INTRODUÇÃO. In: http://jardim-suspenso.blogspot.com/2011/04/resumo-do-capitulo-de-introducao-do.html
Radcliffe-Brow
foi um Antropólogo Estrutural-Funcionalista, entre seus inúmeros
trabalhos como A organização social das tribos
australianas; Sistemas africanos de parentesco e casamento; Estrutura
e função na sociedade primitiva. Este último tomamos como
fonte de estudo. O funcionalismo mudou a tendência das teorias
evolucionistas, partindo do princípio de que cada sociedade deve ser
analisada em si mesma como um todo integrado de relações e
costumes.
No
capítulo de introdução ele separou alguns itens para abordagem. O
primeiro deles foi:
Historia
e Teoria. Segundo o autor, há uma grande diferença entre
estas duas matérias, ele nos diz que a história como de modo geral
é entendida, é o estudo dos registros e monumentos com o fito de
proporcionar conhecimento sobre as condições e fatos do passado,
inclusive as investigações relacionadas com o passado mais recente.
Ele
aponta que é evidente que ao longo da história houve pesquisas
idiográficas. Lembra a polêmica sobre trabalhos históricos de
haver aceitação de considerações teóricas ou lidar apenas com
generalizações da história. A história para ele é diferente das
ciências sociais, neste caso ele vai falar da antropologia, e dentro
da antropologia destaca-se o objeto de trabalho dele, que é a
etnografia, ele vai dizer que a etnografia difere da história pelo
fato de que o etnógrafo adquire conhecimento, ou pelo menos parte
fundamental dele, a partir da observação ou contatos diretos com o
povo sobre o qual escreve, e não, como o historiador, a partir de
registros escritos, A arqueologia pré-histórica, que é outro ramo
da antropologia, é um estudo nitidamente idiográfico, cujo escopo é
o de nos proporcionar conhecimento factual sobre o passado
pré-histórico.
O
segundo item foi Processo Social, este processo é a
unidade da investigação, é a vida social de alguma região
determinada da terra, durante certo período de tempo. O processo em
si mesmo, consiste numa enorme multidão de ações e interações de
seres humanos, agindo como indivíduos em combinação ou grupos. Em
meio à diversidade dos fatos particulares existem regularidades que
possibilitam demonstrar e descrever certos aspectos gerais da vida
social e de uma região escolhida. Ele diz que o levantamento dos
aspectos gerais significativos do processo de vida constitui
descrição do que ele chama de "forma de vida social". A
forma de vida social de certo conjunto de seres humanos pode
permanecer aproximadamente a mesma por dado período. Mas durante
determinado tempo sofre ela transformações ou modificações. Por
essa razão, embora possamos considerar os fatos da vida social como
constitutivos de um processo, há além disso, processo de mudança
na forma de vida social. Contudo os processos de ações e interações
entre os grupos e indivíduos podem mudar em determinado período de
tempo.
Outro
item é a Cultura. Radcliffe-Brow define cultura
como processo do meio pelo qual uma pessoa adquire conhecimento,
especialidade, ideias, crenças, gostos e sentimentos, mediante
contato com outras pessoas, ou pelo trato com outras coisas, tais
como livros e obras de arte.
O
quarto item é o Sistema Social, este é entendido
que em dadas sociedades as relações, interações e ações das
pessoas nascem dos sistemas de parentesco e casamento. Outras
sociedades possuem outras ou as mesmas relações sociais que nascem
dos mesmos e mais de outros pontos de partida. O que Radcliffe-Brow
mostra é que "todos os aspectos da vida social estão
unificados num todo coerente".
Ele
fala da Estática e da Dinâmica. Baseado nas Ideias
de Auguste Comte, ele diz que estática são as condições de
existência das sociedades, sistemas sociais. Formas de vida social
são questão da estática social. A dinâmica social ocupa-se em
estabelecer generalizações sobre como os sistemas se transformam,
ou seja, como os processos social se transformam.
Evolução
Social. Este item ele faz uma crítica a Hebert Spencer um
evolucionista. Fala dos dois ramos do evolucionismo aplicado à
Antropologia que consiste nas ideias monogenista e poligenista.
Radcliffe-Brow aceita provisoriamente a teroria fundamental de
Spencer, embora rejeite as diversas "pseudo-especulações"
que ele acrescentou, e essa aceitação proporciona certos conceitos
que podem ser úteis como instrumentos de análise.
Da Adaptação.
Segundo Radcliffe-Brow seguindo seu conceito de cultura, ele diz que
uma cultura tem sua vida social; e vida social e adaptação social,
implicam em um ajustamento da conduta dos organismos individuais às
exigências do processo pelo qual a vida social continua. Ele
identifica três aspectos de adaptação social: o primeiro é o
ecológico, ou seja, ao ambiente físico da natureza; em segundo a
adaptação social, onde fala das disposições institucionais, e
onde a vida social se mantém; e em terceiro lugar é a adaptação
cultural, onde o indivíduo adquire hábitos e características
mentais.
O
penúltimo item e um dos mais importantes é o da Estrutura
Social. Radcliffe-Brow diz que os componentes ou unidades da
estrutura social são pessoas, e uma pessoa é um ser humano
considerado não como um organismo, mas como ocupando uma posição
dentro da estrutura social. Ele fala que nações, tribos, clãs,
igrejas e outras instituições continuam a existir como ajustamento
das pessoas, embora o conjunto das pessoas, as unidades de que cada
uma instituição se compõe, mudem vez por outra. Da mesma forma ele
dá o exemplo que a estrutura política dos Estados Unidos deve haver
um presidente, por certo tempo é um e outro tempo é outro, mas a
estrutura permanece contínua como um ajustamento. As relaçoes
sociais, das quais a rede contínua constitui a estrutura social, não
são conjunções acidentais de indivíduos, mas são determinadas
pelo processo social.
Radcliffe-Brow
fala das instituições como as normas de conduta estabelecidas de
determinada forma de vida social. Instituição é uma norma
estabelecida de conduta reconhecida como tal por um grupo social ou
classe identificáveis; a norma lhes serve, pois, de instituição.
As instituições designam um tipo ou classe discernível de relações
ou interações sociais.
O
autor menciona a palavra "organização" e ressalta que não
deve-se tratar o conceito de estrutura social como sinônimos. Defini
estrutura social como um ajustamento de pessoas em relações
controladas ou definidas institucionalmente, como a relação de rei
e súdito, ou de marido e mulher, e empregar “organização” como
designando um ajustamento de atividades. No seio de uma organização
cada pessoa tem uma função. Podemos, pois dizer que quando estamos
tratando de um sistema estrutural estamos interessados num sistema de
posições sociais, ao passo que numa organização tratamos de um
sistema de funções.
Por
fim o último item, a Função Social. Radcliffe-Brow
para chegar ao conceito de função social usa várias analogias,
assim como ao longo de todo seu trabalho. Ele diz que um organismo
complexo possui uma estrutura, e estas estruturas são órgãos e
esses órgãos possuem suas funções. A função por sua vez pode
ser empregada para designar a interconexão entre a estrutura social
e o processo de vida social. Em três conceitos o autor simplifica
tudo: processo, estrutura e função. Os três conceitos estão
logicamente interligados, visto que "função" é usada
para designar as relações de processo e estrutura.
REFERÊNCIA:
RADCLIFFE-BROWN,
Alfred R. Estrutura e Função na Sociedade Primitiva. Rio de
Janeiro: Vozes, 1973. Introdução.
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