Esse
evento foi um relato de um refugiado sírio que se denominava Kaled
Arabi, que não é o seu nome original, mas sim uma forma de esconder
seu nome original e de sua família, que ainda se encontra na Síria
sofrendo retaliação do Estado Islâmico.
Khaled
saiu de Dubai onde cursava um doutorado, quando a guerra civil se
instaurou na Síria. Dubai não aceitou refugiá-lo, e ele não
queria voltar para a Síria, logo ele tomou rumo pela Europa até
decidir se refugiar no Brasil. Quando perguntado quanto a quem estava
certo na guerra, ele respondeu que numa guerra ninguém está certo,
todos estão errado.
O
palestrante descreveu a situação de seu país da seguinte maneira:
A Síria, diferentemente, de como a mídia faz parecer, era um país
rico, como uma ótima qualidade de vida, um custo de vida baixo e com
uma educação gratuita e de qualidade. A Síria vive um governo que
a década vem passando de mão em mão dentro de uma mesma família,
uma ditadura. Durante a chamada Primavera Árabe, formou-se um
conflito entre o estado ditador e um grupo de revolucionários. Este
fato foi apoiado pela Rússia, do lado do governo, pois tem com eles
um acordo para manter as coisas como estavam e o EUA, apoiando os
revolucionários com o pretexto de espalhar a democracia, , no
entanto visando a área estratégica que o país representa, a
entrada para o mar Mediterrâneo, e sua grande quantidade de jazidas
de petróleo. A interferência destes dois países intensificou o
conflito e destruiu o país. Enfraquecidos pelo conflito, ambos os
lados virama a invasão de seu território, de um lado o estado
Islâmico, que ficou a parte oriental da Síria, um a região
desértica, porém cheia de petróleo, e do outro lado, ao norte, a
invasão de um povo sem território, os Curdos. O país ficou então
dividido entre os que apoiavam o presidente, os revolucionários, e
os que apoiavam o Estado islâmico e os Curdos.
Uma
conceituação importante feita foi a diferença entre asilo e
refúgio. Sinteticamente, o asilo é uma decisão política, enquanto
o refúgio é uma decisão humanitária.
Com
relação a experiência como refugiado, Kaled disse que as pessoas
fogem da Síria pela Turquia e pagam 6 mil dólares para atravessar o
mar rumo à Grécia, apesar do preço, essa é uma viagem feita em
péssimas condições, onde muitas pessoas morrem e também onde
muitas pessoas lucram com a guerra, ao realizarem esse transporte
desumano.
Na
Europa o refugiado ganha casa e emprego, no entanto, o povo não
simpatiza com eles. No Brasil, Kaled disse que é o oposto, o governo
não dá nada, apenas diz: “Pode ir para onde quiser, o Brasil é
seu”. Em contrapartida as pessoas aqui ajudam e se importam, Quando
chegou em nosso país, Kaled ficou a deriva um bom tempo, morou na
rua. Achou gente para ajudá-lo, consegui trabalhar vendendo comida
na rua
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