NA MISSÃO, COM KADU
Filmado
pelo pernambucano Pedro Maia de Brito e por Aiano Mineiro (MG), o
documentário acompanha o líder comunitário Ricardo de Freitas
Miranda, o Kadu, líder comunitário da Ocupação Vitória da
Izidora (região periférica de Belo Horizonte). A montagem costura
imagens filmadas pelo próprio Kadu, em um dia de passeata
reivindicatória da ocupação em direção à Cidade Administrativa
do Estado de Minas Gerais no ano de 2015. O desfecho acaba revelando
uma brutal reação de força do aparelho estatal contra os
manifestantes. (por Fernando Pacheco)
O
filme foi filmado em Julho de 2015 e finalizado agora em 2016 pela
seguinte equipe:
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Direção e Roteiro:: Aiano Bemfica, Gabriel Martins e Pedro Maia de Brito
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Produção: Aiano Bemfica, Luisa Lanna e Pedro Maia de Brito
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Montagem e Roteiro: Gabriel Martins
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Som Direto e Produção: Luisa Lanna
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Direção de fotografia: Kadu Freitas e Pedro Maia de Brito
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Mixagem: Homero Basílio
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Finalização: Felipe Ferraz
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Duração: 28 minutos
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Classificação/Gênero: Documentário
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Países de Origem: Brasil
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Contato: maiaapedro@gmail.com
Sinopse
Na
luta por moradia em Belo Horizonte, um militante, sua câmera e seu
povo enfrentam o poder dos cassetetes e das bombas de gás.
Na
Missão com Kadu é um filme-documentário realizado pelo
pernambucano Pedro Maia de Brito e o mineiro Aiano Benficaque junta
imagens de depoimentos colhidas pelos cineastas com imagens feitas
por um celular pelo líder comunitário Ricardo de Freitas Miranda, o
Kadu, durante uma passeata realizada pelos moradores da Ocupação
Vitória, na Izidora, região periférica de Belo Horizonte. Os
manifestantes se dirigiam ao Centro Administrativo do governo mineiro
em junho de 2015 e foram reprimidos de forma brutal, o que resultou
na prisão de cerca de cem pessoas e ferimentos em várias delas por
balas de borracha, incluindo crianças, atingidas por bombas de gás
lacrimogênio e spray de pimenta.
O
filme é uma denúncia contundente contra a ação truculenta da
Polícia Militar e tem sido usado pelos ocupantes para tentar
sensibilizar a Justiça mineira dos arbítrios cometidos para definir
o direito de uso da área invadida. Existem sérias dúvidas quanto à
legalidade de posse da mesma pelos que dizem ser seus proprietários
e questiona-se também o uso da violência contra uma reivindicação
legítima. O caso torna-se ainda mais dramático quando no final do
filme tomamos conhecimento que o líder comunitário Kadu foi
assassinado numa emboscada quatro meses depois da manifestação.
Montagem
A
montagem costura imagens filmadas pelo próprio Kadu, em um dia de
passeata reivindicatória da ocupação em direção à Cidade
Administrativa do Estado de Minas Gerais no ano de 2015. O desfecho
acaba revelando uma brutal reação de força do aparelho estatal
contra os manifestantes” (por Fernando Pacheco).
O
documentário nasce
de um processo de imersão de seus realizadores no contexto de luta
pela moradia da ocupação Izidora, localizada na região
metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. Considerando que
estamos diante de um filme assumidamente militante, duas ou três
palavras devem ser ditas sobre os conflitos fundiários que alimentam
o atual quadro de colonização do espaço e da moradia e, por
conseguinte, o filme.
A
proposta de fazer um filme a partir dos dois planos-sequência de
Kadu, um o dia da manifestação, e outro na ocupação com Kadu,
veio depois de um agenciamento pragmático destes, sendo
possibilitado pelo vínculo criado entre militantes interessados pelo
audiovisual e moradores da ocupação, principalmente lideranças
locais. Estamos diante de um filme de guerrilha, que constrói sua
força na evidência dos corpos que denunciam e lutam. A partir
deste, podemos pensar o lugar do cinema militante (seja ele qual for)
no campo cinematográfico brasileiro (e, obviamente, para além
dele). Isso nos leva à diversidade de espaços sobre os quais o
filme exerce influência estética e política, dando a ver imagens
de uma história que deve ser contada.
Em
contextos de conflito, o uso do audiovisual como arma sensível é
crescente, seja nas ocupações urbanas, no mundo ameríndio ou em
sociedades tradicionais. O fenômeno do cinema indígena
contemporâneo atesta a veracidade e a potência desse novo cinema da
urgência, pautado pela necessidade de tornar visível o ponto de
vista dos invisíveis. Desse modo, o documentário tem exercido papel
importantíssimo na sobrevivência desses pobres e desapossados do
mundo, fazendo surgir diversas mise-en-scènes dos vagalumes
brasileiros, o que pode indicar um processo positivo tanto para a
democracia quanto para a arte.
TEASER #3
https://vimeo.com/185848005
TEASER #1
https://vimeo.com/186218332
TEASER #2
https://vimeo.com/185850764TEASER #3
https://vimeo.com/185848005
A montagem é dividida em 7 macros basicamente:
Sequencia
1 - A chegada na ocupação conversa com jovens e uma "panorâmica" da ocupação.
Corte
1 - Tentativa frustrada de estourar o foguete para avisar da reunião e da exibição da filmagem.
Sequencia
2 - Indo para a reunião. Passagem na casa de uma moradora. Exibição da filmagem da manifestação.
Sequencia
3 - O dia da manifestação. O início do confronto com os policiais na BR. Mudança de faixa para evitar o confronto. O Bloqueio policial.
Sequencia
4 - O confronto com os policiais. A truculência. A reclamação de Kadu contra as autoridades e principalmente contra Pimenta.
Sequencia
5 - Imagens da truculência e de pessoas feridas. a falta de sensibilidade com as crianças que estavam na manifestação.
Sequencia
6 - O retorno para ajudar os outros manifestantes. Balas de borracha, spay de pimenta. O encontro com a menina.
Sequencia
7 - Fuga com a menina no colo.
Corte
7
Kadu (Ricardo Freitas de Miranda) segundo as Brigadas Populares. 23/11/2015
Vídeo:http://ocupacaopaulofreirebh.blogspot.com.br/2015/11/kadu-ricardo-freitas-de-miranda-segundo.html
No
domingo (22), durante a noite o companheiro Ricardo Freitas,
conhecido como Kadu, havia acabado de celebrar seus 38 anos de vida e
luta quando foi brutalmente assassinado na entrada da ocupação
Vitória da Izidora. Desde então choramos sua morte prematura, a
morte de um lutador das causas do povo e das ocupações urbanas.
Kadu foi inestimável companheiro de lutas e de conquistas. Ele
escolheu a ocupação Vitória que, mesmo com todo o amor de sua
família, decidiu se colocar, de corpo e alma, ao lado das famílias
necessitadas em busca de mudar a condição precária que muitas
famílias passam.
Ainda,
Kadu “adotou” Ana e Adão como seus ‘pais’ da ocupação. Foi
incansável membro da coordenação das ocupações que esteve
presente, ‘na missão’ como costumava dizer, em todas as lutas,
assembleias e reuniões com sua maneira alegre e espontânea de ser,
lutando sempre pela resistência das ocupações urbanas e por um
mundo mais justo. Sua alegria era contagiante e sempre presente; sua
força estava sempre à disposição para ajudar a qualquer um que
necessitasse.
A
agitação que ele fazia, de maneira espontânea, deixava todas e
todos mais alegres pela sua presença, sempre muito feliz. E, em
momentos de necessidade, por exemplo durante a repressão violenta da
polícia contra as famílias da Izidora, Kadu se colocou,
prontamente, a ajudar as pessoas machucadas. Era um companheiro
inigualável que, com certeza, sua partida irá fazer falta a cada
marcha, a cada assembleia e no próprio dia a dia das ocupações.
Sentiremos falta de abraça-lo como irmão que era de todos da
ocupação e de sua alegria. Kadu, junto com Manoel Bahia é
mais uma das vítimas da falta de oportunidades sistemática que nega
o direito à cidade e à moradia adequada, que se desdobra em vários
conflitos que acaba levando mais um dos nossos, mais um lutador que
parte sem poder dizer adeus.
Conforme a Polícia
Militar, as vítimas estavam em um carro na rua Hermenegildo Chaves
Monzeca quando foram surpreendidas por três homens armados. Os
suspeitos atiraram várias vezes contra o veículo e, em seguida,
fugiram. A motivação do crime ainda não foi esclarecida. As duas
vítimas chegaram a ser socorridas à UPA (Unidade de
Pronto-Atendimento) São Benedito, mas Kadu morreu pouco depois de
dar entrada na unidade. O outro rapaz permanece internado em estado
grave.
Palavra Ética na TVC/BH especial sobre Kadu (Ricardo Freitas), mártir da Luta pela moradia. 29/11/15
Protesto da Ocupação Izidora, em BH, é marcado por confronto na MG-010
Grupo se deslocou para a cidade administrativa, onde estavam policiais.
Movimento Brigadas Populares afirma que houve tiros e bombas de gás.
19/06/2015 10h39 - Atualizado em 19/06/2015 20h14
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=9WgSbDLydMA
PM e moradores de ocupações entram em confronto na MG-010/ Com video.
19/06/2015 - 10h55 - Atualizado 07h54
http://hojeemdia.com.br/horizontes/pm-e-moradores-de-ocupa%C3%A7%C3%B5es-entram-em-confronto-na-mg-010-1.311341?fb_comment_id=941734652533849_942347179139263#f33b197d0578678
Moradores das ocupações da Izidora, em BH, fazem protesto contra despejo
Definição da reintegração de posse deve ser julgada nesta quarta no TJMG.
Às 12h, 2 mil pessoas participavam do ato, dizem organizadores.
28/09/2016 10h30
- Atualizado em
28/09/2016 14h41
http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2016/09/moradores-das-ocupacoes-da-izidora-em-bh-fazem-protesto-contra-despejo.html
http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2016/09/moradores-das-ocupacoes-da-izidora-em-bh-fazem-protesto-contra-despejo.html
Percebo que boa parte dessa crítica foi plagiada (cópia integral, o que é crime) de uma escrita por mim (disponível no seguinte link: http://cinerocinante.com.br/2017/02/01/na-missao-com-kadu-2016-de-aiano-bemfica-kadu-freitas-e-pedro-maia-de-brito/).
ResponderExcluirFavor entrar em contato comigo, para que possamos conversar a esse respeito. O meu email é joaocampos@usp.br.
Adianto que caso você ignore esta mensagem, serei obrigado a processá-lo. Mas espero que possamos resolver da melhor forma possível.
Cordialmente,
João Campos - Redator Revista Rocinante