Texto base: As técnicas do corpo.
Esse evento foi um relato de um refugiado sírio que se denominava
Kaled Arabi, que não é o seu nome original, mas sim uma forma de
esconder seu nome original e de sua família, que ainda se encontra
na Síria sofrendo retaliação do Estado Islâmico.
Khaled saiu de Dubai onde cursava um doutorado, quando a guerra
civil se instaurou na Síria. Dubai não aceitou refugiá-lo, e ele
não queria voltar para a Síria, logo ele tomou rumo pela Europa até
decidir se refugiar no Brasil. Quando perguntado quanto a quem estava
certo na guerra, ele respondeu que numa guerra ninguém está certo,
todos estão errado.
O palestrante descreveu a situação de seu país da seguinte
maneira: A Síria, diferentemente, de como a mídia faz parecer, era
um país rico, como uma ótima qualidade de vida, um custo de vida
baixo e com uma educação gratuita e de qualidade. A Síria vive um
governo que a década vem passando de mão em mão dentro de uma
mesma família, uma ditadura. Durante a chamada Primavera Árabe,
formou-se um conflito entre o estado ditador e um grupo de
revulucinários.
Durheim
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Mauss
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Dedutivo
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Indutivo
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Conformação
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Enformação
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Introjeção
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Apreensão
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Sagrado
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Profano
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Em As técnicas do corpo
(1934), comunicação apresentada à Sociedade de Psicologia, o
antropólogo francês Marcel
Mauss (1872-1950) trata de um domínio até então nublado pela
noção tradicional de tecnologia,
entendida como instrumento envolvido no ato de manipulação. Às
técnicas dos instrumentos, Mauss opõe um conjunto de técnicas do
corpo, ao qual confere um papel preliminar: o corpo é o primeiro
instrumento do homem, e ainda, o primeiro objeto e meio técnico do
homem. Atribuindo à noção de técnica o que chama de ato
tradicional eficaz, Mauss afirma não existir técnica nem
transmissão se não houver tradição. Técnicas do corpo referem-se
então aos modos pelos quais as pessoas sabem servir-se de seus
corpos de maneira tradicional, o que varia de uma sociedade a outra.
Bio – Psico –
Social - Cultural
Corpo – Mente (alma) –
Sociedade – Cultura
10 – 100 –
1000 – 1 milhão
Ao analista, segundo ele, caberia
partir do estudo e descrição detalhada das técnicas do corpo em
diferentes contextos, de modo a alcançar o conceito abstrato e
constituir uma teoria da técnica do corpo. De modo a localizar o
caráter específico de cada técnica corporal, ele parte da
observação das mudanças presenciadas por sua geração, por
exemplo, nas técnicas de nado, e nos seus modos de ensino e
aprendizagem: enquanto em um momento aprendia-se, primeiro, a nadar e
depois a mergulhar, posteriormente ensina-se, antes, a mergulhar e a
familiarizar-se com a água para, depois disso, nadar. Este e outros
exemplos amparam a afirmação feita pelo autor de que cada sociedade
possui hábitos próprios, que são de natureza social, variando não
apenas de um indivíduo a outro, mas com as formas de educação e
convenções sociais. Neste sentido Mauss prefere o termo habitus (em
latim) a hábito, pois ele expressaria melhor a “exis” [hexis],
denotando o que é adquirido e sublinhando não existir maneira
natural nos atos corporais de um adulto. Ao afirmar a predominância
da educação sobre os atos corporais, o autor defende que para
analisar tais atos é preciso levar em conta os pontos de vista
biológicos, sociológicos e psicológicos, de modo a realizar o
estudo do que chama de “homem total”.
Mauss sugere quatro princípios
para classificar o conjunto das técnicas do corpo: a divisão
das técnicas entre os sexos; sua variação de acordo com as idades;
também em relação aos rendimentos e ordem de eficácia; e ainda em
termos de sua transmissão, levando em consideração as tradições
que os impõem. Outra forma de classificação sugerida é a
enumeração das técnicas em função do acompanhamento do trajeto
de um indivíduo no decorrer da sua vida, observando por exemplo: (1)
técnicas do nascimento e da obstetrícia: formas de parto e
reconhecimento da criança; (2) técnicas da infância: modos de
carregar o bebê, de mamar e desmamar; (3) técnicas da adolescência:
contextos de iniciação dos jovens; (4) técnicas da idade adulta:
modos de dormir e de repouso; técnicas de atividade e movimento:
dança, corrida, salto, escalada, descida, nado; técnicas de
cuidados do corpo: esfregar, lavar, ensaboar; técnicas de consumo:
modos de comer e beber; técnicas da reprodução: posições
sexuais; e técnicas de medicação.
Claude Lévi-Strauss (1908-2009),
em sua Introdução à obra de Marcel Mauss (1950), aponta o
caráter programático da análise de maussiana sobre as técnicas do
corpo, que reverbera em toda a antropologia posterior. Ao contrário
do que sugeriam certas concepções racistas que viam no homem o
produto do seu corpo, o inventário e a descrição das técnicas
corporais propostos por Mauss, destaca Lévi-Strauss, demonstram que
o homem, sempre e em toda parte, soube fazer de seu corpo o resultado
de suas técnicas e de suas representações. Destacando fenômenos
que colocam em relação aspectos fisiológicos e sociais, e
mostrando o rendimento teórico de uma análise que sublinha as
relações entre os indivíduos e os grupos sociais, Mauss aproxima
ainda a etnologia da psicanálise, estendendo a influência de suas
teses para outras disciplinas. Por fazer do corpo um objeto de
reflexão da análise social e cultural, o ensaio tornou-se uma
referência incontornável para os debates posteriores sobre o tema,
nos mais diversos domínios.
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