Video Introdutório
Este livro tenta explicar a história pela teoria econômica, e a
teoria econômica pela história. Não é uma história econômica nem uma
história do pensamento econômico, mas um pouco de ambas.
Com capítulos curtos e uma linguagem dinâmica, conseguimos captar e ler rapidamente o que o autor propõe, tornando assim uma leitura prazerosa da economia.
Huberman escreveu este livro magistral, cujo objetivo é explicar a História pelo estudo da teoria econômica e, ao mesmo tempo, explicar a Economia através do estudo da História. Huberman enlaça estas duas áreas do conhecimento humano, conseguindo tornar mais inteligível a aventura do Homem sobre a terra e patente o seu poder de transformar a vida. Essa é a grande lição que permeia o livro, uma obra que, abordando temas profundamente tão complexos, consegue manter um alto nível de transparência, de limpidez e clareza.
Leo Huberman, na História da Riqueza do Homem, observa que a formação da riqueza ao longo da história ocorreu por diversas influências sócieconômicas. Ele descreveu um dos primeiros grandes movimentos de formação da riqueza no Estado nacional: a concentração econômica. Podemos recordar, com facilidade, do período colonial, quando todo ouro extraído do nosso país (colônia na época) era encaminhado à metrópole, Portugal. São inúmeros os exemplos de centralização econômica, mas o interessante é percebermos que ao longo do tempo o modelo de concentração econômica se transformou, se aperfeiçoou, se modernizou, mas continuou gerando desigualdades crescentes.
As desigualdades sociais e a concentração econômica, estudadas por Hurberman, nos remetem a mais dois desafios: 1) como vamos criar processos de geração de riqueza que sejam menos centralizados e, 2) como evitaremos que esta riqueza gere benefícios acumulados em grande escala para uma parte do planeta, excluindo a outra. O autor fundamenta uma análise histórica e social para ilustrar a transição da riqueza na sociedade através do tempo e dimensionar o comportamento e influências da mesma na economia.
CAP. 1
CAP. 2 – Entra em cena o comerciante (p.16). - Na idade média, não necessitava do dinheiro para adquirir as coisas. Nada era comprado, pois os meios de subsistência básicos eram adquiridos no próprio feudo, o restante eram trocados. O feudo era auto-suficiente. - Por não haver comércio, a produção do excedente não era regra. - A falta de estradas e os ladrões eram um obstáculo ao comércio. Além do mais, a cada feudo que o comerciante passava, tinha que pagar o pedágio. A moeda variava conforme a região. - O século XI viu o comércio crescer a passos largos. As cruzadas favoreceram muito o florescimento comercial. Ler p. 19-21. - No sul Veneza (elo da Europa com o Oriente) e no norte Flandes: tais cidades dominavam o comércio. - As cidades não podiam manter um comércio permanente por causa da deficiência das estradas. “Os mercados eram pequenos, negociando com os produtores locais, em sua maioria agrícola. As feiras, ao contrário, eram imensas, e negociavam mercadorias por atacado, que provinham de todos os pontos do mundo conhecido” p. 22. A feira era o centro distribuidor. As principais feiras ofereciam aos convidados salvo-conduto. “As feiras tinham, assim, importância não só por causa do comércio, mas porque aí se efetuavam transações financeiras” p. 24. - O comércio forçou o abandono da economia natural. A utilização do dinheiro foi, aos poucos, se tornando uma necessidade.
Conceitos
e Definições
CAP. 5 – O camponês rompe amarras (p. 42) - Fatores que possibilitaram a libertação do camponês da terra: crescimento do comércio, introdução da economia monetária, o crescimento das cidades, etc. “Quando surgem cidades nas quais os habitantes se ocupam total ou principalmente do comercio e da indústria, passam a ter necessidade de obter do campo o suprimento de alimentos. Surge, portanto, uma divisão do trabalho entre cidade e campo” p. 42. - O comércio sempre incentiva o aumento da produção. Os senhores feudais perceberam que seria vantajoso transformar a terra em algo produtivo. Soube-se que o excedente poderia ser vendido às cidades. - O senhor passou a exigir dinheiro em vez de trabalho dos servos. O pagamento passou a ser por hectare, em vez de serviços nos domínios dos senhores feudais. O trabalho livre mostrou-se mais produtivo. - A igreja foi a pior inimiga da emancipação do camponês. Ela era a instituição mais apegada as tradições que a sustentava. - A peste negra foi outro fator importante como promotor da liberdade. Ela matou mais gente do que a primeira guerra mundial. “Com a morte de tanta gente, era evidente que maior valor seria atribuído aos serviços dos que continuavam vivos. Trabalhadores podiam pedir e receber mais pelo seu trabalho... o trabalho do camponês valia mais do que nunca” p. 49. Os camponeses se sentiram fortes para reivindicar – surgem as revoltas camponesas. “O fato de que a terra fosse assim comprada, vendida e trocada livremente, como qualquer outra mercadoria, determinou o fim do antigo mundo feudal” p. 52.
CAP. 6 – “E nenhum estrangeiro trabalhará...” (p. 53). - Antes a indústria se realizava na casa do próprio camponês. “A indústria se fazia em casa e o propósito da produção era simplesmente o de satisfazer as necessidades domésticas” p. 53. - “O açougueiro, o padeiro e o fabricante de velas foram então para a cidade e abriram uma loja, não para satisfazer suas necessidades, mas sim para atender à procura” p. 54. - Os artesãos seguiram o exemplo dos comerciantes e se uniram em corporações. O aprendiz virava mestre com o tempo. Empregador e empregado poderiam participar de uma mesma corporação, já que, entre eles, não havia privilégios quanto aos direitos. Não havia espírito de competição. As corporações criavam um espírito de fraternidade entre seus membros. Estatuto da corporação p. 56. Prevalecia o preço justo. A doutrina da usura ainda vigorava. - O desenvolvimento do mercado e a produção em grande escala provocaram uma modificação das idéias econômicas da época. “O justo preço acabou sendo substituído pelo preço de mercado” p. 61. - O objetivo das corporações eram “o monopólio de todo o trabalho do gênero na cidade” p. 57. “A noção do justo preço se enquadrava na economia do mercado pequeno, local e estável” p. 61. “O sistema de corporações tivera duas características fundamentais: a igualdade entre os senhores e a facilidade com que os trabalhadores podiam passar a mestres. Em geral, isso ocorreu até os séculos XIII e XIV, período áureo dessas instituições” p. 63. - CAUSAS do fim das corporações: a) a prosperidade de alguns mestres e de outros não criou divisões entre eles; b) houve também um distanciamento entre os jornaleiros e mestres. O aprendiz passou a chegar até jornaleiro, este dificilmente chegava a ser mestre. “Na luta para libertar a cidade de seus senhores feudais, todos os cidadãos, ricos e pobres, mercadores, mestres e trabalhadores, haviam unido forças” p. 67. - Embora tenham se libertado dos senhores feudais, logo em seguida, as cidades passaram a ser controladas pelos reis, quando do fortalecimento da monarquia.
CAP. 7 – Aí vem o Rei! (p. 69).
“Muita gente pensa hoje que as crianças nascem com o instinto do patriotismo nacional. Evidentemente isso não é verdade. O patriotismo nacional vem em grande parte de se ler e ouvir falar constantemente nos grandes feitos dos heróis nacionais” p. 70. - No século XV, surgem as nações e com elas as divisões. Surgem as leis nacionais, a literatura nacional, língua nacional, indústrias nacionais, etc. - Quais os fatores do surgimento do Estado Nacional? A) ORDEM E SEGURNÇA eram palavras de ordem, todos os comerciantes necessitavam delas para desenvolverem seus negócios. “Necessitava-se de uma autoridade central, um Estado nacional. Um poder supremo que pudesse colocar em ordem o caos feudal” p. 71. O rei foi um aliado forte das cidades na luta contra os senhores feudais. Tudo que reduzia a força dos barões fortalecia o poder real. Com o dinheiro dos comerciantes, o REI passou a sustentar um exército paralelo aos dos senhores feudais. Com o fortalecimento central, o rei passou a derrubar os monopólios locais. B) O estado substituiu a cidade como unidade de vida econômica. C) A fundação de igrejas nacionais – ao defender o rompimento com Roma, alimentaram o sentimento nacional. “Os reis sustentavam-se com o dinheiro recolhido da burguesia” p. 75. - A causa do rei passou a ser a causa de todos: surge o sentimento nacional. O localismo feudal foi suplantado. - A igreja se negou, durante anos, a pagar impostos ao governo central. “A igreja teria perdido seu poder mesmo que a Reforma Protestante não tivesse ocorrido... a igreja defendia a ordem feudal” p. 82. “Antes que a classe média pudesse apagar o feudalismo em cada país, tinha de atacar a organização central – a igreja. E foi o que fez” p. 83.
CAP. 8 – “Homem rico...” p. 84. “Há três modos, em minha opinião, pelos quais é possível obter lucros com dinheiro, além de seu uso natural. O primeiro é a arte da troca, a guarda ou movimentação do dinheiro; a segunda é a usura; e o terceiro é a alteração do dinheiro” p. 86. - A política mercantilista ocasionou a desvalorização da moeda, já que, a cunhagem passou a ter menos quantidade de metais preciosos. “Na primeira viagem de Vasco da Gama à Índia, os lucros atingiram a 6.000%” p. 89. - Quiseram quebrar as vantagens do comércio com Veneza, outras rotas foram inventadas. - O interessante é saber que a engrenagem financeira foi posta em funcionamento por mercadores e banqueiros e esteve presente em todo o processo de expansão comercial.
CAP. 9 – “Homem pobre, mendigo, ladrão” (p. 97) “Os dados sobre o número de mendigos nos séculos XVI e XVII são surpreendentes. Um quarto da população de Paris na década de 1630 era constituído de mendigos” p. 97. “Qual a explicação dessa miséria generalizada entre as massas, num período de grande prosperidade para uns poucos? A guerra, como sempre, foi uma das causas” p. 97. - A guerra dos Trinta Anos foi mais maléfica que a primeira guerra mundial. “Cerca de dois terços da população total desapareceram, a miséria dos que sobreviveram era extremamente grande” p. 98. - As ovelhas tomam as terras dos homens. “Observe o leitor uma modificação importante nesse período. A velha idéia de que a terra era importante em relação ao total de trabalho sobre ela executado desapareceu. O desenvolvimento do comércio e indústria, e a revolução dos preços, tornaram o dinheiro mais importante do que os homens, e a terra passou a ser considerada como fonte de renda” p. 108.
CAP. 10 – Precisa-se de trabalhadores: crianças de dois anos podem candidatar-se (p. 109) - A expansão do mercado é uma chave importante para a compreensão das forças que produziram a indústria capitalista. A estrutura das corporações era destinada ao mercado local, quando este se tornou nacional e internacional, a corporação deixou de ter utilidades. “Os artesãos locais podiam entender e realizar o comércio de uma cidade, mas o comercio mundial era coisa totalmente diversa” p. 107. “Esse método, pelo qual o intermediário emprega certo número de artesãos para trabalhar seu material em suas respectivas residências, é denominado sistema de produção doméstica. Note-se que na técnica de produção o sistema doméstico não difere do sistema de corporações. Deixa o mestre artesão e seus ajudantes em casa, trabalhando com as mesmas ferramentas. Mas embora o método de produção permanecesse o mesmo, a forma de negociar as mercadorias foi organizada em novas bases, pelo intermediário, atuando como negociante” p. 110. - Divisão do trabalho: “cada trabalhador tem uma tarefa particular a fazer. Executa-a repetidamente e em conseqüência se torna perito nela. Isso poupa tempo e acelera a produção” p. 110. - As corporações resistiam às mudanças, já que achavam que tinham o monopólio de certo produto. - Como já foi visto, a igualdade entre os mestres foi um fator fundamental da ordem corporativa. - Os membros das corporações se opuseram as mudanças na tentativa de conservar seus velhos monopólios. “No sistema de corporações, que surgira com a economia urbana, o capitalista tinha apenas um pequeno papel. Com o sistema de produção doméstica, surgido com a economia nacional, o capital passou a ter papel importante. Era necessário muito dinheiro para comprar a matéria-prima para muitos trabalhadores... Era o homem do dinheiro, o capitalista, que se tornava o orientador, o diretor do sistema de produção doméstica” p. 114. FASES DA ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL 1 – Sistema Familiar: os membros de uma família produzem apenas para o consumo da mesma. 2 – Sistema de Corporação: a produção visava o mercado e era levada a cabo por mestres e artesãos. Os artesãos ainda eram donos das ferramentas. 3 – Sistema Doméstico: igual ao anterior, exceto no fato de que os mestres já não eram independentes, dependiam do fornecimento da matéria-prima. O intermediário entre ele e o consumidor. 4 – Sistema Fabril: produção para o mercador realizada fora de casa sob rigorosa supervisão. Os trabalhadores já não são donos dos meios de produção.
CAP. 11 – “Ouro, grandeza e glória” p. 118. - O mercantilismo não constituiu um sistema. “O mercantilismo não era um sistema no atual sentido da palavra, mas antes um número de teorias econômicas aplicadas pelo Estado em um momento ou outro, num esforço para conseguir riqueza e poder” p. 119. - A questão era saber o que tornava um país rico. Estaria nos tesouros recebidos da colônia? Seriam os metais ‘preciosos? “A posse de ouro e prata, portanto, o total de barras que um país possuísse, era o índice de sua riqueza e poder. A maioria dos autores da época apega-se à idéia de que um país rico, tal como um homem rico, deve ser um país com muito dinheiro; e juntar ouro e prata num país deve ser a mais rápida forma de enriquecê-lo” p. 119. “A Espanha foi, no século XVI, talvez o mais rico e poderoso país do mundo” p. 119. - Por causa dessa crença, a conseqüência mais óbvia foi baixarem “leis proibindo a saída desses metais” p. 120. Entra em cena a política da balança comercial favorável. Era preciso vender bastante para que metais externos pudessem ser adquiridos. Vender mais do que comprar. “Os países poderiam aumentar sua reserva de ouro dedicando-se ao comércio exterior” p. 121. “Fazia parte do pensamento mercantilista a crença de que as colônias eram outra fonte de renda para a metrópole. Baixaram-se, portanto, leis proibindo aos colonos iniciar qualquer indústria que pudesse competir com a indústria da metrópole” p. 128. “A chave para compreender o atrito surgido entre a metrópole e as colônias está no fato de que enquanto a metrópole julgava que as colônias existiam para ela, estas julgavam que existiam para si mesmas” p. 129. “Era por estarem sempre em dificuldades monetárias que os governos davam tamanha importância ao amontoamento de metais preciosos. E como acreditavam também que o tesouro podia ser obtido pelo comércio, era natural considerarem os interesses do Estado e da classe de mercadores ou comerciantes como idênticos. Foi assim que o Estado tomou como sua tarefa principal o apoio e estímulo ao comércio e a tudo que se relacionasse com ele” p. 130. “Foi pelo comércio que o Estado se tornou grande, e conseguiu sua cota na expansão dos negócios e territórios. O mercantilismo era o regime dos mercadores” p. 130. “Os mercantilistas acreditavam que, no comércio, o prejuízo de um país era lucro de outro – isto é, um país só podia aumentar seu comércio a expensas de outro [...] Não consideravam o comércio como algo que proporciona benefício mútuo” p. 130. “Vemos que a crença de que não há nada mais importante e necessário para o bem geral do Estado do que a redução do comércio e indústria de um Estado rival só poderia levar a uma coisa: a guerra. O fruto da política mercantilista é a guerra. A luta pelos mercados, pelas colônias – tudo isso mergulhou as nações rivais numa guerra após outra” p. 131.
CAP. 12 – Deixem-nos em paz! - 1776: Independência dos EUA e publicação do livro Riqueza das Nações. - Muitos comerciantes eram contra as políticas mercantilistas. “Os comerciantes queriam uma parte dos enormes lucros das companhias monopolizadoras privilegiadas. Quando tentaram participar delas, foram excluídos como intrusos” p. 132. - Quem tinha dinheiro queria liberdade para aproveitar as oportunidades. - A liberdade de negociar traria vantagens mútuas. “Adam Smith se ocupava mais do estudo das causas que influenciam a produção e distribuição da riqueza” p. 134. Parte de seu livro foi dedicado ao desmascaramento da doutrina mercantilista. “A maioria dos mercantilistas tinha interesses a defender, mas os ocultava dizendo que o país se tornaria mais rico defendendo precisamente esses interesses” p. 134. - As medidas mercantilistas sempre tiveram críticos. “Se os preços caem num país, devido ao decréscimo do dinheiro em circulação, outros países lhe comprarão mais mercadorias, porque serão mais baratas. O país exportará então mais do que importa, e a diferença será paga em dinheiro. Esse aumento do ouro no país elevará, ainda uma vez, os preços” p. 136. - Os fisiocratas franceses defendiam o livre comércio. “Uma tradução livre dessa frase famosa (laissez-faire!) seria deixem-nos em paz!” p. 138. “Os fisiocratas chegaram à sua fé no comércio livre por um caminho indireto. Acreditavam, acima de tudo, na inviolabilidade da propriedade privada, particularmente na propriedade privada da terra. Por isso, acreditavam na liberdade – o direito do indivíduo fazer de sua propriedade o que melhor lhe agradasse, desde que não prejudicasse a outros. Atrás de sua argumentação a favor do comércio livre está a convicção de que o agricultor devia ter permissão para produzir o que quisesse para vender onde desejasse” p. 138. “Os fisiocratas abordavam todos os problemas sob o ângulo de seus efeitos na agricultura. Argumentavam ser a terra a única fonte de riqueza e o trabalho na terra o único trabalho produtivo... Diziam os fisiocratas que somente a AGRICULTURA fornece as matérias-primas essenciais à indústria e comércio. Embora concordasse que os artesãos podiam ter um papel útil na transformação da matéria-prima em produto acabado, julgavam que ele não contribuía para aumentar a riqueza. Depois de trabalhada, a matéria-prima valia mais, mas o seu aumento de valor não era igual ao total gasto para pagar ao artesão seu trabalho” p. 136. “Embora os economistas de hoje atribuem-lhe o mérito de mostrar que a riqueza de um país não deve ser estimada como uma soma fixa de mercadorias acumuladas, mas sim pela sua renda, não como um estoque, mas como um fluxo” p. 139. - Os fisiocratas afirmaram que a riqueza da nação não estava na quantidade de dinheiro que ela tinha, mas pela soma dos bens consumíveis anualmente reproduzidos pelo trabalho da sociedade. Afirmaram que a liberdade era o único caminho para o eficiente aumento da produção anual. - ADAN SMITH: “Se a maior produtividade é proporcionada pela divisão do trabalho, e a divisão do trabalho é limitada pelo tamanho do mercado, então, quanto maior este, tanto maior o aumento da produtividade – isto é, tanto maior a riqueza da nação” p. 142. - RESUMINDO: a) o aumento da produtividade ocorre com a divisão do trabalho; b) a divisão do trabalho aumenta ou diminui segundo o tamanho do mercado; c) o mercado se amplia ao máximo possível pelo comércio livre. Portanto, o comércio livre proporciona a maior produtividade. - O comércio livre entre os países permite-os especializar-se nas mercadorias que produzir a menor custo. Isso aumentará a riqueza total do mundo.
CAP. 13 – “A velha ordem mudou...” (p. 144). - O governo francês do século XVIII taxava só os pobres. Devido a crise, o governo passou a pensar em taxar também os privilegiados. Turgor, ministro das finanças, em 1776, tentou por em prática algumas reformas. - A sociedade estava dividida em Estados: Clero – rezavam; Nobres – defendiam o estado; Pobres – pagam tributos. “O clero tinha cerca de 130.00 membros, e a nobreza aproximadamente 140.00” p. 145. - Os pobres somavam 25.000.000 de pessoas, “representavam mais de 95%” p. 145. - Os pobres “pagavam impostos aos Estados, dízimos ao clero e taxas feudais à nobreza” p. 146. - As extravagâncias da corte forçaram a cobrança de mais impostos. “Dos 22 milhões de camponeses existentes na França em 1700, havia apenas 1 milhão de servos, no sentido antigo... Mas isso não significava que as velhas taxas e serviços feudais tivessem desaparecido. Algumas sim, mas outras continuavam” p. 147. - SURPREENDENTE: o camponês pagava 80% de impostos de todo seu rendimento. “Dos 20% que restavam, ele tinha que alimentar, abrigar e vestir sua família” p. 147. - A revolução francesa eclodiu no século XVIII[1], no entanto, a situação deles do século XVII era bem pior. “Foi essa classe média, a burguesia, que provocou a Revolução Francesa, e que mais lucrou com ela” p. 148. “Quem era a burguesia? Eram os escritores, os doutores, os professores, os advogados, os juízes, os funcionários, as classes educadas; eram os mercadores, os fabricantes, os banqueiros – as classes abastadas, que já tinham direitos e queriam mais... precisavam lançar fora o jugo da lei feudal numa sociedade que realmente já não era feudal” p. 149. “A burguesia quase não possuía terras, mas possuíam o capital” p. 148. “A burguesia desejava que seu poder político correspondesse ao poder econômico que já tinha” p. 149. - O que é o terceiro estado? Tudo. O que ele tem? Nada. - Somente a burguesia conseguiu o que queria. Foi ela quem mais lucrou. - A revolução foi realizada pelas classes pobres e miseráveis. - “Liberdade, igualdade e fraternidade” foi gritada por todos, mas somente poucos desfrutaram do que ele dizia. “Na Inglaterra a vitória foi conquistada por uma decisão, e não com luta” p. 152. - (1640-1688): período de luta na história inglesa que só cessou quando a burguesia conquistou o direito de participar do governo. “Na Inglaterra, em 1689, e na França, em 1789, a luta pela liberdade do mercado resultou numa vitória da classe média. O ano de 1789 bem pode ser considerado como o fim da idade média, pois foi nele que a revolução francesa deu o golpe mortal no feudalismo” p. 153. - Três foram os golpes no feudalismo: Revolução Gloriosa, Reforma Protestante e Revolução Francesa.
PARTE II – DO CAPITALISMO AO [...]?
CAP. 14 – De onde vem o dinheiro? (p. 156) “O dinheiro só se torna capital quando é usado para adquirir mercadorias ou trabalho com a finalidade de vendê-los novamente, com lucro” p. 156. “Quando o dinheiro é empregado num empreendimento ou transação que dá lucro (ou promete dar), esse dinheiro se transforma em capital. É a diferença entre comprar para uso (fase pré-capitalista) e comprar para vender com o objetivo de ganhar (fase capitalista)” p. 157. “É a força de trabalho do operário que o capitalista compra para vender com lucro, mas é evidente que o capitalista não vende a força de trabalho de seu operário. O que ele realmente vende com lucro são as mercadorias” p. 157. “O lucro vem do fato de receber o trabalho um salário menor do que o valor da coisa produzida” p. 157. - COMO ACONTECEU A ACUMULAÇÃO PRIMITIVA? Da poupança? “A verdade não é tão bonita” p. 157. - O capital foi acumulado principalmente pelo comércio – termo elástico que incluí a conquista e a pirataria, o saque e a exploração. - ANTECEDENTES IDÍLICOS DO CAPITAL: a) descoberta do ouro na América; b) escravidão e extermínio das populações nativas; c) conquista e saque das Índias Orientais, d) escravidão dos negros. - A Holanda foi a principal nação capitalista do século XVII. Depois dela, vinha a Inglaterra. - Como os Ingleses conseguiram o capital necessário para a revolução industrial? Pelo trabalho árduo? Vida Comedida? Longa poupança? - O comércio com as colônias trouxe riqueza à metrópole. “Fez as primeiras fortunas dos comerciantes europeus” p. 160. A maior fonte de acumulação, no entanto, foi o comércio de seres humanos, os negros nativos da África. p. 160. “COMÉRCIO – conquista, pirataria, saque, exploração – essas as formas, portanto, pelas quais o capital necessário par iniciar a produção capitalista foi reunido” p. 161. - Quando os trabalhadores têm acesso aos próprios meios de produção, não trabalham para outro. Destituídos dos meios de produção, não têm escolha. Vendem a única coisa que lhes restam. “A história da criação de uma oferta necessária à produção capitalista deve, portanto, ser a história de como os trabalhadores foram privados dos meios de produção” p. 163. - Como diria Marx, o processo que abre caminho para o sistema capitalista é o mesmo que toma do trabalhador os méis de produção. - O trabalhador sem terra fica pronto para ir à indústria em busca de emprego. “Não pense que os donos de terra estavam expulsando os camponeses para proporcionar uma força de trabalho à indústria. Isso jamais lhes ocorreu. Estavam interessados apenas em arrancar maiores lucros da terra” (p.164). “Foi o próprio sistema fabril, que finalmente divorciou o trabalhador dos meios de produção na indústria, tal como já o divorciara da terra” p. 166. - O trabalho manual não tinha como competir com o mecanizado. - A formação da classe trabalhadora sem propriedades foi fundamental para o capitalismo industrial. “Os ensinamentos de Calvino estavam particularmente dentro do espírito da empresa capitalista” p. 168. “Era melhor cristão o homem cujas atividades fossem mais adequadas à aquisição de fortuna – ao espírito do capitalismo” p. 169. “Da próxima vez que alguém lhe disser que é da natureza humana o desejo de lucro, o leitor poderá mostrar como tal desejo se transformou em natureza humana. Mostrar que a poupança e o investimento praticamente desconhecidos na sociedade feudal, se tornaram um dever na sociedade capitalista para a glória de Deus” p. 170. “A mora, a política, a literatura e a religião da idade reuniram-se numa grande conspiração para promoção da poupança” p. 170.
CAP. 15 – Revolução: na indústria, na agricultura e transporte (p.170). - A máquina já vinha ajudando o homem no trabalho diário já um bom tempo. “Mas com a associação da máquina à força do vapor ocorreu uma modificação importante no método de produção. O aparecimento da máquina movida a vapor foi o nascimento do sistema fabril em grande escala. Era possível ter fábricas sem máquinas, mas não era possível ter máquinas a vapor sem fábricas” p. 172. - Aumento da população, qual causa? P. 173. “Foi o movimento de fechamento de terras, de efeitos tão terríveis nos pobres, que possibilitou todo esse melhoramento notável na técnica, ciência e ferramentas agrícolas, em grande escala[...] O crescimento da população tornou lucrativa a agricultura” p. 174. “A revolução na indústria e agricultura foi acompanhada pela revolução nos transportes.
CAP. 16 – “A semente que semeais, outro colhe...” p. 175. - Qual foi a causa das greves? Todos os números do século XVIII na Inglaterra provam o progresso... pelos números de crescimento, a Inglaterra se mostrava como o paraíso mundial. - Para o trabalhador, as estatísticas não significavam nada. “Em termos de felicidade e bem-estar dos trabalhadores, aquelas estatísticas róseas diziam mentiras horríveis” p. 176. - O sistema fabril acentuou ainda mais a divisão social. “Os destruidores de máquinas, chamados luditas, ao lutarem contra a maquinaria sentiam que lutavam por um padrão de vida” p. 185. “Em 1812 o parlamento aprovou uma lei tornando possível de pena de morte a destruição das máquinas” p. 186. - O voto universal foi fruto de muita luta, não foi algo concedido espontaneamente. “Na Inglaterra, a classe trabalhadora alinhou-se atrás do movimento cartista, que reivindicava: 1. Sufrágio universal para os homens; 2. Pagamento aos membros eleitos [...] 3. Parlamentos atuais; [...] 5. Sufrágio secreto” p. 189. - O governo é instituído em defesa da propriedade privada, conseqüentemente, da defesa do rico contra o pobre. - A revolução industrial favoreceu a organização de sindicatos nacionais. Isso por que houve maior concentração de trabalhadores nas cidades. - LER CITAÇÃO DE ADAN SMITH SOBRE O SINDICATO E O AUMENTO DE SALÁRIO (parece ser marxista) p. 191. “Durante um quarto de século, na Inglaterra, a lei considerava ilegal que os trabalhadores se reunissem em associações para proteção de seus interesses” p. 191. - Os movimentos a favor de aumento salarial eram considerados ilegais também na França. - LER POEMA sobre a revolução industrial.
CAP. 17 – “Leis naturais” de quem? (p.195). - O universo físico é regido por leis naturais. O conhecimento das leis permite ao homem planejar melhor as ações. “De mesmo modo os economistas da época da revolução industrial desenvolveram uma série de leis que, diziam, eram tão válidas para o mundo social e econômico como as leis dos cientistas para o mundo físico” p. 195. - A verdade científica sempre foi questionada. “A revolução industrial na Inglaterra trouxe consigo teorias econômicas baseadas nas condições da época. Chamamos as teorias da Revolução Industrial de Economia Clássica” p. 196. - As LEIS NATURAUS da economia clássica justificavam as ações dos homens de negócios: individualismo, liberdade, homo aeconômicos, etc. - O autor comenta Malthus e Ricardo. - A livre-concorrência “estava absolutamente certo para a Inglaterra, na época em que escreveu (Smith e Ricardo). A Revolução Industrial ocorreu ali primeiro; os industriais ingleses começaram antes dos industriais do resto do mundo, estando à frente deles em métodos, em máquinas, em facilidades de transporte. Os ingleses podiam e estavam prontos a cobrir a terra com os produtos de suas fábricas. Portanto, o comércio internacional livre lhes servia” p. 209. - Para os países atrasados o comércio internacional seria arrasador. Seria necessário que todos os países tivessem um nível econômico parecido. - Preço barato de mercadorias importadas significava ruína da indústria nacional. - O país rico não era aquele que tinha estoque de valores, mas aquele que detinha capacidade produtiva de valores. - O certo é que para as economias incipientes, as barreiras tarifárias deveria ser regra, a fim de proteger o mercado doméstico. “Somente depois que reunisse forças suficientes, ela poderia aventurar-se no comércio mundial livre, para lutar” p. 211. - A escola clássica não ficou ausente de opositores. Haviam vários descrentes do livre-comércio. Surge em pleno auge clássico, um alemão chamado Karl Marx.
CAP.18 – “Trabalhadores de todos os países: uni-vos!” (p. 213). - A visão utópica elimina a pobreza, o desperdício, a má distribuição, a injustiça, a miséria. Estabelece a justiça, a saúde e felicidade para todos. Os utópicos sonhavam com um mundo anticapitalista. Para eles, os males capitalistas vinham do fato dos ricos terem os meios de produção. - Surge Marx desejando tal sociedade, mas contra as utopias. “Estava tremendamente interessado na sociedade do passado, em como evoluiu, desenvolveu-se e decaiu até se tornar a sociedade do presente. Estava tremendamente interessado na sociedade do presente porque desejava descobrir as forças que nela provocariam a modificação para a sociedade do futuro” p. 213. “Desejava saber que movimentava as rodas da sociedade capitalista onde vivia” p. 213. - Ao estudar o capitalismo, afirmou que o socialismo o sucederia. “... julgou que o socialismo viria como resultado de forças definidas que operavam na sociedade, sendo necessária uma classe trabalhadora revolucionária organizada para provocá-lo... a Economia de Marx pode ser chamada de Economia do Trabalhador, porque nela o trabalhador verifica seu importante lugar no esquema das coisas, e encontrava também esperanças no futuro” p. 213. - Para Marx o problema do Capitalismo está no fato dele se basear na exploração do trabalho. - Para Marx dizia que a exploração capitalista se dava se forma mais oculta e mascarada. A teoria da mais-valia arrancou-lhe a máscara. - A teoria do valor-trabalho foi defendida também por Smith, Ricardo e Stuart Mill. “Segundo essa doutrina, o valor das mercadorias depende do total de trabalho necessário para produzi-las” p. 214. - Marx diferencia o bem da mercadoria. O capitalismo produz mercadorias. “Um bem se transforma em mercadoria ao ser produzido não para o consumo direto, mas para a troca” p. 215. A troca é possível por terem algo em comum: o trabalho. - O valor é a quantidade de trabalho socialmente necessária para produzir a mercadoria. O trabalho é uma grandeza única, portanto, possível de ser comparável. - O assalariado é livre. Comemoremos!!! A única coisa que tem para vender é sua capacidade de trabalho. - Os donos dos meios de produção ganham empregando aqueles que não são. - O valor da força de trabalho? “Igual a todas as coisas necessárias à sua vida, e, como o suprimento do trabalho de ser permanente, ao custo da manutenção da família” p. 217. - A mercadoria “força de trabalho” é especial. Ela produz algo mais algo a mais quando é gasta. “Quando o trabalhador se aluga, vende sua força de trabalho não apenas pelo tempo que leva para produzir o valor de seus salários, mas pela extensão de todo um dia de trabalho” p. 218. - Tempo de trabalho necessário\ tempo de trabalho excedente. Parte do trabalho encerrado na mercadoria é trabalho não-pago. - RESUMO: a) o capitalismo se ocupa da produção de artigos para a venda; b) O valor da mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário encerrado na sua produção; c) O trabalhador não possui os meios de produção; d) É obrigado a vender a força de trabalho; e) O valor dela é igual ao necessário para mantê-la + família; f) o valor do salário que recebem é gerado em poucas horas ou dias de trabalho, ficando o lucro para o burguês; g) a mais-valia fica com o empregador. “A mais-valia é a medida da exploração do trabalho no sistema capitalista” p. 220. - Os utópicos olham a sociedade sem as distinções de classes. - Para Marx a sociedade não deveria mudar pelos esforços da classe dominante, mas pela ação revolucionária da classe trabalhadora. A luta de classe não podia ser falseada. Pois ela era considerada como o MOTOR DA HISTÓRIA. - Seria os acontecimentos históricos fruto do acaso? Acidentes? Fatos desconexos? Independentes? Nada tendo a ver com os outros? É resultado da ação dos grandes homens? “Se o leitor acredita nessas idéias, não é marxista”. - MARX: explica as modificações ocorridas na sociedade, como resultado das forças econômicas da sociedade. Os fatos são interdependentes. A história não um conjunto de fatos desordenados, “conforma-se a um padrão definido de leis que podem ser descobertas” p. 223. A história é apresentada como PROCESSO (movimento constante, desenvolvimento). “É a tentativa de estabelecer a ligação interna que dá continuidade a todo esse movimento e evolução” p. 223. A história expressa o processo evolutivo do próprio homem. “A chave de tudo são as relações existentes entre os homens como produtores. A forma pela qual os homens vivem é determinada pela forma de ganhar a vida – pelo modo de produção predominante dentro de qualquer sociedade, em determinado momento” p. 233. - As relações de produção correspondem a um determinado estágio do desenvolvimento da capacidade material de produção. “A soma total dessas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade” p. 224. “O MODO DE PRODUÇÃO da vida material determina o caráter geral dos processos de vida social política e espiritual. Não é as consciências dos homens que determina sua existência, mas sim o contrário, é sua existência social que determinada sua consciência”. Marx. - O conjunto de idéias de cada sociedade corresponde à fase do desenvolvimento econômico dela. - Marx explica a produção capitalista a partir de condições anteriores. Acentuou o papel da burguesia na transição para o capitalismo, para depois fazer o mesmo com o proletariado. “A transição do feudalismo para o capitalismo ocorreu porque estavam presentes novas forças produtivas e uma classe revolucionaria – a burguesia” p. 225. - Não se faz nascer uma sociedade só por que se quer. “As novas forças produtivas devem estar presentes, e com elas uma classe revolucionária cuja função é compreender e dirigir” p. 225. - Que prova Marx tinha que o capitalismo deveria desaparecer? Algumas características do sistema produtivo apontavam para isso: a) crescente concentração da riqueza; b) crescente substituição de mão-de-obra por máquinas; c) crescente miséria; d) crises periódicas do capitalismo; e) “a contradição fundamental da sociedade capitalista – o fato de que enquanto a produção em si é cada vez mais socializada, o resultado do trabalho coletivo, a apropriação, é privado, individual. O trabalho cria, o capital se apropria” p. 226. - Ao compreender que o instrumento para abolir o capitalismo era o proletariado, dedicou sua atenção ao preparo e organização da classe trabalhadora para suas lutas políticas e econômicas. - O principal programa política exposto por Marx foi a ABOLIÇÃO DA PROPRIEDADE PRIVADA.
CAP. 19 – “Eu anexaria os Planetas, se pudesse...” - O contra-ataque veio logo, surge a teoria do valor-utilidade: Jevons (1871), na Inglaterra; Manger (1871), na Áustria; Walras, na Suiça (1874), na Suiça. - A TEORIA DO VALOR = Teoria Marginal da Utilidade. O trabalho nada tem a ver com o valor. - O valor depende inteiramente da utilidade. A utilidade é um sentimento do comprador em relação à mercadoria. Se precisar muito dela, a utilidade será grande. Tanto maior a necessidade, maior a utilidade. “Sua utilidade para o comprador serve de medida do valor que lhe atribuirá, e portanto do preço que estará disposto a pagar por ela” p. 234. - O trabalho era uma grandeza objetiva, passível de ser medida. A utilidade é inteiramente subjetiva. Pessoas obtêm satisfações diferentes de uma mesma mercadoria. Mas um mesmo carro não poderá ser vendido por diferentes preços num mesmo mercado. - A utilidade como medida do valor, embora sendo subjetiva, pode ser medida – “a utilidade marginal”. - Explicação: p. 235-237. “A explicação mais simples é a seguinte: o total de satisfação que conseguimos de um artigo depende da quantidade que já possuímos. Quanto maior esta, tanto menor a satisfação[...] quanto mais temos de uma coisa, tanto menos desejamos da mesma coisa” p. 237. - Após a independência, os EUA não praticaram o livre comércio, pelo contrário, pôs em prática o protecionismo. As mercadorias inglesas tiveram muita dificuldade em pular essas barreiras. Os melhores fregueses então foram aqueles que adotaram o livre comércio, justamente aqueles que não conseguiram desenvolver sua indústria a ponto de fabricar aquilo necessário para atender a demanda interna. - Formaram-se os monopólios: fusão, concentração. “O monopólio não foi uma imposição, mas uma evolução da própria concorrência... O monopólio surgiu de dentro da concorrência” p. 239. - A produção em escala diminui o custo unitário, conseqüentemente, poderá ser vendida a um preço menor. - A concorrência sempre termina com a ruína dos capitalistas pequenos. O concorrente pode ser derrotado ou engolido (canibalismo). “Os trustes foram formados em toda parte, tentando colocar a ordem monopolista no caos da concorrência... O truste é qualquer forma de organização industrial, na produção e distribuição de qualquer mercadoria, que dispõe de controle bastante da oferta dessas mercadorias para modificar o preço em seu favor” p. 241. “O termo CARTEL designa uma associação baseada num acordo contratual entre industriais do mesmo ramo que, embora conservando sua independência legal, se associam com o objetivo de exercer uma influência monopolizadora no mercado” p. 242. - Os grandes concordam em fixar os preços e dividir os mercados. - Isso foi uma derrota à economia clássica que defendia que a concorrência manteria os preços ao custo de produção. O monopólio ajustou\controlou a oferta e a procura. O mercado deixou de ser livre e os preços foram fixados. - A Era do monopólio industrial foi também a era do monopólio bancário. “O crescimento da nação e todas as atividades delas estão nas mãos de poucos homens” p. 244. “Depois de 1870, o capitalismo à antiga passou a ser o capitalismo moderno. O capitalismo da livre concorrência tornou-se o capitalismo dos monopólios” p. 245. - As grandes potências de hoje não foram “mercados livres” para outros países. Quem abriu os mercados se deram mal, todas as potências buscaram nas colônias o escoadouro de suas mercadorias. “Foi na era do capitalismo monopolista que os excedentes industriais se apresentaram como um problema aos capitais da indústria, em toda parte. Julgaram ter encontrado a resposta do problema nas colônias. E foi então que o mapa da África sofreu modificações” p. 246. “Depois de 1870, a Inglaterra, França, Bélgica, Itália e Alemanha se uniram numa busca de colônia como mercados para produtos excedentes” p. 247. - Tais países produziam muito mais do que seu mercado doméstico poderia consumir. - As colônias também forneciam fontes de matérias-primas. - MOTIVOS DO IMPERIALISMO: a) mercado para os artigos excedentes; b) fornecimento de matérias-primas; c) excesso de capital – havia dinheiro demais nesses países, era preciso escoar através de empréstimos e outras atividades. “Enquanto o capitalismo continuar capitalismo, o capital excedente não será usado com o objetivo de elevar o padrão de vida das massas, pois isso significaria uma queda nos lucros dos capitalistas: ao invés disso, será usado para aumentar os lucros pela exportação do capital para o exterior, para os países atrasados” p. 249. “O imperialismo é a tentativa dos grandes controladores da indústria de ampliar o canal para o fluxo de sua riqueza excedente, procurando mercados estrangeiros e investimentos estrangeiros que consumam as mercadorias e o capital que não podem vender ou empregar internamente” J. Hobson, 1902. - Um país não precisa tornar-se colônia para ser explorado, basta ele fazer parte da “esfera de influência” de um país industrializado. - Após a divisão dos mercados o mundo não entra em paz, pois as relações de força estão sempre se modificando.
CAP. 20 – O elo mais fraco (p. 256). - A crise não é novidade em nenhum período histórico. “Mas há uma nítida diferença entre as surgidas antes do crescimento capitalista e as que apareceram depois. Antes do século XVII o tipo mais comum de crise era provocado pelo fracasso das colheitas, pela guerra, ou por algum acontecimento anormal; eram caracterizadas pela escassez de alimento e outros artigos necessários, cujos preços se elevavam” p. 258. - A crise capitalista não é de escassez, mas pela superabundância. O paradoxo é a existência da pobreza em meio a abundância. “O fato é que no sistema capitalista, as mercadorias não são produzidas para uso, mas para troca – com lucro. Em nossa sociedade os minérios são extraídos da terra, as plantações são colhidas, os homens encontram trabalho, as rodas da indústria se movimentam, e as mercadorias são compradas e vendidas, somente quando os donos dos meios de produção – a classe capitalista – vêem uma oportunidade de lucro” p. 258. - Os capitalistas não investem para ganhar medalhas, mas lucro. Não se trabalha por patriotismo, não fazem serviço público. Somente o dinheiro tem importância. Não produzem para atender a demanda. - Explicações para as crises capitalistas p. 260-263. a) causas em anormalidades (revisão tarifária, revolução, algo que afete o curso normal das coisas); b) Diz que a causa está com as mudanças climáticas que afetam a produção; c) causas psicológicas – erros de otimismo e pessimismo; d) a causa está na instabilidade do padrão de valor; e) aumento da capacidade produtiva sem o aumento da capacidade aquisitiva dos compradores. A produção deixa de ser lucrativa e é reduzida, daí o desemprego e crise. f) outros dizem que é justamente o contrário, a crise é por falta de investimento. A poupança é danosa e com ela deveriam investir no assistencialismo ou na concessão de créditos. g) MARXISTAS: dizem não haver remédio para a crise. Enquanto outros procuram apontar soluções, os marxistas dizem que tais crises fazem parte do sistema, não há como livrar-se delas. Prova isso com a tal LEI DA TENÊNCIA DE REDUÇÃO DA TAXA DE LUCRO. “Os economistas argumentam que as crises são efeitos da elevação e queda do nível geral de preço, devido ao aumento ou decréscimo do volume de dinheiro em circulação” p. 263. “A análise de Marx se resume nisso: o capitalista tem de manter os lucros conservando baixos os salários; mas, com isso, destrói a capacidade aquisitiva de que depende a realização de lucros. Salários baixos tornam possíveis os altos lucros, mas ao mesmo tempo tornam os lucros impossíveis porque reduzem a procura de mercadorias. CONTRADIÇÃO INSOLÚVEL” p. 269. - Marx analisa as características do sistema de produção que determinaria o desaparecimento do capitalismo: a) concentração das riquezas; b) falência dos pequenos produtores; c) uso crescente de máquinas; d) crescente miséria. - Contradição fundamental: enquanto a produção em si é cada vez mais socializada, o resultado do trabalho coletivo tem apropriação privada. - Nas crises as forças produtivas são destruídas, pois existem produtos de mais no mercado. - Antes do sistema capitalista, as crises eram por outros motivos: má colheita, escassez de alimentos. No capitalismo, a crise é de superprodução, que produz a queda dos preços e a falência de indústrias. “A produção somente ocorre quando os donos dos meios de produção vêem oportunidade de lucro. Não produziram por solidariedade ou patriotismo”. - CAUSAS DA CRISE: a) alguns acreditam que a crise é externa ao sistema: terremotos, mudanças de gosto, etc. b) para os neoclássicos a causa é física: O clima afeta a plantação> diminui a renda; c) há quem diga que a causa é psicológica: otimismo ou pessimismo; d) outros colocam a culpa no sistema de troca; e) Marx afirma que não há solução para a crise dentro do sistema capitalista. - Ao reduzir o capital variável, a taxa de lucro decresce, pois o capital constante é estéreo.
CAP. 21 – Rússia tem um plano (p. 270). “Dezessete anos ates do fim do século XIX, Karl Marx morria. Dezessete anos após o início do século XX, Karl Marx tornava a viver” p. 271. “A revolução é uma arte” p. 272. “Uma revolução real, profunda, do povo, para usar a expressão de Marx, é o processo incrivelmente complicado e penoso da morte de uma velha e o nascimento de uma nova ordem social, o ajustamento das vidas de dezenas de milhares de pessoas” p. 272. “Quem teme os lobos não vai a floresta”. John Reed. Dez dias que abalaram o mundo – a economia socialista é planificada. O objetivo é o bem-estar da maioria. - Os países capitalistas ficaram receosos de que a classe trabalhadora de seus respectivos países seguisse o exemplo soviético. “Na União Soviética é o próprio Estado que recebe os lucros da atividade econômica e dirige esses fundos aos canais onde, segundo o plano, serão mais úteis” p. 283. O estado monopoliza o comércio com o exterior. - Na economia planificada, a falha num setor econômica afeta todos. - Diziam que a economia soviética iria estagnar devido a falta da ganância em querer ir além, o incentivo que só o desejo pelo lucro dá. No socialismo existe a cordial concorrência entre os grupos de trabalho. - A crise de 29 não afetou o mundo socialista. “quando o ano de 1789 chegou, cerca de um terço das terras da França estava em suas mãos” p. 148. HUBERMAN, Leo. História da Hiqueza do Homem. ed. 21º. Rio de Janeiro: LTC, 1986.
Com capítulos curtos e uma linguagem dinâmica, conseguimos captar e ler rapidamente o que o autor propõe, tornando assim uma leitura prazerosa da economia.
Huberman escreveu este livro magistral, cujo objetivo é explicar a História pelo estudo da teoria econômica e, ao mesmo tempo, explicar a Economia através do estudo da História. Huberman enlaça estas duas áreas do conhecimento humano, conseguindo tornar mais inteligível a aventura do Homem sobre a terra e patente o seu poder de transformar a vida. Essa é a grande lição que permeia o livro, uma obra que, abordando temas profundamente tão complexos, consegue manter um alto nível de transparência, de limpidez e clareza.
Leo Huberman, na História da Riqueza do Homem, observa que a formação da riqueza ao longo da história ocorreu por diversas influências sócieconômicas. Ele descreveu um dos primeiros grandes movimentos de formação da riqueza no Estado nacional: a concentração econômica. Podemos recordar, com facilidade, do período colonial, quando todo ouro extraído do nosso país (colônia na época) era encaminhado à metrópole, Portugal. São inúmeros os exemplos de centralização econômica, mas o interessante é percebermos que ao longo do tempo o modelo de concentração econômica se transformou, se aperfeiçoou, se modernizou, mas continuou gerando desigualdades crescentes.
As desigualdades sociais e a concentração econômica, estudadas por Hurberman, nos remetem a mais dois desafios: 1) como vamos criar processos de geração de riqueza que sejam menos centralizados e, 2) como evitaremos que esta riqueza gere benefícios acumulados em grande escala para uma parte do planeta, excluindo a outra. O autor fundamenta uma análise histórica e social para ilustrar a transição da riqueza na sociedade através do tempo e dimensionar o comportamento e influências da mesma na economia.
DE ONDE VEM O DINHEIRO???
O
dinheiro só se torna capital quando é usado para adquirir
mercadorias ou trabalho com a finalidade de vendê-los novamente com
lucro.
O
lucro vem do fato de receber o trabalhador um salário menor do que o
valor da coisa produzida. O capitalista é dono dos meios de produção
– edifícios, máquinas, matéria prima, etc.; compra a força de
trabalho. É da associação dessas duas coisas que decorre a
produção capitalista.
O
dinheiro não é a única forma de capital. Um industrial de hoje
pode ter pouco ou nenhum dinheiro, e não obstante ser possuidor de
grande volume de capital. Pode ser dono de meios de produção. Isso,
o seu capital, aumenta na medida em que ele compra a força de
trabalho.
Haverá
uma moral para os capitalistas, sempre…, na história de como os
indianos pegam macacos, contada por Arthur Morgan? “Segundo a
história, tomam de um coco e abrem-lhe um buraco, do tamanho
necessário para que nele o macaco enfie a mão vazia. Colocam dentro
torrões de açúcar e prendem o coco a uma árvore. O macaco mete a
mão no coco e agarra os torrões, tentando puxá-los em seguida. Mas
o buraco não é bastante grande para que nele passe a mão fechada,
e o macaco, levado pela ambição e gula, prefere ficar preso a
soltar o açúcar”.
A Criação do Dinheiro
De onde nasceu o dinheiro (capitalismo)
PARTE
1 – DO FEUDALISMO AO CAPITALISMO
Cap.
1 – Sacerdotes, guerreiros e trabalhadores (p.2) - Os filmes sobre
a sociedade feudal mostram os guerreiros, mas não a forma como eles
são supridos de suas necessidades. “Armaduras não crescem em
árvores, e alimentos precisam ser plantados”. - A sociedade feudal
era constituída de três classes principais: sacerdotes, guerreiros
e trabalhadores. A última era quem sustentava as outras duas
primeiras. - A maioria das terras agrícolas da Europa Ocidental e
Central estava dividida em áreas conhecidas como FEUDOS. “Um feudo
consistia apenas de uma aldeia e as várias centenas de acres de
terra arável que a circundavam, e nas quais o povo da aldeia
trabalhava” p. 3. Os feudos variavam de tamanho. Cada propriedade
tinha um senhor. A terça parte das terras pertencia ao senhor e era
chamada de seus domínios. - Principais características do sistema
feudal: a) a terra arável era dividida em duas partes: uma
pertencente ao senhor e cultivada somente para ele; a outra dividida
entre os arrendatários. b) a terra era cultivada em capôs
não-contínuos (faixas espalhadas). c) o arrendatário era obrigado
a trabalhar também na terra do senhor, tal serviço devia ter
prioridade. - O servo não podia ser vendido separadamente da terra
em que morava. “Por pior que fosse seu tratamento, o servo possuía
família e lar e a utilização de alguma terra” p. 6. O servo não
podia deixar a terra, estava preso a ela.Quando morria seu herdeiro
tomava de conta da terra, mediante pagamento de uma taxa. Caso não
cumprisse com as obrigações, o senhor poderia expulsar o servo da
terra. - Vários tipos de servos (p. 7): vilões, fronteiriço, etc.
“Nenhuma descrição do sistema feudal pode ser rigorosamente
precisa, porque as condições variavam muito de lugar para lugar”
p. 7. - O costume adotado no feudo era como se fosse a legislação
atual, a tradição tinha força de lei. A sociedade como um todo
estava firmada num princípio de “deveres e obrigações”. “O
senhor do feudo, como o servo, não possuía a terra, mas era, ele
próprio, arrendatário de outro senhor, mais acima da escala” p.
9. - A necessidade de vassalos era real, a única maneira de obtê-los
era cedendo terras. - A quantidade de terras representava a riqueza
de um indivíduo. As guerras tinham por objetivo a obtenção de
riquezas (terras). - A IGREJA foi a instituição mais duradoura do
período, mas poderosa que qualquer coroa. “A Igreja foi a maior
proprietária de terras no período feudal” p. 13. “Uma das
razões por que se proibia o casamento aos padres era simplesmente
porque os chefes da igreja não desejavam perder quaisquer terras da
igreja mediante herança aos filhos” p.14. - O clero e a nobreza
eram as classes governantes. A primeira prestava ajuda espiritual; e
a segunda, militar.
Conceitos
e Definições
-
Há três classes na sociedade feudal: sacerdotes, guerreiros e trabalhadores;
-
De maneira geral, os senhores feudais possuíam centenas de feudos, e geralmente 1/3 era domínio do senhor: o resto, dos arrendatários (camponeses, aldeões, vilãos – servos!);
-
Os arrendatários trabalhavam suas terras bem como as do senhor, que eram prioridade;
-
Camponês reparava pontes, pagava para usar os instrumentos do senhor e estava abarrotado de imposições (pagava taxa até para herdar arrendamento do irmão!);
-
Servo era inerente à terra, não podendo ser vendido como escravo (trazia alguma segurança ao coitado);
-
Vilãos possuíam certos privilégios pessoais e econômicos, trabalhando menos e com menos deveres – e suas funções eram bem específicas, ao contrário do camponês, “pau pra toda obra”. Alguns pagavam com o dinheiro pelo uso da terra, similarmente aos meeiros de hoje, e serão importantes no estudo posterior. Entre eles, certos grupos chegaram a ser proprietários independentes, tendo como encargo simples taxas ao senhor, usufruindo de seus próprios arrendamentos;
-
O costume do feudo era a LEI local;
-
O senhor tinha obrigações para com o servo. Por exemplo, protegê-lo em caso de guerra;
-
A estrutura era uma enorme hierarquia de arrendamentos de terra (rei arrendou terra ao duque, que arrendou ao conde, que arrendou ao...), cada um com poucos ou vários feudos;
-
Há casos em que o senhor, desrespeitando costumes, explicava-se a seu próprio senhor direto, ou seja, nem todo senhor tinha total autonomia;
-
Terra era fonte de tudo e medição de riqueza: eis o motivo de tantas guerras;
-
Guerras eram vencidas contratando guerreiros e arrendando terras pelos serviços: estes tornavam-se vassalos sob a obrigação de organizar serviços militares em número específico de dias;
-
Vassalo também pagava taxas ao seu senhor imediato, e tinha obrigações: viúvas casariam ou permaneceriam viúvas sob consentimento ou pagamento de multa, filho de senhor direto sagrando-se cavaleiro teria as festividades pagas pelos vassalos, senhor refém teria o resgate pago por vassalos, etc.;
-
A igreja era parte e membro do sistema feudal – maior, mas antiga e duradoura que qualquer coroa (maior proprietária de terras do período feudal);
-
Bispos e abades = condes e duques (agiam da mesma maneira para arrendar terras);
-
Nos feudos da igreja havia dízimo para TUDO: ela era pior que os nobres para com seus servos! E ainda por cima cobrava recursos dos nobres antes de usar o dela própria.
Audiolivro - 1
CAP. 2 – Entra em cena o comerciante (p.16). - Na idade média, não necessitava do dinheiro para adquirir as coisas. Nada era comprado, pois os meios de subsistência básicos eram adquiridos no próprio feudo, o restante eram trocados. O feudo era auto-suficiente. - Por não haver comércio, a produção do excedente não era regra. - A falta de estradas e os ladrões eram um obstáculo ao comércio. Além do mais, a cada feudo que o comerciante passava, tinha que pagar o pedágio. A moeda variava conforme a região. - O século XI viu o comércio crescer a passos largos. As cruzadas favoreceram muito o florescimento comercial. Ler p. 19-21. - No sul Veneza (elo da Europa com o Oriente) e no norte Flandes: tais cidades dominavam o comércio. - As cidades não podiam manter um comércio permanente por causa da deficiência das estradas. “Os mercados eram pequenos, negociando com os produtores locais, em sua maioria agrícola. As feiras, ao contrário, eram imensas, e negociavam mercadorias por atacado, que provinham de todos os pontos do mundo conhecido” p. 22. A feira era o centro distribuidor. As principais feiras ofereciam aos convidados salvo-conduto. “As feiras tinham, assim, importância não só por causa do comércio, mas porque aí se efetuavam transações financeiras” p. 24. - O comércio forçou o abandono da economia natural. A utilização do dinheiro foi, aos poucos, se tornando uma necessidade.
Como Surgiu o Dinheiro
Conceitos
e Definições
-
Todo o capital da época era estático, imóvel, improdutivo – não havia saída para o capital;
-
Nada era comprado: cada aldeia feudal era auto-suficiente, e o servo cultivava o alimento e fabricava a mobília necessária;
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Havia alguma transação, isto é, intercâmbio entre mercadorias (ex: quem precisava de lã a conseguia trocando com vinho, etc.);
-
O mercado semanal, nas proximidades, era a troca do excedente dos servos, porém altamente controlado por senhores e bispos;
-
Não era intenso em movimento e trocas, e as estradas para o local eram péssimas, cheias de saqueadores ou taxas de senhores;
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A variação entre moedas e pesos atrapalhava e, somando os problemas, pouca gente participava do mercado;
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Mesmo assim, foi se intensificando a passos largos a partir do séc. XI;
-
As Cruzadas rejuvenesceram o comércio! Mercadores acompanhavam os guerreiros para prover-lhes com o que fosse necessário, bem como eles retornavam com o gosto pelas comidas e roupas requintadas que experimentaram, criando mercado para tais produtos;
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A população também aumentou, e o excedente via nas cruzadas a chance de melhorar de vida;
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Veneza, Gênova e Pisa eram cidades comerciais, notadamente Veneza, onde suas ruas eram canais e a população se locomovia em barcos – as especiarias eram transportadas de lá para a Europa;
-
As cruzadas espalharam todas as classes pelo continente, junto aos comerciantes, os quais despertaram a ânsia por especiarias, tirando a Europa do sono feudal, tomando a rota do mediterrâneo das mãos dos muçulmanos;
-
O comércio também se intensificou ao norte (Liga Hanseática), estabelecendo contato com o mundo russo-escandinavo bem como Veneza constituía o elo da Europa com o Oriente;
-
Um ponto de encontro chocou o norte com o sul para troca das mercadorias dos dois mundos: planície de Champagne, nos Alpes;
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Começaram a surgir pedidos de permissão ao Rei para estabelecimento de Feiras, as quais eram imensamente maiores e diversificadas comparadas aos “mercadinhos” anteriores ao boom das cruzadas;
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A feira era o centro distribuidor dos grandes mercadores, que se diferenciavam do artesão ou do revendedor local, tratando de produtos do norte e do sul, do ocidente e do oriente;
-
Começavam a surgir privilégios para os estrangeiros comerciarem em determinados locais, nas feiras (Champagne);
-
Qual a vantagem para os senhores estimularem isso? Taxas, que até eram razoáveis para os mercadores;
-
Os dias finais das feiras eram consagrados a negócios em dinheiro, movimentando um incipiente sistema financeiro;
-
A profissão dos banqueiros surgiu a partir desses negócios em dinheiro, e tomou amplo espectro;
Origens: A Evolução Humana 03 - A Origem do Dinheiro - National Geografic
https://www.youtube.com/watch?v=dt3Zyhb3Gt8
Historia da Riqueza do Homem - Leo Huberman 2
https://www.youtube.com/watch?v=yj-ZwILMUAk&list=PLqSC0goKBzdNfENfLIjojIs7hMUSm3pnZ&index=2
Audiolivro - Parte 2
CAP. 3 – Rumo à Cidade (p.26). “Um
dos efeitos mais importantes do aumento do comércio foi o
crescimento das cidades” p. 26. - As cidades modelos podem ser
vistas na Itália e Holanda. Surgem no cruzamento entre duas
estradas, ou na embocadura de um rio, etc. No local sempre existia
uma igreja e um burgo (zona fortificada). - A expansão do comércio
representou melhores oportunidades de trabalho. A emigração foi
inevitável. - O feudalismo representava uma prisão em vista do ar
de aventura e liberdade ligado à cidade e ao comércio. “Face a
face com as restrições feudais que os asfixiavam, mais uma vez se
uniram em associações chamadas corporações ou ligas, a fim de
conquistar para suas cidades a liberdade necessária à expansão
contínua” p. 28. “O ar da cidade torna o homem livre”
provérbio da época. - Da cidade a terra passou a ser olhada de
forma diferenciada. A possibilidade de vender a terra e utilizar o
dinheiro em comércio, aos poucos, foi se tornando inevitável. - As
populações urbanas passaram a reivindicar a fundação de seus
próprios tribunais. Queriam criar suas próprias leis. As cidades
queriam independência. “As associações de mercadores exerciam
com freqüência, um monopólio sobre o comércio por atacado das
cidades” p. 33. O objetivo era fazer falir os não membros.
Eliminar a concorrência. “Os preços das mercadorias deveriam ser
fixados pelas associações” p. 34. Os membros tinham que obedecer
vários regulamentos. - O comércio acabou por suplantar a terra como
fonte de riqueza. Surge a riqueza em dinheiro. CAP. 4 – Surgem
novas idéias (p. 36) - Na idade média, o empréstimo não tinha a
função de enriquecer aquele que empresta. Não se devia lucrar com
a desventura alheia. O imaginário era dominado pelos padrões de
conduta da igreja. “O tempo pertence a Deus, ninguém tem o direito
de vendê-lo”. A usura era um pecado.
Conceitos
e Definições
-
Um dos efeitos mais importantes do florescer do comércio foi o crescimento das cidades;
-
Cidades, antes, eram centros militares e judiciários;
-
O crescimento começou nas cidades da Itália e Holanda;
-
A visão do senhor feudal acerca das imposições era arcaica, e deveria ser diferente nas cidades, onde a atmosfera era de liberdade – conflitos eram iminentes;
-
Comerciantes então aprenderam a se unir contra injustiças (saqueadores, piratas, etc.): Construíram associações – corporações ou ligas – para ultrapassar as restrições feudais;
-
Detestavam a questão dos arrendamentos que não permitia que usassem a terra a fim de hipotecar suas propriedades ou tomar outras ações autônomas;
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Começaram a achar o sistema judicial dos feudos por demais inadequado (o Juiz, sr. Feudal, nada sabia de letras de crédito, hipotecas, etc.), almejavam criar suas próprias legislações;
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Às vezes, senhores feudais calhavam de vender, pouco a pouco, direitos aos cidadãos, e assim algumas cidades tornavam-se independentes;
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Entretanto, muitas cidades só conquistaram liberdade com violência;
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Chegou a uma situação de diversos níveis de liberdade entre cidades – seja como for, os habitantes lutavam pelo mínimo documento a fim de comprovar certo distanciamento dos senhores feudais;
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Em demasiada luta por atenuação de impostos e taxas, mercadores saíram na frente e difundiam todo tipo de privilégios às suas associações e sociedades;
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Monopólios foram instaurados, inclusive contra mercadores estrangeiros;
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Constituindo o grupo mais importante das cidades, os mercadores opinavam até nos “funcionários públicos”, viabilizando sua influência junto às autoridades;
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Liga Hanseática: monopolizava o comércio do Norte da Europa com o resto do mundo: as associações muitas vezes ultrapassavam o limite de uma única cidade, alcançando regiões distantes, tal como essa liga, que possuía postos de comércio (fortalezas) e armazéns espalhados da Holanda à Rússia – constituiu um Estado em si, tendo navios de guerra, suas próprias leis, etc.
CAP. 4 - Surgem nova ideias
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Tratava-se de uma fase em que os juros foram considerados CRIME;
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Por que juros era pecado? Naquele período, emprestava-se ao vizinho, e a igreja, ditando todas as ações do homem, pautando o certo e o errado, clamava pecado de usura a cobrança de juros – entretanto, hoje em dia, pede-se dinheiro a um estranho, da mesma forma que surgiam bancos e outras instituições naquele passado em questão; portanto, a proibição da cobrança dos juros passou a ser vista como imprópria, afinal, atualmente diferenciamos os negócios da vida entre amigos e próximos, o que não fazia sentido no feudalismo. Além do quê, os juros propiciam “viver de juros”, o pecado mortal da preguiça conforme a igreja da época;
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Todavia, a igreja, espertinha, não dava importância àquilo que pregava: cobrava juros sem dó nem piedade! Em vista disso, mostrou-se maleável para ceder;
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A nascente classe-média, para expansão e investimentos em negócios, recorria a judeus ou comerciantes que passaram a fazer do dinheiro seu negócio (nascimento dos grandes banqueiros do período);
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Aos poucos a igreja foi cedendo à questão dos juros, explicitando uma exceção aqui, outra acolá, etc
CAP. 5 – O camponês rompe amarras (p. 42) - Fatores que possibilitaram a libertação do camponês da terra: crescimento do comércio, introdução da economia monetária, o crescimento das cidades, etc. “Quando surgem cidades nas quais os habitantes se ocupam total ou principalmente do comercio e da indústria, passam a ter necessidade de obter do campo o suprimento de alimentos. Surge, portanto, uma divisão do trabalho entre cidade e campo” p. 42. - O comércio sempre incentiva o aumento da produção. Os senhores feudais perceberam que seria vantajoso transformar a terra em algo produtivo. Soube-se que o excedente poderia ser vendido às cidades. - O senhor passou a exigir dinheiro em vez de trabalho dos servos. O pagamento passou a ser por hectare, em vez de serviços nos domínios dos senhores feudais. O trabalho livre mostrou-se mais produtivo. - A igreja foi a pior inimiga da emancipação do camponês. Ela era a instituição mais apegada as tradições que a sustentava. - A peste negra foi outro fator importante como promotor da liberdade. Ela matou mais gente do que a primeira guerra mundial. “Com a morte de tanta gente, era evidente que maior valor seria atribuído aos serviços dos que continuavam vivos. Trabalhadores podiam pedir e receber mais pelo seu trabalho... o trabalho do camponês valia mais do que nunca” p. 49. Os camponeses se sentiram fortes para reivindicar – surgem as revoltas camponesas. “O fato de que a terra fosse assim comprada, vendida e trocada livremente, como qualquer outra mercadoria, determinou o fim do antigo mundo feudal” p. 52.
Conceitos
e Definições
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Ponto mais importante: a possibilidade de mudança na escala social, para o camponês, que estava preso numa camisa de força econômica (o sonho da loteria é a chave do capitalismo, quer dizer, a mera chance de algum dia subir $$$ hipnotiza as massas, conforme explicitado pelo prof. Jair);
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O crescimento do comércio, a introdução da economia monetária e expansão das cidades foram o ponto de partida para que ele, camponês, rompesse os laços;
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Inicia-se a separação da cidade e do campo: de um lado aqueles totalmente dedicados ao comércio, do outro, os que irão supri-los com alimentos;
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Como aumentar a produção para suprir a nova demanda por alimentos? 1) inovando os métodos agrícolas e, principalmente, 2) estendendo a cultura, abrindo novas terras que ainda não haviam sido cultivadas – o camponês, então, mirava seus olhos nas terras ainda virgens;
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Por incrível que pareça, menos da metade das terras era cultivada na época feudal, portanto havia sobras, ainda que necessitassem de trabalho duro para sua adequação (eram pântanos e florestas) – o anseio pela liberdade fora seu combustível;
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Camponeses também requisitaram terras não-aproveitadas pela igreja ou por senhores feudais, sempre tomados pelo anseio de se livrarem das taxas e adquirirem liberdade, ainda que pagassem dízimos (igreja) por uma terra pantanosa;
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Os senhores cresceram o olho nesse “lance lucrativo de deixar os caras tomarem terras não-cultivadas”;
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Os proprietários então começaram a ir atrás dos que queriam terras, anunciando suas oportunidades;
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Esse movimento tornou produtivos milhares e milhares de hectares antes inúteis;
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Agora, possuindo terras virgens (ainda que pagando por elas), o camponês poderia fabricar sua própria sorte, livre de uma vida já escrita em pedra;
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Antes o camponês não tinha interesse em descobrir maneiras de produzir mais, e qualquer excedente era tomado pelo senhor. Daqui em diante ele terá todos os incentivos financeiros para produzir mais e mais a fim de vender, graças ao mercado crescendo a passos largos (tudo era vendido até esgotar!);
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Os camponeses dos feudos, se não conseguissem aliviar a carga de serviço pagando o senhor com lucro das vendas, ainda poderiam ir para a cidade ou uma região não cultivada. Enfim, pela primeira vez tinham opções;
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O senhor também criou gosto pela grana e pela luxúria, portanto via com bons olhos o dinheiro em suas mãos, a fim de comprar roupas e outros produtos da “moda do oriente” na época;
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Houve senhores retrógrados que bateram o pé antes de dar liberdade aos servos. Entretanto, foi a danada da igreja a maior opositora contra a emancipação;
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A pressão pela liberdade econômica os fez ceder, ainda que houvesse alguma luta;
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Peste negra: morreu gente a rodo e isso contribuiu para o fator liberdade;
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Com a morte de tanta gente, maior valor seria atribuído aos serviços dos que continuavam vivos – trabalhadores poderiam pedir mais por seu trabalho;
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Oferta de trabalho em baixa: camponês, agora, valia mais do que nunca;
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Dessa forma, qualquer aluguel de trabalhadores (em função da escassez dos mesmos) estava cada vez mais caro para os senhores;
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Tentaram forçar leis para conter a “inflação” do trabalhador: a marcha das forças econômicas falava mais alto;
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O camponês percebeu sua força e começou a pentelhar forte para concessões que nunca antes obtivera;
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No momento em que até mesmo os camponeses que pagavam dinheiro para ter liberdade em suas terras as arrendavam para outros, determinou-se o fim do período feudal em função da troca e venda livre da terra (como qualquer outra mercadoria).
CAP. 6 – “E nenhum estrangeiro trabalhará...” (p. 53). - Antes a indústria se realizava na casa do próprio camponês. “A indústria se fazia em casa e o propósito da produção era simplesmente o de satisfazer as necessidades domésticas” p. 53. - “O açougueiro, o padeiro e o fabricante de velas foram então para a cidade e abriram uma loja, não para satisfazer suas necessidades, mas sim para atender à procura” p. 54. - Os artesãos seguiram o exemplo dos comerciantes e se uniram em corporações. O aprendiz virava mestre com o tempo. Empregador e empregado poderiam participar de uma mesma corporação, já que, entre eles, não havia privilégios quanto aos direitos. Não havia espírito de competição. As corporações criavam um espírito de fraternidade entre seus membros. Estatuto da corporação p. 56. Prevalecia o preço justo. A doutrina da usura ainda vigorava. - O desenvolvimento do mercado e a produção em grande escala provocaram uma modificação das idéias econômicas da época. “O justo preço acabou sendo substituído pelo preço de mercado” p. 61. - O objetivo das corporações eram “o monopólio de todo o trabalho do gênero na cidade” p. 57. “A noção do justo preço se enquadrava na economia do mercado pequeno, local e estável” p. 61. “O sistema de corporações tivera duas características fundamentais: a igualdade entre os senhores e a facilidade com que os trabalhadores podiam passar a mestres. Em geral, isso ocorreu até os séculos XIII e XIV, período áureo dessas instituições” p. 63. - CAUSAS do fim das corporações: a) a prosperidade de alguns mestres e de outros não criou divisões entre eles; b) houve também um distanciamento entre os jornaleiros e mestres. O aprendiz passou a chegar até jornaleiro, este dificilmente chegava a ser mestre. “Na luta para libertar a cidade de seus senhores feudais, todos os cidadãos, ricos e pobres, mercadores, mestres e trabalhadores, haviam unido forças” p. 67. - Embora tenham se libertado dos senhores feudais, logo em seguida, as cidades passaram a ser controladas pelos reis, quando do fortalecimento da monarquia.
Conceitos
e Definições
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Os artesãos, que antes dedicavam-se apenas a solucionar questões domésticas, agora empregavam suas habilidades ao proveito do comércio: padeiro, fabricante de velas, açougueiro, etc., rumaram à cidade a fim de abrir uma loja, sem que fosse necessário muito capital (sala de sua própria casa era oficina de trabalho);
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Começavam a contratar auxiliares para aumentar a produção, que seriam de dois tipos: ajudantes ou jornaleiros;
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Os aprendizes eram cedidos por familiares (pagamento em alimento ou dinheiro para iniciação) e moravam com o mestre para compreenderem os segredos da arte;
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Concluído o aprendizado, poderia abrir sua própria oficina ou continuar trabalhando com o mestre (ou outro mestre) na função de jornaleiro, recebendo salário;
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Artesãos dominavam a técnica, bem como as ferramentas e a matéria-prima e, dessa forma, na mesma linha dos comerciantes, formaram associações daqueles de mesmo ofício numa mesma cidade (corporação cartel!);
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Ao contrário dos dias atuais, não havia distância entre empregador e empregado (viviam juntos, tinham as mesmas idéias e o empregado viraria empregador no futuro!), o que facilitou com que ambos fossem membros da mesmíssima corporação;
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Predominava a igualdade e os degraus da escala de ascensão estavam ao alcance de todos;
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Era uma espécie de irmandade onde “se cuidavam”, mesmo em épocas de doença ou outras fragilidades (aqui surgiu a aposentadoria!);
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Fraternidade: ajudavam alguém atrasado a entregar a encomenda no tempo certo;
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Apesar disso tudo, o grande desejo por trás da suposta caridade era o monopólio dos serviços na cidade;
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Somente membros da corporação poderiam exercer a atividade, com autorização expressa;
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A própria igreja feudal, toda-poderosa, teve que se curvar aos regulamentos das corporações, tal o poder que exerciam!
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Não permitiam nenhum estrangeiro na parada, e rolaria pancada se fosse o caso;
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Para regular “patentes” (que ainda não existiam), criavam diretrizes ameaçando de morte quem levasse inovações para fora da cidade;
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Até mesmo o marketing era proibido para que alguém atraísse mais clientes do que o vizinho (ex: dar vinho para clientes enquanto compram pão);
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Para sustentarem o monopólio, preocupavam-se em demasia com a qualidade dos produtos e do trabalho de seus associados (supervisionavam até o material – afinal, a honra da corporação não seria manchada!);
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Na mentalidade feudal, ninguém pensava em “obter mais vantagem que o outro” numa troca comercial, portanto, no início das corporações, a política do JUSTO PREÇO foi implantada para proteger o público, derivada do antigo conceito de que usura é pecado;
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A própria população levava ao pelourinho aqueles (grupos) que não praticavam o Justo Preço, bem como as autoridades tinham autonomia para tanto, ou seja, as corporações não eram as únicas a garantir essa política;
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Todavia, a produção em larga escala, bem como fenômenos sazonais (pragas), alteravam o valor do Justo Preço e acabava por desvincular tal paradigma da realidade para o nascimento do Preço de Mercado (ex: preço maior num ano de má colheita era visto como legítimo para o camponês vendedor);
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Justo Preço apenas funcionava em mercados pequenos, locais e estáveis;
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Nas feiras ocorria a intervenção de vendedores de uma área maior, abalando a estabilidade local condições com muitas variáveis não viabilizam noção exata de preço (mais um motivo pra afundar o conceito de Justo Preço);
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Os dias áureos das Corporações sobreviveram apenas até o séc. XIV;
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O início do declínio: mestres mais habilidosos começaram a enxergar com desdenho seus irmãos menos afortunados e iniciaram suas próprias corporações, visando maior parcela de poder;
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Houve hierarquia entre corporações, onde as superiores, inclusive, assalariavam mestres das inferiores;
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Corporações mais poderosas e ricas exerciam maior influência (eram confundidas com as autoridades locais) e deixaram de permitir acesso de “subalternos” a cargos superiores;
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“Coronelismo” dos chefes das grandes corporações tornou-se comum;
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Um dos motivos para a modificação da Corporação, tal como era em seu surgimento, foi o fato de que o grande número de pessoas chegando nas cidades fez os mestres temerem a perda do monopólio e, portanto, começaram a impedir que “qualquer um” passasse de jornaleiro a mestre;
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Os jornaleiros excluídos formaram suas próprias associações para o monopólio do TRABALHO (ex: proibido contratar trabalhador de fora enquanto houver um trabalhador local disponível), iniciando assim um conceito vago de sindicato;
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Lutavam também por melhores salários, iniciando conflitos com os patrões e leis/regulamentos para impedir esse movimento;
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Como já citado, a Peste Negra “bombou” o valor do trabalho, estimulou os “sindicatos” e, portanto, os conflitos acerca dos salários;
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As Leis anti-aumento do salário não tiveram êxito: aprisionar trabalhadores que recebiam mais apenas valorizava ainda mais os restantes;
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A posição dos jornaleiros era até confortável em comparação àqueles que não tinham nenhum tipo de associação (nenhum direito mediante qualquer corporação), pois estes últimos eram explorados de todas as formas pelos industriais ricos. Havia extremos nas cidades, como em Florença, que mesmo nos seus grandes dias contava 20.000 mendigos;
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As lutas de classe emergiram (séc. XIV), pois os frutos da vitória contra os senhores feudais não foi dividido com a parcela pobre da população (para os excluídos, apenas o senhor mudou, e todo o resto continuou a mesma tragédia);
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Houve revoltas, desordem, tensão, as corporações começaram a decair, o poder das cidades enfraqueceu.
CAP. 7 – Aí vem o Rei! (p. 69).
“Muita gente pensa hoje que as crianças nascem com o instinto do patriotismo nacional. Evidentemente isso não é verdade. O patriotismo nacional vem em grande parte de se ler e ouvir falar constantemente nos grandes feitos dos heróis nacionais” p. 70. - No século XV, surgem as nações e com elas as divisões. Surgem as leis nacionais, a literatura nacional, língua nacional, indústrias nacionais, etc. - Quais os fatores do surgimento do Estado Nacional? A) ORDEM E SEGURNÇA eram palavras de ordem, todos os comerciantes necessitavam delas para desenvolverem seus negócios. “Necessitava-se de uma autoridade central, um Estado nacional. Um poder supremo que pudesse colocar em ordem o caos feudal” p. 71. O rei foi um aliado forte das cidades na luta contra os senhores feudais. Tudo que reduzia a força dos barões fortalecia o poder real. Com o dinheiro dos comerciantes, o REI passou a sustentar um exército paralelo aos dos senhores feudais. Com o fortalecimento central, o rei passou a derrubar os monopólios locais. B) O estado substituiu a cidade como unidade de vida econômica. C) A fundação de igrejas nacionais – ao defender o rompimento com Roma, alimentaram o sentimento nacional. “Os reis sustentavam-se com o dinheiro recolhido da burguesia” p. 75. - A causa do rei passou a ser a causa de todos: surge o sentimento nacional. O localismo feudal foi suplantado. - A igreja se negou, durante anos, a pagar impostos ao governo central. “A igreja teria perdido seu poder mesmo que a Reforma Protestante não tivesse ocorrido... a igreja defendia a ordem feudal” p. 82. “Antes que a classe média pudesse apagar o feudalismo em cada país, tinha de atacar a organização central – a igreja. E foi o que fez” p. 83.
Conceitos
e Definições
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Na era feudal, havia uniformidade cultural. Ex: qualquer cristão era necessariamente católico, e por tal, obrigatoriamente pagaria impostos;
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Com o advento das corporações, era perceptível que num único país cidades diferentes se enxergassem como estrangeiras. Todavia, isso se modificou no surgimento das nações (até mesmo as divisas entre países foram acentuadas, séc. XV). Inclusive, daí nasceram as primeiras literaturas de caráter nacional nos países europeus. Enfim, regulamentações formaram-se abrangendo todas as indústrias de uma nação inteira. Até mesmo igrejas passaram a ter caráter nacional;
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Para citar: razões políticas, sociais, religiosas e, principalmente, ECONÔMICAS, foram o combustível para essa modificação toda;
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A classe média, maior preocupada com a segurança (ex: saques em estradas) e maior afetada pelo caos da ausência de padrões econômicos, queria desesperadamente ordem;
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Afinal, segurança no passado era com o senhor feudal (nesse aspecto o disgramado só trazia tragédia!!). E agora? Aí vem o rei! Tão excluído que estava, o pobrezinho, daqui em diante, tornou-se instrumento fundamental para imposição de ordem generalizada;
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Observação: a autoridade central (o rei) não retomou seu poder máximo numa escala gradual, não! A transição foi lenta e irregular, com idas e vindas, levando séculos para concretizar-se plenamente (a história não tem degraus definidos mas sim transições irregulares);
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As antas bestiais dos senhores feudais remanescentes estavam numa fria, restritos a duas situações: ou estavam enfraquecidos por terem perdido terras e servos (as cidades aos poucos tornaram-se independentes, ainda que pela força), ou se exterminavam mutuamente em guerras sem fim;
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Não esquecer que o reizão véio foi fundamental na luta das cidades contra os senhores feudais, pois tudo que enfraquecia os senhores fortalecia o poder real – como recompensa, a burguesada o ajudava em cash, money, bufunfa, gaita, etc. Daí vossa majestade poderia dispensar a ajuda militar dos vassalos e dar um “chega aí” no velho exército real, treinado exclusivamente para lutar (eficiente);
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Obviamente a burguesada chorava a grana emprestada ao Rei, porém só abriam a mão porque sabiam que isso traria vantagens bem definidas e pré-elaboradas, como por exemplo, a instituição de pesos e medidas nacionais ou a segurança do exército nas ruas e estradas;
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Visto que a terra deixou de ser a base monetária, agora o rei poderia contratar e pagar em dinheiro recolhedores de impostos (funcionários públicos), impostos estes também pagos em dinheiro pela população – a época da farra de terras virou passado;
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O rei agora manejava seus funcionários, o que antes competia aos senhores feudais;
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Foi percebido, também, que o rei só conseguia encher o bolso com grana na medida que indústria e comércio prosperassem;
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Tcham-tcham! Foi daí que o sábio monarca teve um estalo e sacou que as corporações eram um entrave asqueroso a essa expansão tão importante dos setores industriais e comerciais! “Vamos romper barreiras/monopólios até o perímetro nacional.”
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Contra-balanço: as comunidades mais ricas e poderosas da Idade-Média (monopolistas, portanto) foram as últimas a atingirem a unificação necessária à nova economia justamente porque tinham corporações difíceis de serem vencidas;
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A dependência do rei na burguesia ($$$) aumentava, e da mesma forma a influencia burguesa no comando real;
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Como exemplo, Thomas Cromwell, advogado, e Thomas Gresham, merceeiro, chegaram a ministros da coroa, tal era a influência burguesa;
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Inteligência + Riqueza ao Rei = Privilégios econômicos, sociais e submissão total dos coitadinhos sob força de Lei;
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Nacionalismo começou a se tornar importante para a burguesia. Na Inglaterra do Séc. XVI, os Mercadores Aventureiros fizeram o diabo pra chutar o traseiro gordo da Liga Hanseática (holandesa) dos privilégios comerciais conquistados anteriormente ($$$), em que controlavam na sua estação de Londres toda a importação e exportação local;
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Impedindo que a Liga Hanseática exportasse lã, roupas e derivados, com a ajuda do Thomas Gresham (agora ministro da coroa), em 1597 conseguiram fechar as portas londrinas da Hansa;
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O surgimento do nacionalismo evidencia-se na vida, luta e morte de Jeanne d’Arc (nota do autor deste resumo: o filme da Joana, de Luc Besson, foi ótimo!);
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“O Nobre: O homem não pode servir a dois senhores. Se essa idéia de servir ao país tomar conta do povo, adeus autoridade dos senhores feudais, e adeus autoridade da Igreja.” 8586
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Esse nobre de visão ampla tinha razão! O próximo choque real seria com a igreja;
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Rei e Igreja brigaram diversas vezes. Por exemplo, queriam disputar nomeação de bispos e abades pra ver quem botaria a mão na grana do povo (dízimo). O papa era poderoso, mais do que qualquer senhor feudal;
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A Igreja era o cúmulo da riqueza! Quase metade das terras eram desta instituição!!
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Os reis começaram a encarar o excesso de fortuna da igreja como algo que devesse ser taxado;
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Outro ponto de conflito foi que havia tribunais religiosos suplantando os tribunais reais, e muitas vezes o rei era contrário à decisão dos religiosos;
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Pra ter uma idéia, o papão velho queria se meter até em assuntos internos de um país! A coisa esquentou!!
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Até os mais fanáticos conseguiam enxergar a corrupção generalizada da igreja;
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A reforma protestante de Martin Lüther (ou na tradução da Herbert Richards, Martinho “da vila” Lutero) só vingou porque ele não defendeu os oprimidos e ficou do lado da nobreza (cristão de araque ele...);
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A igreja, no passado, teve sua serventia para colocar trégua em guerras de senhores, para “educar” o rebanho, mas... mas... Agora o rei sustaria facilmente essas tolas guerras feudais, bem como os próprios mercadores já instituíam suas próprias escolas, portanto ela perdeu muito de sua importância;
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Antes, o Direito da igreja era supremo. Agora, o Direito romano fora ressuscitado;
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Esse novo grupo, a nascente classe média, sentia que havia um obstáculo no caminho de seu desenvolvimento: o ultrapassado sistema feudal. A classe média compreendia que seu progresso estava bloqueado pela Igreja Católica, que era a fortaleza de tal sistema. A Igreja defendia a ordem feudal, e foi em si mesma uma parte poderosa da estrutura do feudalismo. Era dona, como senhor feudal, de cerca de um terço da terra, e sugava ao país grande parte de suas riquezas. Antes que a classe média pudesse apagar o feudalismo em cada país, tinha de atacar a organização central — a Igreja. E foi o que fez. 96 A luta tomou um disfarce religioso. Foi denominada Reforma Protestante. Em essência, constituiu a primeira batalha decisiva da nova classe média contra o feudalismo.
CAP. 8 – “Homem rico...” p. 84. “Há três modos, em minha opinião, pelos quais é possível obter lucros com dinheiro, além de seu uso natural. O primeiro é a arte da troca, a guarda ou movimentação do dinheiro; a segunda é a usura; e o terceiro é a alteração do dinheiro” p. 86. - A política mercantilista ocasionou a desvalorização da moeda, já que, a cunhagem passou a ter menos quantidade de metais preciosos. “Na primeira viagem de Vasco da Gama à Índia, os lucros atingiram a 6.000%” p. 89. - Quiseram quebrar as vantagens do comércio com Veneza, outras rotas foram inventadas. - O interessante é saber que a engrenagem financeira foi posta em funcionamento por mercadores e banqueiros e esteve presente em todo o processo de expansão comercial.
Conceitos
e Definições
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Reis da Idade Média recorriam freqüentemente à desvalorização da moeda para conseguir bufunfa;
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O rei, safado, dava uns tapas na moeda original deixando o que era antes 100% prata virar 50% prata e 50% latão. Nominalmente era a mesma moeda, entretanto, na prática, ele dividiu uma moeda em duas, o que aumentava os preços (obviamente os caras sacaram o empobrecimento do material, que valia sua quantidade em ouro/prata);
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Em termos práticos, isso era um estupro financeiro nos pobres. Eles, assalariados, de renda fixa, foram os principais prejudicados nesta manobra monetária;
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Em conseqüência dessas alterações, as pessoas ficaram freqüentemente sem saber quanto vale uma moeda de ouro ou prata, de forma que têm de discutir tanto sobre o seu dinheiro como sobre seus salários, o que é contrário à natureza;
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Em conseqüência das alterações e reduções deixam de vir mercadorias dos países estrangeiros com suas boas mercadorias, para os países onde sabem que o dinheiro é mau. Além disso, no próprio país onde essas modificações ocorrem, o intercâmbio de mercadorias é de tal forma perturbado que mercadores e artesãos não sabem como negociar entre si (caos);
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Ouro e prata era fundamental para o desenvolvimento do comércio e, dessa forma, Leis foram impostas para que tal material fosse retido em cada país;
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Outro fator escandalizador do preço residia nos perigos incutidos na obtenção das especiarias do Oriente: milhares de quilômetros através de montanhas e desertos, em camelos, cavalos, mulas ou carregando nas costas, sob ataque de tribos cruéis, diante de tempestades marítimas e piratas assassinos, além dos infinitos impostos de portagem, somados ao lucro dos monopolistas... o preço final era do balacobaco!!! Isso ocorreu às mercadorias mais procuradas do oriente no Séc. XV;
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Até que todos esses produtos chegassem em Veneza, o preço era apenas altíssimo. Já quando os venezianos revendiam as paradas aos mercadores do sul da Alemanha (principais distribuidores), os preços subiam a cifras espetaculares! Nisso, mercadores de outros países cresceram o olho e queriam mamar, também, nesse lucro sinistro. Mas... mas... O que fazer para evitar Veneza? Afinal, os venezianos controlavam as rotas. Poderiam tentar outro caminho para atingir as índias?
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Oh yes! Agora que os marinheiros dispunham de adequada instrumentação para navegações profundas (a tecnologia se desenvolveu), resolveram partir adoidados pra descobrir as tais rotas;
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Vasco da Gama circunavegou o continente africano até aportar em Calecute, Índia, descobrindo o caminho marítimo!
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Titio Vasco lucrou 6.000% em sua primeira viagem à Índia!
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Por conseqüência, o comércio intensificou-se ainda mais: se antes Veneza comprava por ano 420mil libras de pimenta do sultão do Egito, agora um único navio regressando a Portugal trazia 210mil libras!
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O caminho para o Oriente, via Cabo da Boa Esperança, tornou os mercadores independentes da benevolência com que os turcos os tratavam e rompeu o monopólio veneziano;
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O Atlântico tornou-se a nova rota mais importante, e Portugal, Espanha, Holanda, Inglaterra e França ascenderam à eminência comercial;
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A organização tradicional das associações que se haviam criado para negociar com as velhas rotas de comércio não se adaptava às novas condições. O comércio a uma distância considerável, em terras desconhecidas, com povos estranhos, e sob condições pouco familiares, necessitava um novo tipo de associação — e, como sempre acontece, surgiu esse novo tipo, para atender às necessidades;
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A sociedade por ações!!!
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Essa foi a época áurea do comércio, quando se fizeram fortunas — o capital acumulado — que formariam o alicerce para a grande expansão industrial dos séculos XVII e XVIII;
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Os livros que contam o sucesso dos reis da época deviam tratar mais é de quem os financiou (mercadores e banqueiros);
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Os Fuggers? Iniciaram seus negócios no século XV com um estabelecimento comercial de lã e especiarias. Mas foi como banqueiros que fizeram fortuna. Emprestavam capital a outros mercadores, a reis e príncipes e, em troca, recebiam proventos de minas, de especulações comerciais, de terras da coroa, de praticamente todo tipo de empreendimento que desse lucro. Quando os empréstimos não eram repostos tornavam-se donos de propriedades, minas, terras — o que tivesse sido dado como garantia. Até o papa devia dinheiro aos Fuggers. Estes tinham ramificações e agentes em to da parte;
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Antuérpia era o centro de toda essa atividade financeira e comercial. Quando a corrente do comércio se deslocou do Mediterrâneo para o Atlântico, as outrora grandes cidades italianas entraram em declínio e Antuérpia tomou seu lugar
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Não era o tamanho que a tornava grande — tinha apenas uma população de cerca de 100 mil habitantes. Era, sobretudo, o fato de estar livre das restrições de toda natureza. Antuérpia era o paraíso sem as irritantes leis, taxas e regulações restringindo todo tipo de comércio ou a estrangeiros;
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Enquanto as demais cidades na Idade Média dificultavam aos mercadores estrangeiros a prática de negócios dentro de seus muros, Antuérpia os recebia de braços abertos;
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Tratemos também da venda feita através de amostras de mercadorias padronizadas e reconhecidas, isto é, em vez de ter à mão toda a mercadoria, para passá-la ao comprador, o tipo moderno de corretor e agente entrou em cena. Vendia suas mercadorias através de uma amostra-padrão;
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As feiras, que deviam sua importância principalmente à suspensão temporária das costumeiras restrições ao comércio, receberam o golpe de morte de um mercado que era sempre livre. O antigo mercado fora superado pelo intercâmbio em bases modernas;
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Foi por essa época, em Antuérpia, que o moderno instrumental de finanças entrou em uso diário. Os banqueiros inventavam formas e meios de efetuar pagamentos para que o intercâmbio de mercadorias se fizesse fácil e rápido;
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O Sistema Financeiro moderno. Isto é: de um lado você me deve, de outro lado eu devo a você; cancelamos as dívidas e nos proporcionamos compensações mútuas; e raramente utilizamos dinheiro para efetuar os ditos pagamentos.
CAP. 9 – “Homem pobre, mendigo, ladrão” (p. 97) “Os dados sobre o número de mendigos nos séculos XVI e XVII são surpreendentes. Um quarto da população de Paris na década de 1630 era constituído de mendigos” p. 97. “Qual a explicação dessa miséria generalizada entre as massas, num período de grande prosperidade para uns poucos? A guerra, como sempre, foi uma das causas” p. 97. - A guerra dos Trinta Anos foi mais maléfica que a primeira guerra mundial. “Cerca de dois terços da população total desapareceram, a miséria dos que sobreviveram era extremamente grande” p. 98. - As ovelhas tomam as terras dos homens. “Observe o leitor uma modificação importante nesse período. A velha idéia de que a terra era importante em relação ao total de trabalho sobre ela executado desapareceu. O desenvolvimento do comércio e indústria, e a revolução dos preços, tornaram o dinheiro mais importante do que os homens, e a terra passou a ser considerada como fonte de renda” p. 108.
Conceitos
e Definições
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Os dados de mendigos nos séculos XVI e XVII na Europa são surpreendentes.
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A causa desse grande número de mendigos, miséria e sofrimento foram as guerras, que devastaram populações em todos os cantos da Europa.
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“Enquanto os mercadores da Inglaterra, Holanda e França amontoavam fortunas enormes no comércio, os espanhóis haviam descoberto uma forma mais simples de aumentar as somas de dinheiro de seu tesouro, Embora seus exploradores não tivessem conseguido descobrir uma rota para as Índias que lhes proporcionasse lucros comerciais, esbarraram com os continentes da América do Norte e do Sul.”
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Nesse período os espanhóis compravam mais do que vendiam.
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Essa grande quantidade de ouro e prata que veio do Novo Mundo e se espalhou por toda a Europa causando aumento dos preços ( Inflação). Devia a grande quantidade possuída de riqueza a moeda desvalorizava-se. “...Quando ele se torna abundante em relação às coisas pelas quais é trocado, seu valor cairá em termos dessas coisas — ou seja, os preços se elevarão...”
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Resultantes do aumento de preço:
Beneficiados:
Mercadores que
mesmo com suas despesas se elevando, os lucros de seus negócios
aumentavam, ou seja pagavam mais para comprar mas na hora de vender
cobravam mais ainda.
Também se
beneficiaram as pessoas de renda fixa, os que tinham arrendamento a
longo prazo podiam vender produtos que produziam em sua terra muito
mais caro e lucrar com isso.
Prejudicados: Os
governos, por
exemplo, tinham dificuldades cada vez maiores em equilibrar a receita
e a despesa. A renda era fixa, ao passo que as despesas aumentavam
sempre. Foi um período de modificação, quando o Estado
nacional
despontava — e a organização financeira dos governos estava
desatualizada.
Foi nesse período que as
dividas dos reis com a burguesia se acentuaram e a nobreza passou a
depender fortemente de empréstimos dos burgueses.
Os salários dos
trabalhadores também
foram fortemente afetados, pois os preços sobem e o salário
continua sempre o mesmo. Muitos trabalhadores tornaram-se mendigos
por não conseguir custear suas necessidades básicas.
A população de
renda fixa também
sofreu muito, classe que vivia de anuidades, pensões ou renda de
bens, os proprietários
de terras foram os
mais prejudicados.
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Para os arrendatários conseguirem estabilizar suas rendas diante do aumento do preço eles acabaram por fechar muitas de suas terras e também aumentavam bastante os preços dos arrendamentos.
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Foi nesse período que teve inicio o cercamento das terras tornando as propriedades conjuntos interinos de hectares. “... O que antes era campo aberto tornava-se um campo fechado...”. Essas cercas traziam benefícios e melhoras na produção
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Mas existia também outro tipo de cerca que era extremamente prejudicial à cerca que era colocada para criação de ovelhas. Os arrendatários passaram a expulsar os arrendados das terras em que viviam e produziam para criar ovelhas, pois viam muito mais oportunidade de lucro com a criação desses animais do que com o arrendamento.
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Nem todas as cercas eram colocadas para criação de ovelhas os senhores colocavam as cercas pois era muito mais fácil administrar um grande fazenda do que grupos de fazendas pequenas.
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Os senhores fechavam cada vez mais suas terras e quando não as fechava aumentava extremamente o preço do arrendamento o que causou evacuação de aldeias e milhares de pessoas passando fome, e cada vez mais pessoas se tornavam mendigas.
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“Esses grupos de mendigos constituíam, ainda, um verdadeiro perigo — ocorreram incêndios, derrubadas de cercas, motins. Foram aprovadas, por isso, leis contra o fechamento de terras. A primeira foi baixada em 1489 e as demais durante todo o século XVI. Mas a freqüência com que tais leis apareciam mostra que não eram cumpridas...”
“... o fato é que os
senhores locais eram também os juízes locais, de forma que a lei
não era imposta com rigor...”
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“A velha idéia de que a terra era importante em relação ao total de trabalho sobre ela executado desapareceu.”
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“O desenvolvimento do comércio e indústria, e a revolução dos preços, tornaram o dinheiro mais importante do que os homens, e a terra passou a ser considerada como fonte de renda.”
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“... quando a indústria capitalista teve necessidade de trabalhadores, encontrou parte da mão-de-obra entre esses infelizes desprovidos de terra, que haviam passado a ter apenas a sua capacidade de trabalho para ganhar a vida...” Ou seja os futuros trabalhadores dos chão das fábricas foram esses homens que devido a falta de uma terra para trabalhar não tinham do que viver e precisavam de alguém que os empregasse.
CAP. 10 – Precisa-se de trabalhadores: crianças de dois anos podem candidatar-se (p. 109) - A expansão do mercado é uma chave importante para a compreensão das forças que produziram a indústria capitalista. A estrutura das corporações era destinada ao mercado local, quando este se tornou nacional e internacional, a corporação deixou de ter utilidades. “Os artesãos locais podiam entender e realizar o comércio de uma cidade, mas o comercio mundial era coisa totalmente diversa” p. 107. “Esse método, pelo qual o intermediário emprega certo número de artesãos para trabalhar seu material em suas respectivas residências, é denominado sistema de produção doméstica. Note-se que na técnica de produção o sistema doméstico não difere do sistema de corporações. Deixa o mestre artesão e seus ajudantes em casa, trabalhando com as mesmas ferramentas. Mas embora o método de produção permanecesse o mesmo, a forma de negociar as mercadorias foi organizada em novas bases, pelo intermediário, atuando como negociante” p. 110. - Divisão do trabalho: “cada trabalhador tem uma tarefa particular a fazer. Executa-a repetidamente e em conseqüência se torna perito nela. Isso poupa tempo e acelera a produção” p. 110. - As corporações resistiam às mudanças, já que achavam que tinham o monopólio de certo produto. - Como já foi visto, a igualdade entre os mestres foi um fator fundamental da ordem corporativa. - Os membros das corporações se opuseram as mudanças na tentativa de conservar seus velhos monopólios. “No sistema de corporações, que surgira com a economia urbana, o capitalista tinha apenas um pequeno papel. Com o sistema de produção doméstica, surgido com a economia nacional, o capital passou a ter papel importante. Era necessário muito dinheiro para comprar a matéria-prima para muitos trabalhadores... Era o homem do dinheiro, o capitalista, que se tornava o orientador, o diretor do sistema de produção doméstica” p. 114. FASES DA ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL 1 – Sistema Familiar: os membros de uma família produzem apenas para o consumo da mesma. 2 – Sistema de Corporação: a produção visava o mercado e era levada a cabo por mestres e artesãos. Os artesãos ainda eram donos das ferramentas. 3 – Sistema Doméstico: igual ao anterior, exceto no fato de que os mestres já não eram independentes, dependiam do fornecimento da matéria-prima. O intermediário entre ele e o consumidor. 4 – Sistema Fabril: produção para o mercador realizada fora de casa sob rigorosa supervisão. Os trabalhadores já não são donos dos meios de produção.
Conceitos
e Definições
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A expansão do mercado foi a principal força que produziu a industria capitalista atual.
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“Produzir mercadorias para um mercado pequeno e estável, onde o produtor fabrica o artigo para o freguês que vem ao seu local de trabalho e lhe faz uma encomenda, é uma coisa. Mas produzir para um mercado que ultrapassou os limites de uma cidade, adquirindo um alcance nacional, ou mais, é outra coisa inteiramente diferente.”
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As corporações atendiam a um mercado local então devia a essa expansão de mercado é que ela perdeu sua utilidade.
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“A ampliação do mercado criou o intermediário, que chamou a si a tarefa de fazer com que as mercadorias produzidas pelos trabalhadores chegassem ao consumidor, que podia estar a milhares de quilômetros de distância”.O próprio mestre artesão exercia 5 tarefas: era negociante, empregador, capataz e comerciante lojista, ou seja não bastava apenas ele produzir ele também tinha q eu executar todas essas tarefas. Foi então que surgiram os intermediários que fizeram com que a tarefa dos mestres se reduzisse a apenas três: “trabalhador, empregador, capataz. Os ofícios de mercador e comerciante deixaram de ser atribuição sua, O intermediário lhe entrega a matéria-prima e recebe o produto acabado. O intermediário coloca-se entre ele e o comprador. A tarefa do mestre artesão passou a ser simplesmente produzir mercadorias acabadas tão logo recebe a matéria-prima.”
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“William Petty, famoso economista do século XVII, pôs em palavras aquilo que o intermediário estava fazendo na prática. “A fabricação da roupa deve ficar mais barata quando um carda, outro fia, outro tece, outro puxa, outro alinha, outro passa e empacota, do que quando todas as operações mencionadas são canhestramente executadas por uma só mão.”
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“Quando se emprega um grande número de pessoas para fazer certo produto, podemos dividir o trabalho entre elas. Cada trabalhador tem uma tarefa particular a fazer. Executa-a repetidamente e em conseqüência se torna perito nela. Isso poupa tempo e acelera a produção.”
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Os intermediários eram contra os métodos antigos de monopólio realizado pelas corporações, pois o trabalho desse intermediário é dinâmico e esses preceitos corporativos atrapalhavam e muito o desenvolvimento do trabalho.
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Foi a partir daí as corporações começaram a perder sua força, e foram lentamente se extinguindo e evoluindo para as industrias ( isso tudo foi um lento processo).
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As corporações só foram abolidas legalmente na França depois da Revolução; na Inglaterra, somente em princípios do século XIX perderam seus privilégios.
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“Por vezes, os mestres ricos de uma corporação tornavam-se empregados de outros mestres, em outras corporações; outras, uma corporação de determinada indústria gradualmente assumia as funções de mercador e encomendava artigos às outras corporações da mesma indústria. Desaparecera a antiga igualdade entre os mestres, que fora fundamental para o sistema.”
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As corporações tentaram lutar contra seu fim, mas foi em vão pois os sistemas corporativos não conseguiam atender a grande demanda de mercadorias que crescia cada vez mais.
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“Para os camponeses que haviam sido prejudicados com o fechamento de terras, essa difusão da indústria pelo campo foi uma oportunidade de aumentar de alguns xelins a sua reduzida renda.”
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“No sistema de corporações, que surgira com a economia urbana, o capitalista tinha apenas um pequeno papel. Com o sistema de produção doméstica, surgido com a economia nacional, o capital passou a ter papel importante. Era necessário muito dinheiro para comprar a matéria-prima para muitos trabalhadores. Era necessário muito dinheiro para organizar a distribuição dessa matéria-prima e sua venda como produto acabado, mais tarde. Era o homem do dinheiro, o capitalista, que se tornava o orientador, o diretor do sistema de produção doméstica.” Ou seja, os artesões produziam em suas casa com suas ferramentas mais quem os controlava eram os intermediários
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Do século XVI ao XVIII os artesãos independentes da Idade Média tendem a desaparecer, e em seu lugar surgem os assalariados, que cada vez dependem mais do capitalista-mercador-intermediário-empreendedor.
Parte importanteee !!!
É útil fazermos um sumário
das fases sucessivas da organização industrial:
1. Sistema
familiar: os
membros de uma família produzem artigos para seu consumo, e não
para a venda. O trabalho não se fazia com o objetivo de atender ao
mercado. Princípio da Idade Média.
2. Sistema
de Corporações:
produção realizada por mestres artesãos independentes, com dois ou
três empregados, para o mercado, pequeno e estável. Os
trabalhadores eram donos tanto da matéria-prima que utilizavam como
das ferramentas com que trabalhavam. Não vendiam o trabalho, mas o
produto do trabalho. Durante toda a Idade Média.
3. Sistema
doméstico:
produção realizada em casa para um mercado em crescimento, pelo
mestre artesão com ajudantes, tal como no sistema de corporações.
Com uma diferença importante: os mestres já não eram
independentes; tinham ainda a propriedade dos instrumentos de
trabalho, mas dependiam, para a matéria-prima, de um empreendedor
que surgira entre eles e o consumidor. Passaram a ser simplesmente
tarefeiros assalariados. Do século XVI ao XVIII.
4. Sistema
fabril: produção
para um mercado cada vez maior e oscilante, realizada fora de casa,
nos edifícios do empregador e sob rigorosa supervisão. Os
trabalhadores perderam completamente sua independência. Não possuem
a matéria-prima, como ocorria no sistema de corporações, nem os
instrumentos, tal como no sistema doméstico. A habilidade deixou de
ser tão importante como antes, devido ao maior uso da máquina. O
capital tornou-se mais necessário do que nunca. Do século XIX até
hoje.
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O contrário também ocorreu. O predomínio de qualquer estágio de desenvolvimento industrial não significa o desaparecimento total do estágio precedente. O sistema de corporações perdurou muito depois de ter aparecido o sistema doméstico.
CAP. 11 – “Ouro, grandeza e glória” p. 118. - O mercantilismo não constituiu um sistema. “O mercantilismo não era um sistema no atual sentido da palavra, mas antes um número de teorias econômicas aplicadas pelo Estado em um momento ou outro, num esforço para conseguir riqueza e poder” p. 119. - A questão era saber o que tornava um país rico. Estaria nos tesouros recebidos da colônia? Seriam os metais ‘preciosos? “A posse de ouro e prata, portanto, o total de barras que um país possuísse, era o índice de sua riqueza e poder. A maioria dos autores da época apega-se à idéia de que um país rico, tal como um homem rico, deve ser um país com muito dinheiro; e juntar ouro e prata num país deve ser a mais rápida forma de enriquecê-lo” p. 119. “A Espanha foi, no século XVI, talvez o mais rico e poderoso país do mundo” p. 119. - Por causa dessa crença, a conseqüência mais óbvia foi baixarem “leis proibindo a saída desses metais” p. 120. Entra em cena a política da balança comercial favorável. Era preciso vender bastante para que metais externos pudessem ser adquiridos. Vender mais do que comprar. “Os países poderiam aumentar sua reserva de ouro dedicando-se ao comércio exterior” p. 121. “Fazia parte do pensamento mercantilista a crença de que as colônias eram outra fonte de renda para a metrópole. Baixaram-se, portanto, leis proibindo aos colonos iniciar qualquer indústria que pudesse competir com a indústria da metrópole” p. 128. “A chave para compreender o atrito surgido entre a metrópole e as colônias está no fato de que enquanto a metrópole julgava que as colônias existiam para ela, estas julgavam que existiam para si mesmas” p. 129. “Era por estarem sempre em dificuldades monetárias que os governos davam tamanha importância ao amontoamento de metais preciosos. E como acreditavam também que o tesouro podia ser obtido pelo comércio, era natural considerarem os interesses do Estado e da classe de mercadores ou comerciantes como idênticos. Foi assim que o Estado tomou como sua tarefa principal o apoio e estímulo ao comércio e a tudo que se relacionasse com ele” p. 130. “Foi pelo comércio que o Estado se tornou grande, e conseguiu sua cota na expansão dos negócios e territórios. O mercantilismo era o regime dos mercadores” p. 130. “Os mercantilistas acreditavam que, no comércio, o prejuízo de um país era lucro de outro – isto é, um país só podia aumentar seu comércio a expensas de outro [...] Não consideravam o comércio como algo que proporciona benefício mútuo” p. 130. “Vemos que a crença de que não há nada mais importante e necessário para o bem geral do Estado do que a redução do comércio e indústria de um Estado rival só poderia levar a uma coisa: a guerra. O fruto da política mercantilista é a guerra. A luta pelos mercados, pelas colônias – tudo isso mergulhou as nações rivais numa guerra após outra” p. 131.
Conceitos
e Definições
O que faz a riqueza de um
país? Acumulação de tesouros/Estímulo à indústria/Migração de
Trabalhadores/Riqueza pelo transporte marítimo./Colônias/A Política
Mercantilista.
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O mercantilismo era um conjunto de teorias econômicas aplicadas pelo Estado, num esforço para conseguir riqueza e poder, lembrando que neste momento o conceito de riqueza está relacionado ao acúmulo de ouro e prata. Em harmonia com essa teoria, os governos baixaram leis proibindo a exportação desses metais, incluindo até bandejas, vasilhas, jóias, sem a autorização do rei.
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Para os países que não dispunham de minas, seja em suas fronteiras ou através de colônias, os mercantilistas ofereceram a opção da balança comercial favorável, a qual consistia na dedicação ao comércio exterior, observando a seguinte regra: vender mais e comprar menos, exigindo-se que o valor das exportações fosse pago uma parte em mercadoria(em especial as que não eram produzidas no país exportador) e a outra paga, necessariamente, em outro e prata.
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Adotar o sistema da balança comercial favorável significava, portanto, estimular a indústria por todos os meios possíveis, pois os produtos manufaturados valiam mais que os agrícolas. Também se fazia necessário que a indústria produzisse aquilo de que o povo necessitava, a fim de diminuir as importações e aumentar a auto-suficiência do país.
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Foram adotados vários meios para fomentar a indústria, entre eles: prêmios dados pelos governos aos fabricantes de produtos para exportação; tarifa protetora contra competição estrangeira(através de altos impostos sobre os importados ou até mesmo a proibição de importar certos produtos); usar a isenção de impostos, moradia de graça, monopólio por determinado tempo no ramo e empréstimos para atrair trabalhadores habilidosos ou capazes de introduzir novos ofícios e métodos.
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Todavia, havia um paradoxo, pois, ao mesmo tempo em que se faziam esforços para atrair estrangeiros e impedir a saída dos trabalhadores locais, ocorria a expulsão de pessoas industriosas por motivos exclusivamente religiosos, como aconteceu no caso dos huguenotes(protestantes franceses) no séc XVII.
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Com a fomentação da indústria e incentivos aos inventores de novos processos, ocorreu um importante fato: o aumento do emprego; por isso, a indústria que promovesse emprego devia ser estimulada;
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Os mercantilistas também consideravam essenciais as seguintes medidas:
-construção de uma marinha
mercante: para transporte de mercadorias e defesa da pátria;
-dar atenção à produção
de cereais, para assegurar alimento ao povo, a fim de que estivesse
forte caso tivesse uma guerra.
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Com o declínio da Espanha em fins do séc. XVI, a Holanda assume o transporte mundial das mercadorias, fato que desagrada os demais países, em especial Inglaterra e França, as quais vão passar a construir suas próprias frotas. No caso da Inglaterra, foram baixadas Leis de Navegação com o objetivo de tomar dos holandeses o controle dos serviços marítimos;
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Nessa política, a metrópole se une a colônia na luta contra o estrangeiro(Holanda), o que possibilitou, no caso dos americanos, a construção de sua própria marinha mercante, parte do monopólio do transporte marítimo britânico e, conseqüente acúmulo de riqueza. No entanto, fazia parte do pensamento mercantilista a crença de que a colônia era apenas uma outra fonte de renda da metrópole, a ponto destas criarem leis proibindo os colonos de iniciarem qualquer tipo de indústria que pudesse competir com a metrópole. A Colônia devia limitar-se a ser o fornecedor de matéria-prima e o consumidor dos produtos industrializados pela metrópole. Tal situação levou ao surgimento de lutas pela independência, como, por exemplo, os Irlandeses querendo libertar-se dos britânicos, etc.
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Os mercantilistas acreditavam que, no comércio, o lucro de um país dependia do prejuízo do outro; não o consideravam como algo que pudesse proporcionar benefícios mútuos. Portanto, o fruto dessa política só poderia consistir em guerras, uma vez que passa a ser necessária a luta pelos mercados, pelas colônias, etc.
CAP. 12 – Deixem-nos em paz! - 1776: Independência dos EUA e publicação do livro Riqueza das Nações. - Muitos comerciantes eram contra as políticas mercantilistas. “Os comerciantes queriam uma parte dos enormes lucros das companhias monopolizadoras privilegiadas. Quando tentaram participar delas, foram excluídos como intrusos” p. 132. - Quem tinha dinheiro queria liberdade para aproveitar as oportunidades. - A liberdade de negociar traria vantagens mútuas. “Adam Smith se ocupava mais do estudo das causas que influenciam a produção e distribuição da riqueza” p. 134. Parte de seu livro foi dedicado ao desmascaramento da doutrina mercantilista. “A maioria dos mercantilistas tinha interesses a defender, mas os ocultava dizendo que o país se tornaria mais rico defendendo precisamente esses interesses” p. 134. - As medidas mercantilistas sempre tiveram críticos. “Se os preços caem num país, devido ao decréscimo do dinheiro em circulação, outros países lhe comprarão mais mercadorias, porque serão mais baratas. O país exportará então mais do que importa, e a diferença será paga em dinheiro. Esse aumento do ouro no país elevará, ainda uma vez, os preços” p. 136. - Os fisiocratas franceses defendiam o livre comércio. “Uma tradução livre dessa frase famosa (laissez-faire!) seria deixem-nos em paz!” p. 138. “Os fisiocratas chegaram à sua fé no comércio livre por um caminho indireto. Acreditavam, acima de tudo, na inviolabilidade da propriedade privada, particularmente na propriedade privada da terra. Por isso, acreditavam na liberdade – o direito do indivíduo fazer de sua propriedade o que melhor lhe agradasse, desde que não prejudicasse a outros. Atrás de sua argumentação a favor do comércio livre está a convicção de que o agricultor devia ter permissão para produzir o que quisesse para vender onde desejasse” p. 138. “Os fisiocratas abordavam todos os problemas sob o ângulo de seus efeitos na agricultura. Argumentavam ser a terra a única fonte de riqueza e o trabalho na terra o único trabalho produtivo... Diziam os fisiocratas que somente a AGRICULTURA fornece as matérias-primas essenciais à indústria e comércio. Embora concordasse que os artesãos podiam ter um papel útil na transformação da matéria-prima em produto acabado, julgavam que ele não contribuía para aumentar a riqueza. Depois de trabalhada, a matéria-prima valia mais, mas o seu aumento de valor não era igual ao total gasto para pagar ao artesão seu trabalho” p. 136. “Embora os economistas de hoje atribuem-lhe o mérito de mostrar que a riqueza de um país não deve ser estimada como uma soma fixa de mercadorias acumuladas, mas sim pela sua renda, não como um estoque, mas como um fluxo” p. 139. - Os fisiocratas afirmaram que a riqueza da nação não estava na quantidade de dinheiro que ela tinha, mas pela soma dos bens consumíveis anualmente reproduzidos pelo trabalho da sociedade. Afirmaram que a liberdade era o único caminho para o eficiente aumento da produção anual. - ADAN SMITH: “Se a maior produtividade é proporcionada pela divisão do trabalho, e a divisão do trabalho é limitada pelo tamanho do mercado, então, quanto maior este, tanto maior o aumento da produtividade – isto é, tanto maior a riqueza da nação” p. 142. - RESUMINDO: a) o aumento da produtividade ocorre com a divisão do trabalho; b) a divisão do trabalho aumenta ou diminui segundo o tamanho do mercado; c) o mercado se amplia ao máximo possível pelo comércio livre. Portanto, o comércio livre proporciona a maior produtividade. - O comércio livre entre os países permite-os especializar-se nas mercadorias que produzir a menor custo. Isso aumentará a riqueza total do mundo.
Revolta contra o
mercantilismo/A Doutrina do Laissez-faire/Os
Fisiocratas/OConceito de Renda Nacional/O Comércio livre.
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Um número cada vez maior de pessoas que não concordava com a teoria nem com a prática mercantilistas. A burguesia se via limitada, pois não tinham participação nos enormes lucros das companhias monopolizadoras privilegiadas pelo Estado, nem podiam exercer livremente o poder que o dinheiro lhes dava; do outro lado existia a classe trabalhadora, explorada e cansada de pagar altos impostos enquanto a nobreza era totalmente isenta. Queriam o comércio livre.
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Os governos, no intuito de uma classe, no caso as indústrias, acabavam por prejudicar outra; por exemplo, na Prússia, em 1700, os produtores de lã não podiam exportar seu produto, a fim que as indústrias pudessem obter bastante matéria-prima a baixo preço, o que gerou protestos e revoltas por parte dos produtores prejudicados.
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Os mercadores, também insatisfeitos com as restrições mercantilistas, passaram a lutar por seus interesses, no entanto, dizendo se tratar de uma política que melhor traria riqueza e prosperidade ao país; alegavam que o comércio livre permitiria a importação das mercadorias cuja produção o solo, clima, capital e indústria de outros países são aptos, pagando tais produtos com a exportação dos artigos que melhor produz; além disso, diziam que a regra de comprar barato e vender mais caro, até então aplicada individualmente, poderia ser aplicada nacionalmente. Portanto, uma política assim faria do comércio mundial um intercâmbio de vantagens mútuas, podendo melhorar a vida entre os habitantes de todos os países.
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Nesse contexto surge Adam Smith que, diferente dos mercantilistas, se ocupava do estudo das causas que influenciavam a produção e distribuição da riqueza. Os mercantilistas usavam o discurso de que o país estaria sendo beneficiado usando esta ou aquela política para, na verdade, defender seus próprios interesses; já Adam Smith procurou demonstrar que a riqueza das nações resultava da atuação de indivíduos que, movidos apenas pelo seu próprio interesse, promoviam o crescimento econômico e a inovação tecnológica. Parte de seu famoso livro (“Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações") é dedicado ao estudo da doutrina mercantilista, a qual desmascarou, assim como fizeram outros pensadores, como David Hume, amigo de Adam Smith. David mostrou, em 1742, que um grande tesouro não traz vantagens duradouras para o país; de acordo com sua teoria a maior ou menor abundância de dinheiro não tem importância, pois o preço das mercadorias é sempre proporcional à abundância do dinheiro. Ex: Quando o preço de um país se eleva, os consumidores noutro país compram menos; isso significa que o país com preço elevado exportará menos e, como suas exportações não pagam as importações, a diferença terá de ser paga em dinheiro, implicando na diminuição do ouro neste país; todavia, se os preços caem, os consumidores estrangeiros compram mais, o país exporta menos que importa, receberá essa diferença em dinheiro e aumentará a quantidade de ouro no país;
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Assim as teorias mercantilistas foram sendo atacadas por vários autores e o controle demasiado da indústria estimulou a luta pela ausência total de controle. Um dos pioneiros dessa luta foi um comerciante francês chamado Gournay, o qual imaginou a frase que se tornaria o grito de batalha de todos os que se opunham a toda sorte de restrições: “Laissez-faire!”(Deixe-nos em paz!). Os fisiocratas acreditavam na inviolabilidade da propriedade privada, na propriedade privada da terra; para eles, o agricultor deveria ter permissão para produzir o que quisesse e vender onde desejasse; também eram contra a proibição de mandar cereais para fora da França e as taxas para o trânsito de produtos de uma parte a outra do país. A teoria fisiocrata defendia a terra como a única fonte de riqueza e o trabalho na terra o único trabalho produtivo; diziam que somente a agricultura fornece as matérias-primas essenciais à indústria e ao comércio. Segundo Adam Smith, embora apresente o trabalho na terra como único produtivo, a doutrina fisiocrata parecia ser tão exata quanto generosa e liberal quando diz que as riquezas das nações são formadas não pelo acúmulo de dinheiro, o qual não pode ser consumido, ma sim pelos bens consumíveis anualmente reproduzidos pelo trabalho da sociedade e ao apresentar a liberdade perfeita como o único recurso eficiente para aumentar a produção.
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Adam Smith também atacou o colonialismo mercantilista, dizendo:”O monopólio do comércio da colônia(...) deprime a indústria de todos os outros países, mas principalmente a das colônias, sem que aumente em nada- pelo contrário, diminui-a indústria do país em cujo benefício é adotado. Para ele, a divisão do trabalho seria a forma de melhorar a capacidade produtiva, podendo ser simplificado da seguinte maneira:
1-O aumento da produtividade
ocorre com a divisão do trabalho.
2-A divisão do trabalho
aumenta ou diminui segundo o tamanho do mercado.
3-O mercado se amplia o máximo
possível pelo comércio livre.Portanto, o comércio livre
proporciona a maio produtividade.
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O comércio livre entre países representa a divisão do trabalho levada ao seu ponto mais alto. Apresenta as mesmas vantagens em escala mundial que a divisão observada na fábrica de alfinetes de Adam Smith. Permite a cada país especializar-se nas mercadorias que pode produzir a menor custo, e com isso aumenta a riqueza total do mundo.
CAP. 13 – “A velha ordem mudou...” (p. 144). - O governo francês do século XVIII taxava só os pobres. Devido a crise, o governo passou a pensar em taxar também os privilegiados. Turgor, ministro das finanças, em 1776, tentou por em prática algumas reformas. - A sociedade estava dividida em Estados: Clero – rezavam; Nobres – defendiam o estado; Pobres – pagam tributos. “O clero tinha cerca de 130.00 membros, e a nobreza aproximadamente 140.00” p. 145. - Os pobres somavam 25.000.000 de pessoas, “representavam mais de 95%” p. 145. - Os pobres “pagavam impostos aos Estados, dízimos ao clero e taxas feudais à nobreza” p. 146. - As extravagâncias da corte forçaram a cobrança de mais impostos. “Dos 22 milhões de camponeses existentes na França em 1700, havia apenas 1 milhão de servos, no sentido antigo... Mas isso não significava que as velhas taxas e serviços feudais tivessem desaparecido. Algumas sim, mas outras continuavam” p. 147. - SURPREENDENTE: o camponês pagava 80% de impostos de todo seu rendimento. “Dos 20% que restavam, ele tinha que alimentar, abrigar e vestir sua família” p. 147. - A revolução francesa eclodiu no século XVIII[1], no entanto, a situação deles do século XVII era bem pior. “Foi essa classe média, a burguesia, que provocou a Revolução Francesa, e que mais lucrou com ela” p. 148. “Quem era a burguesia? Eram os escritores, os doutores, os professores, os advogados, os juízes, os funcionários, as classes educadas; eram os mercadores, os fabricantes, os banqueiros – as classes abastadas, que já tinham direitos e queriam mais... precisavam lançar fora o jugo da lei feudal numa sociedade que realmente já não era feudal” p. 149. “A burguesia quase não possuía terras, mas possuíam o capital” p. 148. “A burguesia desejava que seu poder político correspondesse ao poder econômico que já tinha” p. 149. - O que é o terceiro estado? Tudo. O que ele tem? Nada. - Somente a burguesia conseguiu o que queria. Foi ela quem mais lucrou. - A revolução foi realizada pelas classes pobres e miseráveis. - “Liberdade, igualdade e fraternidade” foi gritada por todos, mas somente poucos desfrutaram do que ele dizia. “Na Inglaterra a vitória foi conquistada por uma decisão, e não com luta” p. 152. - (1640-1688): período de luta na história inglesa que só cessou quando a burguesia conquistou o direito de participar do governo. “Na Inglaterra, em 1689, e na França, em 1789, a luta pela liberdade do mercado resultou numa vitória da classe média. O ano de 1789 bem pode ser considerado como o fim da idade média, pois foi nele que a revolução francesa deu o golpe mortal no feudalismo” p. 153. - Três foram os golpes no feudalismo: Revolução Gloriosa, Reforma Protestante e Revolução Francesa.
PARTE II – DO CAPITALISMO AO [...]?
Áudio Livro 2
CAP. 14 – De onde vem o dinheiro? (p. 156) “O dinheiro só se torna capital quando é usado para adquirir mercadorias ou trabalho com a finalidade de vendê-los novamente, com lucro” p. 156. “Quando o dinheiro é empregado num empreendimento ou transação que dá lucro (ou promete dar), esse dinheiro se transforma em capital. É a diferença entre comprar para uso (fase pré-capitalista) e comprar para vender com o objetivo de ganhar (fase capitalista)” p. 157. “É a força de trabalho do operário que o capitalista compra para vender com lucro, mas é evidente que o capitalista não vende a força de trabalho de seu operário. O que ele realmente vende com lucro são as mercadorias” p. 157. “O lucro vem do fato de receber o trabalho um salário menor do que o valor da coisa produzida” p. 157. - COMO ACONTECEU A ACUMULAÇÃO PRIMITIVA? Da poupança? “A verdade não é tão bonita” p. 157. - O capital foi acumulado principalmente pelo comércio – termo elástico que incluí a conquista e a pirataria, o saque e a exploração. - ANTECEDENTES IDÍLICOS DO CAPITAL: a) descoberta do ouro na América; b) escravidão e extermínio das populações nativas; c) conquista e saque das Índias Orientais, d) escravidão dos negros. - A Holanda foi a principal nação capitalista do século XVII. Depois dela, vinha a Inglaterra. - Como os Ingleses conseguiram o capital necessário para a revolução industrial? Pelo trabalho árduo? Vida Comedida? Longa poupança? - O comércio com as colônias trouxe riqueza à metrópole. “Fez as primeiras fortunas dos comerciantes europeus” p. 160. A maior fonte de acumulação, no entanto, foi o comércio de seres humanos, os negros nativos da África. p. 160. “COMÉRCIO – conquista, pirataria, saque, exploração – essas as formas, portanto, pelas quais o capital necessário par iniciar a produção capitalista foi reunido” p. 161. - Quando os trabalhadores têm acesso aos próprios meios de produção, não trabalham para outro. Destituídos dos meios de produção, não têm escolha. Vendem a única coisa que lhes restam. “A história da criação de uma oferta necessária à produção capitalista deve, portanto, ser a história de como os trabalhadores foram privados dos meios de produção” p. 163. - Como diria Marx, o processo que abre caminho para o sistema capitalista é o mesmo que toma do trabalhador os méis de produção. - O trabalhador sem terra fica pronto para ir à indústria em busca de emprego. “Não pense que os donos de terra estavam expulsando os camponeses para proporcionar uma força de trabalho à indústria. Isso jamais lhes ocorreu. Estavam interessados apenas em arrancar maiores lucros da terra” (p.164). “Foi o próprio sistema fabril, que finalmente divorciou o trabalhador dos meios de produção na indústria, tal como já o divorciara da terra” p. 166. - O trabalho manual não tinha como competir com o mecanizado. - A formação da classe trabalhadora sem propriedades foi fundamental para o capitalismo industrial. “Os ensinamentos de Calvino estavam particularmente dentro do espírito da empresa capitalista” p. 168. “Era melhor cristão o homem cujas atividades fossem mais adequadas à aquisição de fortuna – ao espírito do capitalismo” p. 169. “Da próxima vez que alguém lhe disser que é da natureza humana o desejo de lucro, o leitor poderá mostrar como tal desejo se transformou em natureza humana. Mostrar que a poupança e o investimento praticamente desconhecidos na sociedade feudal, se tornaram um dever na sociedade capitalista para a glória de Deus” p. 170. “A mora, a política, a literatura e a religião da idade reuniram-se numa grande conspiração para promoção da poupança” p. 170.
CAP. 15 – Revolução: na indústria, na agricultura e transporte (p.170). - A máquina já vinha ajudando o homem no trabalho diário já um bom tempo. “Mas com a associação da máquina à força do vapor ocorreu uma modificação importante no método de produção. O aparecimento da máquina movida a vapor foi o nascimento do sistema fabril em grande escala. Era possível ter fábricas sem máquinas, mas não era possível ter máquinas a vapor sem fábricas” p. 172. - Aumento da população, qual causa? P. 173. “Foi o movimento de fechamento de terras, de efeitos tão terríveis nos pobres, que possibilitou todo esse melhoramento notável na técnica, ciência e ferramentas agrícolas, em grande escala[...] O crescimento da população tornou lucrativa a agricultura” p. 174. “A revolução na indústria e agricultura foi acompanhada pela revolução nos transportes.
CAP. 16 – “A semente que semeais, outro colhe...” p. 175. - Qual foi a causa das greves? Todos os números do século XVIII na Inglaterra provam o progresso... pelos números de crescimento, a Inglaterra se mostrava como o paraíso mundial. - Para o trabalhador, as estatísticas não significavam nada. “Em termos de felicidade e bem-estar dos trabalhadores, aquelas estatísticas róseas diziam mentiras horríveis” p. 176. - O sistema fabril acentuou ainda mais a divisão social. “Os destruidores de máquinas, chamados luditas, ao lutarem contra a maquinaria sentiam que lutavam por um padrão de vida” p. 185. “Em 1812 o parlamento aprovou uma lei tornando possível de pena de morte a destruição das máquinas” p. 186. - O voto universal foi fruto de muita luta, não foi algo concedido espontaneamente. “Na Inglaterra, a classe trabalhadora alinhou-se atrás do movimento cartista, que reivindicava: 1. Sufrágio universal para os homens; 2. Pagamento aos membros eleitos [...] 3. Parlamentos atuais; [...] 5. Sufrágio secreto” p. 189. - O governo é instituído em defesa da propriedade privada, conseqüentemente, da defesa do rico contra o pobre. - A revolução industrial favoreceu a organização de sindicatos nacionais. Isso por que houve maior concentração de trabalhadores nas cidades. - LER CITAÇÃO DE ADAN SMITH SOBRE O SINDICATO E O AUMENTO DE SALÁRIO (parece ser marxista) p. 191. “Durante um quarto de século, na Inglaterra, a lei considerava ilegal que os trabalhadores se reunissem em associações para proteção de seus interesses” p. 191. - Os movimentos a favor de aumento salarial eram considerados ilegais também na França. - LER POEMA sobre a revolução industrial.
CAP. 17 – “Leis naturais” de quem? (p.195). - O universo físico é regido por leis naturais. O conhecimento das leis permite ao homem planejar melhor as ações. “De mesmo modo os economistas da época da revolução industrial desenvolveram uma série de leis que, diziam, eram tão válidas para o mundo social e econômico como as leis dos cientistas para o mundo físico” p. 195. - A verdade científica sempre foi questionada. “A revolução industrial na Inglaterra trouxe consigo teorias econômicas baseadas nas condições da época. Chamamos as teorias da Revolução Industrial de Economia Clássica” p. 196. - As LEIS NATURAUS da economia clássica justificavam as ações dos homens de negócios: individualismo, liberdade, homo aeconômicos, etc. - O autor comenta Malthus e Ricardo. - A livre-concorrência “estava absolutamente certo para a Inglaterra, na época em que escreveu (Smith e Ricardo). A Revolução Industrial ocorreu ali primeiro; os industriais ingleses começaram antes dos industriais do resto do mundo, estando à frente deles em métodos, em máquinas, em facilidades de transporte. Os ingleses podiam e estavam prontos a cobrir a terra com os produtos de suas fábricas. Portanto, o comércio internacional livre lhes servia” p. 209. - Para os países atrasados o comércio internacional seria arrasador. Seria necessário que todos os países tivessem um nível econômico parecido. - Preço barato de mercadorias importadas significava ruína da indústria nacional. - O país rico não era aquele que tinha estoque de valores, mas aquele que detinha capacidade produtiva de valores. - O certo é que para as economias incipientes, as barreiras tarifárias deveria ser regra, a fim de proteger o mercado doméstico. “Somente depois que reunisse forças suficientes, ela poderia aventurar-se no comércio mundial livre, para lutar” p. 211. - A escola clássica não ficou ausente de opositores. Haviam vários descrentes do livre-comércio. Surge em pleno auge clássico, um alemão chamado Karl Marx.
CAP.18 – “Trabalhadores de todos os países: uni-vos!” (p. 213). - A visão utópica elimina a pobreza, o desperdício, a má distribuição, a injustiça, a miséria. Estabelece a justiça, a saúde e felicidade para todos. Os utópicos sonhavam com um mundo anticapitalista. Para eles, os males capitalistas vinham do fato dos ricos terem os meios de produção. - Surge Marx desejando tal sociedade, mas contra as utopias. “Estava tremendamente interessado na sociedade do passado, em como evoluiu, desenvolveu-se e decaiu até se tornar a sociedade do presente. Estava tremendamente interessado na sociedade do presente porque desejava descobrir as forças que nela provocariam a modificação para a sociedade do futuro” p. 213. “Desejava saber que movimentava as rodas da sociedade capitalista onde vivia” p. 213. - Ao estudar o capitalismo, afirmou que o socialismo o sucederia. “... julgou que o socialismo viria como resultado de forças definidas que operavam na sociedade, sendo necessária uma classe trabalhadora revolucionária organizada para provocá-lo... a Economia de Marx pode ser chamada de Economia do Trabalhador, porque nela o trabalhador verifica seu importante lugar no esquema das coisas, e encontrava também esperanças no futuro” p. 213. - Para Marx o problema do Capitalismo está no fato dele se basear na exploração do trabalho. - Para Marx dizia que a exploração capitalista se dava se forma mais oculta e mascarada. A teoria da mais-valia arrancou-lhe a máscara. - A teoria do valor-trabalho foi defendida também por Smith, Ricardo e Stuart Mill. “Segundo essa doutrina, o valor das mercadorias depende do total de trabalho necessário para produzi-las” p. 214. - Marx diferencia o bem da mercadoria. O capitalismo produz mercadorias. “Um bem se transforma em mercadoria ao ser produzido não para o consumo direto, mas para a troca” p. 215. A troca é possível por terem algo em comum: o trabalho. - O valor é a quantidade de trabalho socialmente necessária para produzir a mercadoria. O trabalho é uma grandeza única, portanto, possível de ser comparável. - O assalariado é livre. Comemoremos!!! A única coisa que tem para vender é sua capacidade de trabalho. - Os donos dos meios de produção ganham empregando aqueles que não são. - O valor da força de trabalho? “Igual a todas as coisas necessárias à sua vida, e, como o suprimento do trabalho de ser permanente, ao custo da manutenção da família” p. 217. - A mercadoria “força de trabalho” é especial. Ela produz algo mais algo a mais quando é gasta. “Quando o trabalhador se aluga, vende sua força de trabalho não apenas pelo tempo que leva para produzir o valor de seus salários, mas pela extensão de todo um dia de trabalho” p. 218. - Tempo de trabalho necessário\ tempo de trabalho excedente. Parte do trabalho encerrado na mercadoria é trabalho não-pago. - RESUMO: a) o capitalismo se ocupa da produção de artigos para a venda; b) O valor da mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário encerrado na sua produção; c) O trabalhador não possui os meios de produção; d) É obrigado a vender a força de trabalho; e) O valor dela é igual ao necessário para mantê-la + família; f) o valor do salário que recebem é gerado em poucas horas ou dias de trabalho, ficando o lucro para o burguês; g) a mais-valia fica com o empregador. “A mais-valia é a medida da exploração do trabalho no sistema capitalista” p. 220. - Os utópicos olham a sociedade sem as distinções de classes. - Para Marx a sociedade não deveria mudar pelos esforços da classe dominante, mas pela ação revolucionária da classe trabalhadora. A luta de classe não podia ser falseada. Pois ela era considerada como o MOTOR DA HISTÓRIA. - Seria os acontecimentos históricos fruto do acaso? Acidentes? Fatos desconexos? Independentes? Nada tendo a ver com os outros? É resultado da ação dos grandes homens? “Se o leitor acredita nessas idéias, não é marxista”. - MARX: explica as modificações ocorridas na sociedade, como resultado das forças econômicas da sociedade. Os fatos são interdependentes. A história não um conjunto de fatos desordenados, “conforma-se a um padrão definido de leis que podem ser descobertas” p. 223. A história é apresentada como PROCESSO (movimento constante, desenvolvimento). “É a tentativa de estabelecer a ligação interna que dá continuidade a todo esse movimento e evolução” p. 223. A história expressa o processo evolutivo do próprio homem. “A chave de tudo são as relações existentes entre os homens como produtores. A forma pela qual os homens vivem é determinada pela forma de ganhar a vida – pelo modo de produção predominante dentro de qualquer sociedade, em determinado momento” p. 233. - As relações de produção correspondem a um determinado estágio do desenvolvimento da capacidade material de produção. “A soma total dessas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade” p. 224. “O MODO DE PRODUÇÃO da vida material determina o caráter geral dos processos de vida social política e espiritual. Não é as consciências dos homens que determina sua existência, mas sim o contrário, é sua existência social que determinada sua consciência”. Marx. - O conjunto de idéias de cada sociedade corresponde à fase do desenvolvimento econômico dela. - Marx explica a produção capitalista a partir de condições anteriores. Acentuou o papel da burguesia na transição para o capitalismo, para depois fazer o mesmo com o proletariado. “A transição do feudalismo para o capitalismo ocorreu porque estavam presentes novas forças produtivas e uma classe revolucionaria – a burguesia” p. 225. - Não se faz nascer uma sociedade só por que se quer. “As novas forças produtivas devem estar presentes, e com elas uma classe revolucionária cuja função é compreender e dirigir” p. 225. - Que prova Marx tinha que o capitalismo deveria desaparecer? Algumas características do sistema produtivo apontavam para isso: a) crescente concentração da riqueza; b) crescente substituição de mão-de-obra por máquinas; c) crescente miséria; d) crises periódicas do capitalismo; e) “a contradição fundamental da sociedade capitalista – o fato de que enquanto a produção em si é cada vez mais socializada, o resultado do trabalho coletivo, a apropriação, é privado, individual. O trabalho cria, o capital se apropria” p. 226. - Ao compreender que o instrumento para abolir o capitalismo era o proletariado, dedicou sua atenção ao preparo e organização da classe trabalhadora para suas lutas políticas e econômicas. - O principal programa política exposto por Marx foi a ABOLIÇÃO DA PROPRIEDADE PRIVADA.
CAP. 19 – “Eu anexaria os Planetas, se pudesse...” - O contra-ataque veio logo, surge a teoria do valor-utilidade: Jevons (1871), na Inglaterra; Manger (1871), na Áustria; Walras, na Suiça (1874), na Suiça. - A TEORIA DO VALOR = Teoria Marginal da Utilidade. O trabalho nada tem a ver com o valor. - O valor depende inteiramente da utilidade. A utilidade é um sentimento do comprador em relação à mercadoria. Se precisar muito dela, a utilidade será grande. Tanto maior a necessidade, maior a utilidade. “Sua utilidade para o comprador serve de medida do valor que lhe atribuirá, e portanto do preço que estará disposto a pagar por ela” p. 234. - O trabalho era uma grandeza objetiva, passível de ser medida. A utilidade é inteiramente subjetiva. Pessoas obtêm satisfações diferentes de uma mesma mercadoria. Mas um mesmo carro não poderá ser vendido por diferentes preços num mesmo mercado. - A utilidade como medida do valor, embora sendo subjetiva, pode ser medida – “a utilidade marginal”. - Explicação: p. 235-237. “A explicação mais simples é a seguinte: o total de satisfação que conseguimos de um artigo depende da quantidade que já possuímos. Quanto maior esta, tanto menor a satisfação[...] quanto mais temos de uma coisa, tanto menos desejamos da mesma coisa” p. 237. - Após a independência, os EUA não praticaram o livre comércio, pelo contrário, pôs em prática o protecionismo. As mercadorias inglesas tiveram muita dificuldade em pular essas barreiras. Os melhores fregueses então foram aqueles que adotaram o livre comércio, justamente aqueles que não conseguiram desenvolver sua indústria a ponto de fabricar aquilo necessário para atender a demanda interna. - Formaram-se os monopólios: fusão, concentração. “O monopólio não foi uma imposição, mas uma evolução da própria concorrência... O monopólio surgiu de dentro da concorrência” p. 239. - A produção em escala diminui o custo unitário, conseqüentemente, poderá ser vendida a um preço menor. - A concorrência sempre termina com a ruína dos capitalistas pequenos. O concorrente pode ser derrotado ou engolido (canibalismo). “Os trustes foram formados em toda parte, tentando colocar a ordem monopolista no caos da concorrência... O truste é qualquer forma de organização industrial, na produção e distribuição de qualquer mercadoria, que dispõe de controle bastante da oferta dessas mercadorias para modificar o preço em seu favor” p. 241. “O termo CARTEL designa uma associação baseada num acordo contratual entre industriais do mesmo ramo que, embora conservando sua independência legal, se associam com o objetivo de exercer uma influência monopolizadora no mercado” p. 242. - Os grandes concordam em fixar os preços e dividir os mercados. - Isso foi uma derrota à economia clássica que defendia que a concorrência manteria os preços ao custo de produção. O monopólio ajustou\controlou a oferta e a procura. O mercado deixou de ser livre e os preços foram fixados. - A Era do monopólio industrial foi também a era do monopólio bancário. “O crescimento da nação e todas as atividades delas estão nas mãos de poucos homens” p. 244. “Depois de 1870, o capitalismo à antiga passou a ser o capitalismo moderno. O capitalismo da livre concorrência tornou-se o capitalismo dos monopólios” p. 245. - As grandes potências de hoje não foram “mercados livres” para outros países. Quem abriu os mercados se deram mal, todas as potências buscaram nas colônias o escoadouro de suas mercadorias. “Foi na era do capitalismo monopolista que os excedentes industriais se apresentaram como um problema aos capitais da indústria, em toda parte. Julgaram ter encontrado a resposta do problema nas colônias. E foi então que o mapa da África sofreu modificações” p. 246. “Depois de 1870, a Inglaterra, França, Bélgica, Itália e Alemanha se uniram numa busca de colônia como mercados para produtos excedentes” p. 247. - Tais países produziam muito mais do que seu mercado doméstico poderia consumir. - As colônias também forneciam fontes de matérias-primas. - MOTIVOS DO IMPERIALISMO: a) mercado para os artigos excedentes; b) fornecimento de matérias-primas; c) excesso de capital – havia dinheiro demais nesses países, era preciso escoar através de empréstimos e outras atividades. “Enquanto o capitalismo continuar capitalismo, o capital excedente não será usado com o objetivo de elevar o padrão de vida das massas, pois isso significaria uma queda nos lucros dos capitalistas: ao invés disso, será usado para aumentar os lucros pela exportação do capital para o exterior, para os países atrasados” p. 249. “O imperialismo é a tentativa dos grandes controladores da indústria de ampliar o canal para o fluxo de sua riqueza excedente, procurando mercados estrangeiros e investimentos estrangeiros que consumam as mercadorias e o capital que não podem vender ou empregar internamente” J. Hobson, 1902. - Um país não precisa tornar-se colônia para ser explorado, basta ele fazer parte da “esfera de influência” de um país industrializado. - Após a divisão dos mercados o mundo não entra em paz, pois as relações de força estão sempre se modificando.
CAP. 20 – O elo mais fraco (p. 256). - A crise não é novidade em nenhum período histórico. “Mas há uma nítida diferença entre as surgidas antes do crescimento capitalista e as que apareceram depois. Antes do século XVII o tipo mais comum de crise era provocado pelo fracasso das colheitas, pela guerra, ou por algum acontecimento anormal; eram caracterizadas pela escassez de alimento e outros artigos necessários, cujos preços se elevavam” p. 258. - A crise capitalista não é de escassez, mas pela superabundância. O paradoxo é a existência da pobreza em meio a abundância. “O fato é que no sistema capitalista, as mercadorias não são produzidas para uso, mas para troca – com lucro. Em nossa sociedade os minérios são extraídos da terra, as plantações são colhidas, os homens encontram trabalho, as rodas da indústria se movimentam, e as mercadorias são compradas e vendidas, somente quando os donos dos meios de produção – a classe capitalista – vêem uma oportunidade de lucro” p. 258. - Os capitalistas não investem para ganhar medalhas, mas lucro. Não se trabalha por patriotismo, não fazem serviço público. Somente o dinheiro tem importância. Não produzem para atender a demanda. - Explicações para as crises capitalistas p. 260-263. a) causas em anormalidades (revisão tarifária, revolução, algo que afete o curso normal das coisas); b) Diz que a causa está com as mudanças climáticas que afetam a produção; c) causas psicológicas – erros de otimismo e pessimismo; d) a causa está na instabilidade do padrão de valor; e) aumento da capacidade produtiva sem o aumento da capacidade aquisitiva dos compradores. A produção deixa de ser lucrativa e é reduzida, daí o desemprego e crise. f) outros dizem que é justamente o contrário, a crise é por falta de investimento. A poupança é danosa e com ela deveriam investir no assistencialismo ou na concessão de créditos. g) MARXISTAS: dizem não haver remédio para a crise. Enquanto outros procuram apontar soluções, os marxistas dizem que tais crises fazem parte do sistema, não há como livrar-se delas. Prova isso com a tal LEI DA TENÊNCIA DE REDUÇÃO DA TAXA DE LUCRO. “Os economistas argumentam que as crises são efeitos da elevação e queda do nível geral de preço, devido ao aumento ou decréscimo do volume de dinheiro em circulação” p. 263. “A análise de Marx se resume nisso: o capitalista tem de manter os lucros conservando baixos os salários; mas, com isso, destrói a capacidade aquisitiva de que depende a realização de lucros. Salários baixos tornam possíveis os altos lucros, mas ao mesmo tempo tornam os lucros impossíveis porque reduzem a procura de mercadorias. CONTRADIÇÃO INSOLÚVEL” p. 269. - Marx analisa as características do sistema de produção que determinaria o desaparecimento do capitalismo: a) concentração das riquezas; b) falência dos pequenos produtores; c) uso crescente de máquinas; d) crescente miséria. - Contradição fundamental: enquanto a produção em si é cada vez mais socializada, o resultado do trabalho coletivo tem apropriação privada. - Nas crises as forças produtivas são destruídas, pois existem produtos de mais no mercado. - Antes do sistema capitalista, as crises eram por outros motivos: má colheita, escassez de alimentos. No capitalismo, a crise é de superprodução, que produz a queda dos preços e a falência de indústrias. “A produção somente ocorre quando os donos dos meios de produção vêem oportunidade de lucro. Não produziram por solidariedade ou patriotismo”. - CAUSAS DA CRISE: a) alguns acreditam que a crise é externa ao sistema: terremotos, mudanças de gosto, etc. b) para os neoclássicos a causa é física: O clima afeta a plantação> diminui a renda; c) há quem diga que a causa é psicológica: otimismo ou pessimismo; d) outros colocam a culpa no sistema de troca; e) Marx afirma que não há solução para a crise dentro do sistema capitalista. - Ao reduzir o capital variável, a taxa de lucro decresce, pois o capital constante é estéreo.
CAP. 21 – Rússia tem um plano (p. 270). “Dezessete anos ates do fim do século XIX, Karl Marx morria. Dezessete anos após o início do século XX, Karl Marx tornava a viver” p. 271. “A revolução é uma arte” p. 272. “Uma revolução real, profunda, do povo, para usar a expressão de Marx, é o processo incrivelmente complicado e penoso da morte de uma velha e o nascimento de uma nova ordem social, o ajustamento das vidas de dezenas de milhares de pessoas” p. 272. “Quem teme os lobos não vai a floresta”. John Reed. Dez dias que abalaram o mundo – a economia socialista é planificada. O objetivo é o bem-estar da maioria. - Os países capitalistas ficaram receosos de que a classe trabalhadora de seus respectivos países seguisse o exemplo soviético. “Na União Soviética é o próprio Estado que recebe os lucros da atividade econômica e dirige esses fundos aos canais onde, segundo o plano, serão mais úteis” p. 283. O estado monopoliza o comércio com o exterior. - Na economia planificada, a falha num setor econômica afeta todos. - Diziam que a economia soviética iria estagnar devido a falta da ganância em querer ir além, o incentivo que só o desejo pelo lucro dá. No socialismo existe a cordial concorrência entre os grupos de trabalho. - A crise de 29 não afetou o mundo socialista. “quando o ano de 1789 chegou, cerca de um terço das terras da França estava em suas mãos” p. 148. HUBERMAN, Leo. História da Hiqueza do Homem. ed. 21º. Rio de Janeiro: LTC, 1986.
Áudio Livro 3
Áudio Livro 4
A Historia das Coisas (The Story of Stuff) - 2007
De onde vem o dinheiro mundial
Referências
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