, direta ou indiretamente. Ao ler a palavra logos do Gênesis ao Apocalipse a pessoa pode receber todo o conheci­mento de que necessita a respeito de Deus e de suas promessas; mas pela simples leitura a pessoa não recebe fé. A pessoa recebe conhecimento e compreen­são acerca de Deus, mas não recebe fé.
Romanos 10:17 mostra-nos que o material usado para edificar a fé é mais do que simples leitura da Palavra de Deus: "a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo." Nesta passagem "palavra" não é logos, mas rhema. A fé, especificamente falando, vem pela pregação da palavra rhema.
O Dr. Ironside define em seu "Léxico Grego" a palavra logos: A palavra dita de Deus"; e rhema: "A palavra dizente de Deus." Muitos eruditos definem a ação de rhema como se o Espírito estivesse tomando alguns versículos da Palavra de Deus e vivificando com eles uma determinada pessoa. Eis minha defini­ção de rhema: "Rhema é uma palavra específica, dada a uma pessoa específica em uma situação específica.'
Certa vez, na Coréia, uma senhora chamada Yun Hae Kyung promovia grandes concentrações para a juventude na montanha Samgak. Essa senhora tinha um grande ministério. Quando se punha de pé e pregava, as pessoas vinham à frente e caíam ao solo como se tivessem sido atingidas pelo raio, tocadas pelo poder do Espírito. Muitos eram os jovens que acudiam às suas reuniões. Nesta ocasião, essa senho­ra realizava reuniões juvenis em Samgak, e milhares de jovens compareciam todas as noites.
Durante a semana da campanha choveu muito, e todos os rios transbordaram. Um grupo de jovens desejava assistir ao culto certa noite. Chegando à margem do rio, perceberam que as reuniões estavam sendo realizadas no povoado do outro lado. Mas o rio estava muito cheio, e não havia pontes nem barcos por perto. Os jovens se desanimaram. Três moças disseram:
— Por que simplesmente não vadeamos o rio? Pedro andou por sobre as águas, e o Deus de Pedro é o nosso Deus, e o Jesus de Pedro é o nosso Jesus, e a fé que Pedro tinha é a nossa fé. Pedro creu e devemos fazer o mesmo. Vamos andar por sobre o rio!
O rio estava muito cheio e a correnteza era forte. As três moças se ajoelharam, deram-se as mãos e citaram a Escritura, mencionando Pedro caminhando por sobre as águas. Disseram a todos que iriam repetir o milagre. À vista de todos os demais jovens, entraram resolutamente nas águas.
Afundaram-se imediatamente. Três dias mais tarde seus corpos foram encontrados flutuando no mar.
Esse triste incidente teve repercussões em toda a Coréia. Os jornais não-cristãos atacaram a fé. Traziam manchetes como estas: "O Deus dos cristãos não pôde salvá-las", ou: "Por que seu Deus não respondeu às orações de fé?"
Como resultado desta ocorrência, os incrédulos tiveram um dia de triunfo e a igreja cristã experimen­tou derrota e desapontamento geral. Muitos sentiram--se deprimidos e desalentados e não tinham como responder aos escárnios e acusações.
O caso das moças que se afogaram transformou-se em assunto de conversas por toda a Coréia e muitos cristãos sinceros perderam a fé. Diziam:
— Essas moças creram exatamente como nossos ministros têm ensinado; exerceram sua fé. Dos púlpi­tos nossos pastores constantemente instam que exer­citemos com audácia nossa fé na Palavra de Deus.
Essas moças fizeram justamente isso; então, por que Deus não respondeu? Deus Jeová não deve ser um Deus vivo. Esta não deve passar de uma religião formalística e nos envolvemos com ela.
Que resposta daria você a essas pessoas? Estas moças tinham crido. Tinham exercitado a fé baseadas na Palavra de Deus.
Mas Deus não tinha motivos paia apoiar a sua fé. Pedro nunca andou sobre as águas por causa da palavra logos, a qual prove informação geral acerca de Deus. Pedro pediu que Cristo lhe desse uma palavra específica. Disse ele:
— Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas.
Respondeu Jesus:
— Vem!
A palavra que Cristo deu a Pedro não era logos, mas rhema. Deu-lhe uma palavra específica: "Vem!" A uma pessoa específica: Pedro; numa situação específica: uma tempestade.
Rhema traz fé. A fé vem pela pregação e a pregação de rhema. Pedro nunca andou por sobre as águas pelo conhecimento de Deus somente. Pedro tinha rhema.
Mas essas moças tinham somente logos, conheci­mento geral de Deus, e neste caso, a obra de Deus mediante Pedro. O erro foi exercitarem sua fé humana em logos. Deus, portanto, não tinha responsabilidade alguma de apoiar sua fé, e a diferença entre o modo pelo qual estas moças exercitaram sua fé e a maneira de Pedro exercitar a sua é tão grande como a noite do dia.
Dois anos atrás dois estudantes do Instituto Bíblico falharam completamente em seu primeiro empreen­dimento ministerial. Os dois haviam sido meus discí­pulos. Haviam escutado minhas preleções, e como iam à minha igreja, tinham aprendido alguma coisa a respeito dos princípios da fé.
Começaram seu ministério com o que parecia uma grande quantia de fé. Valian-se de passagens bíblicas como esta: "Abre bem a tua boca, e ta encherei (Salmo 81:10); "Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei" (Mateus 14:14|.
Foram a um banco e fizeram um empréstimo bem grande. Então foram a um homem bem rico e pediram emprestado outra grande soma de dinheiro. Com esse dinheiro compraram um terreno e construíram um lindo santuário — sem ter, contudo, uma congrega­ção. Começaram a pregar, esperando que as pessoas viessem às centenas. Esperavam tirar ofertas e com elas pagar a dívida. Mas nada aconteceu.
Um destes jovens tinha pedido emprestado cerca de 30.000 dólares. O outro, certa de 50.000. Logo chegaram os credores, os jovens se viram muito apertados e chegaram ao ponto de quase perder a fé.
Então os dois vieram a mim. Choraram:
— Pastor Cho, por que o seu Deus é diferente do nosso? O senhor começou com 2.500 dólares, e agora já completou um projeto de 5 milhões. Nós construí­mos uma igreja que nos custou 80.000. Por que Deus não nos responde? Cremos no mesmo Deus, temos a mesma fé, por que ele não nos responde?
Então começaram a citar passagens bíblicas que contém promessas, tanto do Antigo como do Novo Testamentos, acrescentando:
— Fizemos exatamente como o senhor nos ensinou e fracassamos.
Respondi-lhes:
— Alegra-me que tenham fracassado depois de seguir as minhas palavras. Vocês são bons discípulos meus, mas não do Senhor Jesus Cristo. Vocês compre­enderam mal alguns dos meus ensinos. Comecei a obra de minha igreja dirigido por rhema, não por logos. Deus falou claramente ao meu coração, dizen­do: "Levanta-te, vai e edifica uma igreja para dez mil pessoas.'' Deus colocou sua fé em meu coração e eu fui e o milagre ocorreu. Mas vocês saíram simples­mente com logos, conhecimento geral a respeito de Deus e de sua fé. Portanto, Deus não tem responsabili­dade alguma de apoiá-los, embora o ministério que vocês realizavam fosse para o Senhor Jesus.
Irmãos e irmãs, por meio de logos vocês podem conhecer a Deus. Podem adquirir compreensão e conhecimento a respeito dele. Mas logos nem sempre se transforma em rhema.
Suponhamos que um doente tivesse ido ao tanque de Betesda e dito aos que ali estavam:
— Vocês são uns bobos! Por que esperam aqui? Este é o mesmo tanque de sempre, com a mesma água, no mesmo lugar. Por que têm de esperar dia após dia? Vou entrar na água agora e lavar-me.
Em seguida ele mergulha e toma um banho. Mas ao sair da água, não fora curado. Pois somente depois que vinha o anjo de Deus e revolvia a água as pessoas podiam entrar, lavar-se e ser curadas. Ainda era o mesmo tanque de Betesda, no mesmo local, com a mesma água. Só quando a água era revolvida pelo anjo de Deus é que ocorria o milagre.
Rhema procede de logos. Logos é como o tanque de Betesda. Você pode ouvir a Palavra de Deus e pode estudar a Bíblia, mas somente quando o Espírito Santo vem e aviva uma passagem ou passagens da Escritura ao seu coração, queimando-as em sua alma e dando-lhe a conhecer como aplicá-las diretamente à sua situação específica é que logos se transforma em rhema.
Se você nunca tem tempo de esperai' na presença do Senhor, então o Senhor nunca confirmará a palavra de que você tanto necessita em seu coração.
Esta é uma época de muita agitação. As pessoas vão à igreja para serem entretidas. Ouvem um sermão curto e são despedidas, sem terem tempo para esperar no Senhor. Dá-se-lhes logos, mas não rhema. por isso não vêem milagres de Deus, e começam a duvidar de seu poder.
As pessoas devem ir ao santuário, ouvir atentamen­te ao pregador, e esperar no Senhor. Mas como não ouvem em atitude de oração, esperando no Senhor a fim de receber rhema, não podem, portanto, receber a fé necessária para a resolução de seus problemas. O seu conhecimento da Bíblia aumenta à proporção que seus problemas aumentam, e embora venham à igreja, nada acontece. Por isso começam a esfriar-se e a perder a fé.
Outro problema que sofrem as igrejas desta época é que os ministros andam demasiadamente ocupados. Passam horas e horas fazendo o trabalho de eletricis­ta, carpinteiro, porteiro, enfermeiro, ocupados em cem tarefas diferentes.
Quando chega o sábado, tropeçam por aí tentando pensar em alguma palavra logos, para pregar na manhã de domingo. Estão cansados a tal ponto que não têm tempo para esperar na presença do Senhor. Não têm tempo de trocar o capim verde em leite branco. Suas congregações comem capim, mas não o leite rico da Palavra. Este é um erro muito grande.
Os leigos não são inimigos do pastor. São seus amigos. Como fizeram os apóstolos, o ministro deve concentrar-se na oração e no ministério da Palavra, delegando qualquer outro trabalho a seus leigos, anciãos, diáconos, diaconisas e líderes.
Eu sigo esta norma em minha igreja. Não ouso subir ao púlpito sem primeiro esperar na presença do Senhor e receber a palavra rhema de Deus para essa mensagem. Se não recebo a palavra rhema não vou à plataforma.
As vezes passo toda a noite de sábado em oração. Durante o dia oro: "Senhor, as pessoas virão com todos os tipos de problemas: doença, pressões, pro­blemas familiares, problemas financeiros, todo tipo imaginável de problemas.
"Virão, não somente para receber conhecimento geral a teu respeito, mas também para receber uma solução real a seus problemas. Se eu não lhes der fé viva, rhema, então voltarão para suas casas sem terem solucionado nenhum de seus problemas. Necessito de uma mensagem específica, para pessoas específi­cas, num tempo específico."
Então espero até que o Senhor me dá a mensagem. Quando subo ao púlpito, vou marchando como um general, porque sei que a mensagem que vou entregar tem a unção do Espírito Santo.
Depois do sermão, as pessoas vêm a mim e dizem:
— Pastor, o senhor pregou exatamente a palavra de que eu necessitava. Creio que meu problema será resolvido.
Isto acontece porque os ajudei a receber rhema.
Irmãos e irmãs, não estamos edificando na igreja um clube de santos. listamos lidando com assuntos de vida e de morte. Se o pastor não der rhema ao seu povo, então tudo o que lhe resta é um clube religioso superficial. Já temos no mundo clubes sociais como o Rotary, os Kiwanis e outros da mesma natureza, e seus membros também pagam um tipo de dízimo.
As igrejas que nós edificamos devem ser lugar onde as pessoas recebem soluções da parte de Deus. Recebem e vêm milagres em sua vida. E podem conseguir, não meramente um conhecimento intelec­tual de Deus, mas também um conhecimento experi­mental, real e vivo. Mas para que consigam esse objetivo é preciso que primeiro o pastor receba rhema.
Deve-se dar tempo aos cristãos a que esperem na presença do Senhor a fim de que o Espírito Santo tenha tempo de lidar com eles e inspirá-los por meio das Escrituras, ü Espírito Santo pode transformar as passagens bíblicas na "palavra dita" de Deus, e aplicá-las ao coração da pessoa, fazendo com que a "palavra dita passe a ser a "palavra dizente" de Deus. Logos deve transformar-se em rhema.
Agora posso dizer-lhe por que muita gente não recebe a cura. Todas as promessas são potencialmen­te — mas não literalmente — nossas. Nunca tome uma promessa de Deus e simplesmente diga:
"Oh, esta é minha, esta é minha!"
Sim, é sua em potencial, mas só chegará a ser sua na prática quando você esperar perante o Senhor.
Antes que o Senhor conceda uma passagem a um indivíduo ele tem de fazer várias coisas. Primeiro o Senhor deseja limpar a sua vida e fazer com que esse indivíduo se entregue a ele. O Senhor nunca dá promessas de um modo promíscuo. Quando o Senhor lidar com você, você deve tirar o tempo paia permane­cer perante ele. Confesse seus pecados, e entregue sua vida a ele. Quando estas condições necessárias são produzidas, então vem o poder de Deus. E seu coração, assim como o tanque de Betesda, é revolvido por algum texto em particular; então você sabe que essa promessa é sua, e recebe a fé para produzir o milagre necessário.
A saúde corporal não é o objetivo último do Espírito Santo. É necessário que conheçamos bem claramente as prioridades do Espírito Santo. O alvo supremo é a santidade de nossas almas. Quando Deus lida com você, sempre o faz através da santidade da alma. Se sua alma não estiver reta diante de Deus, não importa quanta oração, quanto grito ou quanto pulo você dê, essas coisas não lhe trarão a palavra rhema de que você necessita. É preciso esperar perante o Senhor.
A cura divina depende da soberana vontade de Deus. As vezes uma pessoa recebe cura instantânea; ao passo que outra precisa esperar um pouco mais.
Um dos mais queridos diáconos de nossa igreja caiu doente. Este diácono deu tudo ao Senhor, amando-o e servindo-o de um modo espantoso. Disseram-lhe que tinha um tumor e que os médicos desejavam operar. Mas todos em minha igreja sabiam que o Senhor ia curá-lo, pois ele era um grande santo e de grande fé. Este era o raciocínio deles.
Orei para a cura dele. Então tínhamos 40.000 membros e todos eles oraram, atacando o trono da Graça. E esse diácono reivindicou a cura.
Mas nada aconteceu. Ele piorava cada vez mais. Afinal, sangrava tanto que foi levado ao hospital e sofreu a intervenção cirúrgica. Muitos de nossos membros estavam preocupados e reclamavam.
— Onde está Deus? Por que Deus o está tratando desta maneira?
Mas louvei a Deus, pois eu sabia que ele tinha algum propósito específico no que estava aconte­cendo.
Ao ser hospitalizado, ele começou a pregar o evangelho a todos com quem entrava em contato. Em breve todo o hospital sabia existir um Jesus vivo, e que seu representante estava ali naquele hospital. Médi­cos, enfermeiras e pacientes eram salvos todos os dias.
Então os membros de nossa igreja regozijaram-se, dizendo:
— Louvado seja Deus! Foi muito melhor que ele se hospitalizasse do que se tivesse recebido a cura instantânea.
Deus mostrou que sua prioridade era a cura eterna das almas e não a cura terrena do corpo físico.
Onde há dor e sofrimento temos a tendência de pedir libertação. Mas não devemos fazer isso. Se o seu sofrimento pode resultar em graça redentora, ou se seu sofrimento torna-se o canal para o fluxo da graça redentora de Deus, então seu sofrimento foi enviado por Deus. Se, entretanto, seu sofrimento torna-o inválido e começa a destruí-lo, então procede de Satanás e você deve orar a fim de livrar-se dele.
Contar-lhe-ei um caso no qual Deus não libertou as pessoas de seu sofrimento.
Aconteceu durante a guerra da Coréia quando 500 ministros foram capturados e imediatamente fuzila­dos e duas mil igrejas destruídas.
Os comunistas eram cruéis para com os pastores. A família de certo ministro foi capturada em Inchon, Coréia, e os líderes comunistas submeteram-nos ao que chamavam de "Tribunal do Povo". Os acusadores diziam:
— Este homem é culpado de cometer este tipo de pecado e por esse pecado deve ser castigado.
A única resposta que recebiam era um coro unâni­me de vozes, dizendo:
— Sim, sim!
Desta vez cavaram um grande buraco, colocaram o pastor, sua esposa e vários de seus filhos dentro dele. Então o líder falou:
— Todos estes anos o senhor tem desviado as pessoas com a superstição da Bíblia. Se desejar agora retratar-se perante o povo aqui reunido e arrepender--se de sua má conduta, então o senhor, sua esposa e seus filhos serão libertados. Mas se persistir em suas superstições, toda a sua família vai ser enterrada viva. Tome sua decisão!
Todos os seus filhos começaram a chorar, dizendo:
— Papai, papai, pense em nós!
Imagine a situação desse homem. Se você estivesse em seu lugar, o que teria feito? Sou pai de três filhos e chegaria quase a preferir ser lançado ao fogo do inferno a ver meus filhos serem mortos.
Este pai estava profundamente abalado. Levantou a mão, dizendo:
— Sim, sim, fá-lo-ei. Vou denunciar ... minha .. . Mas antes de poder terminar a frase a esposa tocou-lhe o lado dizendo:
— Diga NÃO!
E dirigindo-se aos filhos, essa valente mulher disse:
— Calem-se, filhos. Esta noite vamos jantar com o Rei dos reis e Senhor dos senhores!
Então começou a cantar o hino No celeste porvir". Seus filhos e marido a acompanharam no cântico enquanto os comunistas começaram a enterrá-los. Logo as crianças estavam enterradas, mas até que a terra lhes chegasse ao pescoço continuaram a cantar e o povo a olhar. Deus não os livrou, mas quase todos os que viram essa execução tornaram-se crentes. Muitos são membros de minha igreja.
Mediante seu sofrimento fluiu a graça da redenção. Deus enviou seu único Filho a fim de ser crucificado na cruz paia que o mundo pudesse ser salvo e redimido. Esse é o objetivo último de Deus — a redenção de almas. De modo que quando a pessoa desejar a cura divina ou uma resposta dos altos, focalize a vista através das lentes do objetivo último, a redenção de almas. Se perceber que seu sofrimento realiza mais redenção do que sua cura, então não peça libertação, mas que Deus lhe dê forças a fim de perseverar.
Nem sempre é fácil fazer distinção entre o sofrimen­to ocasionado por Satanás, do qual Deus deseja livrá-lo, e o sofrimento que Deus pode usar a fim de fazer com que o fluxo da graça redentora continue a fluir. A fim de tomar este tipo de decisão é preciso que a pessoa espere no Senhor e conheça a sua vontade. Não se desanime e ande à procura de oração de um evangelista famoso após outro. Mas, mediante a ora­ção, jejum e fé, deixe que Deus lhe apresente sua vontade.
Quando o Espírito Santo aviva logos da Escritura ao seu coração, concede-lhe uma fé miraculosa. Você sabe que a passagem bíblica não mais pertence à pa­lavra "dita de Deus, mas transforma-se instantanea­mente na palavra "dizente" de Deus para você. Então você deve firmar-se nessa palavra, seguir em frente e praticá-la, embora não possa ver nada. Embora você não possa tocar nada, embora sua vida inteira esteja totalmente às escuras, uma vez que recebe a palavra rhema não tenha medo. Siga em frente e ande por sobre as águas, e verá o milagre. Tenha cuidado, entretanto, em não adiantar-se a Deus.
Muitas pessoas andam na frente de Deus, assim como o tez Paulo em sua vontade de levar o Evangelho de Jesus Cristo. Jesus Cristo ordenou que fôssemos até aos confins do mundo e pregássemos o Evangelho; de modo que Paulo, seguindo a palavra lagos, dirigiu--se para a Ásia. Mas o Espírito de Jesus não permitiu que ele chegasse lá.
Então Paulo disse:
— Irei para Bitínia —Novamente o Espírito do Senhor disse:
— NÃO.
Então Paulo e seus companheiros desceram a Trôade, uma cidade desconhecida. Podemos imaginar suas peregrinações ali, sua confusão, pensando: "Eu estava obedecendo a um mandamento de Jesus. Jesus disse que fôssemos até aos confins do mundo e pregássemos o Evangelho. Por que sou eu um fracas­so?"
Enquanto orava e esperava no Senhor, recebeu a palavra rhema, e apareceu-lhe um homem da Macedônia em uma visão, dizendo; "Passa para a Macedonia, e ajuda-nos!' De modo que ele tomou um barco e foi para a Europa.
Através do exemplo de Paulo podemos novamente ver a diferença entre logos e rhema.
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Algumas pessoas têm vindo a mim com o comen­tário:
— Irmão Cho, posso orai por várias promessas das Escrituras, e posso esperar até que o Espírito Santo avive essas passagens, aplicando-as a mim. Mas como é que posso conseguir rhema na escolha de um marido ou de uma esposa? Li a Bíblia toda, mas ela não diz que devo casar-me com Elizabete, Maria ou com Joana. Como é que posso ter rhema com respeito a este assunto?
— A Bíblia tampouco diz onde devo estabelecer minha residência, se no Rio de Janeiro, Buenos Aires, Los Angeles ou em Berlim. Como é que posso saber a vontade de Deus a esse respeito?
Estas são questões legítimas. Permita-me dar-lhe os cinco passos que uso a fim de saber a palavra rhema acerca de questões específicas.
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O primeiro passo é colocar-me em ponto neutro — não ir nem para a frente nem para trás; permanecer completamente calmo. Então espera no Senhor, di­zendo: "Senhor, eis-me aqui. Ouvirei a tua voz. Se disseres sim', irei; se disseres 'não', não irei. Não desejo tomar decisões para meu próprio benefício, mas decidir segundo o teu desejo. Seja algo bom para mim, ou seja algo mau, estou pronto a aceitar tua direção."
Com esta atitude espero pelo Senhor. Muitas vezes a melhor coisa a fazer é jejuar e orar, pois se a pessoa come demais fica cansada e não pode orar. Então, ao perceber que está realmente calma, pode partir para o segundo passo.
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A segunda coisa que faço é pedir que o Senhor revele sua vontade através de meu desejo. Deus sempre vem a você através de seu desejo santificado. "Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará aos desejos do teu coração" (Salmo 37:4). "O anelo dos justos Deus o cumpre" (Provérbios 1024). "Por isso digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco" (Marcos 11:24)
Desejar é, pois, um dos pontos focais de Deus. Além disso, Filipenses 2:13 diz: "Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade."
Através do Espírito Santo, Deus coloca em seu coração o desejo, levando você a desejar fazer a vontade dele. Portanto, faça a seguinte oração: "Se­nhor, agora dá-me o desejo segundo a tua vontade."
Ore e espere no Senhor até que Deus lhe dê o desejo divino. Ao orar, muitos desejos, desejos lindos fluirão à sua mente. Tenha a paciência necessária para que também os desejos de Deus lhe venham à mente. Não se ponha de pé, dizendo: "Oh, já tenho tudo", e em seguida saia correndo. Espere na presen­ça do Senhor um pouco mais. Satanás também pode dar desejos, mas também os desejos podem surgir de seu próprio espírito, ou ser dados pelo Espírito Santo.
O tempo sempre é uma prova. Se esperar com paciência, seu próprio desejo e o desejo de Satanás tomar-se-ão cada vez mais fracos, mas o desejo do Espírito Santo, cada vez mais forte. Por isso espere e receba o desejo divino.
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Depois de meu desejo tornar-se claro, então dou o passo três: comparo esse desejo com o ensino bíblico.
Certo dia uma senhora veio a mim. Emocionada dizia:
— Oh, pastor Cho, vou contribuir com uma grande soma para seu ministério.
— Louvado seja o Senhor! — exclamei. — Assente--se e conte-me a respeito disso.
— Tenho um desejo fantástico de entrar para o mundo dos negócios. Fiquei sabendo de uma boa empresa, e se entro nela, vou ganhar muito dinheiro.
— Que tipo de negócio é?
— Tenho um desejo ardente de monopolizar o mercado de cigarros. Tabaco, o senhor percebe.
— Esqueça-se disso — retorqui.
— Mas tenho o desejo! — disse ela. — Um desejo ardente, como o senhor sempre pregou.
— Esse desejo procede de sua própria carne — respondi. — Já examinou a Bíblia a fim de verificar se o que estará fazendo é escriturístico?
— Não.
— Seu desejo deve ser provado pela Escritura — instruí-a. — A Bíblia diz que somos templos do Espírito Santo 11 Coríntios 6:19). Se Deus desejasse que seu povo fumasse ele teria feito nosso nariz de maneira diferente. Chaminés devem dar para cima, e não para baixo. Pense no nariz: aponta para baixo e não para cima. O propósito de Deus não era que fumássemos, porque nossa chaminé aponta para baixo. A habitação do Espírito Santo é seu corpo. Se o poluir com fumaça, então estará poluindo o templo do Espírito Santo. Seu desejo está fora da vontade de Deus. Seria melhor que simplesmente se esquecesse desse novo negócio. Certo homem veio a mim, dizendo:
— Pastor, fiz amizade com uma linda mulher, uma viúva. Ela é terna, linda e maravilhosa. Ao orar, tenho um desejo ardente de me casar com ela. Mas também tenho minha mulher e filhos.
— Olhe — respondi. — Esqueça-se disso, porque tal coisa procede do diabo.
— Oh, não, não. Não é do diabo — discordou ele. — Quando orei, o Espírito Santo me disse ao coração que minha esposa não é exatamente o tipo de costela que se encaixa a meu lado. Minha esposa é sempre um espinho na carne. O Espírito Santo falou dizendo que essa viúva é minha costela perdida, que se encaixará perfeitamente em meu lado.
Disse-lhe eu:
— Isto não procede do Espírito Santo. Vem do diabo.
Muitas pessoas cometem esse tipo de erro. Se orarem contra a Palavra escrita de Deus, então o diabo falará. O Espírito Santo jamais contradirá a Palavra escrita de Deus. Esse homem não me deu ouvidos, divorciou-se de sua mulher e casou-se com a viúva. Agora é o mais infeliz de todos os homens. Descobriu que sua segunda costela era ainda pior do que a primeira.
Todos os nossos desejos devem, portanto, ser examinados à luz das Escrituras. Se você não possuir a autoconfiança de fazer isso, então vá ao seu ministro ou pastor.
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Depois de examinar o desejo à luz da Palavra escrita, dos ensinamentos de Deus, então estou pron­to para o passo número quatro: pedir um sinal a Deus, tirado de minhas circunstâncias. Se Deus verdadeira­mente lhe falou ao coração, então poderá dar-lhe um sinal do mundo exterior.
Quando Elias orou sete vezes pedindo chuva, rece­beu um sinal do céu — uma mancha do tamanho do punho do homem, uma nuvem apareceu.
Gideão também pode servir-nos de exemplo, pois ele também pediu um sinal. Deus sempre me mostrou um sinal de minhas circunstâncias; às vezes esse sinal era muito pequeno, mas ainda era um sinal.
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Depois de receber o sinal, então o passo final: oro até conhecer o horário de Deus. O horário de Deus é diferente do nosso.
A pessoa deve orar — até que tenha paz real, pois a paz é como o árbitro. Depois de orar, se ainda sentir--se inquieta, então o horário não era certo. Significa que o sinal ainda está vermelho; portanto, continue a orar e a esperar. Quando o sinal passar do vermelho para o verde, chegar-lhe-á paz ao coração.
Então você deve sair correndo. Vá, portanto, com velocidade total, com a bênção de Deus e com a rhema de Deus. Milagre após milagre lhe seguirão.
Em minha vida cristã sempre tenho seguido estes cinco passos. Até aqui Deus tem confirmado essa maneira de caminhar com sinais e milagres. Estes resultados devem mostrar claramente a diferença entre logos e rhema.
No futuro você não precisa ficar confuso acerca das promessas de Deus. Quantidade alguma de reivindi­cação, trabalho, pulos ou gritos o convencerá. Deus mesmo o convencerá dando-lhe ao coração a sua fé.
A versão de Almeida, de Marcos 1122, 23 diz que se a pessoa tiver a fé em Deus poderá então ordenar a um monte que se atire no meio do mar. O texto grego, entretanto, diz que a pessoa deve ter a fé de Deus.
Como é que se pode ter a fé de Deus? Ao receber rhema a fé que lhe é dada não é sua; foi-lhe concedida por Deus. Depois de receber essa fé, que vem do alto, então pode ordenar que montanhas sejam removidas. Sem receber a fé de Deus a pessoa não pode fazer tal coisa.
Se não for por outra razão, você deve estudar cuidadosamente a Bíblia — desde o Gênesis ao Apocalipse — a fim de proporcionar ao Espírito Santo o material de que ele necessita para operar. Quando a pessoa espera no Senhor, o Espírito Santo concede--lhe essa fé. E ao agir consoante a essa fé, grandes milagres seguirão em seu ministério e em seu lar.
Portanto, espere no Senhor; jamais será isso um desperdício de tempo. Quando Deus lhe fala ao coração, ele pode, em um segundo, fazer coisas muito maiores do que você poderia fazer num ano inteiro. Espere no Senhor, e verá grandes coisas realizadas.
Capítulo 5
A ESCOLA DE ANDRÉ
Ao receber a Jesus Cristo como seu Salvador pes­soal, seu espírito nasce de novo instantaneamente. Recebe, num instante, a vida de Deus, e nesse mesmo instante, seu ser espiritual ganha a vida eterna. Mas sua mente, seus pensamentos, devem ser renovados segundo seu espírito renascido; e essa renovação é obra que requer uma vida toda, tempo, energia e luta. Essa renovação é necessária se a pessoa desejar re­ceber adequadamente as palavras rhema concedidas por Deus, e agir segundo elas, permitindo que a criatividade poderosa da palavra falada permaneça vital.
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Muitas pessoas experimentam o renascimento espi­ritual, mas não renovam a mente a fim de verdadeira­mente compreender os pensamentos de Deus. Não levam a vida segundo os pensamentos de Deus. Por esse motivo, Deus, que neles habita, não pode mover--se livremente através do canal de sua vida de pensamento. Permita-me dar-lhe um exemplo.
Certo dia, meu filho mais velho, que nessa época estava no quarto ano primário, veio procurar-me no escritório. Era evidente que ele queria perguntar-me algo, mas hesitava em fazer a pergunta. Finalmente eu disse:
— Filho, que você está tentado perguntar? Ele sorriu.
— Papai, se eu lhe fizer uma pergunta estranha, o senhor vai ficar com raiva?
— É claro que não vou ficar com raiva — assegurei--lhe. — Vamos. Diga.
— Bem — continuou ele — o senhor tem permissão de mentir para sua congregação?
— Quando foi que eu menti? — perguntei. Ele sorriu.
— Já o ouvi dizer uma mentira repetidas vezes à sua congregação.
Eu estava chocado. Se meu filho desconfiava de mim, então quem confiaria em mim?
— Filho — disse eu — sente-se e diga-me quando foi que eu disse uma mentira.
— Papai, tantas vezes o senhor diz à sua congrega­ção que se encontra com Deus, de modo que fiquei curioso. Todo sábado eu ficava fora da porta de seu escritório ouvindo quando o senhor preparava seus sermões, e às vezes abria a porta um pouquinho para ver se o senhor realmente estava conversando com Deus aí.
— Mas nunca vi o senhor realmente se encontran­do com Deus em seu escritório. Ainda assim, nos domingos o senhor sobe ao púlpito e ousadamente declara que se encontrou com Deus. Isso é mentira, não é? Não tenha receio de me dizer a verdade. Sou seu filho. Não vou contar para os outros.
Como ele era ainda tão jovem eu sabia que ele não compreenderia se eu lhe explicasse meus sentimen­tos com termos teológicos. "Senhor", orei, "preciso de sabedoria. Como é que posso explicar a esta jovem mente o meu relacionamento contigo?"
Subitamente um pensamento tremendo fluiu de meu coração e olhei para meu filho, dizendo:
— Filho, deixe-me fazer-lhe uma pergunta. Você já viu seus pensamentos?
Ele ficou em silêncio por instantes.
— Não, nunca vi meus pensamentos.
—- Então você tem a cabeça vazia — respondi. — Você não tem pensamentos.
— Não, papai, eu tenho pensamentos. Eu posso falar porque tenho pensamentos.
— Mas, — ressaltei — eu nunca vi seus pensamentos.
— Como é que o senhor poderia ver meus pensa­mentos? — perguntou ele. — Eles estão em algum lugar no meu cérebro e o senhor não pode vê-los.
— Bem, então — disse eu — embora você não possa vê-los, você realmente tem pensamentos, não tem?
— É claro, papai — respondeu ele.
— Bem, — expliquei — encontro-me com Deus embora você não possa vê-lo com os olhos. Deus é como seus pensamentos. A Bíblia diz que Deus é o Verbo.
— Filho, o que é o Verbo ou a palavra? O Verbo é o pensamento vestido com vocabulário. Se Deus é pensamento vestido com o chinês, o povo chinês compreende os pensamentos de Deus; quando os pensamentos de Deus estão vestidos com o inglês, então o povo norte-americano o compreende. Quan­do os pensamentos de Deus vêm a nós vestidos em coreano, o povo da Coréia compreende.
— Filho, encontro-me com Deus ao ler a Escritura, a Palavra de Deus; e os pensamentos de Deus tocam meus pensamentos num reino invisível e converso com o Pai celestial através da Palavra de Deus. Deus é como o pensamento.
Meu filho imediatamente compreendeu o significa­do e assentiu com a cabeça.
— Não posso ver meus pensamentos, contudo sei que os possuo. Sim, Deus é como o pensamento. Não posso vê-lo, mas ele está aí. Estou satisfeito. Sinto muito, papai, por tê-lo compreendido mal.
Quando meu filho saiu, levantei-me e louvei ao Senhor: "Pai, temia que ele não compreendesse, mas compreendeu; entretanto, sei que não mi eu, mas o Espírito Santo que me ajudou a ter as palavras com que explicar sua maravilhosa presença."
Agora deixe-me fazer-lhe uma pergunta. Com que se parece Deus? Deus possui forma? Ele se parece com o ser humano? Como se pode explicar a presen­ça de Deus?
Deus é como o pensamento. Se você não tiver nenhum pensamento, então Deus não terá o canal através do qual falar a você. Você não pode tocai- Deus com as mãos, você não pode respirar Deus como se respirasse o ar; Deus não pertence ao mundo dos sentidos. Você somente pode encontrar-se com Deus através da arena de sua vida de pensamento.
Os pensamentos de Deus vêm mediante sua Pala­vra, ou através do seu Espírito Santo. Os pensamentos de Deus tocam os seus pensamentos e é aí que você se encontra com ele. De modo que se você não renovar sua vida de pensamento e se não renovar sua mente após a conversão, então Deus não pode realmente manifestar-se a você.
Muitas pessoas ainda vivem com suas mentes antigas depois da conversão. Esta maneira antiga de pensai- é limitadora; desta forma Deus fica limitado pelo tipo errado de vida de pensamento. A fim de andar intimamente com Deus é preciso que você renove sua mente e seus pensamentos. Se você não renovar seus pensamentos, Deus não pode descer e ter comunhão com você. Deus não habitará uma mente poluída, assim como peixes e pássaros não permanecem num lago poluído.
É preciso que você renove seu pensamento para que a fé possa surgir através de sua vida de pensa­mento. A fé simplesmente não surge de seu espírito interior. A fé vem em cooperação com seus pensa­mentos, pois a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus.
Primeiro é preciso que a pessoa ouça; e através do ouvir, a Palavra de Deus chega-lhe aos pensamentos: mediante a vida de pensamento, os pensamentos de Deus entram em seu espírito e produzem fé. Portanto, se a pessoa não renovar seus pensamentos, não poderá compreender completamente a Palavra de Deus; e sem a renovação da mente e sem o ouvir da Palavra, a pessoa não pode ter fé, pois a fé vem pelo ouvir.
E o que ouvimos? Ouvimos os pensamentos de Deus. A arena de seu pensar enxerta os pensamentos de Deus e produz a fé, e através da fé, Deus pode fluir de você para os outros. A sua vida de pensamento é demasiadamente importante; você deve renovar sua mente. Há três passos que você pode usar para renovar sua mente; e é preciso que você os siga a fim de conseguir uma renovação de sua vida de pensa­mento.
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O primeiro passo é mudar seu pensamento de uma atitude negativa para uma positiva. Para termos um exemplo, demos uma olhada em Pedro, o discípulo de Jesus Cristo.
Os discípulos de Jesus estavam em um barco no mar da Galiléia. Era noite escura e tempestuosa, e as ondas eram tão altas que o barco estava a ponto de virar. Lutavam desesperadamente para manter o barco flutuando quando repentinamente viram Jesus Cristo andando sobre as águas indo em sua direção.
Naquela época havia uma crença popular- que ao ver o marinheiro um fantasma no mar, seu barco afundaria. Por isso, quando os discípulos pescadores viram a Cristo ficaram paralisados de medo, pensando que seu barco ia afundar e que iriam afogar-se. Mas Jesus falou:
— Sou Cristo. Não tenhais medo. Pedro gritou:
— Se és Jesus, ordena que eu vá a ti.
Pedro sempre falava sem pensar. Era um homem terrivelmente emocional; mas tinha o dom da audácia, de modo que Deus o usou.
Cristo então disse que ele fosse. Ao ouvir esta ordem, imediatamente aceitou a palavra de Jesus e seu pensai' foi renovado.
Humanamente falando, Pedro jamais poderia andar sobre a água, mas ao aceitar a palavra de Jesus Cristo, instantaneamente sua mente foi renovada. Pedro mudou seu pensai- de uma atitude negativa para uma positiva. Pedro jamais acreditaria poder andar sobre as águas, mas ao ouvir o mandamento de Jesus e ao aceitar essa ordem, mudou seu pensamento; creu que podia andar sobre as águas. Mudou seu pensar, e os homens sempre agem de acordo com seus pensa­mentos.
Quando Pedro renovou seus pensamentos; quando creu que podia andar sobre as águas, agiu de acordo com isto e saltou fora do barco. A noite continuava escura e tempestuosa e as ondas muito altas. Mas Pedro arriscou audazmente sua vida, lançando-se ao mar pela fé, e começou a andar sobre as águas.
Os milagres sempre seguem uma mente renovada Quando percebeu que podia andar sobre as águas, Pedro enfrentou as ondas. Seus pés molharam-se com a espuma; deu passos sobre a crista das ondas. Estava andando sobre as águas!
Mas subitamente olhou ao seu redor. Viu os negros vales criados pelas ondas e começou a voltar a seu antigo modo de pensar: Olhem para mim", pensou ele, "não sou eu um ser humano? Estou andando sobre as águas e não podemos fazer isso. Nós, os seres humanos, devemos andar na terra, não na água. Não sou um peixe, mas olhem para mim. Estou andando sobre as águas. Isto está errado; é-me impossível fazer isto."
Ele mudou seu padrão de pensamento. Pensou que não podia andar sobre as águas, e instantaneamente começou a afundar-se.
Deus relaciona-se com cada um de nós através de nossa vida de pensamento. Quando Pedro recebeu a palavra rhema de Cristo, renovou seu pensamento e por isso pensou que podia andar sobre as águas e andou. Mas ao mudar seu pensamento e pensar ser isso impossível, imediatamente começou a afundar--se.
Este é um conceito muito importante, pois segundo o pensar dos homens também será sua ação. Se você pensa ser um rei ou uma rainha agirá como rei ou como rainha. Se pensa ser indigno e não ter valor nenhum, então agirá como se fosse indigno e não tivesse nenhum valor.
De modo que é vital que renovemos nossos pensa­mentos e pensemos positivamente. Permita-me ilus­trar este ponto com um exemplo real.
Conheci, certa vez, um médico que se dizia ateu. Muito sofri por causa dele; por muito tempo ele se opôs a meu ministério, desafiando-me a fé, atacando minhas palavras e crenças.
Então um dia esse médico sofreu um derrame e ficou paralítico. E por causa de sua paralisia ia morrendo lentamente. Então o médico veio à minha igreja pedindo que eu orasse por sua cura.
Muitas pessoas se gabam de seus pontos de vista ateus; entretanto, quando estas mesmas pessoas ex­perimentam a noite escura e se encontram com as ondas tempestuosas, seu ateísmo toma-se muito fraco.
De modo que esse médico veio à minha igreja e orei por ele. Ele recebeu a oração da fé e levantou-se de sua cadeira e saiu andando com passadas fortes. Todo mundo batia palmas e gritava, louvando a Deus.
No domingo seguinte foi à igreja andando sem ajuda de ninguém. Novamente pediu que eu orasse por ele, mas eu estava ocupado demais e não pude orar. Ao ver que eu não podia orar pessoalmente por ele, mudou seu modo de pensar; seus pensamentos regrediram e ele voltou ao seu antigo estado. Por não poder receber a oração da fé, tornou-se descrente de novo. Ao sair de meu escritório em direção ao carro, caiu e sua esposa teve de chamar uma ambulância a fim de levá-lo para o hospital.
Regrediu por ter mudado seus pensamentos. O poder de Deus o deixou e assim como Pedro começou a duvidar e afundar-se no mar da Galiléia, assim o fez o médico, perdendo-se para seus temores e de novo tomando-se paralítico.
Os pensamentos são importantes, de modo que não negligencie em renovar sua vida de pensamento. Seja totalmente positivo em seu pensar. Não pense negati­vamente. Deus é luz e nele não há treva nenhuma; não há nada negativo em Deus, pois em Deus só reside o positivo. Coisas positivas estão acontecendo; de modo que para ter comunhão com Deus é preciso que você renove sua mente e pense positivamente. Alimente sua mente com a Escritura, pois a Palavra de Deus está cheia de vida positiva.
Tenha também cuidado ao alimentar-se da Palavra de Deus para que não restrinja sua maneira de pensar aos padrões tradicionais de pensamento.
Seja revolucionário. Muitas pessoas estão presas por pensarem somente da maneira tradicional, da maneira ortodoxa. Portanto, Deus é incapaz de reali­zar as grandes obras que deseja realizar através delas. Mas se você receber a Palavra de Deus e revolucionar sua maneira de pensar, então alcançará alturas muito além de suas limitações atuais.
Quando estou na Coréia tenho uma reunião com meus cem pastores associados todas as manhãs. Todas as manhãs, das 9:00 às 9:30 desafio-os a revolucionarem seu modo de pensar.
— Não pensem somente da maneira tradicional — exorto-os. — Não sejam levados pelo pensar e ensino de Cho. Vão pela Palavra de Deus. Alimentem-se da Palavra de Deus. Revolucionem sua vida de pensa­mento! Expandam sua vida de pensamento de acordo com a Escritura; então Deus poderá ter liberdade absoluta de expressar-se através de seus pensa­mentos.
Depois de eu dizer estas palavras, meus pastores assistentes tornam-se grandemente motivados. Rece­bem a Palavra, e se tiverem um pensamento realmente revolucionário, o executam. Então eu vejo resultados. Não intervenho em sua obra, a não ser que estejam tendo problemas.
Uma vez que delego a autoridade, essa autoridade permanece delegada. Já não me preocupo com ela. E mediante este método positivo que trabalho com meus assistentes, ministros de sucesso, responsáveis pelas necessidades de certa parte dos 50.000 mem­bros adultos de nossa igreja.
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Tendo mudado sua atitude negativa de pensamento para a positiva, o segundo posso será treinar-se constantemente a fim de pensar em termos de mila­gres. Esta atitude de pensamento pode ser vista na vida dos discípulos de Cristo.
Certa vez Jesus saiu para o deserto com 5.000 pessoas seguindo. Além dos 5.000 homens provavel­mente também havia mulheres e crianças. Na realida­de, então, devia haver cerca de 20.000 pessoas ao todo. Aproximando-se a tarde, o povo teve fome. Estava ficando escuro e frio e as mulheres e crianças começa­ram a ficar para trás ao longo do caminho.
Cristo chamou Filipe:
— Filipe, posso ver que todo este povo está com fome. Alimente-o.
Filipe, pois, recebeu a ordem de nosso Senhor Jesus Cristo para alimentar essa grande multidão. Se fôsse­mos apresentar este acontecimento em termos de hoje, podemos muito bem imaginar Filipe tentando organizar uma comissão para estudar a maneira de alimentar esse povo todo. Podemos vê-lo recrutando membros para sua comissão. Os escolhidos seriam discípulos com alto grau de inteligência.
Filipe daria abertura à reunião da comissão, como relator que era, dizendo:
— Cavalheiros, nosso Senhor Jesus Cristo ordenou--me que alimentasse estas 20.000 pessoas no deserto. Assim, nossa comissão tem a responsabilidade de encontrar uma maneira viável de fazer tal proeza. Os senhores têm alguma idéia?
Certo indivíduo levantaria a mão, e depois de Filipe ter-lhe dado a palavra, diria:
— Você não sabe que estamos num deserto? Não estamos no centro de Jerusalém. É absolutamente impossível até mesmo pensar em alimentar estas pessoas.
— Também penso assim — Filipe poderia ter respondido. — Secretário, por favor, anote isto. Outro cavalheiro levantaria a mão:
— Senhor relator, desejo fazer uma pergunta. Te­mos dinheiro suficiente? Precisaríamos de pelo me­nos duzentos denários para alimentar uma pequena parte desta multidão. Temos dinheiro suficiente?
— Não — responderia Filipe — não temos nem um centavo.
— Bem, então o senhor está louco pensando alimentá-los — retorquiria o homem.
— Sim, concordo com você — responderia Filipe. — Senhor secretário, anote isto, também.
Um terceiro cavalheiro tomaria a palavra:
— Senhor relator, sabe de alguma padaria que pode produzir pão suficiente paia todo este povo de uma vez só?
— Não — diria Filipe. — não conheço padaria alguma por estas redondezas.
— Bem, então levaria semanas para alimentai* esse povo e isso é impossível!
— Sim — concordo com você — diria Filipe. — Senhor secretário, anote isso também.
Então outro discípulo falaria:
— Desejo expressar minha opinião, também, se­nhor relator. Como vêem, já está ficando tarde. Por que não os espalhamos dizendo-lhes que vão e encontrem um lugar onde passar a noite e comer?
Então seria concluída a reunião e Filipe juntaria a informação conseguida. Mas esta informação seria somente de natureza negativa e impossível. Informa­ção que iria contra os ensinos de Jesus Cristo e que se oporia diretamente à sua ordem.
Filipe então iria informar Jesus. Mas ao começar a falar, André chegaria com cinco pães e dois peixinhos.
— André! — exclamaria Filipe — deixe de brinca­deira! Você tem cinco pães e dois peixinhos para alimentar 20.000 pessoas! Você perdeu o juízo!
Mas André não lhe deu resposta. Simplesmente trouxe os cinco pães e os dois peixinhos a Jesus.
— Jesus, isto não é suficiente para alimentar tanta gente, mas o trouxe, de qualquer maneira.
André tinha ouvido a ordem de Jesus; sua mente aceitou o mandamento, e embora duvidasse, trouxe a Cristo o alimento que encontrou. André possuía o planejamento da possibilidade, e mediante seu pensa­mento, apanhou a visão de Jesus Cristo.
Então Jesus abençoou o pão e os peixes, multipli­cou-os e a grande multidão foi alimentada.
Todos os cristãos pertencem a Jesus Cristo. Mas em Cristo há duas escolas de pensamento: a escola de Filipe e a escola de André. Infelizmente, muitas igrejas pertencem à escola de Filipe. Falam somente acerca do impossível. Clamam que estamos num deserto e que é tarde demais e que as pessoas não podem ser alimentadas. Falam com pouca fé. Falam do impossível.
A que escola pertence você? Sei que muitos vão a escolas e universidades diferentes, mas a que escola pertence você no que diz respeito à sua vida de pensamento? Você pertence à escola de Filipe ou à de André?
Quando Deus me falou ao coração em 1969, dizendo-me que construísse uma igreja para acomodar 10.000 pessoas fiquei apavorado. Em todos os instan­tes sentia-me como Filipe. Conversei com o corpo diaconal e todos pensavam como os discípulos de Filipe. Diziam-me ser impossível.
Ao falar, novamente, com meus 600 diáconos, des­cobri que todos eles pensavam da mesma maneira. De modo que eu também me uni à escola de Filipe, fui a Jesus e disse-lhe que não podia construir a igreja. Mas em meu coração Jesus ordenou: "não pedi que você fosse conferenciar com os anciãos e diáconos. Disse--lhe que construísse a igreja."
"Senhor", respondi, "sabes que nada tenho com que construir. Será preciso muito mais dinheiro do que disponho no presente."
Então, através do Espírito Santo, Jesus falou-me ao coração:
"O que tem você que podia dar pessoalmente?"
Em meu coração sabia o que ele estava pedindo, mas recusava-me a reconhecer seu pedido e disse:
"Jesus, não peça que eu faça isso. Casei-me com trinta anos de idade e por todos estes anos tenho economizado dinheiro a fim de construir uma linda casa e dá-la à minha esposa."
Mas o Senhor respondeu:
"Dê o que você possui."
"Pai, são somente 20.000 dólares", clamei. "Isso não pode construir a igreja e o complexo de apartamen­tos. São precisos cinco milhões. A quantia que poderia conseguir pela casa não será suficiente."
Mas Deus disse:
"Venda sua casa e traga esse dinheiro a mim com fé."
"Oh, Deus, isso é terrível!", respondi. "Como posso fazer isso?"
"Se algum dia você vai crer em minha Palavra", admoestou-me o Senhor, "primeiro deve estar dispos­to a dar o que possui e o que tem."
Para a mulher coreana o lar é tudo. É o lugar onde cria os filhos; é o lugar onde constrói sua vida; é uma posse preciosa para ela. Por isso temia dizer à minha esposa, e comecei a orar com dor de coração. Orei para que minha esposa consentisse em vender nossa casa.
Nessa noite trouxe presentes para minha esposa. Flores e xales.
— Por que você está me dando estes presentes? — perguntou ela. — Você está preocupado que não o ame mais?
Mas ficou contente e preparou a refeição vespertina alegremente.
— Oh, louvado seja o Senhor — respondi. — estou tão feliz por tê-la escolhido. Se Deus me pedisse que escolhesse outra garota, ainda escolheria você. A cada dia que passa você se torna mais linda para mim.
Depois de alguns instantes, pensando ter chegado o momento certo, disse:
— Querida, tenho um grande problema. Olhou para mim preocupada e disse:
— Conte-me.
— Vamos construir essa enorme igreja com assen­tos para 10.000 pessoas — disse-lhe. — Vai custar cinco milhões de dólares e estive orando a esse respeito e o Espírito Santo falou-me ao coração, dizendo que eu devo conseguir o dinheiro para a construção. E que devo começar com meu próprio lar. Deus deseja que lhe entreguemos cinco pães e dois peixinhos ... e esses cinco pães e esses dois peixinhos são nossa casa!
Minha esposa ficou pálida; depois olhando-me dentro dos olhos, disse:
— Esta casa é minha, não sua. Não ouse tocar nesta casa. Pertence a mim e a meus filhos. Você não pode abrir mão dela.
Sua reação foi a que eu temia. Então fui ao Senhor em oração: 'Senhor, fiz o que podia. O resto é com o Senhor. Envia teu Espírito Santo a fim de transformar--lhe o coração para que ela se renda.
Nessa noite, enquanto orava, podia ver minha esposa revirando-se no seu sono. Soube então que o Espírito Santo estava operando. Disse ao Senhor: "Ó Deus, continua a tocá-la."
E o Senhor a tocou; ela não pôde dormir por quase uma semana. Seus olhos ficaram inchados e vermelhos. Finalmente veio a mim, dizendo:
— Não posso suportar mais. Não posso recusar o desejo do Espírito Santo. Desistirei da casa.
Então ela trouxe a escritura da casa, e juntos pegamos essa escritura e demos nosso lar para a construção da igreja. Agimos como André que, embo­ra tivesse somente cinco pães e dois peixinhos, creu que Jesus podia pegar este pouco de alimento e com ele alimentar toda a multidão. Nós, também, perten­cíamos à escola de André.
Certo dia, entretanto, surgiu um problema com respeito ao terreno no qual pretendíamos construir a igreja. Ü governo coreano estava desenvolvendo um terreno chamado Ilha Yoido. Esta propriedade seria modelada à maneira da Ilha de Manhattan em Nova Iorque. Nesse terreno estavam construindo edifícios do governo e somente permitiriam ali uma igreja. Iodas as igrejas da Coréia fizeram pedido de constru­ção: presbiterianos, metodistas, batistas, católicos, budistas e confucionistas. Todos esses pedidos foram examinados e entregues ao Congresso para a decisão final.
Eu também fiz um pedido. O encarregado olhou-me e disse:
— A que denominação pertence o senhor?
— Assembléias de Deus — respondi.
— O senhor quer dizer aquela igreja onde gritam louvores a Deus de uma maneira alta e barulhenta? E oram pelos doentes e falam em línguas estranhas?
— Exatamente — respondi. Ele sacudiu a cabeça:
— O senhor sabe que esta igreja vai ficar bem em frente do edifício do Congresso. Esta igreja tem de ter aparência digna e a sua não tem. Não podemos aceitar sua inscrição.
Fiquei alegre no coração, contudo, pois isto me daria a desculpa para não construir a igreja. Voltei ao Senhor em oração: "Senhor, tu ouviste o que ele disse, não ouviste? Não temos dignidade suficiente para construir aqui.''
Você pode levar ao Senhor toda a desculpa que puder arranjar, mas o Espírito Santo sempre tem a resposta. O Espírito Santo respondeu, dizendo:
"Quando foi que lhe disse que pedisse permissão para construção?''
"Então não tenho de fazer a inscrição?" perguntei.
"Meu filho", respondeu ele, "você não deve seguir o caminho em que agora trilha. Deve andar em direção oposta, no caminho da oração e da fé."
Sendo assim, comecei a jejuar e a orar. Então em meu coração a sabedoria do Espírito Santo disse: "Vá e descubra quem está a cargo do projeto de desenvolvi­mento dessa ilha."
Fui e logo descobri que o vice-prefeito estava a cargo do desenvolvimento daquela área toda. Comecei a indagar de sua vida pessoal e familiar. Descobri que a mãe dele era membro da igreja presbiteriana. Portanto, fui visitá-la, orei com ela e ela recebeu o batismo no Espírito Santo. Então começou a assistir à minha igreja.
Na Coréia, a sogra tem muito poder e autoridade sobre a nora. Disse a esta senhora que trouxesse a nora para sua igreja, dizendo-lhe:
— Sua nora tem de ser salva.
Assim, ela orou e eu também orei. Ela trouxe a mulher do filho para a igreja. Depois de ouvir o sermão, entregou o coração a Cristo e foi cheia com o Espírito Santo.
Então comecei a trabalhar por intermédio delas, pensando comigo mesmo: "Se consegui a esposa, sei que conseguirei o marido/' Por isso lhe dei a instru­ção:
— Você tem de trazer seu marido para a igreja.
— Mas ele é ocupado demais — respondeu ela.
— Você não quer que ele vá para o inferno, não é mesmo? — perguntei com severidade. — Portanto, traga-o para a igreja.
Quando, afinal ela o trouxe à igreja, preguei uma mensagem poderosa. Embora não olhasse diretamen­te para o rosto dele, estava, em verdade, pregando para ele. E miraculosamente ele entregou o coração para o Senhor.
No domingo seguinte ele entrou em meu escritório.
— Pastor, o senhor sabe que estou encarregado do desenvolvimento da Ilha Yoido. Estamos dando per­missão para que uma igreja coreana construa seu templo ali. Gostaria que levássemos nossa igreja para lá.
Eu queria gritar, mas o Espírito Santo não mo permitiu. Às vezes o Espírito Santo opera de modo muito misterioso; o Espírito Santo deu-me a impres­são que eu devia dizer "não". Mas argumentei: "Não Dei o duro para isto." Embora meu coração clamasse para dizer "sim", respondi:
— Não, senhor vice-prefeito. Para levai' esta igreja seria preciso uma soma exagerada de dinheiro e teríamos de comprar pelo menos três ou quatro acres de terra. Isso custaria mais de cinco milhões de dólares. Acho impossível. Para piorar as coisas, nossa igreja é considerada uma igreja pentecostal não digna e eles nem mesmo aceitariam minha inscrição.
Ele sorriu e disse:
— Acho que tenho um jeito. Ore durante uma semana e depois voltarei. Dê-me a resposta depois de uma semana, para que eu me desincumba do assunto rapidamente.
Orei durante uma semana e na semana seguinte ele voltou a meu escritório.
— Pastor, se o senhor tomar a decisão de levar a igreja para lá, farei todos os arranjos para que te­nhamos o melhor local. Também cuidarei de todos os papéis e as despesas ficarão por conta de meu escritório. Enviarei meu representante ao Congresso a fim de conseguir todos os acordos necessários e farei todo o trabalho burocrático. Farei tudo pelo senhor. Garanto-lhe que conseguirá o terreno. Mais que isso, farei todos os arranjos para que a igreja compre o terreno a crédito.
Então o Espírito Santo disse-me ao coração: "GRITE!"
— Senhor vice-prefeito — disse eu; — aceito. Deus impediu-me de dizer "sim" por uma semana, e como resultado não somente conseguimos o terreno de um modo miraculoso mas também não tivemos de preparar toda a papelada.
Então fui assinar o contrato com uma construtora. Logo depois lançaram os alicerces e começaram a construção da igreja e do complexo de apartamentos. Esse vice-prefeito agora é um dos anciãos de minha igreja.
De maneira similar, sua fé poderá ser testada. Se você tem um projeto pequeno, será testada de um modo pequeno; se tiver um projeto grande, será testada de uma maneira grande. Jamais pense que sua fé sempre irá por jardins de rosas. Você passará por turbulência, mediante a qual Deus prova sua fé.
Até este ponto da construção da igreja eu ainda pertencia à escola de André, e com grande fé orava por cada problema que ia surgindo.
Mas então o dólar foi desvalorizado, e o construtor rescindiu o contrato dizendo que precisava aumentai o preço da construção do prédio da igreja. Chegou a crise do petróleo, e todos os bancos fecharam as portas para mim. Meu povo começou a perder os empregos, e o orçamento da igreja mal dava para pagar os juros dos empréstimos. Não somente não podia pagar os que trabalhavam na igreja mas eu também não recebia meu salário.
Então a companhia tentou processar-me porque eu não podia pagar o aumento necessário. E as contas começaram a chegar uma após a outra: conta de luz, conta de esgoto, conta de construção. Contas empi­lhavam-se sobre minha escrivaninha, mas eu não tinha o dinheiro com que pagá-las. Não tinha dinheiro nem para contratar um advogado. Os construtores começaram a desistir porque não podia pagar-lhes o salário. Ninguém quer ficar num barco que se afunda, e eu me afundava rapidamente.
Uma vez que tínhamos vendido nossa casa e não tínhamos para onde ir, levei minha família para um apartamento inacabado no sétimo andar do complexo de apartamentos da igreja. Não tínhamos água encarnada nem aquecimento, e estava fazendo muito frio.
Todas as noites eu ia para o apartamento vazio e todas as noites tremíamos de frio. Não tínhamos alimento, e tudo parecia tão escuro. Estava chegando ao fundo, logo me tornando um discípulo de Filipe. Disse a mim mesmo: "Sim, cometi um erro. Eu nunca devia ter acreditado em Deus dessa maneira. Devia ter pensado com o padrão tradicional. Eu não devia ter começado a andar sobre as águas. A coisa toda a respeito da fé é falsa. Iodas as vozes que ouvi em minha vida de oração devem ter sido vozes da própria consciência e não do Espírito Santo. Sim, cometi um erro." Comecei a ter comiseração de mim mesmo.
As pessoas começavam a deixar minha igreja. Todos os relatórios eram negativos; minha família até mesmo começou a ter dúvidas a meu respeito. Tudo parecia impossível; eu estava cansado e com fome.
"É isso aí", disse eu. "É o fim. Esta é a assim chamada vida de fé. Vou pôr fim à minha vida."
Vou matar-me", continuei. "Vou morrer. Mas não desejo ir para o inferno. Tenho trabalhado para ti, Senhor, todos estes anos, e pelo menos devia receber alguma coisa em troca. Se o inferno for pior do que isto, por que devo ir para lá?"
"Não posso viver num mundo como este. Vou suicidar-me, mas por favor, Deus, aceita minha alma e envia-me para o céu!"
O impacto da oração foi mais poderoso do que eu pensava, e enquanto orava ouvi uma voz que dizia:
"Você é um covarde. Deseja matar a si mesmo e tornar-se objeto de escárnio para meu povo. Você vai permanecer covarde? Ou você é um homem de fé?" "Sim", admiti, "sou covarde.
Novamente a voz falou:
"Não somente você irá para o inferno, mas também levará consigo muitos de seus membros que confiam em você! Você tomou dinheiro emprestado de alguns dos anciãos e de alguns membros. Lembre-se dos milhares de dólares que tomou emprestado das preciosas irmãs da igreja. Todos eles confiaram em você. Agora você quer se matar, cometer suicídio.
"Você causará uma reação em cadeia. Por causa de sua covardia muitos perderão a fé. Terão lares desfei­tos, e alguns também cometerão suicídio. Que reper­cussão você fará sentir no mundo cristão!"
Estas palavras derramaram-se em meu coração. Caí de joelhos, chorando:
"Ó Deus, então que posso fazer? Por que não me deixas morrer?"
Deus respondeu:
Você não pode morrer, pois precisa perseverar. Precisa ver todas as dívidas pagas; todas as dívidas do povo devem ser saldadas.
Levantei-me; deixei o sétimo andar e fui para o meu escritório. Ajoelhei-me, clamando e chorando. As novas de minha condição desesperada começaram a espalhar-se por entre o povo. Subitamente experimen­taram o reavivamento da fé, inclusive os que tinham saído da igreja.
— Salvemos nosso pastor! — clamaram. — Salve­mos o homem de Deus!
Assim teve início um grande movimento chamado "Salvemos Nosso Pastor". Era um inverno muito frio e não tínhamos aquecimento. Mas as pessoas começa­ram a lotar, aos milhares, o primeiro andar da igreja inacabada, milhares também oravam e jejuavam mui­tos dias em seguida. Clamavam e oravam: "Salvem o homem de Deus. Salvemos nosso pastor!"
Então Deus começou a mover-se. As senhoras cortavam seus longos cabelos, traziam-no ao altar a fim de fazer perucas que podiam ser vendidas. Certo dia, em uma cena especialmente comovedora, uma senhora de oitenta anos de idade, que não tinha filhos, nenhum sustento, mal podendo viver com a ajuda do governo, veio à plataforma chorando e tremendo. Ela trazia uma velha tigela de arroz, dois palitos e uma colher. Em pé, chorando, disse:
— Pastor, quero vê-lo sair desta situação. Quero vê--lo receber ajuda, pois seu ministério foi uma bênção tão grande para mim por tantos anos. Quero fazer algo, mas não tenho dinheiro. Eis tudo o que tenho — esta velha tigela, estes dois palitos e esta colher. Desejo dar tudo para o serviço do Senhor. Posso usar papelão como prato e posso comer com as mãos.
Meu coração foi despedaçado.
— Senhora— disse eu —, não posso aceitar essa oferta. É tudo o que a senhora tem! A senhora precisa desses utensílios a fim de tomar suas refeições. Não os posso aceitar.
Ela começou a chorar, dizendo:
— Será que Deus não aceitaria este presente de uma velha que está a morrer? Será que ele não aceitaria? Sei que isto não poderá ajudá-lo muito, mas desejo dar algo.
Subitamente um industrial levantou-se e disse:
— Pastor, quero comprar esses objetos.
Ele pagou quase 30.000 dólares pela tigela velha, dois palitos e uma colher.
Isto acendeu o fogo. As pessoas começaram a vender sua casas espaçosas e a mudar para aparta­mentos pequenos. Houve jovens casais que deram todo o salário de um ano para a igreja, decidindo a viver pela fé.
Esse grande movimento deu resultados. Logo o dinheiro começou a chegar e pude pagar os juros do empréstimo. Os bancos começaram a abrir as portas para mim. O que é mais espantoso, em menos de um ano tudo começou a se encaixar nos seus devidos lugares. Paguei todas as dívidas e ficamos livres até 1973. Não somente pude pagar o juro, mas também consegui os cinco milhões de dólares para terminar a construção da igreja e do complexo de apartamentos.
E Deus novamente provou que a escola de André é melhor; que pensar em termos de milagres é ter o pensamento que Deus deseja que tenhamos.
Muita gente pensa que quando temos fé tudo vai fluir facilmente, e encontraremos poucos problemas. Mas é importante lembrar que tal não acontece. Veja Abraão. Ele tinha fé mas suportou tribulações por 25 anos. Jacó sofreu agruras por vinte anos, José por treze e Moisés por quarenta. Os discípulos de Cristo passaram por tribulações e tentações toda a sua vida.
Não se deixe desanimar depois de passar por algumas semanas de dificuldades ou alguns meses de tribulação. Não deixe cair as mãos em derrota, cla­mando:
"Oh, onde está Deus?
Deus está sempre presente, sempre testando-o. Às vezes Deus deseja fortalecer e fortificar-lhe a medula; e às vezes, enquanto está sendo fortalecido, quase que pode ouvir os ossos estalando. Mas se firmar-se na palavra de Deus e tiver fé, então Deus jamais o desapontará. A fim de ilustrar este ponto, contarei outra de minhas experiências.
Certa vez assinei um cheque de 50.000 dólares com data adiantada. O cheque devia ser pago no dia 31 de dezembro. Comecei a buscar fundos de todas as fontes possíveis mas não consegui nem um centavo. Se eu não depositasse esse dinheiro no banco na data certa, os jornais iam dizer que o pastor da maior igreja evangélica da Coréia havia passado um cheque sem fundos.
Eram doze horas do dia em que o dinheiro tinha de ser depositado e eu orava:
"Oh, Deus, gastei todo o meu dinheiro; mais do que eu tinha. Tomei dinheiro emprestado de muita gente. Pai, para onde irei? Não tenho lugar algum para onde ir."
Continuei a orar. O relógio marcou uma hora, duas, três. Minha esposa perguntou:
— Querido, você ainda não conseguiu o dinheiro?
— Não — respondi.
— Você não sabe que o último avião sai de Seul às 4 horas? Essa é sua oportunidade de fugir para os Estados Unidos.
— Não posso fazer isso. Não posso evitar minha responsabilidade — disse-lhe. — Não posso fugir. E se o fizesse mancharia o nome de Jesus Cristo. Prefiro enfrentar o que quer que aconteça aqui na Coréia a fugir do país.
O banco fechava-se às 6 horas, e já eram cinco. Estava desesperado. Não podia ficar sentado nem de pé. Ficava a andar para cima e para baixo como urn leão enjaulado. Orei de novo:
"Ó Deus, por favor, vem ajudar-me."
Subitamente o Espírito Santo fez com que uma idéia fluísse através de minha mente. Eu devia ir ao presidente do banco e ousadamente pedir-lhe que me desse um cheque de 50.000 dólares.
"Pai!", respondi. "Devo estar perdendo o juízo. Esquentei tanto a cabeça que devo ter sobrecarga demasiada. Não tenho nada para dar em garantia ou hipotecar. Não preenchi nenhum pedido de crédito. E tu queres que eu vá ao presidente do banco e peça um cheque de 50.000 dólares? Isso não faz sentido algum!"
Mas o Espírito Santo insistia:
"Sim, realizo as coisas que não pertencem à ordem natural percebida pelos homens. Vá e faça o que lhe digo."
Chamei meu tesoureiro.
— Sr. Park, por favor, quer ir ao banco comigo? Vou pedir um cheque de 50.000 dólares ao presidente.
Ele olhou para mim e começou a rir.
— O senhor realmente perdeu o juízo, não é? Hoje é o dia 31 de dezembro. São cinco horas e o senhor não tem encontro marcado com ele e deve existir uma fila enorme esperando para vê-lo. Além disso, não temos capital algum, nenhum avalista nem garantia de ninguém. Não preenchemos nenhum formulário. É loucura! Eu não vou com o senhor. Se o senhor deseja passar por bobo, que vá só. Eu não vou.
— Está bem — disse-lhe. — Vou com a mente renovada. Você fica com sua mente tradicional.
Entrei no carro e corri para o banco. O estaciona­mento estava lotado mas consegui encontrar uma vaga e estacionei o carro. Entrei no banco.
Humanamente falando não tinha nenhuma oportunidade de falar com o presidente. O escritório da secretária dele estava cheio de gente.
"Querido Espírito Santo", disse eu, "vim até aqui. Por favor, dá-me mais instruções."
O Espírito Santo respondeu:
"Ande corajosamente. Seja audaz. Haja como se fosse uma pessoa importante. Não preste atenção a ninguém mais, mas entre direto no escritório do presidente."
De modo que me fiz de valente e caminhei com toda a resolução. A secretária me viu e disse:
— Senhor, aonde vai?
Olhei diretamente em seu olhos sem dizer nada. Ela perguntou de novo:
— Quem é o senhor? Tem encontro marcado com o presidente? Qual é seu nome?
De repente tive uma inspiração.
— Venho de parte da mais alta autoridade — respondi.
Eu queria dizer que vinha de parte de Deus, mas ela entendeu que eu vinha de parte do presidente da Coréia, porque na Coréia o presidente é chamado de "a mais alta autoridade". Pensando que eu fosse um emissário especial do presidente, ela mudou de atitude. Tornou-se toda amabilidade e me disse:
— De parte da mais alta autoridade? Então pode entrar.
Dirigindo-se às pessoas que estavam esperando, disse.
— Deixem esse senhor passar.
Ela mesma levou-me à frente de todos os outros, até o escritório do presidente. Ao transpor a porta, orei de novo.
"Querido Espírito Santo. Cheguei até aqui. Agora o que devo fazer?"
O Espírito do Senhor veio sobre mim, assim como tinha vindo sobre outros homens de fé, e senti-me forte e audaz. O Espírito continuava a repetir:
"Você é um filho do Rei, uma pessoa importante. Continue a agir como o grande personagem que é." Assim, entrei ousadamente, sentei-me no sofá e cruzei as pernas.
O presidente do banco entrou, veio para mim com a mão estendida, perguntando sorridente:
— Que tipo de negócios tem o senhor? Com que propósito veio? Será que o conheço?
Não respondi a essas perguntas, mas disse:
— Senhor, vim aqui com um projeto tremendo e vou fazer-lhe um grande favor.
— Um favor? — perguntou ele estranhando.
— Sim. Se o senhor me fizer um pequeno favor, posso trazer-lhe dez mil contas novas para o princípio do ano — disse-lhe.
— Dez mil contas novas? — exclamou ele.
— Apanhe o telefone e peça informações a meu respeito. Sou o Dr. Yonggi Cho, pastor da maior igreja evangélica da Coréia. Nossa igreja possui mais de dez mil membros e tenho grande autoridade sobre todos esses cristãos. Posso fazer com que todos eles transfi­ram suas contas para o seu banco no ano que vem. Far-lhe-ei esse tremendo favor se o senhor me fizer um pequeno.
Ele chamou a secretária e pediu que fizesse as averiguações necessárias. Quando todos os dados foram confirmados, o presidente dirigiu-se a mim, dizendo:
— Qual o favor que posso prestar-lhe?
— Dê-me um cheque de 50.000 dólares — disse-lhe. — Não tenho tempo de preencher todos os papéis. Mas o senhor é um homem de negócios e eu estou no negócio do Rei. Muitas vezes o homem de negócios assume um grande compromisso sem nada, guiado somente por sua fé e confiança de que tudo sairá bem. Quando se trata de pequenos negócios temos de usar assinaturas e papeladas, mas quando se trata de grandes negócios, passamos por cima dessas coisinhas e confiamos que o negócio seja coroado de êxito. Se o senhor for um grande homem de negócios — e creio que o seja — então fará isso por mim.
O presidente chamou o vice-presidente que disse:
— O senhor não pode fazer isso. Estará colocando o pescoço na guilhotina. Não são simplesmente 5.000 dólares, são 50.000! Ele não tem garantia nem avalista. O senhor não pode fazer isso.
— Se o senhor não fizer — interrompi —, então tenho outros lugares aonde ir. Eu podia fazer esse favor ao banco Cho Heung.
O homem assentou-se sacudindo a cabeça. Então disse:
— Senhor, tenho um sentimento estranho. Nunca senti esse tipo de emoção antes. Confio no senhor. Se não confiasse tanto no senhor jamais faria isso. Mas gosto de sua ousadia e de sua fé. Ao assinar este cheque estarei colocando toda a minha carreira e vida em suas mãos, e esta será a primeira e última vez que o farei. Mas desta vez exporei meu pescoço. Traga-me um cheque de 50.000 dólares — disse ele ao vice--presidente. — Confio em que o senhor cumprirá sua promessa — disse-me ele enquanto preenchia um cheque de 50.000 dólares de sua conta pessoal.
Ao sair do escritório com o cheque nas mãos, parecia que eu tinha três metros de altura. Uma vez mais eu estava na escola de André. Depositei o dinheiro justamente às 6 horas, enquanto o banco se fechava e me salvei.
Muitas vezes Deus espera até ao último instante. Uma vez que você renove sua mente e aprenda a andar com Deus, então deve persistir até ao último momento. Não se deixe apavorar. Renove sua vida de pensamento. Não fique restringido pelo pensar tradi­cional, estude a Palavra de Deus. Esse é o livro-texto com o qual você pode renovar a mente e enchê-la de pensamento positivo, e aprender a pensar em termos de milagres.
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O terceiro passo para uma mente renovada é que ela seja orientada paia o êxito. Você deve permear sua mente com a consciência da vitória, e com uma abundância de consciência. Deus jamais falha. De modo que se você estiver recebendo os pensamentos de Deus, sempre terá êxito.
Deus jamais perde uma guerra. Ele é o vencedor eterno; você deve ter a consciência da vitória. Deus jamais tem falta de coisa alguma. Você deve ter a abundância da consciência.
Esta conscientização é importante. Se você tiver a conscientização de inferioridade, pobreza, doença e fracasso, Deus nunca poderá operar.
Deus é seu socorro, sua abundância, seu êxito. Deus é sua vitória. Se duas pessoas não estiverem de acordo, como poderão trabalhar juntas? Para andar e trabalhar com Deus você deve, pois, enxertar os tipos de consciência de Deus à sua própria.
Renove sua mente. Pense constantemente em ter­mos de sucesso, vitória e abundância. Tendo renova­do completamente seu processo de pensamento, então receberá a palavra rhema de Deus. Ousadamen­te assimile a Palavra de Deus em sua vida de pensa­mento. Por meio da oração produza a fé; por meio da fé poderá andar com a cabeça erguida.
Olhe somente para o Senhor. Embora possa não sentir nada, embora possa não tocar nada, embora seu futuro possa parecer escuro, ainda assim não tenha medo. Você está vivendo pelo conhecimento revelado. Está vivendo com novos pensamentos, pen­samentos de Deus, pensamentos de sua Palavra, a Bíblia.
Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Deus Jeová jamais muda. A Palavra de Deus jamais cai ao solo sem cumprimento.
Não podemos viver só de pão, mas pela Palavra de Deus. Somos os filhos justificados de Deus, e devemos viver pela fé. Em Jesus Cristo não há diferença de cor ou raça. Todos nós pertencemos a uma única raça, a raça de Jesus Cristo. Vivemos pelo seu pensar. Portan­to, renove sua mente e reeduque sua vida de pensa­mento.
Pense grande. Tenha grandes objetivos. Você tem uma única vida para viver, por isso não se arraste no pó. Não viva com a consciência de fracassos. Sua vida é preciosa para o Senhor; você deve alguma boa contribuição a este mundo. Jesus Cristo habita glorio­samente cada cristão; portanto, você tem recursos inesgotáveis em seu íntimo.
Cristo é tão poderoso hoje quanto o foi dois mil anos atrás. Você pode renovai1 seu pensamento enxertando os pensamentos de Jesus Cristo em seu cora­ção; pensando positivamente; pensando em termos de milagres; desenvolvendo uma orientação ao êxito, à vitória e a uma consciência de abundância. Isto dá--lhe o fundamento no qual ver a Palavra de Deus em sua mente, renovando-o por completo. Então você verá ocorrer grandes milagres.
Efésios 3:20 diz; "Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós.'' Chamo a isto de "A Lei do Pensar e Pedir". Muitas pessoas pensam que receberão pelo simples pedir. Deus dá resposta mediante sua vida de pensa­mento "infinitamente mais do que tudo quanto pedi­mos, ou pensamos".
O que você pensa? Você pensa pobreza? Você pensa doença? Pensa impossibilidade? Pensa negativamen­te? Pensa fracassos? Se orar dessa maneira Deus não terá o canal pelo qual fluir.
Qual é sua vida de pensamento? Você renovou sua vida de pensamento? Deus está disposto a obrar abundantemente em sua vida, mas será por meio da renovação de seu pensamento.
Você deve ler a Bíblia. Não ler a Bíblia por costume ou prescrição religiosa. Não ler a Bíblia procurando novas formas legalistas de viver. Não leia a Bíblia por tradição histórica. Leia-a para alimentai' a sua mente e mudar por completo toda a ordem de seus pensa­mentos, para renovar, totalmente, sua vida de pensa­mento. Encha seu pensamento com a Palavra de Deus. Então Deus poderá fluir livremente através de sua vida e fazer, por seu intermédio, grandes coisas para sua glória.
Capítulo 6
O ENDEREÇO DE DEUS
Ao tornarmo-nos cristãos não somente precisamos educar nossa vida de pensamento através do pensar positivamente, do pensar em termos de milagres e de desenvolver uma orientação ao êxito, mas também precisamos estar côncios de nossa fonte de poder e capacitação.
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Em 1958 comecei minha primeira obra de evangelização na pior e mais pobre zona de nossa cidade. Eu não tinha nem o treinamento nem a capacitação para esse tipo de ministério. Em menos de três meses meus sermões tinham-se acabado e eu não tinha sobre o que pregai".
Você pode dizer facilmente que tratando de você, simplesmente sairia e contaria a história da salvação. Mas não se pode falar somente de salvação noite e dia. Para fazer um único sermão eu passava toda a semana lendo a Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse, consultando uma pilha de comentários bíblicos mas não conseguia preparar nenhum sermão que valesse o nome. Esse problema fez-me sentir que não tinha sido chamado para o ministério.
Os pobres de meu bairro não estavam muito preo­cupados com o céu ou com o inferno. Viviam procu­rando subsistir e sua preocupação e angústia era a sobrevivência. Não tinham tempo para pensar no futuro. Aonde quer que eu fosse pediam-me arroz, roupas ou algum dinheiro para construir uma choça para se abrigarem. Mas eu não estava em melhores condições do que eles, e também vivia em uma choça. Vistia-me mui humildemente e muitas vezes passava sem alimento. Nada tinha paia oferecer-lhes.
Esta é uma situação desesperadora. Sabia que Deus tinha todos os recursos imagináveis, mas nessa época ainda não sabia como obter tais recursos. Havia momentos em que parecia estar muito perto do Senhor. Era como se o estivesse tocando. No dia seguinte sentia-me completamente desamparado.
Muitas vezes sentia-me muito confuso e pergunta­va-me se realmente estava vivendo a vida do Espírito. Dizia muitas vezes:
"Oh, Senhor, sei que estou em Cristo Jesus!"
Mas no final de um dia difícil, ao tentai" orar descobria que estava completamente fora de contato com ele. De modo que eu dizia:
"Pai, estou confuso. Estou tantas vezes dentro e fora de tua pessoa, que não sei conservar-te sempre comigo." Foi então que começaram minhas lutas a fim de encontrar a presença permanente de Deus.
Os orientais, particularmente, requerem de sua fé religiosa o conhecer a habitação, o endereço do deus que adoram. A maior parte dos orientais crescem sob a influência da adoração paga, e precisam da localida­de, do endereço de seu deus a fim de ir adorá-lo. Quando eu era pagão e necessitava encontrar meu deus, ia a um templo dedicado a ele e me ajoelhava perante sua imagem e dirigia-me a ele pessoalmente. No paganismo, a pessoa tem de saber o endereço de seus deuses.
Mas ao entrar para o Cristianismo, não pude localizar o endereço de nosso Deus. Isso sempre me trazia dificuldades ao coração. Na oração do Pai-Nosso sempre dizemos: "Pai nosso que estás no céu." Pensava eu: "Onde é o céu?" Bem, uma vez que a terra é redonda, para os que vivem no lado de cima, o céu está acima deles; mas para os que estão no lado de baixo, o céu deve ficar abaixo deles."
Por isso, sempre que se mencionava "Pai nosso que estás no céu" eu ficava confuso.
"Pai, onde estás?" perguntava. "Estás aí? Aqui? Onde? Pai, por favor, dá-me teu endereço!"
Portanto, quando os orientais vêm para o Cristianis­mo, têm uma luta real, pois não conseguem encontrar o endereço de Deus. Muitos vinham a mim pergun­tando:
— Pastor Cho, dá-nos pelo menos uma visão geral, ou até mesmo uma imagem de a quem nos dirigir. O senhor pede que acreditemos em um Deus, mas onde está ele?
Na primeira parte de meu ministério respondia--lhes:
— Simplesmente falem com o Pai celestial. Não sei o seu endereço nem localidade. Às vezes ele vem a mim e outras vezes não.
Clamava a ele muitas vezes, pois não podia conti­nuar esse tipo de pregação. Precisava ter um endereço definido. De modo que comecei a procurar o endere­ço de nosso Deus.
Em minha imaginação cheguei a Adão e disse: "Senhor Adão, tenho certeza de que é o nosso primeiro pai. Sei que o senhor tem o endereço. Por favor, dê-me o endereço de nosso Pai celestial." Então ele me diria com bastante alegria: "Bem, ele mora no jardim do Éden. Se você for lá encontrará a localidade do Pai."
"Quando o senhor caiu da graça", perguntei, "foi tirado do jardim do Éden. Qual é o endereço desse jardim?"
"Bem, acho que não sei", respondeu Adão.
Então, através da imaginação, decidi ir visitar Abra­ão. Estava desanimado, mas cheguei a Abraão e disse:
"Senhor Abraão, o senhor é o pai da fé, e muitas vezes encontrou-se com Deus. Por favor, diz-me onde é o endereço do Pai."
Abraão respondeu:
"Bem, sempre que precisei de Deus erigia um altar, sacrificava um animal e esperava por ele. Às vezes ele vinha a mim e às vezes não. Não conheço, pois, seu endereço."
Então deixei Abraão e fui a Moisés, dizendo:
"Senhor Moisés, certamente que o senhor conhece o endereço do Pai. O senhor teve a presença dele continuamente."
"É claro que o conheço", respondeu Moisés, "ele estava no tabernáculo construído no deserto. De dia ele se encontrava na coluna de nuvem e de noite ele estava na coluna de fogo. Vá lá e encontrará Deus. É lá que ele mora."
"Mas", disse eu, "quando os israelitas entraram em Canaã, o tabernáculo do deserto desapareceu. Onde está esse tabernáculo, hoje?"
"Não sei", respondeu Moisés.
Novamente desanimado, cheguei-me ao rei Salo­mão. Disse:
"Rei Salomão, o senhor construiu um templo mag­nífico com pedras e granito coloridos. Tem o endere­ço de Deus agora?"
"É claro. Deus habita no maravilhoso templo de Salomão" disse-me ele. "Quando uma maldição ou uma doença se espalhava por meu país, o povo orava ao Deus que estava no templo, e Deus os ouvia e respondia às suas orações."
"Onde está o templo?" perguntei. Bem, sinto muito", retorquiu Salomão. "Esse templo foi destruído 600 anos antes de Cristo pelos babilônios. Não temos o endereço desse templo hoje."
Então fui a João Batista e disse:
"Senhor João Batista, certamente o senhor sabe o endereço de Deus,
"Sim", respondeu João. "Vá ao Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, Jesus Cristo. Ele é o endereço de Deus."
De modo que em minha viagem à procura do endereço de Deus cheguei a Jesus. Certamente que em Jesus encontraria Deus. Mediante Jesus Deus falou, e através de seu único Filho, realizou milagres. Onde quer que Jesus habitasse, ali Deus também habitava.
Meu coração se regozijou ao encontrar o endereço de Deus. Entretanto, ainda tinha uma grande pergun­ta. Jesus morreu, ressurgiu e subiu aos céus. Mas onde é o endereço de Jesus Cristo? Uma vez mais, voltei ao ponto de partida. Perguntei;
"Jesus, onde está o senhor? Não tenho seu endere­ço e não posso dizer a meu povo onde o senhor habita."
Então me veio a resposta. Jesus disse: "Morri e ressuscitei. Enviei o Espírito Santo a cada um de meus seguidores. Disse-lhes que jamais os deixaria órfãos. Disse-lhes que oraria ao Pai e que ele lhes mandaria o Espírito Santo e que nesse dia vocês saberiam que eu estou no Pai e o Pai em mim e que eu estou em vocês e vocês estão em mim.'
Gradativamente comecei a ver que através do Espí­rito Santo, Deus Pai e Deus Filho habitavam dentro de mim. Li em 2 Coríntios que Deus nos selou e enviou o seu Espírito Santo para dentro de nosso coração.
Encontrei o endereço de Deus. Descobri que seu endereço é o meu endereço.
Então saí aos meus cristãos e comecei a pregar com audácia:
— Podemos encontrar a localidade de Deus. Agora descobri seu endereço. Seu endereço é meu endereço, ele habita em mim com todo o poder e autoridade. Através do Espírito Santo Deus Pai e Deus Filho habitam em mim, e vão comigo aonde quer que eu vá.
— Ele também mora dentro de vocês; o endereço dele é o seu endereço. Se vocês ficarem em casa, ele estará lá; se forem para o trabalho ele estará lá; se seu trabalho for na cozinha, ele está lá. Deus habita em seu coração, e seus recursos estão dentro de vocês.
— Irmãos — continuava eu —, não tenho prata nem ouro. Não tenho alimento, nem arroz, nem roupa, mas tenho algo a oferecer-lhes. Deus habita dentro de vocês. Aqueles que não possuem Deus em seu cora­ção, venham a Jesus Cristo, recebam-no como seu Salvador pessoal e o Criador do céu e da terra, com todos os seus recursos, habitará em seu coração. Ele satisfará a todas as suas necessidades.
Ao ouvir esta mensagem, eles começaram a desen­volver sua fé.
Esse foi o ponto de partida de meu ministério, e o fundamento sólido de minha vida de pregação. Até essa época estava tentando encontrar Deus indo de um lugar para outro. Quando evangelistas famosos vinham à minha cidade, corria para ouvi-los a fim de encontrar Deus. As vezes ia orar em uma montanha ou em um vale. Procurei Deus em toda parte, mas depois de encontrar a verdade não mais vaguei. Tinha encontrado o endereço e a morada de Deus.
Digo a meu povo:
— Deus não está longe; ele não é um Deus de dois mil anos atrás, e também não é somente o Deus do futuro. O seu Deus habita em vocês com todos os seus recursos, poder e autoridade; o endereço dele é o seu coração. Por isso vocês podem falar com ele e orar a ele todos os dias, e a qualquer hora. Podem tocá-lo e receber seus recursos mediante a oração e a fé. Quando vocês clamam em voz alta, Deus ouve. Quan­do falam suavemente, Deus ouve. Quando meditam, Deus ouve, pois mora dentro de vocês e pode suprir todas as suas necessidades.
Depois da guerra coreana, quando os missionários saíram para trabalhar para o Senhor, assisti a muitas reuniões de missão. A maioria dos ministros coreanos tinha todo o tipo de projetos diferentes. Queriam construir igrejas, levantar institutos bíblicos. Discu­tiam muito a maneira de solucionar seus próprios problemas. Mas nem bem começavam a falar de finanças, diziam:
— Para tal coisa será melhor que venha um missio­nário que se encarregue disso.
Para eles os missionários não passavam de finan­cistas.
Senti muita pena e disse-lhes:
— Irmãos, por que vocês sempre se voltam para os missionários?
Eles responderam:
— Porque Deus sempre nos envia dinheiro através dos missionários e não através de nós mesmos.
Entretanto, desde o dia em que me formei no instituto bíblico decidi fazer de Deus minha fonte única. Descobri que Deus habitava meu coração com todos os recursos necessários. Descobri a maneira de receber os recursos de Deus e através destes vinte anos de ministério jamais dependi de nenhuma outra pessoa.
Já atravessei o oceano Pacífico mais de quarenta vezes a fim de pregar em outros países. Nunca pedi nem um centavo de igreja alguma. Gostaria de expres­sar meu agradecimento pelo envio de missionários à Coréia, mas jamais pedi ajuda financeira de igrejas fora de meu país.
Sempre dependi de Deus; e em todos os transes ele supriu as minhas necessidades: na construção da igreja, no envio de missionários de nossa igreja a outros países, na construção do instituto bíblico.
Neste instante estamos construindo nosso novo instituto bíblico das igrejas Assembléias de Deus coreanas, e minha igreja está contribuindo com meio milhão de dólares. Deus, deveras, supre todas as nossas necessidades.
Desejo imprimir em seu coração o fato de que você possui os recursos de que precisa dentro de você neste instante — não amanhã, não ontem, mas neste instante; você possui Deus habitando dentro de você. Deus não está dormindo dentro de você. Deus não vem só para acampar-se e passar férias. Deus está aí para operar a salvação. E ele jamais opera a não ser mediante sua visão, sua fé. Você é o canal.
Você pode dizer:
"Ó Deus, por favor opere misteriosamente no uni­verso e faze todas as coisas.
Deus responderá:
"Não! Estou habitando em você. Jamais me apresen­tarei ao mundo com poder a não ser que me manifes­te através de sua vida."
Você é o canal. Você tem toda a responsabilidade. Se não desenvolver sua maneira de crer a fim de coope­rar com Deus, ele será limitado. Deus é tão grande quanto você lhe permitir que o seja. Ele também é tão pequeno quanto você o obrigar a ser.
Quando os pecadores vêm a Jesus, alquebrados e infelizes, primeiramente lhes ensino que Deus habita em seu interior e que possuem todo o recurso em Jesus Cristo. Então procuro reeducá-los para que desenvolvam seu coração a fim de cooperar com Deus. Todos, sem exceção, partem com nova fé e levam uma vida milagrosa e vitoriosa.
Como é que este povo, se todos fossem realmente pobres e cheios de fracasso, pôde dar mais de vinte milhões de dólares à sua igreja de 1969 a 1977? Todos os anos damos cabo de nossos projetos que geralmen­te custam de um milhão e meio a dois milhões de dólares. Estes membros podem dai' porque foram enriquecidos e são sucessos tremendos porque sa­bem como obter o recurso da Fonte. Mas primeiro devem ser limpados dos pecados da carne.
A maioria das pessoas luta com quatro pecados da carne, pecados estes que devem ser vencidos antes que o cristão possa operar ativamente com Deus. Se não se livrarem destes pecados seus canais serão tão entupidos que Deus não terá a oportunidade de fluir através deles. Descobri esses pecados durante meus vinte anos de aconselhamento.
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As pessoas sofrem por causa do ódio, o primeiro pecado que examinaremos. Se conservar o ódio em seu coração Deus jamais poderá fluir através de você. E esse ódio, esse espírito não perdoador, será o inimigo número um de sua fé. Cristo Jesus destaca esse fato em Mateus 6:14, 15: "Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tão pouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas."
Depois de pregar o quarto sermão no domingo de manhã, estou tão cansado que não desejo ver nin­guém. Se alguém deseja falar comigo, primeiro tem de passar por minhas secretárias. Elas examinam cuida­dosamente os pedidos. Se alguém consegue chegar ã minha porta é porque está em grande necessidade.
Certo dia, depois do meu quarto sermão, um senhor bateu à porta do meu escritório.
Abri a porta e ele entrou. Pensei que ele estivesse bêbado porque andava cambaleando. Sentou-se e tirou algo do bolso. Um punhal afiado; fiquei atemori­zado. Pensei: "Como é que as secretárias deixaram-no entrar aqui? Ele carrega um punhal e assim mesmo o deixam entrar!"
Eu estava realmente assustado e quando ele em­punhou a arma, preparei para defender-me, dizendo:
— Não use essa faca. Diga-me por que veio aqui. Respondeu ele:
— Senhor, vou cometer suicídio. Mas primeiro vou matar minha esposa, meu sogro, minha sogra e todos os que se encontrarem ao meu redor. Um amigo meu aconselhou-me a vir assistir a um de seus cultos antes de fazer todas estas coisas. Vim e assisti ao quarto culto. Escutei com atenção mas não pude entender nenhuma de suas palavras por causa de seu forte sotaque provinciano sulista. Não pude entender seu sotaque e não consegui compreender nada do que o senhor disse. De modo que depois de ouvir o que o senhor tem a dizer vou sair para realizar todos os meus planos. Estou morrendo. Tenho tuberculose, e tenho acessos de tosse o tempo todo. Estou mor­rendo.
— Acalme-se — disse-lhe —; sente-se aqui e conte--me a sua história.
— Bem — respondeu ele —, durante a última etapa da guerra do Vietnã eu servi como mecânico e dirigia um buldôzer. Trabalhei em todas as linhas de frente construindo trincheiras e estradas, arriscando a vida a fim de ganhar mais dinheiro. Enviava todo o dinheiro para minha mulher e quando a guerra acabou mal tinha o suficiente para sair do Vietnã.
Mandei-lhe um telegrama de Hong Kong e espera­va vê-la com as crianças no aeroporto de Seul. Mas ao chegar lá não vi nem sombra deles. Pensei que talvez não tivessem recebido meu telegrama, mas quando cheguei correndo a casa, descobri estranhos morando lá.
'Descobri que minha mulher tinha fugido com um jovem. Ela me havia deixado, levando todas as minhas economias. Morava em outra parte de cidade. Fui até lá e implorei-lhe que voltasse para mim. Ela se negou terminantemente.
"Fui ver meu sogro e minha sogra a fim de expor--lhes o caso. Deram-me 40 dólares e me escorraçaram de sua casa. Em menos de uma semana eu tinha um ódio ardente em meu coração, e comecei a vomitar sangue. Agora a tuberculose acaba comigo rapida­mente e não tenho esperança alguma. Vou destruí-los, um por um, e então matarei a mim mesmo.
— Cavalheiro — disse-lhe eu —, essa não é a maneira de fazer vingança. A melhor maneira de se vingar é encontrar um novo emprego, construir um lar mais lindo e melhor e mostrai' a eles do que é capaz. Desta maneira você realmente poderá vingar-se. Mas matá-los e depois matar a si mesmo não lhe trará satisfação alguma.
— Odeio-os — clamou ele.
— Enquanto os odiar vai destruir-se — disse eu. — O ódio destrói mais a pessoa que odeia do que aos outros. Por que não experimenta Jesus? — perguntei. — Quando Jesus entra em seu coração, todo o poder de Deus vem e habita em você. O poder de Deus fluirá através de você. Deus o tocará, o curará e restaurará sua vida. Você pode reconstruir sua vida e isso seria vingança verdadeira contra seus inimigos.
Enviei-o à Montanha da Oração, onde ele aceitou a Jesus Cristo como seu Salvador pessoal. Contudo, ele não podia perdoar de todo sua esposa. Pedi-lhe, pois, que bendissesse sua esposa.
— A melhor maneira de perdoar sua esposa é bendizê-la. Abençoe-lhe o espírito, alma, corpo e vida. Ore para que Deus abra as portas do céus e derrame bênçãos sobre ela.
— Não posso abençoá-la! — exclamou ele. — Não a amaldiçoarei, porém não a bendirei!
Respondi:
— Se não a abençoar, não será curado. Ao abençoar, as bênçãos começam em você, você vai aproveitar mais de suas bênçãos do que ela. Temos um ditado que diz: "Se desejas sujai' o rosto dos outros com barro, terá primeiro de sujar suas mãos.'' De modo que se amaldiçoar sua mulher, a maldição primeiro tem de sair de sua boca e você será amaldiçoado primeiro. Mas se abençoar sua esposa, a palavra de bênção procederá de seu coração, saindo-lhe pela boca e você será abençoado primeiro. Assim sendo, vá em frente e bendiga-lhe.
Ele começou a abençoá-la. A princípio por entre os dentes. Orou: "Ó Deus, abençoa ... minha mulher. Abençoa-a ... E ... dá-lhe a salvação. Ó Deus, dá-lhe ... a bênção.''
Ele continuou a bendizer-lhe e em menos de um mês foi completamente curado da tuberculose e sua vida foi transformada. O poder de Deus começou a emanar dele e sua face brilhava.
Ao encontrá-lo, um mês mais tarde, ele exclamou excitadamente:
— Oh, Pastor Cho, regozijo-me no Senhor! Louvo a
Deus porque agora realmente aprecio de verdade a minha esposa. Foi por ela ter-me deixado que encon­trei Jesus. Oro por ela todos os dias. Renovei minha licensa para dirigir tratores. Tenho um novo emprego; estou construindo um novo lar e espero que minha esposa volte paia mim.
Este homem louvava ao Senhor. Ele reconstruía sua vida através do poder de Deus que tinha começado a emanar de sua vida. Ele estava curado de espírito e corpo.
Se não se livrar de seu ódio não poderá entrar em contato com o Senhor. Quando você sair a pregar o evangelho deve ajudar as pessoas a compreender isto.
Certo dia uma professora veio ver-me. Ela era diretora de uma escola e sofria de artrite. Tinha ido a todos os hospitais mas não tinha sido curada. Impus as mãos sobre ela, orei, repreendi a doença, gritei, fiz tudo o que podia, mas Deus não a tocou.
Muitas pessoas tinham sido curadas na igreja, mas a despeito de tudo, ela não era curada. Afinal comecei a desistir. Mas certo dia o Espírito Santo disse:
"Não grite. Ore e repreenda. Não posso fluir através dela porque ela odeia o ex-marido."
Eu sabia que ela se tinha divorciado dez anos antes. Então, enquanto ela estava sentada à minha frente, eu disse;
— Irmã, por favor, divorcie-se de seu marido. Ela olhou para mim e disse:
— Pastor, o que o senhor quer dizer com divorciar--me de meu marido? Nós estamos divorciados há mais de dez anos.
— Não, não estão — respondi-lhe.
— Oh, sim! — insistiu ela.
— Sim — respondi —, é claro que estão, legalmente. Mas mentalmente você nunca se divorciou dele. Você o amaldiçoa todas as manhãs. Todos os dias você o amaldiçoa e odeia; em sua imaginação nunca se divorciou de seu marido. Em sua mente ainda vive com ele, e esse ódio está-lhe destruindo e secando-lhe os ossos. Por causa disto sua artrite não tem cura. Médico algum poderá curá-la. Retorquiu ela:
— Mas ele causou-me tanto prejuízo. Quando me casei com ele, ele nunca arrumou um emprego. Esbanjou todo o meu dinheiro. Destruiu minha vida e depois foi viver com outra mulher. Como é que posso amá-lo?
Respondi:
— Amá-lo ou não é problema seu; mas se não o amar, morrerá de artrite. A artrite somente será curada pelo poder de Deus. O poder de Deus jamais cairá do céu como um meteoro a fim de tocá-la e curá-la.
— Não! — continuei. — Deus habita dentro de você, e ele vai emanar de seu interior e curá-la. Mas seu ódio impede o fluxo do poder de Deus. Por favor, comece a bendizer seu marido. Bendiga seu inimigo e faça o bem a ele. Então aprenderá a amá-lo e criará um canal pelo qual o Espírito de Deus vai fluir e tocá-la.
Ela tinha o mesmo problema do homem que sofria de tuberculose. Chorando, ela disse:
— Não posso amá-lo. Pastor, por favor, perdoa-me. Não o odiarei, mas não o amarei.
— Você não pode parar de odiá-lo se não o amar — respondi. — Veja seu marido através da imaginação. Toque-lhe e diga-lhe que o ama e abençoe-o.
Uma vez mais ela relutava. De modo que fiz uma oração por ela. Ela chorava mordendo os dentes. Mas afinal começou a sentir amor por ele e orando, pediu a Deus que o abençoasse, que o salvasse e que lhe desse todas as boas coisas. O poder de Deus começou a fluir através dela e ela foi tocada. Em menos de três meses foi libertada de sua artrite.
Sim, Deus habita em você. Mas se você não se livrar do ódio, esse arquiinimigo, o poder de Deus não poderá fluir por seu intermédio.
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Muitas pessoas vivem em temor, É nossa responsa­bilidade como cristãos ajudar essas pessoas a livrar-se deste medo, o segundo pecado neste grupo de quatro.
Também já sofri de tuberculose. Sofri de tuberculo­se porque estava constantemente vivendo sob o temor da tuberculose. Na escola secundária, eu tinha uma aula na qual devia lidar com garrafas de álcool com ossos e intestinos humanos. A simples vista destas garrafas enchia-me de pavor.
Certa manhã o professor de biologia falava sobre a tuberculose. Naquela época não havia drogas miracu­losas, e o professor disse que se contraíssemos tuberculose estaríamos perdidos, e nossos intestinos teriam a aparência dos que estavam naquelas garrafas, para o resto de nossa vida.
Falou dos perigos da tuberculose e no final da aula disse:
— Há pessoas que nascem com tendência para a tuberculose. Homens com ombros estreitos e pescoço comprido são mais propensos a contrair tuberculose. Todos os alunos começaram a esticar os pescoços e a medi-los, como se fossem cegonhas. Olhando para meus companheiros, vi que eu tinha o pescoço mais comprido de todos. Imediatamente tive o pressenti­mento de que contrairia tuberculose. O temor opri­mia-me o coração. Quando cheguei a casa, olhei no espelho. Medi o pescoço a tarde toda. O temor invadiu-me e comecei a viver sob o agudo temor da doença.
Quando completei dezoito anos de idade sofri de tuberculose. O semelhante atrai o semelhante, e o igual produz seu igual. Se a pessoa tiver medo, o diabo tem um canal aberto pelo qual atingi-la; temor é fé negativa. De modo que como eu tinha medo da tuberculose, contraí tuberculose, e à medida que vomitava sangue, dizia a mim mesmo: "Sim, é exata­mente isto o que eu esperava.'
Eu tinha lido em certo periódico médico da Coréia que muita gente morre por hábito. Pensava comigo mesmo: "Como é que a gente pode morrer por hábito?" Então reli o artigo.
Esses médicos, não-cristãos, falavam do importante papel que o medo tem em nossa vida. Por exemplo, um homem de apenas 50 anos de idade, já avô, morreu de pressão alta. Seu filho, chegando aos 50 anos também morreu de pressão alta. Agora o neto vive em constante temor de morrer de pressão alta.
Ao chegar aos 50 anos de idade, no instante em que sentir alguma tontura ele há de pensar: "Oh, isso é um ataque de coração." Se sentir alguma dor no peito espera imediatamente outro ataque; vive cada dia com seu temor e expectativa. O medo cria esta situação em seu corpo, e logo ele há de morrer de um ataque cardíaco.
Muitas mulheres morrem por causa do medo do câncer. Certa mulher poderia dizer:
— Bem, minha tia morreu de câncer, minha mãe morreu de câncer, de modo que, com toda certeza, também morrerei de câncer.
Quando essa mulher chegar à mesma idade com a qual sua tia e sua mãe faleceram, e sentir qualquer tipo de dor, poderá dizer:
— Oh, isto é o câncer. Certamente está chegando o meu tempo —. Ela há de esperar todos os dias, dizendo a si mesma que vai sofrer de câncer, e repetirá esse pensamento muitas vezes. É desta ma­neira que os médicos diziam que as pessoas morriam por hábito. Se a pessoa tiver um temor específico, então o poder da destruição começa a fluir.
Em 1969, quando Deus me pediu que renunciasse ao pastorado de minha segunda igreja, eu tinha 10.000 membros batizados com uma assistência regular de 12.000. Eu vivia feliz, sentia-me bem e satisfeito. Tinha uma linda casa, uma esposa maravilhosa, filhos, carro do último modelo e até chofer. Então eu disse:
"Deus, vou ficar nesta igreja até que meus cabelos se tornem brancos."
Mas certo dia, enquanto orava em meu escritório, o Espírito Santo veio e disse:
"Cho, seu tempo aqui terminou. Você deve prepa­rar-se para mudar."
"Oh, Senhor", disse eu, "mudar-me? Já comecei uma igreja, e esta é a segunda que começo e edifico. Desejas que eu vá abrir um terceiro trabalho? Por que deve ser sempre eu quem dê início a novas obras? Estás escolhendo a pessoa errada. Dize a outro que vá."
Assim comecei a discutir com o Senhor.
Ninguém, entretanto, deve argumentar com Deus, porque ele sempre tem razão. Finalmente, Deus persuadiu-me, dizendo:
"Você deve ir e edificar uma igreja com espaço para 10.000 pessoas. Uma igreja que possa enviar pelo menos 500 missionários."
"Pai", repliquei, "não posso fazer isso. Tenho pavor mortal de edificar uma igreja desse tamanho."
Mas Deus disse:
"Não; disse-lhe que vá e você tem de ir."
Consultei um construtor acerca dos custos. Disse--me ele por alto que eu ia precisar pelo menos de dois milhões e meio de dólares, só para a igreja. Para o terreno precisava de outro meio milhão e para o terreno contíguo a fim de construir o complexo de apartamentos outros dois milhões. Um total de não menos cinco milhões de dólares.
Perguntou-me quanto dinheiro eu tinha. Disse-lhe que possuía dois mil e quinhentos dólares. Ele olhou para mim estupefato, sacudiu a cabeça e não disse nada.
Então fui a uma reunião dos anciãos da igreja e contei-lhes o plano. Certo ancião disse:
— Pastor, quanto dinheiro o senhor vai conseguir nos Estados Unidos?
— Nenhum centavo — disse-lhe eu. Disseram:
— O senhor é um bom homem, um ministro genuíno, mas não é homem de negócios. Não é assim que se constrói uma igreja e um complexo de aparta­mentos.
Então reuni meus 600 diáconos. Quando lhes contei o plano, começaram imediatamente a agir como coelhos assustados, como se eu fosse impor-lhes um tributo de sangue.
Senti-me desnorteado. Estava cheio de medo. Fui ao Senhor.
"Senhor, ouviste todas as palavras dos anciãos e dos diáconos. Estão todos de acordo, de modo que o senhor tem de pensar sobre este assunto de novo."
Então o Espírito falou ao meu coração:
"Filho, quando foi que lhe pedi que fosse falar com os anciãos e com os diáconos?
"Então eu não devia?" perguntei.
O Espírito respondeu:
"Mandei que você construísse uma igreja, não que a discutisse. Essa é minha ordem."
Levantei-me, dizendo:
"Sim, se essa é tua ordem, cumpri-la-ei."
Fui à Prefeitura e comprei a crédito quase dois hectares no bairro mais caro, situados em frente do edifício do Congresso, um dos lugares mais cobiçados de toda a Coréia. Depois fui ao construtor e assinei um contrato com ele para a construção da igreja e do complexo de apartamentos, tudo a crédito. Pensei com meus botões: 'Eles construirão a igreja. Eu confiarei em Deus e verei o que acontece."
No dia em que começaram as obras fizemos um culto especial. Finalizado o culto, fui ver como as coisas andavam. Pensei que os trabalhadores abririam umas poucas valas e que ali começariam a colocar o cimento para os alicerces e que em pouco tempo o edifício estaria terminado. Mas havia dúzias de buldôzeres trabalhando e cavando a terra como se fossem fazer um lago.
Fiquei louco de medo e perguntei:
"Pai, vês como estes homens estão cavando? Eu terei de pagar por tudo isso? Não posso."
Fiquei paralisado de medo. Meus joelhos começa­ram a tremer. E pela imaginação me vi sendo levado num carro da polícia. Ajoelhei-me e orei:
"Oh, Deus, que posso fazer? Onde devo me enfiar? Onde estás tu? Sei que és o Recurso total, e coloco minha confiança em ti."
Enquanto orava, tive uma visão de Deus trabalhan­do, e o medo me deixou. Quando abri os olhos e de novo vi as obras, voltei a sentir-me cheio de medo. Por isso, durante o tempo que a construção durou, vivi mais com os olhos fechados do que com eles abertos.
O mesmo princípio é verdadeiro em muitas situa­ções. Se você olhar para suas circunstâncias com seus olhos, e com seus sentidos, Satanás o destruirá com o temor. Mas se fechar os olhos e olhar para Deus, então poderá crer.
Há dois tipos diferentes de conhecimento: Conhecimento sensório e conhecimento revelado. Devemos viver pelo conhecimento revelado encontrado do Gênesis ao Apocalipse, não por nosso conhecimento sensório.
Devemos instruir as pessoas a desistirem do temor do seu ambiente e de suas circunstâncias. Se não o fizerem, não poderão desenvolver a fé, nem Deus poderá fluir através delas. Peça-lhes que entreguem seus temores ao Senhor; ensine-lhes a colocar sua fé somente na Palavra de Deus.
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Muitas pessoas vivem com complexos de inferioridade e estão constantemente frustradas: esse senti­mento de inferioridade è a terceira área problemática que discutirei.
Se as pessoas sentirem-se inferiores por viverem numa área de favelas, você não as poderá tirar dali. Talvez tenham fracassado em seus negócios e se resignaram a ser fracassos. Mas enquanto tiverem essa atitude, você não as pode ajudar. Você deve pedir que cada um entregue seu complexo de inferioridade a Deus e permita-se ser reconstruído pelo amor de Deus.
Certo dia um menino matou o irmão menor com uma faca. A notícia causou sensação imediata. Os pais amavam o menino falecido com grande ardor. Louva­vam-no constantemente na presença do irmão maior. O irmão maior começou a sentir-se desprezado e inferior. Certo dia quando os pais estavam fora, o irmão menor chegou da escola e o mais velho o matou. O complexo de inferioridade é muito destru­tivo.
Uma vez sofri de um complexo de inferioridade. Depois de lutar durante dois anos em meu primeiro trabalho pioneiro, a igreja começou a crescer. Mas era uma igreja muito barulhenta, uma verdadeira igreja pentecostal. Muita gente recebia o batismo no Espírito Santo e muitos eram curados de diversas doenças. Certo dia o executivo principal de nossa denominação mandou chamar-me. Nessa época eles estavam em meio caminho entre os pentecostais mais ardorosos e os presbiterianos mais conservadores. Perguntaram-me:
— Você realmente está orando pelos enfermos e fazendo com que as pessoas gritem e falem em outras línguas em seus cultos?
— Sim — respondi.
— Você é um fanático — asseveraram.
— Não sou fanático. Faço tudo de acordo com o ensino bíblico — defendi-me.
Depois de discutirem este assunto, cassaram minha licença ministerial e me mandaram embora. Fui expulso de minha própria denominação. Depois de algum tempo o missionário John Hurston veio e me levou de volta.
Ao ser expulso fui atingido por sentimentos de inferioridade. Esse complexo de inferioridade produ­ziu em mim um sentimento de destruição. Foi-me difícil sair dessa situação.
Na época em que os membros da Comissão Execu­tiva me expulsaram, entretanto, não sabiam que certo dia eu seria Superintendente Geral dessa mesma denominação. Esse foi um cargo que ocupei até recentemente. Quando fui eleito para esse cargo tínhamos somente 2.000 membros. Aplicando as leis da fé e ensinando-as aos pastores, tivemos um rápido crescimento. Quando pedi demissão do cargo, as estatísticas revelaram que a denominação contava com um total de 300 igrejas com mais de 200.000 membros.
Devemos lidar com os que se sentem incapazes de vencer na vida. Devemos tirá-los de sua depressão e pessimismo. Edificá-los no amor de Jesus Cristo e dar--lhes fé, dizendo-lhes que nada é impossível ao que crê. Devemos curá-los e treiná-los. Logo eles se desfarão de seu sentimento de inferioridade.
Certo domingo de manhã, enquanto pregava no segundo culto, vi um homem que eu sabia estar mentalmente doente. Ele foi trazido com os pés e mãos amarrados. Nesse dia estávamos fazendo com­promisso para terminarmos com êxito a quinta etapa da construção. Muitas pessoas estavam preenchendo cartões de compromisso. Quando esse homem rece­beu um cartão ele o preencheu com a quantia de 100 dólares.
Sua esposa riu quando os diáconos passaram para recolher as ofertas.
— Não acredite nele — disse ela. — Ele está doido. Mas depois do culto, quando o fui ver, ele estava completamente curado pelo poder do Espírito Santo. Estava de novo em perfeito juízo, plenamente cons­ciente do que fazia e dizia. Tinha sofrido de um profundo complexo de inferioridade. Explicou:
— Eu tinha um fábrica de fertilizantes, mas fui à falência. Fiquei tão preocupado que perdi a razão. Então levaram-me para um hospital psiquiátrico onde recebi uma série de eletrochoques. Mas nunca me curaram.
"Mas enquanto estava sentado ali ouvindo as suas palavras, subitamente saí de meu estado mental e tive consciência da realidade. Perdi meus amigos, meu prestígio e meu crédito. Tenho uma montanha de dívidas. Não posso fazer nada. Não sou ninguém.
— Você é alguma coisa — disse-lhe eu. — Você não é inferior. Você veio a Jesus e agora todo o poder de Cristo e todos os seus recursos residem em você. Você
é um homem de Deus. Levante-se vitoriosamente. Você tem dentro de si todo o poder e todos os recursos de Deus, a espera de serem liberados.
— Que tipo de trabalho posso fazer? — perguntou--me.
— Não sei — respondi —; mas continue a ler a Bíblia e a orar.
Certo dia ele voltou cheio de entusiasmo.
— Pastor, li o versículo da Bíblia que diz sermos o sal e a luz do mundo. Que lhe parece eu entrar no negócio de vender sal a varejo?
— Se você acredita nisso, vá em frente — disse-lhe eu. — Faça-o!
Ele se foi e começou a vender sal em pequena escala. Pagou seus dízimos. Pagou a promessa que tinha feito e regozijava-se muito no Senhor. Deus começou a abençoá-lo e seu negócio de vender sal prosperou muito. Com o passar do tempo ele constru­iu um grande armazém à beira do rio, onde colocou um capital de 50.000 dólares em sal.
Mas certa noite de verão choveu torrencialmente e pela manhã quando me levantei a área toda estava inundada. O armazém dele estava inundado. Fiquei apreensivo. Nessa tarde, depois de parada a chuva, corri à casa dele.
Outros artigos e materiais podem ser recuperados depois de uma inundação, mas o sal é muito amigo da água. Ao entrar no seu armazém vi que todo o sal tinha desaparecido. O homem, agora ancião de minha igreja, estava assentado no meio do depósito, cantan­do e louvando a Deus. Entrei, sem saber se ele estava em perfeito juízo ou não. Cheguei-me a ele e per­guntei:
— Você está bem ou está louco?
— Pastor, estou perfeitamente bem — sorriu ele. — Não estou louco. Não se preocupe. Perdi tudo. Deus o levou. Mas como o senhor sempre me tem dito, os recursos todos estão dentro de mim. A água pode levar-me o sal, mas não pode desfazer os recursos da presença de Deus que em mim habita. Posso fazer brotar esses recursos novamente através da fé e da oração. Espere só. Dê-me tempo. Levantarei meus negócios de novo.
Já não sofria de nenhum complexo de inferioridade. Estava cheio de confiança. Hoje ele é um multimilionário e continua a vender sal. Também começou a fabricar relógios e tem sua fábrica própria. Ele já me acompanhou a Los Angeles, a Vancouver e a Nova Iorque. Recentemente fez uma viagem à Europa.
Este homem é somente um exemplo de como podemos ajudar as pessoas a se livrarem de seus sentimentos de inferioridade, dando ênfase a todos os recursos de Deus que lhes estão à disposição.
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Muitas pessoas também sofrem de sentimentos de culpa. Esse é o quarto problema que deve ser vencido antes que o cristão possa trabalhar ativamente com Deus; pois enquanto a pessoa sofrer de culpa, Deus jamais poderá fluir através dela.
Precisamos ajudar as pessoas a se livrarem de seus sentimentos de culpa. Precisamos fazê-las compreen­der que quando se sentem indignas e cheias de culpa, simplesmente poderão vir ao Senhor e ele as limpará.
Certo dia eu estava em meu escritório quando entrou um lindo casal. O homem era uma pessoa muito elegante e a esposa uma senhora adorável. Embora essa adorável senhora tivesse mais ou menos trinta anos de idade, parecia velha, emaciada e quase nem podia abrir os olhos.
O marido disse:
— Pastor, minha mulher está morrendo. Já tentei tudo: psicologia, psiquiatria e todos os remédios imagináveis. Sou rico. Já gastei milhares e milhares dólares com ela, mas os médicos nada puderam fazer. Agora desenganaram-na. Ouvi dizer que o senhor realmente tem ajudado muita gente e que muitos foram curados.
Disse-lhe que tudo isso era verdade e olhei para ela procurando o discernimento e a sabedoria de que ela precisava nesta situação. Orei silenciosamente: "Se­nhor, ela veio até aqui. Agora o que faço?"
Imediatamente a voz suave de Deus falou: "Ela sofre de uma doença psicossomática. Não é uma doença orgânica, é mental." Pedi que o marido saísse do escritório e voltando-me para a mulher, disse:
— A senhora deseja viver? É preciso que viva por causa de seu marido, pelo menos. Se a senhora tivesse de morrer, já devia tê-lo feito, pois agora tem três filhos. Se morrer agora, deixando os filhos para seu marido cuidar, realmente atrapalhará a vida dele. Portanto, de uma maneira ou de outra é preciso que a senhora viva para seu marido e seus filhos.
— Gostaria de viver — disse-me ela.
— Então posso ajudá-la, mas somente com uma condição. Deve contar-me sua vida passada — res­pondi.
Ela se aprumou na cadeira e com ira nos olhos respondeu:
— Será que estou na delegacia de polícia? O senhor é um ditador? Por que me pede isso? Isto não é um interrogatório e não tenho de revelai' meu passado.
— Então não poderei ajudá-la — respondi. — Se a senhora persistir nesse curso de ação, vou pedir que Deus revele diretamente as áreas problemáticas de seu passado.
Ela ficou espantada e tirando um lenço da bolsa começou a chorar. Depois de um longo suspiro, disse:
— Pastor, vou revelar meu passado, mas não acho que seja esse o meu problema.
— Sim, é — disse eu. — Essa é a causa de seus problemas.
— Meus pais morreram quando eu era bem jovem è praticamente fui criada por minha irmã mais velha. Minha irmã era como uma mãe para mim. e meu cunhado como um pai. Tomaram conta de mim e morei com eles durante meu tempo de ginásio, colegial e faculdade.
"No meu terceiro ano de faculdade minha irmã foi para a maternidade a fim de dar à luz seu último filho. Durante o tempo em que ela esteve lá eu tomei conta da casa e das crianças. Sem saber o que estava acontecendo, meu cunhado e eu nos apaixonamos.
"Não sei o que aconteceu comigo, mas caímos num relacionamento imoral; logo a culpa alojou-se em meu coração. Desse momento em diante eu morria de culpa. Mas meu cunhado continuava a telefonar-me de seu escritório e constantemente nos encontráva­mos em motéis, hotéis e estações de água.
"Tive vários abortos e ainda assim não podia recusai" os pedidos de meu cunhado. Eu morria de medo de minha irmã descobrir, por isso meu cunha­do intimidava-me continuamente. Eu estava sendo destruída aos poucos.
"Ao formar-me, decidi que me casaria com o primeiro homem que me propusesse casamento Encontrei um emprego e o jovem que agora é meu marido pediu-me que me casasse com ele. Nada perguntou do meu passado. Aceitei porque assim me afastaria de meu cunhado. Casei-me com ele e com o correr do tempo ele se tornou muito rico. Demitiu-se de seu antigo emprego e começou o seu próprio negócio. Agora está rico. Temos um bom lar, dinheiro, tudo.
"Mas desde o dia que caí com meu cunhado, tenho sofrido destes fortes sentimentos de culpa. Sempre que tenho relações com meu marido sinto-me como se fosse uma prostituta. Não tenho o direito de receber o seu amor. Por dentro choro amargamente. Meus filhos são como anjos. Gostam de me abraçar, dizendo: "Mamãe!" E odeio a mim mesma. Sei que sou uma prostituta. Não sou digna de receber este tipo de amor de meus filhos. Não gosto de ver meu rosto no espelho e é por isso que me visto de maneira tão desleixada. Perdi o apetite e não sinto nenhuma felicidade ou alegria no coração.
— A senhora deve perdoar-se a si mesma — disse--lhe. — Tenho boas-novas para a senhora. Jesus Cristo veio e morreu na cruz pela senhora e pelos seus pecados.
— Nem mesmo Jesus pode perdoar os meus pecados — clamou ela, chorando. — Meus pecados são grandes e profundos demais para serem perdoa­dos. Fiz de tudo. Todo mundo pode ser perdoado, menos eu! Enganei minha irmã e não posso confessar--lhe o que fiz! Isso prejudicaria sua vida toda.
Indaguei silentemente:
"Senhor, como posso ajudá-la agora? Tens de ajudar-me."
Então ouvi um suave cicio em meu coração e subitamente ocorreu-me uma idéia.
— Irmã, feche os olhos — pedi-lhe, fazendo o mesmo. — Vamos até um lago lindo e silencioso. Agora estamos assentados à margem do lago. Há muito cascalho ao nosso redor. Tenho na mão uma pedrinha de cascalho. Por favor, apanhe uma pedra grande. Joguemos o cascalho e a pedia dentro do lago.
Vou jogar primeiro. Segura a pedrinha e jogo-a no lago. Ouviu o barulho da água? Um leve murmúrio e umas ondas. Onde está minha pedrinha agora?
— Foi para o fundo do lago — respondeu ela.
— Certo — respondi. — Agora é sua vez. Jogue a sua pedra. Sim, a senhora pode jogá-la ... muito bem. Qual foi o barulho dela?
— Foi grande e formou grandes ondas — respon­deu ela.
— Mas onde está sua pedra? — perguntei.
— No fundo do lago — respondeu ela.
— Bem, parece que ambas as pedras foram para o fundo do lago quando as jogamos. A única diferença foi ò ruído e as ondas. A minha fez um barulhinho e a sua produziu um grande ruído. A minha produziu pequenas ondas, a sua produziu ondas enormes. As pessoas vão para o inferno com pecados pequenos e grandes, pois estão sem Jesus Cristo. E qual é a diferença? O ruído e a sua influência na sociedade. Todo mundo precisa do perdão de Jesus Cristo. O sangue de Jesus cura todos os pecados, grandes ou pequenos.
Isto tocou-lhe a alma e ela despertou para a verdade.
— Quer isso dizer que Deus pode perdoar os meus pecados?
— É claro — respondi.
Ela afundou-se na cadeira chorando e estremecendo-se. Tentei encorajá-la, mas ela continuou a chorar. Então coloquei a mão sobre sua cabeça e levei-a a fazer a oração do pecador.
Depois da oração, quando ela levantou o rosto vi seus olhos brilhando como estrelas. De sua face começou a irradiar glória. Ela levantou-se, excla­mando:
— Pastor, estou salva! Todos os meus fardos foram desfeitos!
Comecei a cantar e  ela a dançar. Até este momento ela nunca tinha dançado de alegria perante o Senhor, mas neste dia ela pulava e dançava fazendo tanto Barulho que o marido escutou e correu para ver o que se passava em meu escritório.
Ao vê-lo, ela correu para ele e abraçou-o com força.
Ela nunca tinha feito isto antes e seu marido estava assombrado.
Perguntou:
— O que o senhor fez com ela?
— Deus realizou um milagre! – respondi alegremente. E voltando-me para a esposa, disse:
— Deve entregar todo o seu coração ao Senhor. Ele fez grandes coisas por você
Em breve ela tinha livrado totalmente o seu sentimento de culpa. O poder de Deus emanou de seu Interior e ela foi curada por completo.
Esse casal agora é membro de minha igreja e sempre que olho para o rosto dessa senhora, não posso deixar de pensar no amor de Jesus Cristo. Agora ela não tem doença alguma. Foi completamente curada. Ao soltar seu sentimento de culpa, o poder de Deus pôde fluir.
Irmãos e irmãs em Cristo, neste instante vocês têm todo o poder de Deus dentro de coes. Podem recorrer a esse poder para seus gastos, suas roupas, seus livros, sua saúde, seu negócio, tudo!
Quando saírem para pregar o evangelho não estarão pregando um objetivo vago, uma teoria, uma filosofia ou uma religião humana. Na verdade estarão ensinando as pessoas a destapar o manancial inesgotável dos recursos morais e espirituais.
Estarão dando Jesus para as pessoas e por meio de Jesus, Deus vem e habita em seus corações.

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