quarta-feira, 18 de junho de 2014

Analise do último filme da Malévola - Será que a saída, cura, para a sociopatia seria o enquadramento com transtorno bipolar!?


Redefinindo estigmas, estereótipos e arquétipos nos contos de fada!


BIPOLAR DO MAL




A NARRATIVA:

É bem sobre o que atualmente esta sendo narrado nas novelas e seriados do país: MALDIÇÃO e ESTIGMATIZAÇÃO. Coincidência, né!?
Vai dizer que vc ainda acredita em papai-noel!?
Análise da nova Malévola:
Jogada bem típica de uma psicopatas: no final chega como a salvadora da pátria, de um problema que ela mesmo causou. Afinal foi ela mesmo quem criou o feitiço, ou seria melhor entendermos com uma jogada, para se vingar do "amor da vida" dela,o rei? Essa jogada de matar o rei, parece coisa de neo-feminista que vai "salvar" o mundo dos machistas, para depois dominá-lo. Coisa de megaloma!
É a narrativa bem típica da criação de mais uma sociopata para o jogo social. Como já disse antes: faz a menina acreditar no amor perfeito e ideal, faz ela se apaixonar, separa de quem ela ama, frustrando e destruindo seus sonhos, a traumatiza, com uma ferida que nunca cicatriza. Faz ela ficar com ódio do cara, depois dos homens e por fim de toda a humanidade.
E aliás a trama é bem um jogo entre humanos e não humanos pelo poder, típico! No fim a "princesinha", donzela, isto é se ainda o lobisomem (lobo mau, cachorro) ou o vampiro (dragão), como queira, não a comeu enquanto estava dormindo, melhor dizendo, dopada, drogada e prostituída pelo sistema.
Findando com a saída com o estilo da estória chapeuzinho vermelho, o lobo mau fica com a coroa, ou seria o caçador, tanto faz, os caçadores são "lobos" das florestas! depois de ter tirado a virgindade da donzela. Ou vc não entendeu que o corvo, também jogava pelo poder!? Ele ainda faz um "cena" de chantagem antes de entrar no castelo. Tudo é um jogo! Falando em corvo, lembrei do filho do Bruce Lee, que morreu durante as gravações de O Corvo. E Bruce Lee rima com Kung Fu, que rima com dragão chinês! Plim-plim!
Essa jogada de comer a coroa para depois comer a molequinha é bem típica aqui na minha região (Amazônia).
No fim a princesinha se torna rainha do mundo real ou somente do mundo do faz de conta!?

Psicopata ou Bipolar do Mal?!
Mudanças de paradigma fazem parte da evolução humana. Seja na sociedade, na política ou nas corporações, elas acontecem de acordo com estímulos externos. Um dos maiores casos recentes é a Disney.
Depois de décadas definindo os sonhos de meninas ao redor do mundo, a companhia percebeu que aquela definição clássica de amor verdadeiro e irrevogável começou a cair por terra por conta dos desenvolvimentos sociais e, para manter a liderança no campo, organizou mudanças.
Se analisarmos os últimos dez filmes de sucesso da Disney e estrelados por garotas, animados ou não, um tema se revela: o rito de passagem agora é feminino e as meninas se transformam em mulheres poderosas nas telas. Mulan, Alice, Rapunzel e Elsa agora ganham uma nova, e definitiva, aliada nessa empreitada: Malévola.
Com a estreia de Malévola” (Maleficent), a Disney completa a transição da princesa à espera do príncipe encantado, passando por cima da boneca Barbie, estereotipo, Pamela Anderson, para a mulher que não pensa duas vezes para alcançar seus objetivos. Frozen – Uma Aventura Congelante” já deixava claro esse direcionamento ao ignorar o formato do “amor romântico como solução” para o grande problema e terminar com Elsa independente e solteira.
A história aceita a magia como aspecto do cotidiano no universo da princesa Aurora e faz bom uso de seus elementos e efeitos em todos à sua volta, embora isso seja apenas o pano de fundo. De forma simples, “Malévola” trata de amor e obssessão. Tanto da ausência quanto da abundância, e as consequências de ambos.
No meio de tudo isso está Angelina Jolie, num visual deslumbrante e em atuação certeira. Ela garantiu a força nos dois momentos mais definitivos da personagem ao longo do filme e permitiu que o conto infantil fosse muito além da esfera infantil e tivesse ramificações para parcela adulta da plateia. Tudo gira em torno de Jolie e de sua personagem, que se divide entre vilã e heroína em diversos momentos da trama.
Esta mesma trama esta no filme O livro dos Mestres -The Kniga masterov aka book of masters. A estória de uma mulher que perdeu o encanto e se tornou uma "psicopata", mas no fim ela acaba boazinha.
Toda essa redefinição do amor é feita em estágios: paixão, envolvimento, confiança, traição, redescoberta. E não faltam camadas de entendimento no roteiro, que não foge a grandes aflições das mulheres, como, por exemplo, o estupro. Numa das cenas mais pesadas da trama, algo é tomado de forma violenta e definitiva.
A dor da traição se mistura ao trauma físico e suas sequelas, que são carregadas ao longo da trama. Talvez, essa sequência se torne tão emblemática no universo Disney quanto a morte da mãe de Bambi tamanha é sua relevância social e inserção num conto acessível a milhares de crianças.
Se a dor gera muita coisa, a descoberta da própria identidade contrapõe a história e catapulta grandes reviravoltas dramáticas, ações grandiosas e escolhas capazes de inspirar gerações. Claro, o conceito primário é simples e até didático, mas vai além disso.
Acompanhar a trajetória de Malévola é observar os altos e baixos da vida de muitas garotas vítimas de abuso, estupro e abandono, jogadas a própria sorte; assim como daquelas que, mesmo não afetadas fisicamente, precisam enfrentar suas próprias jornadas transformadoras em busca da libertação de seus próprios estigmas ou maldições, para adquirirem dignidade, respeito e independência.
Longe do discurso neo-feminista radical, é preciso reconhecer essas mazelas atuais e, da maneira que for possível, mostrar as saídas do labirinto, se é que existe uma saída.
Psicopatia ou melhor dizendo sociopatia tem cura?!
Filmes como “Malévola” e 'O Livro dos Mestres", mais recentemente, tentam mostrar que isto é possível, isso e tem seu valor, principalmente qdo tendemos a acreditar em milagres, que o nosso Deus é o Deus do impossível. Nos parece ser plausível que em casos de psicopatia leve, em que a paciente declina e tem consciência de toda sua trajetória de vida, seja possível a cura, nem que seja somente até os 16 ou 19 anos. Escapar das imposições sociais é possível? Claro, mas, assim como qualquer pessoa disposta a escapar de injustiças sociais, há sempre um preço a ser pago.
O sono da morte é uma figura de linguagem para a morte para Deus, para a humanidade. Uma vez desumana, psicopata, sempre psicopata. Uma vez tragada pelas trevas sempre para nas trevas?! Mas isso contraria o credo judaico-cristão, e então deixaríamos de acreditar em milagres?! Complexo, muito complexo. É Freud!
Falando em Freud, os dois lados da dupla personalidade de “Malévola” pagam caro pelos erros. Um é amaldiçoado pela loucura e paranoia; o outro pela obstinação sombria, obsessão pela vingança. Mas para nós cristão e judeus a vingança não pertence somente a Deus?! Em boa parte do tempo, fica claro se tratar de uma batalha sem vencedores ou benefíciados. Até o momento da escolha, quando um catalisador-chave é colocado em jogo e cada um dos lados precisa reagir a ele. Eis que a verdadeira índole de cada um surge e a "bondade" vence, afinal, ainda estamos falando de um filme da Disney.
Inegável não atribuir a essa “reinvenção da tradição” de “A Bela Adormecida” raízes fortes em Wicked, que transformou a percepção sobre a Bruxa Má do Leste, de O Mágico de Oz” e se tornou um dos musicais mais assistidos da Broadway. Esse movimento quebra um pouco a dicotomia dos clássicos situados na Europa Medieval e lhes insere nesse mundo cinza e cheio de leituras, universos e tempos alternativos dos quais a literatura contemporânea , especialmente, anda se alimentando.
Malévola pode ter declarado guerra à opressão, mas a Disney e tantos outros, declararam guerra aos arquétipos clássicos. John Campbell os define como fundamentais para qualquer civilização. Quem estará certo!?
Melhor deixar a resposta para os Antropólogos, principalmente, para às Antropólogas.
Quer entender isto assista "A antropóloga", filme mais realista e sem efeitos especiais.


Malévola: a redenção do feminino ferido ou a vingança da feminista que foi trocada por outra e levou um "chifre"?! Será por isso os córnios?!



 
Podemos dividir o filme Malévola em duas partes. Na primeira o filme nos apresenta dois reinos distintos e em guerra: o reino de Moors, onde vivem criaturas míticas, incluindo a fada Malévola, e o reino dos humanos. Essa divisão representa uma clara divisão entre o inconsciente, onde habitam os arquétipos e a consciência, no reino dos humanos.
 
 
Na primeira parte do filme temos as seguintes figuras, o rei velho, Malévola e Stefan, o jovem pelo qual a protagonista se apaixona.
O rei ambicioso que está para morrer precisa escolher um sucessor digno para o trono. Nota-se que no reino dos humanos não há uma figura feminina expressiva. Não vemos rainha e o rei apenas cita a sua filha. Isto demonstra que a atitude da consciência encontra-se extremamente unilateral, desequilibrada.
 
 
O rei simbolicamente incorpora o princípio divino, do qual depende o bem-estar físico e psíquico de toda a nação. O rei pode ser considerado um símbolo do Self manifestado na consciência coletiva. E esse símbolo, conforme Von Franz (2005) tem necessidadede renovação constante, de compreensão e contato, pois, de outro modo, corre o perigo de se tornar uma fórmula morta — um sistema e uma doutrina esvaziados de seu significado e tornar-se uma fórmula puramente exterior.
A atitude unilateral, então, desse reino é a ênfase no Logos. Não há feminino, não há Eros, não há relacionamento com o irracional. E onde falta o amor o poder se instala, por isso, deve-se escolher um novo rei para a renovação.
 
 
Entre os pretendentes ao trono está Stephan, que foi o amor de Malévola na infância. A ele, a fada entregou seu coração. Entretanto, Stephan a trai. Movido pelo poder e ambição, ele corta suas asas e as entrega ao rei. Garantindo então seu lugar como novo regente. E assim, o elemento feminino ainda não pode ser resgatado, a atitude unilateral permanece.
Essa atitude é comum em muitos homens, que movidos pelo medo de seu inconsciente, “cortam as asas” de sua mulher. Cortando sua independência, seu progresso profissional e até suas amizades. Eles se apresentam de forma amorosa, prometendo amor verdadeiro, mas visam o poder sobre elas.
 
 
 
Dessa forma, assim como Stephan, eles traem sua anima, traem sua própria alma. Malévola que era a protetora de Moor pode ser considerada a protetora do reino do inconsciente. Uma representação da anima.
Conforme Carl Jung, a anima é responsável por fazer a ligação entre o consciente e o inconsciente do homem. Ela é o guia dele, seu psicopompo. É uma figura arquetípica que contém todas as experiências do homem com a mulher através de toda a história da humanidade, e por meio dela o homem pode compreender e a natureza da mulher.
 
 
Malévola transitava entre os dois mundos e executava esse papel. O fato de possuir asas é uma clara alusão ao deus grego Hermes, com suas sandálias aladas. Hermes era o deus mensageiro dos gregos. O único que podia transitar entre todos os mundos. Uma imagem arquetípica do psicopompo.
 
 
 
Então, quando Stephan corta suas asas, ela perde essa função de guia e ponte e fica renegada ao inconsciente. Outro símbolo digno de nota são seus chifres. O chifre representa virilidade, força, poder e fertilidade. Ou seja, ela é a responsável pela fecundidade do reino e da consciência.
O aspecto feminino do homem, quando rejeitado, e reprimido acaba se tornando não diferenciado. No inconsciente ela ganha mais força e se volta contra a consciência unilateral, se tornando primitiva, vingativa e amarga. Assim o feminino interior, a anima, que representa o aspecto da vida, agora se volta contra a atitude consciente, como aspecto da morte.
 
 
Agora chegamos à segunda parte do filme. E nela temos os seguintes personagens: Stephan como rei, que se casou e teve uma filha, Aurora, as três fadas, o corvo Diavale, e claro, Malévola. Nessa segunda parte agora temos o oposto da primeira. Na primeira, havia um desequilíbrio onde o masculino predominava. Agora o feminino é mais forte. Temos mais figuras femininas representadas pelas fadas, Aurora e Malévola.
A psique sempre busca o equilíbrio compensatório. Mas esse equilíbrio só ocorre por meio da enantiodromia. Esse é um ciclo natural da psique, pois tudo deve se reverter em seu oposto para que haja aprendizado e flexibilidade. E agora vemos uma consciência na fase matriarcal, em compensação a fase anterior patriarcal. E nessa fase o feminino ferido e traído busca sua vingança, mais que isso busca seu lugar de direito.
 
 
 
Mas a atitude consciente coletiva, representada pelo rei Stephan, ainda rejeita esse feminino. Vemos isso em seu comportamento, pois além de ainda querer eliminar Malévola, ele envia sua filha amaldiçoada para longe aos cuidados das três fadas, negando assim sua função paterna de proteção e simplesmente ignora sua esposa que está à beira da morte. Um homem quando rejeita seu feminino é frequentemente tomado por ele. Se tornando mal-humorado, pois ao invés de ajudá-lo a administrar suas emoções a anima o carrega de afetos primitivos e indiferenciados.
 


Assim como Stephan, o homem se afunda cada vez mais em um humor altamente opressivo, rejeitando seus relacionamentos mais próximos e não tendo consideração por ninguém. Malévola, então, traída e amargurada não é mais uma fada. Ela se tornou uma bruxa. Ela agora é a encarnação da Mãe terrível.

Malévola: A vingança de Malévola







A Mãe Terrível liga-se à morte, ruína, aridez, penúria e esterilidade. Nota-se que ela cria uma barreira de espinho ao redor do reino de Moors. E dessa forma, ninguém mais tem acesso ao inconsciente. E por isso a terra se torna estéril, sem vida. Nos contos de fada, a bruxa, representante da Mãe Terrível, sempre está acompanhada por um animal. Esse que representa o animus terrível dela sempre a ajuda. No caso do filme, ela é auxiliada por um corvo, que se transforma em homem, Diaval.
O CORVO/LOBO é associado à bruxaria, magia, azar, mau presságio, mas também fertilidade, esperança e sabedoria. Ele representa as asas que ela perdeu, sendo uma alusão clara a sua função de animus. Porém, o fato de se transformar ocasionalmente em homem, demonstra uma semente de evolução em Malévola. Seu animus não é totalmente primitivo e por vezes a esclarece e serve de consciência para ela.
 

Malévola, como Mãe Terrível, então se volta contra a criação do rei (sua filha). E nesse momento a Mãe Terrível exige um sacrifício para aplacar sua ira. Aqui vemos um tema mitológico recorrente: o do sacrifício de uma virgem. O tema do sacrifício, em termos psicológicos, significa que para se alcançar um avanço na consciência, e para uma mudança de atitude, a velha forma deve morrer. Ou seja, para se chegar a um equilíbrio entre masculino e feminino alguém deve ser sacrificado e submetido aos domínios da bruxa.
 
 
A princesa Aurora é então a vítima escolhida. A bruxa lhe lança uma maldição do sono da morte. Seu pai a envia para longe como forma de proteção e ela não sabe quem ela é e nem que está sob uma maldição. Ela passa a viver com as três fadas escondida, porém essas são inábeis em seu cuidado e proteção. Logo, devido a sua curiosidade, ela passa a viver em Moor com Malévola.


Arquétipos em Malévola - A Sombra




 

Como nos contos de fada, a princesa perdeu sua mãe representante da Mãe Boa e agora passa a conviver com a Mãe Terrível. O fato de ir para Moors, o mundo do inconsciente, faz uma alusão ao mito deInanna, que empreende uma descida ao mundo subterrâneo de sua irmã sombria Ereshkigal. E é nesse instante, que Malévola começa a encontrar a redenção, uma vez que ela passa a conhecer o amor verdadeiro na forma da maternidade.
 
 
Sua redenção não poderia vir pelo masculino, visto que este a traiu, mas por uma menina que a faz relembrar seu lado amoroso, que a faz recordar de um tempo em que era feliz. É pela compaixão de Aurora que ela volta a ter esperanças e a amar. E assim Malévola consegue resgatar suas asas, voltando a ter a sua função de psicopompo. O rei Stephan encontra o destino de todo aquele que se encontra engessado em uma atitude unilateral enrijecida, a morte. E a consciência coletiva encontrou seu equilíbrio entre os opostos com um quarteto que passa a representar a Alteridade e Totalidade: Aurora e o Príncipe e Malévola e Diaval.

Aurora e o LOBO/CORVO pedófilo estuprador!

O beijo do príncipe quase encantado não funcionou, por que ela não era mais virgem. O lobo tirou a virgindade dela com a autorização da Malévola e mantinha constantemente relações sexuais com a menina enquanto ela dormia, entorpecida e droga. Isso fica bem explícito na sequência em que ela aparece dormindo flutuando e sonhando com o lobo/corvo.



Será que a saída, cura, para a sociopatia seria o enquadramento com transtorno bipolar!?
Vilã e ao mesmo tempo heroína, como a própria narradora diz no fim do filme!?

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