quinta-feira, 25 de junho de 2015

QUESTÕES PARA AVALIAÇÃO DO PPP

QUESTÕES PARA AVALIAÇÃO DO PPP - Projeto Político Pedagógico



Sondagem

1. Quando se pretende construir uma escola democrática, o Projeto Político Pedagógico NÃO deve ter o seguinte encaminhamento:
a) O Projeto Político Pedagógico deve ser direcionado para que todos os segmentos (pais, alunos, professores, especialista, funcionários e gestores) pensem e executem o que pretendem, coletivamente, eliminando as relações competitivas, corporativas e autoritárias, permitindo que se estabeleçam relações horizontais no interior da escola.
b) O Projeto Político Pedagógico enquanto proposta para construir uma escola democrática, precisa definir uma concepção de mundo, sociedade e homem, instrumentalizando prioritariamente o educando em seu processo individual e de crescimento intra-pessoal. Esse processo social contribui para desenvolver nos alunos a criticidade, criatividade, valorização pela escola e onde todos sejam sujeitos de sua própria história.
c) Os especialistas e gestores têm a responsabilidade de criar e manter espaços para o debate permanente em torno da elaboração, execução, avaliação e reelaboração do Projeto Político Pedagógico.
d) Quando temos a preocupação com a elaboração do Projeto Político Pedagógico, logo pensamos na concepção filosófico-pedagógica, na organização escolar e na organização do ensino.

2. Ao elaborar um projeto político-pedagógico com base na participação e gestão democrática, uma instituição educacional deve considerar alguns pressupostos. Assinale a alternativa CORRETA.
a) A participação de um grupo específico de docentes, de preferência os que tiverem maior titulação.
b) A centralização acentuada das tomadas de decisões pela equipe gestora da instituição, no âmbito administrativo e pedagógico.
c) A participação efetiva da comunidade escolar com base na responsabilidade coletiva como elemento norteador.
d) Em primeiro plano as idéias de um grupo de consultores especializados em elaboração de projetos.

3. O Projeto Político Pedagógico (PPP) é uma necessidade cotidiana das instituições educativas e um instrumento eficaz para a implementação de suas ações. Nessa perspectiva o PPP caracteriza-se, essencialmente, como:
(A) Um plano didático-pedagógico, previsto na LDB como instrumento regulador das atividades.
(B) Um instrumento norteador das escolas públicas e das ações sistemáticas de todos os membros da comunidade escolar.
(C) Um recurso de gestão administrativa e financeira da escola, que deve ser conhecido por toda a comunidade educativa.
(D) Um documento que se reflete no currículo da escola, construído e vivenciado por todos os envolvidos no processo educativo, que busca rumo, ação intencional e compromisso coletivo.
(E) Um referencial que exprime as exigências da sociedade, das autoridades governamentais e da comunidade local, construído diretamente por esses agentes.

4. O projeto político-pedagógico pode contribuir para transformar a escola. Para tanto é preciso que seja um instrumento de:
a) formalização do planejamento.
b) organização da rotina da escola.
c) reflexão sobre o trabalho da escola.
d) avaliação das atividades escolares.
e) crítica das políticas de educação.

5. Um projeto político-pedagógico comprometido com o binômio educação e cidadania deve ter alguns dos objetivos a seguir:
I. oferecer um ensino regionalizado e dosado de acordo com a classe social do aluno;
II. transmitir conhecimentos que possibilitem ao aluno a entrada rápida no mercado de trabalho;
III. transmitir conhecimentos universais e socialmente valorizados para que os alunos os reproduzam;
IV. transmitir conhecimentos que facilitem ao aluno sua compreensão do mundo.
São eles:
a) somente III
b) somente IV
c) somente III e IV
d) somente II, III e IV
e) I, II, III e IV

6. Segundo Danilo Gandin, em todas as áreas, mas sobretudo na educação, o caminho se faz enquanto se anda. O que há é um horizonte social que inclui um conjunto de princípios que servem de rumo dentro de uma realidade determinada, que se manifesta na proposta de um projeto político-pedagógico. Analise os princípios abaixo, presentes num projeto político-pedagógico:
I. valorizar os conteúdos específicos e as metodologias;
II. considerar o aluno como centro do processo educativo, buscando atender aos interesses individuais;
III. educar dentro de uma visão de homem e de sociedade;
IV. indicar o dever ser, refletindo sobre o futuro humano.
São coerentes com as idéias de Gandin:
a) somente I e II
b) somente III e IV
c) somente I, II e III
d) somente II, III e IV
e) I, II, III e IV

7. A escola, tendo optado pela concepção de educação que deve subsidiar a elaboração do Projeto, passa a explicitar os princípios dela decorrentes, que devem orientar a sua construção. Os princípios norteadores do projeto são:
a) Autoridade, qualidade, participação, autonomia, democracia, igualdade.
b) Qualidade, participação, autonomia, democracia, igualdade e individualismo.
c) Participação, competição, autonomia, igualdade, qualidade, autoridade.
d) Autoridade, qualidade, democracia, igualdade, heteronomia, competição.
e) Qualidade, participação, autonomia, democracia, igualdade e competitividade.

8. Explicitados os princípios orientadores da construção e implementação do Projeto Político-Pedagógico, certos pressupostos precisam ser assegurados para que ele cumpra seu papel de definidor e articulador dos processos pedagógicos e políticos, privilegiados pela escola. Esses pressupostos se configuram, sobretudo:
a) No caráter de processo de construção/reconstrução permanentes e, assim, seus objetivos e resultados não devem ser gradativos, mediatos e flexíveis.
b) Na necessidade de ser construído e desenvolvido com a participação da comunidade escolar que conhece sua cultura, seus problemas, suas expectativas, suas necessidades.
c) Na definição de uma equipe que coordene sua implementação e desenvolvimento, sendo necessário que haja uma liderança, zelando pela sua execução, onde essa equipe que lidera não deve passar por um rodízio.
d) Na explicitação clara das suas metas e das condições subjetivas dadas para sua implementação, somente em nível infra-estrutural.
e) Na não definição de uma equipe que coordene sua implementação e desenvolvimento, pois, se toda a comunidade participou da elaboração do Projeto, não há necessidade de uma liderança, zelando pela sua execução.

9. Das alternativas a seguir, somente uma delas não descreve as finalidades do Projeto político Pedagógico.
a) Possibilitar apenas a individualidade da linha de trabalho na instituição.
b) Dar um referencial de conjunto para caminhada; aglutinar pessoas em torno de uma causa comum; gerar parceria.
c) Ser um canal de participação efetiva, superar as práticas autoritárias e ou individualistas.
d) Propiciar a racionalização dos esforços e recursos (eficiência e eficácia), utilizadas para atingir fins essenciais do processo educacional.
e) Aglutinar pessoas em torno de uma causa comum e gerar parceria.

10. A tarefa de construção de projeto político-pedagógico requer um longo processo de reflexão-ação, orientado por parâmetros que se articulam nas dimensões:
A) política e pedagógica.
B) informativa e somativa.
C) formação inicial e formação continuada.
D) científica e tecnológica
E) cultural e psicológica.

11. O projeto político-pedagógico (PPP) deve se constituir na referência norteadora de todos os âmbitos da ação educativa da escola. Considerando essa informação, assinale a alternativa correta.
A) A elaboração do PPP requer a participação de todos aqueles que compõem a comunidade escolar
B) Para construção de um PPP que contemple as necessidades da escola, basta ter boas intenções e voluntarismo.
C) Pelo fato de ser um projeto, o PPP independe de sistematização para a realização de práticas transformadoras.
D) Tendo em vista que o PPP é um projeto para realização futura, o presente não deve influenciá-lo.
E) A execução do PPP é de responsabilidade exclusiva do gestor da escola.

 
Questões:

1. Em que contexto histórico surgiu o projeto pedagógico?
 
2. Qual é a relação realidade do global e do local com o plano?
 
3. O que você acha que um bom projeto pedagógico deve conter?
 
4. Em sua opinião quem deveria elaborá-lo e como deveria ser ter sido conduzido o processo de elaboração do PPP?
 
5. O projeto pedagógico deve ser revisado? Ele foi revisado?! Em que momento?
 
6. Como devo participar ao longo de sua elaboração e prática?
 
7. Quais as principais dificuldades enfrentadas em sua escola para viabilizar a participação de professores, equipe de apoio, pais, alunos e outros segmentos na construção do PPP? Como enfrentá-las?

8. Quais as sugestões dos representantes dos diversos segmentos da comunidade escolar para viabilizar a participação na construção, avaliação e ou revisão do PPP de sua escola?

9. O que representa na sua escola o Projeto Político-Pedagógico?

10. Qual a importância que os diferentes protagonistas do ato de educar atribuem ao PPP?

11. Qual a visão e qual a missão da escola previstas no PPP?

12. O projeto pedagógico precisa conter questões altitudinais, de como deve ser o comportamento e as atitudes, que cidadão se pretende formar?
 
13. Quais foram as maiores dificuldades na montagem do projeto?

Gabarito

1 - B, 2- C, 3 - D, 4 - C, 5 - B, 6 - B, 7- A, 8 - B, 9 - A, 10 – A, 11 - A

Estigma, Estereótipo e Maldição

 Estigma, Estereótipo e Maldição

 

Maldição

Na mitologia cristã e de todas as religiões desde o antigo Egito e Mesopotâmia, Maldição ou também denominada de "Herança Maldita", ou "Herança dos Filhos de Adão", é a ação efetiva de um poder sobrenatural (antiga Anaconda do Éden), caracterizada pela adversidade que traz, sendo geralmente usada para expressar o azar ou algo ruim na vida de uma pessoa.
Antigamente era algo semelhante a um "Feitiço (vós ou vozes do inferno)" ou "Encantamento da Serpente (hipnótico)", mas que só causa o mal à pessoa e herdeiros. Como a Corrupção da carne de Adão dos sete pecados capitais, é expressa em Sodoma uma grande metrópole e capital do mundo da antiguidade e maior cidade do mundo, nomeada na Bíblia e destruída totalmente e era bastante grande, por Arcanjos e Anjos de fogo, pela sua Soberba e Escárnio.
Algumas pessoas acreditam que uma maldição pode até matar. pois faz nascer o ódio, segundo a Bíblia, segundo Salomão, em que irmão mata irmão, e Pais filhos e vice - versa.
A maldição foi manifestada primeiramente nos relatos bíblicos. A maldição não pode ser revogada pois obedece a lei antiga de Talhão, até que um poder espiritual superior intervenha trazendo libertação, no caso do Novo Testamento é Jesus (a encarnação de Deus por 33 anos, segundo os Cristãos e Alan Kardeck), ... " mas ele Jesus, é claro no seu verbo"... - "... Vá faças as pazes com seus irmãos e Pais, e ai te liberto ... ".
Dizem que a maldiçoa pode interferir no destino natural de alguém o levando para outro caminho. Existem vários tipos de maldição entre elas existem a maldição mandada e a maldição hereditária, passada até a quarta geração.
Uma maldição muito conhecida e de ao aceitar uma prata (dinheiro da Corrupção) com sal (suor de pobres do salário ou sangue, herança de derramamento de sangue de inocentes) ou algo que de sorte e realizar uma "masturbação" (amplo o significado - conluio carnal, contrato verbal ou escrito, ou pacto de sangue sobre cadáveres e óvulo - fecundado - abortado) com satanás, a pessoa é amaldiçoada pelo Satanás. Tem pelo menos 2 meses de muito mas muito azar a ... até quatro gerações de azar.;; é a hereditária do sangue do amaldiçoado segundo antigo Egito e Mesopotâmia.
Bibliografia
Livro Sagrado da Vida e da Morte dos Faraós do Antigo Egito. em figuras e símbolos traduzidos desde Champolion, que acompanhou Napoleão Bonaparte na conquista do Egito, na chamada "Pedra da Roseta"
A Bíblia Sagrada do Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.
Livro Vermelho do Dragão Chinês
Livros do Induísmo
Livros do Budismo
Bíblia na versão Espírita, segundo Alan Kardeck

Estereótipo

Estereótipo são generalizações que as pessoas fazem sobre comportamentos ou características de outros. Estereótipo significa impressão sólida, e pode ser sobre a aparência, roupas, comportamento, cultura etc.
Estereótipo são pressupostos sobre determinadas pessoas, baseados em generalizações de situações que aconteceram anteriormente, mas sem ligação com a atual, e muitas vezes eles acontecem sem ter conhecimento sobre grupos sociais ou características de indivíduos, como a aparência, condições financeiro, comportamento, sexualidade etc.
O conceito de estereótipo foi criado em 1922, pelo escrito estadunidense Walter Lippmann. É bastante confundido com preconceito, uma vez que estereótipo acabam se convertendo em rótulos, muitas vezes, pejorativos e causando impacto negativo nos outros. Também porque é uma noção preconcebida e muitas vezes automática, que é incutida no subconsciente pela sociedade.
Conceito infundado sobre um determinado grupo social, atribuindo a todos os seres desse grupo uma característica, frequentemente depreciativa; modelo irrefletido, imagem preconcebida e sem fundamento.
O Estereótipo também é muito usado em Humorismo, como um conceito pré concebido, sendo muito mais aceito quando manifestado desta forma, situações que poderiam ser consideradas normalmente como manifestação de racismo, xenofobia, machismo, misandria, intolerância religiosa e homofobia , possuindo salvo-conduto e presunção de inocência para atingir seu objetivo. E, muitas das vezes as pessoas que são vitimas deste tipo fantasiado de estereótipo se sentem obrigadas a participar da distorção da sua própria imagem.

Etimologia

A palavra estereótipo, στερεότυπος, vem do grego stereos e typos compondo "impressão sólida". Inventada por en:Firmin Didot, a palavra nasceu no mundo da impressão e refere-se à placa metálica criada para a impressão em si, em vez da prensa de tipos móveis. A palavra francesa cliché refere-se também à superficie de impressão do estereótipo. O termo, no sentido de impressão, começou a ser usado cerca de 1798.

Abordagem psicossocial

Numa abordagem Psicossocial, as crenças compartilhadas por determinado grupo têm origem em obras filosóficas e nesse aspecto se volta o estudo sobre estereótipos e preconceitos sociais nas diversas experiências e vivências dos grupos. Algumas considerações nortearam esse estudo como a importância dos esquemas e crenças na Psicologia Social, o conceito de cognição social e a inter-relação com estereótipos e preconceitos.
Assim, por intermédio da percepção, as vivências históricas e sócio-culturais se tornam presentes à nossa consciência, gerando a afetividade e as ações que determinada experiência permite ter. A realidade age sobre nós se for apreendida e internalizada. Define-se estereótipo social como crença coletivamente compartilhada acerca de algum atributo, característica ou traço psicológico, moral ou físico atribuído extensivamente a um agrupamento humano, formado mediante a aplicação de um ou mais critérios, como por exemplo, idade, sexo, inteligência, filiação religiosa e outros. Os estereótipos sociais influenciam condutas e comportamentos em interações sociais quando os interatores são enquadrados por essa crença. Do ponto de vista da psicologia, estereótipos podem ser investigados sob aspectos diferentes que vão desde a sua formação até manifestação coletiva.
Quando associados a sentimentos, os estereótipos sociais passam a constituir estruturas psicológicas de maior complexidade caracterizadas como atitudes e preconceitos sociais. Assim, a articulação entre estereótipos sociais, favoráveis ou desfavoráveis, e sentimentos, de aceitação ou rejeição, dos grupos humanos visados, produz, na ocorrência combinada de crenças e sentimentos positivos, atitudes sociais que geram o preconceito social e conseqüentemente a discriminação. A discriminação social pode ser praticada particularmente por pessoas consideradas em sua individualidade, contudo ela tende alcançar o estudo de uma norma social implícita ou ser até mesmo uma prática institucionalizada.
Em seu livro Representações sociais: investigações em psicologia social, Serge Moscovici diz “Representações, obviamente, não são criadas por um indivíduo isoladamente. Uma vez criadas, contudo, elas adquirem uma vida própria, circulam, se encontram, se atraem e se repelem e dão oportunidade ao nascimento de novas representações, enquanto velhas representações morrem.” (Moscovici, 2003). As representações, os estereótipos, são ingredientes importantes do caldo sócio-cultural. Segundo esse psicólogo, é extremamente importante que consideremos que as representações sociais são capazes de influenciar o comportamento do indivíduo e, dessa forma, gerar movimentos que englobem uma coletividade.
O também psicólogo social Jean Maisonneuve, no artigo “Opiniões e Estereótipos” do livro Introdução à Psicossociologia, defende que “A distinção entre opinião particular e opinião pública, por legítima que seja, nem por isso resolve a dificuldade, pois uma e outra interferem entre si, de maneira sutil e movediça. A própria opinião pública, domínio de eleição do psicólogo social, tange a um sistema de crenças fortemente enraizadas e cristalizadas, assim ao nível coletivo como ao individual; de outra parte liga-se a processos episódicos afetados de forte contingência, correspondentes ao que se chama ‘a atualidade’ ou ‘as notícias’” (Maisonneuve, 1977).

ESTIGMAS - Tatuagens da alma.

As tatuagens sobre a pele são representações que já estavam no interior da pessoas. Estigmas são marcas internas na alma da pessoa, são tatuagens na alma.
Co 10:4-5
A nossa luta é espiritual .
A maioria das ninfomaníacas, adictas, viciada em sexo, usam tatuagens de borboletas.
Representação Simbólica. E cuidamos da alma.
Conscientemente a borboleta representa liberdade, mas inconscientemente ela pode e na maioria das vezes representa LIBERDADE SEXUAL, e em alguns caso abusos sexuais sofridos.
"Dorme menina e acorda mulher!
A fase intermediária entre a lagarta e a borboleta se chama NINFA de onde se deriva a palavra NINFETA.
E o que é uma NINFOMANÍACA!?
Como já dito antes uma mulher viciada em sexo. Uma eterna ninfeta, uma "eterna" adolescente que se veste, que fala, que se comporta, inclusive sexualmente, na cama, como uma adolescentes, popularmente chamadas de "PIRIGETES", "PUTINHAS".
A palavra piriguete deriva de piranha, e significa pequena piranha.
Defini-se piranha com uma mulher que gosta de sugar o "sangue", suor do trabalhador, que gosta de morder a carne, que gosta de cometer o pecado da carne, que gosta de levar e ter vida fácil, sem trabalhar e sem estudar!
Normalmente tem o estigma de Piranha as prostitutas de bordeis de cidades as margens dos rios, ou litorâneas, das áreas de mangezais, próximo ao encontro de um rio com o mar.
Traduza-se pirigete por pequena puta, PUTINHA!
A tatuagem interior que cola socialmente são chamadas de estigma social.
Um estigma social pre-formata, determina, define, todo o comportamento da pessoal estigmatizada, tatuada na alma.
Para onde a pessoa vai o estigma vai com a pessoa.
Existe um ditado em minha cidade, Santarém-Pa: "uma vez piriguete, sempre piriguete.!"

Para Goffman, estigma é uma relação entre atributo e estereótipo, e tem sua origem ligada à construção social dos significados através da interação. A sociedade institui como as pessoas devem ser, e torna esse dever como algo natural e normal. Um estranho em meio a essa naturalidade não passa despercebido, pois lhe são conferidos atributos que o tornam diferente.

Para entender melhor: 

Estigma (Stigmata) trailer
https://www.youtube.com/watch?v=vrAfiEM30nk
Estigma (Stigmata) - Evangelio según Jesuscristo
https://www.youtube.com/watch?v=crcbE1nmgXM
Episódio 1: Esteriótipo da piriguete
https://www.youtube.com/watch?v=CFuJKPkjKWE
Estigma Social
https://www.youtube.com/watch?v=OFMWWs2s5MY
Estigmas de Cristo - Documental (History Chanel)
https://www.youtube.com/watch?v=loCbBHvGhCs
Estigma, Goffman, alguns conceitos
https://www.youtube.com/watch?v=UQ7kZVM2WgE
Estigma e Discriminação: Ciclo de Videoaulas GDE 2012/2013
https://www.youtube.com/watch?v=8-YE7T0xTo0
Estigma social: implicações e estratégias de redução - IV Congresso Internacional sobre Drogas
https://www.youtube.com/watch?v=4wZ9ZwH5zB0
Estigmas sociologia. Geekers e Gamers
https://www.youtube.com/watch?v=tXD2hhs1vew

Estigma, Goffman, alguns conceitos versão 
https://www.youtube.com/watch?v=VVjOkxSgr_I

 

terça-feira, 16 de junho de 2015

Política Energética na Amazônia - por Joilson José Costa

Política energética na Amazônia



INTRODUÇÃO – APRESENTAÇÃO


A Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e o Movimento Tapajós Vivo realizaram, no dia 5 de junho, de 15h as 19h, no auditório Wilson Fonseca, do Câmpus Rondon, a palestra com o Engenheiro Eletricista Joilson José da Costa sobre a política energética brasileira e suas implicações para a Amazônia. Também foram abordados temas como potencialidades das energias renováveis descentralizadas da matriz energética brasileira. Na ocasião será lançada a campanha “Energia para a Vida”.
O evento foi realizado por meio de parceria entre a Pró-Reitoria da Cultura, Comunidade e Extensão (Procce) e o Movimento Tapajós Vivo, que luta em defesa da soberania dos povos da Amazônia, pela vida do rio Tapajós e direitos das populações tradicionais e contra a implantação do Complexo Tapajós, projeto do Governo Federal que pretende construir 7 barragens no rio Tapajós, o que, de acordo com os coordenadores do movimento, “causará destruição e violações dos direitos das populações”.

DESENVOLVIMENTO

A energia tem sido tratada especificamente como um subtema da nona diretriz do programa (sustentabilidade) dos governos estaduais, mas outras diretrizes também apresentam propostas nesta área. Como exemplos podemos citar a implantação de um Programa Nacional de Parques Tecnológicos contemplando, entre outros, a bioenergia; a melhoria constante da infraestrutura necessária aos serviços relacionados à energia e o apoio à energia alcoolquímica e aos projetos de melhorias de gestão de energia, em especial na indústria e no setor de serviços. A energia é citada ainda como um dos aspectos a serem ampliados e dinamizados nas organizações (sic) internacionais das quais o Brasil faz parte.

Segundo dados oficiais a oferta interna de energia no Brasil no ano de 2012 chegou a 283,6 milhões de toneladas equivalentes de petróleo², o que representou um crescimento de 4,1%, bem acima da variação do PIB, que foi de apenas 2,3% neste ano. Observa-se que ainda há uma forte participação de fontes não renováveis na composição da matriz energética brasileira (cerca de 58%), com o petróleo e seus derivados respondendo por cerca de 40% de toda a matriz.
Vale dizer que o gás natural, o petróleo e seus derivados vêm tendo um forte aumento em sua participação na matriz energética, o que consequentemente faz com que o setor energético aumente significativamente sua contribuição na emissão de gases de efeito estufa, que em 2012 ficou na casa dos 429 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente, representando 29,4% do total de 2,07 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente ³ emitidas pelo Brasil neste ano.
No que diz respeito ao consumo de energia, a figura 1 ilustra a repartição ao longo do ano de 2012.



O palestrante propõe um item específico sobre energia apresentada como uma espécie de “base” para as diretrizes da área o estímulo a uma economia de baixo carbono e a reorientação da matriz energética com o fortalecimento do tripé Planejamento, Gestão e Regulação.
No que diz respeito à configuração da matriz elétrica o palestrante propõe que a mesma contemple as várias fontes de energia, com a valorização da diversidade de fontes e das características regionais na redefinição da matriz; a ampliação do uso das energias solar e eólica e o incentivo à microgeração distribuída.
O palestrante ainda ressaltou a importância de se especificar bem o que sejam energias “limpas”, de que as hidroelétricas sejam um fonte limpa é completamente equivocado, mas que também há um senso comum equivocado de que as outras energias como solar e eólicas por exemplo sejam energias completamente limpas é equivocado, a energia solar tem o problema das baterias, que precisam ser recicladas.

Quando se fala em “energia limpa”, não estamos falando de um tipo de geração de energia que não cause nenhum impacto ambiental, pois, até o momento, esse sonho ainda não se tornou realidade. Na verdade, a energia limpa refere-se àquela fonte de energia que não lança poluentes na atmosfera e que apresenta um impacto sobre a natureza somente no local da instalação da usina. Entre as formas de energia que atendem a esses requisitos estão: energia eólica, energia solar, energia maremotriz, energia geotérmica, energia hidráulica e energia nuclear.

O palestrante informou que acha completamente sem nexo o program de energia nuclear do governo federal.
Todas essas formas de energia causam impactos ambientais, mesmo que sejam mínimos, porém, não interferem na poluição em nível global.
Agora, quando falamos em energia necessária para a movimentação dos veículos, a energia limpa refere-se àquela que não contribui de maneira significativa para a quantidade de carbono (mais especificadamente dióxido de carbono (CO2)) na atmosfera e, consequentemente, não intensifica o efeito estufa e não agrava o problema do aquecimento global. Entre elas, podemos citar a biomassa  (biocombustível) que o palestrante informou que não é tão limpa assim, o etanol e o biodiesel.



Sobre a energia solar, é aquela que usa os painéis solares com células voltaicas, cujo principal componente é o silício, captam a energia do sol que pode ser usada em residências para aquecer a água e ambientes, além de, de forma indireta, produzirem energia elétrica. A informação do palestrante foi a de que na Europa os países utilizam bem melhor potencial que a natureza nos oferece do que nós brasileiros que estamos situados na zona equatorial onde a incidência de raios solares é bem maior.





Entre os impactos ambientais, temos os que ocorrem somente na extração e no processamento do silício.
Infelizmente o custo da instalação desse tipo de geração de energia ainda continua elevado, não sendo acessível para a maioria da população. Mas o custo da construção dos painéis solares vem diminuindo e, com o tempo, o gasto inicial é compensado pela economia na conta de energia elétrica convencional. A proposta final para a implementação deste tipo de energia aqui na região, proposta minha, é que se faça como no nordeste, os prórprios particulares sejam os primeiros a darem o exemplo.
Sobre a energia eólica informou que instalam-se eólias, isto é, hélices presas em um pilar, que captam a energia mecânica produzida pelos ventos para transformá-la em energia elétrica. A instalação desse tipo de usina pode causar alteração na paisagem, poluição sonora, interferência em transmissões de rádio e televisão, além da ameaça aos pássaros. É um tipo de energia muito usada nos países do norte da Europa e também já é muito utilizada no nordeste do Brasil.



A respeito do governo da presidenta Dilma o palestrante tem o seguinte pensamento: "O programa da atual presidente trata a energia mais como propaganda do que já foi feito do que como área a ser ainda melhorada. Ao longo de todo o programa é possível identificar, não sem um pouco de esforço, apenas duas propostas claras para o setor: a manutenção da matriz elétrica hidrotérmica, complementada por eólica, solar e biomassa; e a continuidade do processo de expansão do parque gerador das hidroelétricas e transmissores para garantir a segurança do suprimento e a modicidade tarifária, com prioridade à ampliação e modernização do parque já instalado de transmissão de energia e sua expansão.”

Já em relação à energia elétrica especificamente, a tabela abaixo demonstra sinteticamente o balanço entre a oferta e o consumo no ano de 2012, constatando o enorme índice de perdas (cerca de 16%) de energia elétrica no Brasil, o que em parte é decorrência do crescimento relativo da oferta (4,4%), superior ao crescimento relativo do consumo (3,8%), tomando como referência os valores de 2011. Em que medida tal diferença poderia ser justificada mais pela segurança energética do que pela ineficiência no planejamento e no uso da eletricidade em nosso país?

 Energia Elétrica no Brasil em 2012 (Valores em TWh ⁴)

Oferta Interna de Energia: 592,8
Consumo Final: 498,4
Perdas (técnicas e comerciais): 94,4
Quanto à capacidade de geração de energia elétrica, informações da Agencia Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL)⁵ indicam que o Brasil possui um total de 3.159 empreendimentos em operação, totalizando cerca de 128,3 mil MW de potência instalada, distribuídos como ilustrado.


Matriz 2012
Da composição da matriz elétrica brasileira, entre tantas questões, gostaríamos de chamar atenção para três em especial:

1) Participação considerável de fontes térmicas (cerca de 28%). Aqui não podemos deixar de dizer que o aumento do uso ⁶ (e da contratação) de capacidade instalada de fontes térmicas contribui, por um lado, para tornar a matriz elétrica mais poluente – com um aumento de 30% nas emissões de gases de efeito estufa entre 2006 e 2013 -, e por outro lado, para um encarecimento do custo da energia gerada, que acaba sendo repassado ao consumidor. Uma vez que não falta ao Brasil alternativas de geração mais sustentáveis, limpas e baratas: por que aumentar a poluição e os custos da energia gerada ao mesmo tempo?

2) A ainda irrisória participação da energia solar fotovoltaica, que, com seus menos de 10 MW de capacidade instalada, nem chega a ser relacionada no gráfico. A partir desta subutilização, não podemos deixar de perguntar: porque o planejamento energético brasileiro continua “fechando os olhos” para o enorme potencial de geração de energia que o sol oferece ao Brasil? Por que tal “cegueira” é maior ainda em relação ao potencial que a força das marés e do oceano oferece ao Brasil (estimado em mais de 100 mil MW)?

3) A participação da mini e micro geração distribuída de energia solar, com 94 empreendimentos listados, com uma potência instalada total de 1.662,93 kW. Apesar de tal participação também ainda ser irrisória na composição da matriz elétrica, a mesma pode ser considerada positiva se levarmos em conta que estamos apenas a dois anos da regulamentação desta forma de geração pela ANEEL. Você sabia que já pode tornar-se um “gerador” de energia elétrica e não apenas diminuir os gastos com sua conta, mas também contribuir com a matriz e consequentemente com o suprimento de energia no Brasil?

O palestrante apontou o esgotamento da capacidade de investimentos da Petrobrás como um dos riscos do investimento prioritário na exploração do Pré-Sal, sugerindo em seguida que a mesma reduza seus custos e riscos através de parcerias com outras empresas petrolíferas mundiais com experiência nesta área. Por outro lado aponta como alternativa à sua exploração o aumento no uso dos biocombustíveis, o gás de xisto, novo fôlego ao PROÁLCOOL, o aumento da eficiência dos motores atualmente utilizados e adoção dos automóveis elétricos, híbridos e das bicicletas como meios de locomoção.

O palestrante defende a eficiência energética – inclusive com a proposta de tornar mandatória a lei 10.295/2002 (Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia); a ampliação da oferta de energia sem ampliação das emissões de gases de efeito estufa; aponta o tráfego ferroviário eletrificado como uma opção ao setor de transporte e reassume posição contrária à energia nuclear, defendendo uma possível desativação das usinas Angra 1 e Angra 2.
O palestrante defende ainda a energia solar como a fonte mais importante para o Brasil, falando em prover com energia solar fotovoltaica e aquecimento solar de água 1 milhão de casas; e na substituição do atual acordo nuclear Brasil-Alemanha por um programa de cooperação solar. Na fala do palestrante “a Alemanha está a cem anos na nossa frente”

Na sua fala o autor deixou perceber os seguintes pontos:
  • Ampliar a participação de energia renovável na matriz energética brasileira, através da energia eólica, solar, biomassa (principalmente da cana-de-açúcar).
  • Acelerar a implementação de sistemas distribuídos de geração de energia, estimulando investimentos mediante incentivos tributários e tarifários.
  • Realizar avaliação ambiental estratégica e integrada para os novos aproveitamentos hidroelétricos, particularmente os localizados na bacia Amazônica, com ampla divulgação e participação social.
  • Criar incentivos e metas para a melhoria da eficiência energética em todas as etapas, principalmente entre as indústrias energo-intensivas.
  • Destinar parte dos recursos obtidos a partir da exploração do pré-sal para o desenvolvimento de tecnologia de geração elétrica a partir de fontes renováveis de energia.
  • Articular universidades, agências de fomento à ciência e tecnologia e centros de pesquisa públicos e privados para aumentar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de equipamentos de geração de energia a partir de fontes renováveis, principalmente a solar aqui na região.
  • Reduzir o consumo absoluto de combustíveis fósseis.
  • Descentralizar e democratizar a geração e o armazenamento de energia.
  • Alinhar interesses de geradores, distribuidores e consumidores, para que haja aumento de eficiência e redução do consumo e das perdas de energia, permitir que os protutores particulares de energia de geradores possam vender a energia excedente que produzem.
  • Criar mecanismos de expansão do mercado livre de energia a fim de permitir que os pequenos produtores e consumidores também possam negociar livremente todas as condições comerciais de seu suprimento.
  • Precificar as emissões de CO2 no setor energético e trabalhar por sua redução.

CONCLUSÃO

Sabe-se que o conceito de “ENERGIA RENOVÁVEL” é conferido às fontes provenientes de recursos que são naturalmente “reabastecidos” e que o mesmo é dependente de uma escala temporal e dos padrões de utilização dos recursos. Partamos então desta compreensão.
Pelo menos até recentemente fomos educados na compreensão de que a água seria um recurso infinito, de tão abundante que era até bem pouco tempo. Tal compreensão em si, aliada a uma esquisita cultura de desperdício que teima em reinar em nosso país, formaram (ou talvez ainda formem) uma combinação perfeita para um padrão de consumo da água extremamente perdulário.
Se de fato tal recurso fosse infinito talvez não houvesse problemas no crescimento constante na curva do consumo. O problema é que a realidade mostra que não é. Senão vejamos o consumo e o valor da água “mineral”. Portanto, e levando em consideração que alguns reservatórios servem não apenas para gerar energia elétrica, mas também para abastecimento de água para a população, uma primeira problematização seria: faz sentido continuar considerando as águas das hidrelétricas como recurso renovável em um contexto que se necessita cada vez mais de água para o consumo humano e outros usos?
“Mas a água dos reservatórios é naturalmente reposta pelo ciclo hidrológico” diria a imensa maioria. O problema é que uma afirmação deste tipo, na qual o palestrante também aprendeu a acreditar ainda no ensino fundamental, está em flagrante conflito com a realidade atual. Aparentemente há algo de errado com a atual “escala temporal” de reposição da água em alguns lugares, bem como com a capacidade de armazenamento do que ainda chega aos reservatórios. Este parece ser o grande problema.
O palestrante acredita que outro problema não esteja relacionar a esta mudança do ciclo hidrológico, mas sim às mudanças que o clima vem sofrendo e para as quais vários estudiosos no mundo todo vêm alertando há anos. Chega a ser irônico que a matriz mais prejudicada atualmente no Brasil (hidrelétrica) seja justamente uma das que menos contribui para a emissão de gases de efeito estufa. E chega a ser insano que o governo brasileiro esteja remediando a situação, pelo menos por enquanto, aumentando o uso justamente da que mais polui (termelétrica), contribuindo assim para agravar ainda mais as mudanças climáticas, que continuarão alterando ainda mais o ciclo hidrológico! O palestrante não se mostra plenamente favorável expansão das hidroelétricas, o que no meu pensar é algo batido, pois o interesse da união prevalecerá sobre todos os outros, estaduais e municipais, pois a Energia é um ponto estratégico para este governo, é só lembrarmos que foi a própria Dilma quem resolveu, ou ao menos amenizou o problemas dos apagões nos nosso grandes centros urbanos.
Quando será que perceberemos (e aceitaremos) que a água está cada vez menos sendo “naturalmente reabastecida” nos reservatórios? Como continuar considerando uma fonte “renovável” sem essa característica? Mesmo que o problema não atinja regiões que até o momento continuam com seus reservatórios em níveis razoáveis (Sul e Norte), a dúvida permaneceria uma vez que o conceito de renovabilidade nada tem a ver com localização geográfica, mas com o recurso em si.

Já está mais do que na hora do governo brasileiro deixar de ser acomodado com a conveniência de aproveitar o enorme potencial hidráulico brasileiro, que no atual contexto de mudanças climáticas estudos sérios deveriam apontar tendência de diminuição, e construir um verdadeiro e sério plano de investimento em outras formas de gerar energia elétrica, como as que utilizam o vento, o sol e até as marés e o oceano, este último um pouco mais “difícil” de “secar”.
Em termos de potenciais estes três recursos, no Brasil, ultrapassam em muito nossos rios. Logo, este não é um problema.

REFERÊNCIAS:

http://energiaparavida.org/crise-hidrica-a-renovabilidade-da-matriz-hidreletrica-em-risco/

O Sairé e a Lenda do Boto - Uma análise Psico-social - The Sairé and the Legend of Boto - A Psycho-social analysis


Música
Quando boto virou gente
Pra dançar num puxirum,
Quando boto virou gente
Pra dançar num puxirum,
Trouxe o “olho”, trouxe a “flecha”,
Trouxe até muiraquitã.
E DANÇOU A NOITE INTEIRA
COM A BELA CUNHANTÃ (pré-adolescente).

Um grande mistério na roça se faz:
Fugiu cunhantã com o belo rapaz!...
... E o boto, ligeiro, nas ondas sumiu,
Deixando a cabocla na beira do rio...

Se alguém lhe pergunta:
“Quem foi teu amô?”
Cabocla responde:
“Foi boto, sinhô!”


O que é uma cunhantã!? Um menina, criança, pré-adolescente. E o boto manteve reelação sexual com uma menor de 14 anos!? Mas isto não caracteriza estupro presumindo!?

O que é o puxirum!? Um reunião, um encontro para celebrar, um ritual, da fertilidade da terra, da deusa da fertilidade, ou das "deusas"!? para promover a produção agrícola.
Boto cor-de-rosa: uma lenda da época da escravidão

Introdução

A lenda do boto tem sua origem na região amazônica (Norte do Brasil). Ainda hoje é muito popular na região e faz parte do folclore amazônico e brasileiro.

O que diz a lenda

De acordo com a lenda, um boto cor-de-rosa sai dos rios nas noites de festa junina. Com um poder especial, consegue se transformar num lindo jovem vestido com roupa social branca. Ele usa um chapéu branco para encobrir o rosto e disfarçar o nariz grande. Com seu jeito galanteador e falante, o boto aproxima-se das jovens desacompanhadas, seduzindo-as. Logo após, consegue convencer as mulheres para um passeio no fundo do rio, local onde costuma engravidá-las. Na manhã seguinte volta a se transformar no boto.

Cultura popular

- Na cultura popular, a lenda do boto era usada para justificar a ocorrência de uma gravidez fora do casamento.

- Ainda nos dias atuais, principalmente na região amazônica, costuma-se dizer que uma criança é filha do boto, quando não se sabe quem é o pai.

No cinema


Filme Ele, o Boto - 1987

https://www.youtube.com/watch?v=bwQrU5si3WY


- A lenda do boto foi transformada num filme em 1987. Com o título de Ele, o boto, o filme tem no elenco Carlos Alberto Riccelli, Cássia Kiss e Ney Latorraca. A direção é de Walter Lima Junior.

Foi muito interessante perceber como o boto para não morrer por causa do crime e se livrar da pena, se joga ao rio para lá ficar escondido, melhor dizendo fica na dele e se submeta ao jogo das deusas, feitiçeiras, bruxas que o manipulam. Muita das vezes o boto se torna o "ricardão" no jogo social, sempre que o marido delas viajam o boto esta lá para satisfazer o desejo delas pois elas são movidas pelo, na realidade elas usam o sexo como forma de poder e de manipulação.

Bem típico de bruxas negras, psicopatas, que induzem e sugestionam as meninas, as cunhãs, já adolescentes, para manterem relações como os adultos, maneira indireta, para continuar manipulando os homens.

Qdo alguma coisa dá errado, como a gravidez, lógico, botam a culpá no boto. O ruim é quando o menino cresce e fica perceptível que os traços fisionómicos são completamente diferentes dos do pai.

Outro problema que pude perceber é que as meninas são iludidas de que com o tempo tudo irá se resolver, que que as adultas irão a ajudar, a maioria fica estigmatizadas como piriguetes para o resto da vida e qdo se tornam adultas que não servem mais ao jogo elas são jogadas a própria sorte, é então quando a ficha cai, mas ai já e tarde demais e elas teem que se virar sozinhas, muitas delas passa a ser distratas e espancadas pelos homens. E o ciclo se inicia todo de novo...
O Sairé portanto é uma festa indígena para celebra a sensualidade, a sexualidade e a fertilidade.

Para os caboclos e para os "brancos", a realidade deve ser outra, só que é muito comum durante a festa relacionamentos de homens adultos com adolescentes na cidade, não vê quem não quer.

Por que o conselho tutelar permite a apresentação de crianças e pré-adolescentes no festival!?

Vcs viram a propagando do Sairé deste ano, 2011, aparece uma menina de uns dez anos sendo seduzida e seduzindo um boto.

É muito sem noção!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Por que o boto usa no puxirum um muiraquitã!? Quem deu a ele!?

Qual o verdadeiro significado muirauqitã!? Virilidade masculina ou submissão!? Permissividade sexual!?

As camadas (dimensões) do muiraquitã.
1ª - Sorte

2ª - Virilidade (Hipersexualidade - Ninfomania)

3ª - Permissividade (Liberdade Sexual - Liberalidade)

4ª - Dominação Feminina (Feminismo Roxo - Animista)

5ª - NARCISISMO MEGALOMANO.
 
A Lenda – Segundo a lenda mais comum, os verdadeiros Muiraquitãs são filhos da Lua retirados do fundo de um imaginário lago denominado Espelho da Lua, Iaci-uaruá, na proximidade das nascentes do rio Nhamundá, perto do qual habitavam as índias Icamiabas, nação das legendárias mulheres guerreiras que os europeus chamaram de Amazonas (mulheres sem marido). 

O lago era consagrado à Lua, pelas Icamiabas, onde anualmente realizavam a Festa de Iaci, divindade mãe do Muiraquitã, que lhe oferecia o precioso amuleto retirado do leito lacustre. 

A festa durava vários dias, durante os quais as mulheres recebiam índios da aldeia dos Guacaris, tribo mais próxima das Icamiabas, com os quais mantinham relações sexuais e procriavam. 

A lenda também diz que, se dessa união nascessem filhos masculinos, estes seriam sacrificados, deixando sobreviver somente os de sexo feminino. Depois do acasalamento, pouco antes da meia-noite, com as águas serenas e a Lua refletida no lago, as índias nele mergulhavam até o fundo para receber de Iaci os preciosos talismãs, com a configuração que desejavam, recebendo-os ainda moles, petrificando-se em contato com o ar, logo após saírem d’água. Então os presenteavam aos Guacaris com os quais se acasalavam, o que os faria serem bem recebidos onde os exibissem, além de dotar outros poderes mágicos ao amuleto.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Muiraquit%C3%A3http://www.abrasoffa.org.br/folclore/lendas/muiraquita.htm
O que os casais, principalmente de adultos com adolescentes vão fazer lá durante a noite!? Tomar banho de rio, será!? É muito fácil você perceber isso durante os dias do festival, principalmente depois que acaba a festa. Será que lá ocorre a metamorfose, em os homens adultos se transformam em botos!? E essa estória de magia!? Isto me faz lembrar bebida alcoólica. Será que as meninas já estão completamente alcoolizadas quando elas atravessam para a ilha!? Será que isso é turismo sexual?!


O Turismo Sexual em Slter do Chão

"Estou muito feliz e honrada pela divulgação de minha querida cidade Alter do Chão. Ela é realmente tudo isso que a minha conterrânea Maria Soledade falou. Sobre a praia da Priquita sinto informar que não é mais permitido fazer nudismo, pois Alter do Chão estava se tornando destino de turismo sexual. Alguns políticos da região percebendo todo esse movimento de turistas, principalmente europeu, tratou logo de acabar com esta pouca vergonha já que algumas meninas nativas estavam se prostituindo nas redondezas. Outro fator que ajudou acabar foi o fato de que nos rios da amazônia existe uma espécie de verme que em contato com a genitália desnuda, se hospedam no canal urinário em busca de iodo da urina. Hoje a praia da priquita foi cercada e seu nome foi mudado, já que este tinha uma conotação pejorativa. Mas continuamos de braços abertos para receber qualquer pessoa que queira realmente fazer um turismo ecológico, nossa mais forte vocação"
http://bolcidades.nafoto.net/photo20100301094155.html 
  A Organização Mundial do Turismo (OMT) (1995) define o turismo sexual como “viagens organizadas dentro do seio do setor turístico ou fora dele, utilizando no entanto as suas estruturas e redes, com a intenção primária de estabelecer contatos sexuais com os residentes do destino”. Ryan (2001) por sua vez, entende que se trata de um tipo de turismo onde “o motivo principal de pelo menos uma parte da viagem é o de se envolver em relações sexuais. Este envolvimento sexual é normalmente de natureza comercial“.



O que pretendo desenvolver neste texto está diretamente ligado à lenda do boto. Porém meu objetivo é extrair dessa crendice algo que ela mascara.
"Sabe-se que em povoados ribeirinhos da Amazônia é costume o pai iniciar sexualmente suas filhas menores. Essa prática é aceita por aquelas comunidades. Trata-se de uma combinação de pedofilia e incesto e pode ensejar as justificativas para a lenda do boto. O grande peixe dos rios da Amazônia."


Praticas e representações sociais entre jovens: um estudo sobre a importância das matrizes de cultura, família e religião, em Santarém, Pará
…. No entanto, em Alter do Chão, o aumento do número de meninas que engravidam deixando de criar seus filhos, faz com que a comunidade já tenha uma geração de filhos sem pais diretamente responsáveis por eles. A liberdade sexual, uma herança cultural de muito tempo entre os boraris, como alguns dizem, pode contribuir para que cresça o numero de filhos de lares sem a figura masculina. Para muitos de meus informantes, falta nas famílias a figura paterna já que muito dos homens da vila, abandonam o lar para montar outros lares, perdem empregos em função do vicio ou mesmo tenham a característica de serem pouco perseverantes em seus compromissos. A mulher em Alter do Chão sempre é lembrada com bravura, pela preocupação de trazer o sustento para dentro de casa, ainda que não abandone seus momentos de lazer, folia e outros relacionamentos amorosos que acabam com o aumento do número de filhos para sustentar...
Associado a este tema, em Alter do Chão, os casamentos registrados em cartório ou consagrados pela Igreja são pouco freqüentes. A grande maioria das pessoas quando manifestam interesse mútuo acabam juntando seus pertences e passam a constituir família. Outra peculiaridade é que os relacionamentos amorosos se dão muito entre famílias. Primos que casam entre si, tios e sobrinhas, homens mais velhos com jovens adolescentes parecem ser práticas comuns...


Filme as Seduções de um Boto





O Boto - O Sedutor " O boto não dorme no fundo do rio"

https://www.youtube.com/watch?v=ZxvVgN9CvAA&list=PLVtCIWhGYaUNn3ZNvUpbP0YRgZCPtkv3z&index=9



O que diz o texto da Scielo na íntegra.

A INTERDIÇÃO E OS VÍNCULOS ATUAIS

Wilson Klain

“Uiara”. Esse é o nome do deus dos rios e protetor dos peixes. Assim os índios chamam o boto cor de rosa. 

Mas os "botos" cor de rosa têm uma particularidade: adoram festas. Principalmente as festas juninas: esperam cair a noite, saem da água, transformam-se em humanos (ou, dizem alguns, meio humanos – a metade de baixo humana), sempre usam chapéu para ocultar o rosto e passeiam nas cidades. Quando chegam a alguma festa em aldeias ribeirinhas, vão entrando lentamente, comportando-se de maneira tímida, quietinhos, envergonhados, sempre muito educados. Isso até a primeira bebida. Os botos têm uma resistência sobre-humana à bebida.

Antes do amanhecer, porém, eles têm que voltar para a água, pois o sol os transforma em botos outra vez.

Geralmente são bonitos e simpáticos e dançam muito bem. Como são muito namoradores, costumam levar as donzelas mais bonitas às margens do rio e as engravidam. 

Quantas e quantas vezes as moças grávidas de pai desconhecido revelaram para seus pais e amigos que foram engravidadas pelo boto...!
Eis a lenda! Singela e mansa. 

O que pretendo desenvolver nessa manhã está diretamente ligado à lenda do boto. Porém meu objetivo é extrair dessa crendice algo que ela mascara.
Sabe-se que em povoados ribeirinhos da Amazônia é costume o pai iniciar sexualmente suas filhas menores. Essa prática é aceita por aquelas comunidades. Trata-se de uma combinação de pedofilia e incesto e pode ensejar as justificativas para a lenda do boto. O grande peixe dos rios da Amazônia. 

A advogada Maíra Barreto , doutorada em direitos humanos pela Universidade de Salamanca e estudiosa de infanticídio indígena indica que o mito do boto serviria para encobrir os autores de muitas das gestações infantis que ocorrem nessa região. Isso pode indicar que muitos dos filhos de boto são frutos de incesto.

Na Psicanálise, exatamente em Totem e Tabu , vemos Freud construir um mito: o assassinato do pai da horda primitiva.

Esse pai primevo possuidor de todas as mulheres expulsava os filhos à medida que cresciam.

Ele exercia o excesso.
Concentrava a potência da comunidade usando-a e lançando os demais – fêmeas e prole – à experiência da impotência, da exclusão, da marginalização e, até da morte.

O violento pai primevo era temido e invejado por cada um dos filhos. Mas, certa vez, os filhos expulsos retornaram e, juntos, o mataram e, num banquete totêmico, devoraram o pai.

Porém o assassinato torna esse pai, que até então era presença, em onipresença; que era potência, em onipotência; que era ciência, em onisciência. O pai primevo que habitava o mesmo espaço dos filhos agora passa a habitar os filhos.

Não nos esqueçamos do banquete totêmico: o pai primitivo foi devorado. E esta comunhão torna os filhos portadores dos atributos paternos.

O pai primevo nos habita!

A dívida contraída com o assassinato será, então, honrada mediante o culto à instituição simbólica da proibição do incesto e será transmitida de geração em geração. Ou seja, o que será transmitido é a lei do desejo, da interdição do incesto e da castração. Enfim, o controle do excesso, até então protagonizado pelo pai primitivo.

Mas um crime é um crime. Um pecado de origem. E, tal como um pecado original, impõe ao pecador uma mácula. Por isso a civilização fará o possível para mascarar sua origem fundada nesse crime coletivo do parricídio.

Uma das formas de se ocultá-la será a criação de mitos em que a coletividade criminosa é substituída pelo herói individual capaz de realizar a proeza de dar ao seu povo – seus irmãos – a experiência de liberdade sem onerá-los com a culpa. 

Freud postula que a culpa pelo assassinato do pai odiado e amado leva ao arrependimento e a uma dívida para com o ele: " O pai morto tornou-se mais forte do que o fora vivo”. Esse é o preço do assassinato!

O que até então era interditado despoticamente pela existência física do pai passa a ser proibido pelos próprios filhos, a partir de um pacto entre eles. Assim nascia a civilização.

A coesão grupal dar-se-á pela partilha do ódio e o desejo de matar, juntamente com a culpabilidade e o arrependimento.

Desse modo, os membros desse novo clã, os assassinos, fortalecem os laços de identidade. Nascia a fraternidade amalgamada com civilização.

Diferente do pai primevo, o pai é, portanto, a expressão da ausência do pai primevo. E é sobre esta ausência que se faz a cultura, a moralidade e a religião. Por isso dizemos que o pai é o representante desse rompimento com a natureza, expressão de um vazio. 

Um vazio regulado pela lei.

A lei que busca garantir que o caos da horda não volte a se instalar. Mas que ao mesmo tempo é o indicativo de que esse estado primitivo é sua outra face.

Notemos que, a lenda do boto nos apresenta essa dimensão. Herdada dos indígenas, a comunidade ribeirinha, portanto civilizada, não só adota a lenda como também torna o ato transgressor um costume. Esse, livre de qualquer reflexão crítica e punição.

Mais do que isso, o que sabemos pelos relatos é que os pais de meninas entendem que têm poder sobre o corpo das filhas, deflorando-as. Para encobrir tal ato a comunidade ecoa frases, que tornaram-se populares e que justificam o ato e autorizam a onipotência: “quem planta a bananeira tem direito a comer o primeiro fruto".

Não se trata apenas da ação desses pais, mas da comunidade que diante de tal prática cala-se e não reage, afirma Maria do Carmo Modesto , coordenadora de projetos de defesa da família brasileira.

Desse modo, os discursos e práticas civilizatórios tentam escamotear as origens imorais e agressivas das éticas que fundamentam a solidariedade.

Apossar-se do corpo das jovens, é um ato violento. A maneira de escamotear a esse crime é a geração de lendas, expressões populares que repetidas formam a liga social e escondem a verdadeira ação.

Tanto o dito popular, quanto a lenda do boto, oferece a máscara para o ato violento. E ao mesmo tempo buscam afastar o caos.

Muitos de nós não partilhamos dessa crença em torno do boto, muito menos praticamos a pedofilia, muito menos entendendo-a como direito do pai. Por isso, podemos verificar o ato violento e a expressão de indiferenciação entre os envolvidos.

Com isso posso afirmar que a lenda do boto, neste caso, é a expressão do vínculo social nessa comunidade e que tem por fundamento a violência, a agressividade. 

Uma agressividade manifestada pela ausência de expressão das individualidades. 

Aliás, a supressão da individualidade é marca indelével de qualquer ato violento.
Trata-se do retrato do caos. Não exatamente o caos primordial, pois esse não retornará como tal. Mas a ameaça manifestada na angústia de cada sujeito de ser confrontado sem qualquer mediação, ou seja, sem a lei.

Eis aqui mais uma boa consequência da lei: a instauração do outro, da alteridade. A mediação gera o outro.

Assim, o sujeito tal como o podemos pensar e conceber hoje é produto, também, dessa agressividade original, do ato odioso dos primitivos. 

Como já indiquei acima, é no mesmo ato que se funda o sujeito e a cultura, sendo esta efetivada por uma comunidade de iguais e não por um núcleo centralizado de poder. 

A maneira: a interdição da expressão desse ódio. Sabemos que a repressão é um expediente de conservação mais eficaz que qualquer outro. Mas, como sabemos também, falha.

O que lhes apresentei até agora não se trata de outra coisa senão a compreensão psicanalítica do início. Início da civilização e do humano que o sustenta. Uma espécie de acordo contra o caos, tal como o esbocei. 

Mas o pacto civilizatório é da ordem da cultura, não se trata de uma condição biológica. Por isso precisa ser lembrado e permanentemente promovido. O pacto é sempre um processo inconstante e contraditório, submerso em uma tensão permanente das forças pulsionais. 

Mas, quando um comportamento estabelecido culturalmente tem sua força afrouxada o que se observa é um aumento da pressão do seu representante interno, ou seja, um aumento da proibição psíquica, uma espécie de contrapeso. É isso que se tem observado nas sociedades modernas.

Seria ingenuidade pensar numa base isenta de agressividade e ódio, considerando, como já afirmei há pouco. Assim, indicamos que a agressividade é estruturante e uma de suas expressões é a violência. É algo inerente ao homem e não há como, simplesmente, livrarmo-nos dela. É necessário encontrar formas de inseri-la, de metabolizá-la. A agressividade, expressa por vezes em gestos de violência é a expressão do crime mascarado.

Como sabemos, Freud desenvolve seu pensamento em torno da idéia de uma sexualidade reprimida no próprio sujeito. Descobre que a possibilidade de reversão deste quadro era justamente pela fala do paciente. Era pela possibilidade do reconhecimento, por meio da expressão do desejo reprimido.

Embora Freud tenha tratado de outros pacientes com outras patologias, eles não expressavam as preocupações da sociedade dos primórdios do século XX.
Em meio às turbulências morais, próprias da tensão entre desejo e interdição, e a angústia do caos sempre dando seus sinais, o homem se percebe sem apoio, sem referencias, não se reconhecendo no olhar do outro, a falta de governantes em quem possa depositar a expectativa de representabilidade e outras perdas profundas, tudo isso fragiliza o pacto social. O que se pode esperar?

Na verdade, como se sabe, nem o parricídio e a culpa pelo crime, nem alguma rivalidade entre irmãos, nem, o que é mais decisivo, a persistência da inveja da onipotência paterna, afinal comungamos desse pai despótico, serão passíveis de uma inteira metabolização. Este será o dote, a herança de cada um de nós da qual nunca nos poderemos descartar definitivamente. 

Herdamos a onipotência paterna. Isso também não foi, nem será definitivamente metabolizado. 

Diante do quadro que se nos apresenta nosso tempo, muitos desejam a presença do pai despótico. Mas precisamos do pai como lembrança, e não como presença. É preciso reconhecer o pai morto!

Diante da única alternativa proposta pelo pacto, qual seja, a interdição do desejo, o que podemos pensar é que trata-se da sua extinção. O homem sem desejo seria mais feliz!”

De modo algum! A extinção do desejo é a extinção da dualidade constitutiva. Ela só existe no sonho sonhado. No sonho relatado pode-se viver a tensão entre o desejo e o pacto. 

Para isso podemos pensar em outra função para a interdição.

A interdição existe para ser transgredida! 

Como?

Ora, o que fazemos aqui hoje? Não estamos transgredindo? Não estamos desafiando nossas crenças? Nossos valores? Nosso progresso moral não se dá na e pela transgressão das normas vigentes?

Pois bem. Essa é a gramática das trocas sociais da civilização. 

A Psicanálise é uma transgressão. Uma transgressão que dá-se pela mediação da fala. 

A fala é a condição para existir o momento psicanalítico e o que entendemos por desenvolvimento. Alias desenvolver nada mais é do que um ato transgressivo: desenvolver é a transgressão do envolvimento. Envolvidos plenamente em nossos posicionamentos paralisamos. Des-envolver. Por isso não basta coibir o incesto: é preciso regular as trocas e sustentar as ofertas. A economia libidinal precisa ser atendida. A economia libidinal não pode ser represada, por isso a repressão é eficaz, mas mão definitiva.

Enfim, não há, nem haverá um extermínio do mal. Devemos considerar que todos os impulsos que a cultura proíbe encontram-se entre os impulsos primitivos que nos constitui.

A transformação dos impulsos primitivos na direção de algo socialmente valorizado é possível. Para tanto são recrutadas forças e fatores internos e externos. É justamente nesse aspecto cotidiano, das práticas menores e persistentes, que encontramos a força de reposição coletiva desses males. Isso quer dizer que nossos espaços de troca precisam ganhar em diálogo. 

A melhor maneira de compreender o que proponho é justamente retomar a lenda do boto.

A transgressão na sua forma mascarada pela lenda vem nos ganhando por meio da mídia ou dos trabalhos científicos a respeito. Há ainda ações de mediação popular que não implicam necessariamente a aplicação da pena civil, mas a fala.

Quando nos chega às mãos o trabalho da referida advogada ou da coordenadora de projetos de defesa da família brasileira podemos pensar que alguma elucidação está acontecendo em torno desse mal.

Nossa função, portanto, é encontrar pontos no tecido social, sobre os quais nossa proposta de tornar fala o ato possa ganhar terreno e produzir algum sentido.

Trata-se, em outras palavras, de uma alternativa ao narcisismo, ao egoísmo cruel, próprio desses impulsos primitivos. Essa alternativa está no pacto social quando fornece a todos e a cada um uma boa razão para abrir mão de sua satisfação imediata e construir uma passagem ao campo participado.

Encerro minhas palavras com uns versos que encontrei nessas andanças para construir esse texto. Trata-se de um poema de Antonio Juraci Siqueira, poeta popular Paraense. 


O Boto - Série "Juro que vi" - Folclore Brasileiro

https://www.youtube.com/watch?v=1r5W7Ym2Jog&index=11&list=PLVtCIWhGYaUNn3ZNvUpbP0YRgZCPtkv3z 

 


EU, O BOTO
Eu venho de um mundo
que tu não conheces;
--do onde, do quando,
do nunca, talvez...

Eu venho de um rio
perdido em teus sonhos,
um rio insondável
que corre em silêncio
entre o ser e o não ser.


Eu venho de um tempo
que os homens não medem,
nenhum calendário
registra os meus dias.
sou filho das ondas
que gemem na praia,
sou feito de sombras
de luz, de luar
e trago em meu rosto
mandinga e mistério
e guardo em meus olhos
funduras de um rio.

Cuidado, cabocla!
cuidado comigo
que eu sou sempre tudo
que anseias que eu seja:
--teus ais, teus segredos
tua febre e teu cio...

Se em noites de lua
sentires insônia
e a fome de sexo
queimar tuas estranhas,
a sede de beijos
tua boca secar
e em brasa teu corpo
meu corpo exigir,
contigo estarei
na rede de encanto
cativo nas malhas
da teia do amor.

E quando teus olhos
fitarem meus olhos,
e quando meus lábios
teus lábios tocarem,
e quando meus braços
laçarem teu corpo,
e quando meu ser
em teu ser penetrar
só então saberás
quem sou e a que vim.

E assim que a semente
do amor, do desejo,
vingar em seu ventre
gerando outro ser,
não mais estarei
contigo. Somente
a minha lembrança
permanecerá
boiando nas águas,
barrentas, confusas
de tua memória
cansada, febril...
--Foi sonho? -- foi fato
ninguém saberá!... 


* Esse texto foi apresentado no 12º Simpósio CEFAS e 1º Simpósio Associação Criança, em 4 de dezembro de 2010, Soracaba, SP.



 REFERÊNCIAS BIBCBLIOGRÁFICAS

BEM, Arim Soares. A Dialética do turismo sexual. Campinas:Papirus, 2005.

FIGUEIREDO, L. C., in KEHL, M. R., “FUNÇÃO FRATERNA”, RJ, RELUME DUMARÁ, 2000.
http://www.rumoatolerancia.fflch.usp.br/taxonomy_menu/9/13


KLAIN, W.; “EDUCAÇÃO: PREVENIR OU FORMAR”, disponível em http://www.psicologianocotidiano.com.br/articulistas/articulista_descri.php?id=53
_____, “O EU E A CULTURA”, DISPONÍVEL EM http://www.psicologianocotidiano.com.br/articulistas/articulista_descri.php?id=65
_____, “A HERANÇA DO DESAMPARO: um estudo Psicanalítico do conceito de desamparo na gênese da Identidade”. Dissertação de mestrado apresentado à PUC-SP, 1998.

McKERCHER, B. & BAUER, T. (2003). "Conceptual Framework of the nexus between Tourism, Romance and Sex". In: McKercher, B. & Bauer, T. (eds). Sex and Tourism: Journeys of Romance, Love and Lust. New York: Haworth Hospitality Press, pp. 3-17.

ENRIQUEZ, E., “DA HORDA AO ESTADO: Psicanálise do vinculo social.” R.J., Jorge Zahar Editor, 1990.

PELLEGRINO, H. “PACTO EDÍPICO E PACTO SOCIAL”, Pronunciamento feito após a apresentação da peça Édipo-Rei, de Sófocles, no teatro Ruth Escobar, São Paulo, SP, 8/7/83, num debate após a encenação.

RYAN, C. & HALL, M. (2001). Sex Tourism: Marginal People and Liminalities. Routledge: London.