segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

A Potencialidade da Educação Não-formal


A Potencialidade da Educação Não-formal a sua Relação com o Currículo Oculto, e em articulação com o Conselho Escolar, a Comunidade Escolar e a Sociedade Civil.




Ojr. Bentes



INTRODUÇÃO
Para entendermos as práticas comunicacionais como elementos fortalecedores de práticas democráticas é preciso perceber suas relações intrínsecas com aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos, éticos. As relações entre práticas e espaços comunicacionais e culturas são férteis para a produção de práticas pedagógicas nas quais estejamos atentos ao respeito às diferenças e à portabilidade como elementos do direito à educação. Também, é importante perceber as relações interculturais como fortalecedoras de ambientes multiculturais, como possibilidades em evidenciar a integração entre diversos campos do saber, assim como, do respeito às múltiplas vozes e culturas. Enfim, instrumentos para a consolidação da democracia e da compreensão da escola como espaço formativo. Neste sentido, duas questões emergem do estudo das práticas e espaços de comunicação na escola: em que medida essas práticas e espaços de comunicação podem contribuir para a consolidação da gestão democrática e da participação social e política da comunidade escolar? Como a atividade profissional do coordenador pedagógico pode contribuir nesse sentido e, consequentemente, para o sucesso da aprendizagem dos envolvidos?


DESENVOLVIMENTO
Os diferentes ambientes comunicacionais oferecem espaços de sociabilidade, à produção e circulação de informações e de conhecimentos fornecem material para a compreensão da realidade mas também fornece a base do discurso dos agentes políticos escolares, porém por outro lado possibilitam a participação social, não só de alunos mas como de toda comunidade escolar. Neste sentido, as práticas comunicacionais possibilitam a dinamização dos ambientes educativos e promovem a produção e circulação de informações e conhecimentos, favorecendo a participação ativa da comunidade escolar, bem como a constituição do princípio democrático como estruturante do trabalho pedagógico e da gestão escolar.


CONCLUSÃO
Articular a educação, em seu sentido mais amplo, com os processos de formação dos cidadãos, ou articular a escola com a comunidade escolar de uma cidade é um sonho, uma utopia, mesmo por que isto depende da centralidade que esta sociedade tenha da sua cultura, da cultura do país e da cultura que hoje, a partir do Edgar Morin, de cultura planetária, em seu famoso trabalho: Sete Sabres para uma Educação Planetária, mas também uma urgência e uma demanda da sociedade atual. Por isso trabalhamos com um conceito amplo de educação que envolve campos diferenciados, da educação formal, informal e não-formal. Acreditamos que propostas se fazem com ideias e fundamentos; por isso, dedicamos a primeira parte do texto a qualificação e diferenciação de um conceito que tem centralidade no tema que estamos discutido, qual seja: a importância da educação não-formal.
Reiteramos neste texto a perspectiva que aborda a educação como promotora de mecanismos de inclusão social, “Educação não-formal tem tudo a ver com currículo oculto.” Entende-se por inclusão as formas que promovem o acesso aos direitos de cidadania, que resgatam alguns ideais já esquecidos pela humanidade, como o de civilidade, tolerância e respeito ao outro; contestam-se concepções relativas às formas que buscam, simplesmente, integrar indivíduos atomizados e desterritorializados, em programas sociais compensatórios.
A gestão compartilhada em suas diferentes formas de conselhos, colegiados etc. precisa desenvolver uma cultura participativa nova, que altere as mentalidades, os valores, a forma de conceber a gestão pública em nome dos direitos da maioria e não de grupos lobbistas. Isso implica a criação de coletivos que desenvolvam saberes não apenas normativos - legislações, formatos de aplicação de verbas etc., embora esses itens também sejam importantes, dado o papel dos fundos públicos no campo de disputa política em torno das verbas públicas. É preciso desenvolver saberes que orientem as práticas sociais, que construam novos valores, aqui entendidos como a participação de coletivos de pessoas diferentes com metas iguais. Isto tudo está no campo da educação não-formal.
Concluímos este texto com uma proposta de caráter sociopolítico: a de transformar as escolas em centro de referências civilizatórias nos bairros e nas comunidades onde se localizam. Para isso propomos a articulação dos processos de participação da sociedade civil organizada com as escolas, principalmente e fundamentalmente com os centros comunitários muito desarticulados em nossa cidade. Propomos, em suma, a articulação da educação formal com a não-formal para dar vida e viabilizar mudanças significativas na educação e na sociedade como um todo.


REFERÊNCIAS


COLL, C. Educação, escola e comunidade: na busca de um compromisso. Pátio: revista pedagógica, Porto Alegre, ano 3, n. 10, p. 8-12, 1999. [Links]
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980. [Links]
GOHN, M. G. Conselhos gestores e participação sociopolítica. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2003. [Links]
______. Educação não-formal e cultura política. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2005. [Links]
______. Movimentos e lutas sociais na História do Brasil. São Paulo: Loyola, 1995. [Links]
______. Movimentos sociais e educação. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2003. [Links]
______. O protagonismo da sociedade civil: movimentos sociais, ONGs e redes solidárias. São Paulo: Cortez, 2005. [Links]
______. Teoria dos movimentos sociais. 4. ed. São Paulo: Loyola, 2004. [Links]
HONNETH, A. Luta por reconhecimento:a gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo: Ed. 34, 2003. [Links]
PUTNAM, R. D. Bowling alone. New York: Simon & Schuster, 2000. [Links]
SANTOS, B. S. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. São Paulo: Cortez, 2000. [Links]
SANTOS, B. S. (Org.). Democratizar a democracia: os caminhos da democracia participativa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. [Links]
SENNET, R. A corrosão do caráter: conseqüências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999. [Links]
SILVA, P. Escola - família, uma relação armadilhada: interculturalidade e relações de poder. Porto: Afrontamento, 2003. [Links]
para publicação em: 13/02/2006


Nenhum comentário:

Postar um comentário