segunda-feira, 1 de junho de 2015

O Segredo do MUIRAQUITÃ - A Invenção da Tradição das Icamiabas. As dimensões - as camadas do signo.


AS DIMENSÕES (CAMADAS DO SÍMBOLO) DO MUIRAQUITÃ




1ª - Sorte
2ª - Virilidade (Hipersexualidade - Ninfomania)
3ª - Permissividade (Liberdade Sexual - Liberalidade)
4ª - Dominação Feminina (Feminismo Roxo - Animista)
5ª - NARCISISMO MEGALOMANO.


  
Esquematicamente, um signo consiste em:
  • um conceito - ou seja, o significado (signifié)
  • uma representação visual
  • uma imagem acústica - ou seja, o significante (signifiant), ou forma fonológica em termos generativos.
Em termos simples, um signo é toda unidade portadora de sentido.
(...) signos são entidades em que sons ou sequências de sons - ou as suas correspondências gráficas - estão ligados com significados ou conteúdos. (...) Os signos são assim instrumentos de comunicação e representação, na medida em que, com eles, configuramos linguisticamente a realidade e distinguimos os objetos entre si.

SIGNO - SIGNIFICANTE - SIGNIFICADO – REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA - O Signo é, pois, uma noção complexa que designa todo o meio de encarnar a representação mental de um objeto, de uma ideia, de um desejo, a fim de os tornar transmissíveis sob a forma de mensagem. Portanto, é o Signo aquilo que representa uma coisa diferente de si.

Em linguistica dizemos que o desenho da casa é um signo linguistico, que ele é o

significante da casa real que temos na nossa cabeça, pois ele esta no lugar da casa real

que é o significado.

Por exemplo:

1) ♥ = “amor” - o desenho do coração é o significante, e o significado é o

sentimento mais nobre que nós humanos possuímos chamado: AMOR;

2) Em Direito dizemos que o cliente é o representado (o significado) e o advogado

é o respresentante legal (o significante).

Quem é o nosso representante nos céus?! 



 



Ferdinand de Saussure, ao estudar o signo linguístico, aquele que é utilizado pela linguagem verbal, distinguiu dois componentes que o formam:

O SIGNIFICANTE, que é o elemento perceptível do signo e que constitui, de certo modo, uma “imagem acústica” (Perspectivando Pierce, seria o Objecto (geral) e/ou o Representamen (específico)). Situa-se no plano da forma/continente (isto é da sua parte material, da linguagem); e
O SIGNIFICADO, que não é uma coisa, mas a representação mental dessa coisa. É o conceito. (Em comparação com a teoria Pierciana, podem imaginar que seja o Interpretante). Situa-se no plano do conteúdo (portanto da mensagem, da interpretação).
Para melhor entenderem, vamos lá ver um exemplo que melhor mostrará a correspondência entre Significado e Mensagem e entre Significante e Linguagem:
Imaginem que João experimenta um sentimento de amor em relação a Maria; Esse sentimento é o conteúdo potencial de uma mensagem mas, enquanto não for expresso, não constitui um elemento de comunicação. Esse sentimento, mensagem virtual, imaterial, é o significado que João pode exprimir através de palavras – “amo-te” –, que é um significante linguístico –, através de gestos ou manifestações (significantes não-verbais). O signo é, portanto, não apenas a expressão “amo-te”, ou os gestos (Significantes) mas, igualmente, o sentimento expresso.

O Significante e o Significado, formando, assim, o Signo, uma entidade psíquica com duas faces, a combinação do conceito (Significado) e a imagem acústica (Significante) e a essa relação, Saussure denominou-a de SIGNIFICAÇÃO, isto é, o acto que une o significante ao significado e que constitui um elemento essencial do signo.Tomemos como exemplo, o tal ramo de rosas que vos expus na aula:

Faço o ramo significar o meu afecto, a minha paixão. Existirá aqui, apenas um Significante (as rosas) e um Significado (o meu afecto/a minha paixão)? Não! Aqui, apenas existem as rosas “passionalizadas”. Essas rosas, carregadas de paixão (Signo), se deixam, perfeita e justamente, decompor em rosas (Significante) e em paixão (Significado).

Tomemos outro exemplo - “Uma pedra negra”:
Posso fazê-la significar de várias maneiras. Ela é um simples Significante. Mas se a carrego de um significado definitivo (condenação à morte, por exemplo, num voto anónimo), ela tornar-se-á um Signo. Portanto a Significação é o processo/o como dar significado ao significante.

SIGNO LINGUÍSTICO - A definição clássica de signo é algo que é usado, referido ou tomado no lugar de outra coisa (aliquid pro aliquo). A palavra signo, portanto, pode abarcar desde os "signos naturais", também chamados de índices ou sintomas, como as nuvens carregadas e a fumaça, que indicam (são índices de) chuva e fogo, respectivamente; até os signos substitutivos (ícones), como a maquete de um edifício, a planta de uma casa ou o retrato de uma pessoa e os símbolos (a bandeira de um país, a suástica, a estrela de David, etc.



 

O "símbolo" é um elemento essencial no processo de comunicação, encontrando-se difundido pelo quotidiano e pelas mais variadas vertentes do saber humano. Embora existam símbolos que são reconhecidos internacionalmente, outros só são compreendidos dentro de um determinado grupo ou contexto (religioso, cultural, etc.). Ele intensifica a relação com o transcendente.

 

A INVENÇÃO DA TRADIÇÃO - Por tradição podemos entender o conjunto dos testemunhos e práticas conservados ou desaparecidos, de uma antiguidade tal que não se pode determinar facilmente sua origem e localização. A tradição serve como reforço de legitimidade às práticas atuais de forma que se pode determinar a moral e a validade de determinadas circunstâncias ou comportamentos.

Para Hobsbawn nem todas as tradições possuem um origem distante, indeterminada, antiga. Muitas delas são inventadas, recentes e formalmente institucionalizadas. Para justificar sua hipótese apresenta vários exemplos de tradições ‘inventadas’ principalmente entre os britânicos.

Neste sentido a tradição inventada tem objetivos ideológicos, legitimadores das relações de status nas sociedades de classe. Veja sua definição:

Por “tradição inventada” entende-se um conjunto de práticas, normalmente reguladas por regras tácitas ou abertamente aceitas; tais práticas, de natureza ritual ou simbólica, visam inculcar certos valores e normas de comportamento através da repetição, o que implica, automaticamente; uma continuidade com o passado. Hobsbawn (p. 9).

É preciso fazer uma distinção entre tradição e costume. Essa diferenciação é essencial visto que a tradição produz resistência, pois sua característica maior é a invariabilidade. O costume já age de forma oposta, visto que é aberto e possível de mudança, “sua função é dar a qualquer mudança desejada (ou resistência a inovação) a sanção do procedente...” (p.10).

Como as tradições estão diretamente ligadas ao passado, e é o passado consuetudinário ou não quem transmite o conteúdo simbólico da validade e legitimidade do que se quer impor, estabelecer, determinar e fixar como essencial tornar-se necessário que toda nova tradição inventada utilize elementos antigos e de significado forte para o grupo ou comunidade onde ele vai ser imposto.

Hobsbawn (p. 17) relaciona três tipos de tradições inventadas após a Revolução Industrial com seus objetivos, hoje extremamente perceptíveis:

1. As que estabelecem coesão social ou critérios para admissão em um grupo ou comunidade;

2. As que têm como objetivo principal legitimar as instituições e o status nas relações de classe;

3. As que socializam e inculcam as idéias de um sistema de valores e padrões de comportamento.

Inventadas ou não as tradições estão diretamente ligadas à memória, tanto coletiva quanto individual e se constituem num link de identidade e de sentimento de pertença, mesmo que essa identidade e pertença seja fruto de uma manobra ideológica.






Muiraquitã é o nome que os índios dão a pequenos objetos, geralmente representando uma rã (perereca), trabalhados em pedra de cor verde, jadeíta ou nefrita, podendo existir em outros minerais e de outras cores.






Os muiraquitãs – comuns em forma de rãs e, mais raramente, de aves, peixes e outros animais – eram fabricados quase sempre em pedras verdes, como jadeítas, nefritas e amazonitas. Utilizados como pendentes, aparecem também adornando toucados femininos em estatuetas cerâmicas de Santarém. Envoltos em lendas, os muiraquitãs são desde longa data considerados poderosos amuletos contra toda sorte de malefícios. Ao que tudo indica, Santarém foi o seu centro de produção, embora haja uma dispersão considerável de peças desse tipo, talvez em conseqüência de extensas redes de trocas e de difusão ideológica. Essas redes alcançaram a região caribenha onde são encontrados artefatos produzidos em Santarém.


Muiraquitã (do tupi mbïraki'tã, " das árvores", "nó das madeiras", de muyrá ou mbyra, "árvore", "pau", "madeira" e quitã, "nó", "verruga", "objeto de forma arredondada"),1 para os índios brasileiros do Baixo Amazonas, é um artefato talhado em pedra (na maior parte das vezes feito a partir do jade, pela cor esverdeada) ou madeira, representando pessoas ou animais (uma , peixe, tartaruga, por exemplo), ao qual são atribuídas as qualidades sobrenaturais de amuleto, sendo presenteado aos visitantes. Também é conhecido pelos nomes de pedra-das-amazonas e pedra-verde.




A lenda afirma que o muiraquitã era oferecido como presente pelas guerreiras Icamiabas (que significa "mulheres sem marido") aos homens que visitavam anualmente a sua taba, na região do Rio Nhamundá. Uma vez por ano, durante a festa dedicada à lua, as Icamiabas recebiam os guerreiros Guacaris, com os quais se acasalavam como se fossem seus maridos. À meia- noite, elas mergulhavam nos rios e traziam às mãos um barro verde, ao qual davam formas variadas: de sapo, tartaruga e outros animais, e presenteavam seus amados. Retirado ainda mole do fundo do rio e moldado pelas mulheres, o barro endurecia ao contato com o ambiente. Os objetos eram, então, enfiados em tranças de cabelos das noivas, e usados como amuleto pelos guerreiros. Até hoje, o Muiraquitã é considerado objeto sagrado, e acredita-se que traz felicidade, sorte e também cura a quase todas as doenças a quem o possui . 


A Lenda dos filhos da Muiraquitã – Segundo a lenda mais comum, os verdadeiros Muiraquitãs são filhos da Lua retirados do fundo de um imaginário lago denominado Espelho da Lua, Iaci-uaruá, na proximidade das nascentes do rio Nhamundá, perto do qual habitavam as índias Icamiabas, nação das legendárias mulheres guerreiras que os europeus chamaram de Amazonas (mulheres sem marido). 

O lago era consagrado à Lua, pelas Icamiabas, onde anualmente realizavam a Festa de Iaci, divindade mãe do Muiraquitã, que lhe oferecia o precioso amuleto retirado do leito lacustre. 

A festa durava vários dias, durante os quais as mulheres recebiam índios da aldeia dos Guacaris, tribo mais próxima das Icamiabas, com os quais mantinham relações sexuais e procriavam. 

A lenda também diz que, se dessa união nascessem filhos masculinos, estes seriam sacrificados, deixando sobreviver somente os de sexo feminino. Depois do acasalamento, pouco antes da meia-noite, com as águas serenas e a Lua refletida no lago, as índias nele mergulhavam até o fundo para receber de Iaci os preciosos talismãs, com a configuração que desejavam, recebendo-os ainda moles, petrificando-se em contato com o ar, logo após saírem d’água. Então os presenteavam aos Guacaris com os quais se acasalavam, o que os faria serem bem recebidos onde os exibissem, além de dotar outros poderes mágicos ao amuleto.

MUIRAQUITÃS NA FICÇÃO

 


Conforme o livro Macunaíma, de Mário de Andrade, as índias icamiabas (“mulheres sem maridos”), mulheres guerreiras que habitavam o baixo Amazonas, ofertavam o muiraquitã aos índios da tribo mais próxima, os guacaris, depois do acasalamento, na Festa de Iaci (Festa da Lua Cheia), divindade-mãe do muiraquitã. A mística do presente oferecido aos índios visava a encorajar a fidelidade a elas e para que, ao exibirem-no, fossem respeitados, pois presentear um índio com um muiraquitã representava o ato sexual consumado entre uma Icamiaba e um índio. As icamiabas compunham uma sociedade rigorosamente matriarcal e se dessa união nascessem filhos masculinos, estes seriam sacrificados, deixando sobreviver somente os de sexo feminino.
Em As Aventuras de Benjamim: o Muiraquitã, de Camila Franco, Marcela Catunda e Blantina Franco, Benjamim usa um muiraquitã (um fruto de guaraná) que concede desejos para encontrar seu pai perdido, e depois encontra uma Iara que distribui pedras de jade no formato de bichos para índias. Ao receber um muiraquitã, Benjamim se transforma em um guerreiro.
No jogo eletrônico brasileiro Aritana e a Pena da Harpia do estúdio Duaik, baseado na mitologia indígena brasileira os muiraquitãs são itens coletáveis que concedem acesso às fases bônus do jogo

IARAS

Suyane como uma sereia - Novela Mutantes



Iara ou Uiara (do tupi 'y-îara, "senhora das águas") ou Mãe-d'água, segundo o folclore brasileiro, é uma linda sereia que vive no rio Amazonas, sua pele é parda, possui cabelos longos, verdes e olhos castanhos.



LENDA - Lendas são histórias contadas de geração para geração verbalmente, e, comumente, sofrem variações.

  Em uma delas, cronistas dos séculos XVI e XVII registraram que, no princípio, o personagem era masculino e chamava-se Ipupiara, homem-peixe que devorava pescadores e os levava para o fundo do rio. No século XVIII, Ipupiara vira a sedutora sereia Uiara ou Iara. Pescadores de toda parte do Brasil, de água doce ou salgada, contam histórias de moços que cederam aos encantos da bela Iara e terminaram afogados de paixão. Ela deixa sua casa no leito das águas no fim da tarde. Surge sedutora à flor das águas: metade mulher, metade peixe, cabelos longos enfeitados de flores vermelhas. Por vezes, ela assume a forma humana e sai em busca de vítimas.






O poeta Olavo Bilac compôs o poema A Iara em que descreve a sereia.4
Vive dentro de mim, como num rio,
Uma linda mulher, esquiva e rara,
Num borbulhar de argênteos flocos, Iara
De cabeleira de ouro e corpo frio.
Entre as ninféias a namoro e espio:
E ela, do espelho móbil da onda clara,
Com os verdes olhos úmidos me encara,
E oferece-me o seio alvo e macio.
Precipito-me, no ímpeto de esposo,
Na desesperação da glória suma,
Para a estreitar, louco de orgulho e gozo...
Mas nos meus braços a ilusão se esfuma:
E a mãe-d'água, exalando um ai piedoso,
Desfaz-se em mortas pérolas de espuma.

SEREIAS - Sereia (do grego antigo: Σειρῆνας) é um ser mitológico, parte mulher e parte peixe (ou pássaro, segundo vários escritores e poetas antigos). É provável que o mito tenha tido origem em relatos da existência de animais com características próximas daquela que, mais tarde foram classificados como sirénios.

 Filhas do rio Achelous e da musa Terpsícore, tal como as harpias, habitavam os rochedos entre a ilha de Capri e a costa da Itália. Eram tão lindas e cantavam com tanta doçura que atraíam os tripulantes dos navios que passavam por ali para os navios colidirem com os rochedos e afundarem. Odisseu, personagem da Odisseia de Homero, conseguiu salvar-se porque colocou cera nos ouvidos dos seus marinheiros e amarrou-se ao mastro de seu navio, para poder ouvi-las sem poder aproximar-se. As sereias representam na cultura contemporânea o sexo e a sensualidade.

Na Grécia Antiga, porém, os seres que atacaram Odisseu eram na verdade, retratados como sendo sereias, mulheres que ofenderam a deusa Afrodite e foram viver numa ilha isolada. Se assemelham às harpias, mas possuem penas negras, uma linda voz e uma beleza única.
Algumas das sereias citadas na literatura clássica são:
Segundo a lenda, o único jeito de derrotar uma sereia ao cantar seria cantar melhor do que ela.
Em 1917, Franz Kafka escreveu o seguinte no conto O silêncio das sereias:
As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que seu canto: seu silêncio.




Dríade - Dríades ou Dríadas, (Sereias) na mitologia grega, eram ninfas (ninfetas - ninfomaníacas) associadas aos carvalhos. De acordo com uma antiga lenda, cada dríade nascia junto com uma determinada árvore, da qual ela exalava. A dríade vivia na árvore ou próxima a ela. Quando a sua árvore era cortada ou morta, a divindade também morria. Os deuses frequentemente puniam quem destruía uma árvore.


A palavra dríade era também usada num sentido geral para as ninfas que viviam na floresta.

As ninfas de outras árvores são chamadas de hamadríade.

AFRODITE A DEUSA DO AMOR (SEXO LIVRE – HIPERSEXUALIDADE) - Afrodite (em grego antigo: Ἀφροδίτ, transl. Aphrodítē) é a deusa do amor, da beleza e da sexualidade na mitologia grega. Outros atributos incluem: deusa da fertilidade, do prazer e alegria. Historicamente, seu culto na Grécia Antiga foi importado da Ásia, influenciado pelo culto de Astarte, na Fenícia, e de sua cognata, a deusa Ishtar dos acádios. Ambas eram deusas do amor, e seus atributos e rituais foram incorporados no culto grego a Afrodite. Na era romana, seria a vez de Afrodite ser a influência, dando origem à sua equivalente romana, a deusa Vênus. De acordo com a Teogonia, de Hesíodo, ela nasceu quando Cronos cortou os órgãos genitais de Urano e arremessou-os no mar; da espuma (aphros) surgida ergueu-se Afrodite. Os principais mitos envolvendo a deusa são: a saga da Guerra de Troia, em cujo início e desfecho ela teria tido participação ativa, protegendo a cidade de Troia e os amantes Helena e Páris; sua perseguição a mortais que a ofenderam, como Psiquê e Hipólito; as bênçãos dadas a fiéis como Pigmaleão para viverem com suas amadas; e seus diversos casos amorosos, como Ares e Adônis.

 
 

Afrodite recebeu vários epítetos, principalmente porque seus cultos variavam em cada cidade grega. Recebeu os nomes de Citere ou Citereia (Cytherea) e Cípria (Cypris) por dois locais onde seu culto era célebre na Antiguidade, Citera e Chipre - cada um deles alegando ser o local de nascimento da deusa. Afrodite ainda recebia muitos outros nomes locais, como Acidália e Cerigo, utilizadas em regiões específicas da Grécia. Mesmo com os cultos diferentes, os gregos reconheciam a semelhança geral entre todas como sendo a única Afrodite.



Afrodite, juntamente com Apolo, representa a obsessão dos gregos pela beleza ideal. Ela foi constantemente reproduzida nas Artes, da Antiguidade à Idade Contemporânea, dada a oportunidade dos artistas reproduzirem a beleza suprema. Nos dias atuais, seu mito continua exercendo influência na cultura, e muitas vertentes do neopaganismo voltaram a lhe prestar culto.



ETIMOLOGIA DE AFRODITE - A pronúncia arcaica (homérica) do nome Ἀφροδίτη era aproximadamente [ˌapʰroˈdiːtɛː]. No grego koiné esta pronúncia se tornou [ˌafroˈdiːtɛː], passando posteriormente para [ˌafroˈditi] no grego bizantino, devido ao fenômeno do iotacismo (erro de escrita em manuscritos gregos). A etimologia do nome não é conhecida com segurança. Hesíodo o associou a ἀφρός (aphros), "espuma", interpretando-o como "erguida da espuma". Esta origem, no entanto, foi classificada como etimologia popular por diversos autores, e diversas outras etimologias especulativas, muitas derivadas de idiomas não gregos, foram sugeridas por estes autores. O indo-europeísta Michael Janda (2010) considera genuína a conexão com "espuma", identificando o mito de Afrodite se erguendo das águas após Cronos derrotar Urano como um mitema do período proto-indo-europeu. De acordo com esta interpretação, o nome seria derivado de aphrós (espuma) e déatai ([ela] parece ou brilha - no infinitivo) déasthai ), significando "aquela que brilha da espuma [do oceano]", uma alcunha também atribuída à deusa da alvorada (Eos). J.P. Mallory e D.Q. Adams (1997) também propuseram uma etimologia baseada na ligação com a deusa indo-europeia da alvorada, a partir de *abhor- (muito), e *dhei, (brilhar).



Diversas etimologias especulativas não gregas foram sugeridas por acadêmicos. A ligação com a religião fenícia alegada por Heródoto (I.105, 131) levou a tentativas inconclusivas de se derivar o Afrodite grego com um Aštoret semita, através de uma hipotética transmissão hitita. Outra etimologia semita compara o assírio barīrītu, nome de um demônio feminino encontrado em textos babilônicos médios e tardios. O nome provavelmente significaria "aquela que (vem) no alvorecer", o que identificaria Afrodite em sua personificação como a estrela d'alva, um paralelo importante que ela partilha com a Ishtar mesopotâmica.
Outra etimologia não grega sugerida por M. Hammarström8 aponta para o etrusco, comparando (e)pruni (senhor), uma denominação honorífica etrusca que passou para o grego na forma prítane (em grego: πρύτανις). Isto faria com que a origem do teônimo fosse uma expressão honorífica, "a senhora". O linguista sueco Hjalmar Frisk, no entanto, rejeita esta etimologia, considerando-a "implausível". O Etymologicum Magnum apresenta uma pseudo-etimologia medieval que explicaria o nome Aphrodite como derivado do composto ἁβροδίαιτος, habrodiaitos ("aquela que vive delicadamente"), de ἁβρός, habros + δίαιτα, diaita - explicando a alternância entre b e ph como uma característica "familiar" do grego, "obviamente [derivada] dos macedônios."

VÊNUS – A DEUSA SOA AMANTES DO SEXO LIVRE - No período helenístico, a cultura grega dominou a Macedônia, a Síria e o Egito. Assim, há uma predominância das artes e ciências gregas no mundo ocidental. Mais tarde, com a expansão de Roma, cada um dos reinos daqueles territórios foi absorvido pela nova potência romana. Antes disso, porém, os próprios romanos adotaram traços da cultura grega, e mais tarde do helenismo, daí a cultura grega ser depois perpetuada pelo Império Romano. Os romanos apropriaram Afrodite para si durante a conquista das cidades gregas do sul da Itália peninsular, como Pesto, e, em seguida, na Sicília, onde a deusa foi venerada em Siracusa. Vênus pode ter sido a deusa sucessora de uma divindade etrusca em um ponto muito cedo na história romana. No entanto, o conceito romano de Vênus e seus mitos são baseados nas obras literárias da mitologia grega em relação a Afrodite. Vênus é um substantivo latino que significa amor sexual ou desejo sexual.

Foram os romanos que fizeram da divindade também uma deusa militar, além da beleza, do amor, da fertilidade e da sedução. Na mitologia romana, ela é a mãe divina de Eneias, o ancestral do fundador de Roma, Rômulo. Em Roma, ela era venerada em um templo no Capitólio. Júlio César foi um dos imperadores que adotou Vênus como sua protetora. Seu mês sagrado era abril, porque era quando as flores abriam ou floresciam. O Venerália, sua festa, começou no dia primeiro de abril, e murta e rosas eram suas flores sagradas.
O monte Érix, na Sicília, foi um local de importante culto a Vênus no período romano. Pompeia também foi um importante local de culto a Vênus nesse período, sendo seu nome oficial Colônia Cornélia Venéria dos Pompeanos (Colonia Cornelia Veneria Pompeianorum), indicando a importância de Vênus como guardiã da cidade.



Um culto romano a Vênus foi estabelecido em Cartago, durante os estágios iniciais da Segunda Guerra Púnica entre Roma e Cartago. Após a derrota terrível dos romanos na Batalha do Lago Trasimeno, o oráculo sibilino sugeriu que a estátua Ericina (Vênus) que estava em Erice, ainda em território cartaginês, fosse tomada de modo a persuadir Erice a mudar sua lealdade de Cartago para Roma. Em 217 a.C., os romanos tomaram Erice e com a cidade capturaram uma imagem da bela deusa. De acordo com o mito da fundação de Roma, Vênus era uma protetora divina de seu filho Eneias, por isso a chegada da estátua pode ter sido interpretada uma espécie de regresso a casa. Na Eneida, Vênus leva Eneias ao Lácio em sua forma celeste, como a estrela da manhã mais proeminente, brilhando diante dele no céu amanhecer.
Sexta-feira, que em italiano é venerdì, é o dia da semana consagrado a Vênus. Venerdì nos vem do latim Morre Veneris. Vênus também passou a ser identificada com a deusa germânica Freia (Friijo), portanto, sexta-feira (Friday) em inglês.



NASCIMENTO - Afrodite, segundo algumas versões de seu mito, teria nascido perto de Pafos, na ilha de Chipre, motivo pelo qual ela é chamada de "Cípria", especialmente nas obras poéticas de Safo. Seu principal centro de culto era exatamente em Pafos, onde haviam sido cultuadas desde o início da Idade do Ferro as deusas Ishtar e Astarte. Outras versões do mito, no entanto, afirmam que a deusa teria nascido próximo à ilha de Citera. A ilha era um entreposto comercial e cultural entre Creta e o Peloponeso, portanto estas histórias podem ter preservado traços da migração do culto de Afrodite do Levante até a Grécia continental.



Na versão mais famosa do seu nascimento narrada por Hesíodo, ela teria surgido através de uma castração: Cronos teria cortado os órgãos genitais de seu pai Urano e os arremessado para dentro no mar. A espuma surgida da queda dos genitais na água, que alguns autores identificaram como sendo esperma, teriam fecundado Tálassa, personificação do mar, e dessa espuma originou-se Afrodite e outros seres como as Meliádes e Erínias.36 Nas palavras de Hesíodo, "o pênis (...) aí muito boiou na planície, ao redor branca espuma da imortal carne ejaculava-se, dela uma virgem criou-se."37 Esta virgem se tornou Afrodite, flutuando até as margens sobre uma concha de vieira. Esta imagem, de uma "Vênus erguendo-se das águas do mar" (Vênus Anadiômene38 ), já totalmente madura, foi uma das representações mais icônicas de Afrodite, celebrizada por uma pintura muito admirada de Apeles, já perdida, porém descrita na História Natural de Plínio, o Velho.



Segundo Homero e outros autores, ela seria filha de Zeus e Dione, a deusa das ninfas cujo oráculo situava-se em Dodona. A própria Afrodite é por vezes referida como "Dione", que parece ter sido uma forma feminina de "Dios", o genitivo de Zeus em grego, e poderia apenas significar "a deusa", de maneira genérica. A própria Afrodite seria então uma equivalente de Reia, a mãe-terra, e que Homero teria deslocado para o Olimpo. Alguns estudiosos levantaram a hipótese de um panteão proto-indo-europeu, no qual a principal divindade masculina (Di-) representaria o céu e o trovão, e a principal divindade feminina (forma feminina de Di-) representaria a terra, ou o solo fértil. Depois que o culto a Zeus tomou o lugar do oráculo situado no bosque de carvalhos em Dodona, alguns poetas o teriam transformado em pai de Afrodite. 


NINFETAS
  
PERSONALIDADE - Afrodite nunca foi criança, sendo constantemente retratada nascendo já adulta, nua e bela. Nos mitos, é normalmente retratada como vaidosa, sedutora, charmosa, uma amante fervorosa que, quando amava, o fazia incondicionalmente. No Hino Homérico de número 6 dedicado a Afrodite, Homero narra que em todo lugar que a deusa pisa com seus pés delicados as flores nascem. Homero também relata uma Afrodite bastante maternal, chegando a se sacrificar pelo seu filho Eneias, entrando em combate para protegê-lo. Em mitos posteriores, ela passou a ser retratada como temperamental e facilmente ofendida, vingando-se e punindo mortais como Psiquê. Embora seja casada, Afrodite é um das poucas deusas do panteão que é freqüentemente infiel ao marido.

PROTEGIDOS DA DEUSA DO MUIRAQUITÃ - Afrodite, como os demais deuses, apadrinhou alguns personagens na mitologia; essa proteção ocorreu com indivíduos onde o amor e a beleza - atributos de Afrodite - se destacavam. O amor proibido de Páris e Helena garantiu a esta a simpatia da deusa até depois do fim da guerra de Troia; graças a Afrodite, Menelau perdoou Helena pela traição e eles se reconciliaram. Um dos seus abençoados mais famosos foi Pigmaleão, um escultor e rei de Chipre, que se apaixonou por uma estátua que esculpira ao tentar reproduzir a mulher ideal. Ele havia decidido viver em celibato em Chipre por não concordar com a atitude libertina das mulheres dali, que haviam dado fama à mesma como lugar de cortesãs. Afrodite, apiedando-se dele e atendendo a seu pedido, não encontrando na ilha uma mulher que chegasse aos pés da que Pigmaleão esculpira, em beleza e pudor, transformou a estátua numa mulher de carne e osso, com quem Pigmaleão casou-se e, nove meses depois, teve uma filha chamada Pafos, que deu nome à ilha.

 

Além de sua proteção aos amantes e apaixonados, a deusa protegeu membros da sua família, mesmo os distantes como sua neta Ino, que ela salvou da ira de Hera transformando-a em ave. Afrodite também concedeu beleza às Coronides, duas filhas de Órion, depois da morte da mãe delas. De forma semelhante, ela cuidou das filhas órfãs de Pandareus, um favorito de Deméter que foi transformado em pedra após tentar roubar bronze do templo de Zeus. Suas filhas, Cleodora e Mérope, que ficaram também órfãs de mãe, foram protegidas por Afrodite, que cuidou delas e as sustentou. Entretanto, quando Afrodite foi falar com Zeus para garantir um casamento feliz para as meninas, elas foram levadas pelas Erínias.


ICAMIABAS
Icamiabas ou iacamiabas (do tupi i + kama + îaba, significando "peito partido" ) é a designação genérica dada a índias que, segundo o folclore brasileiro, teriam formado uma tribo de mulheres guerreiras que não aceitavam a presença masculina . Compunham uma sociedade rigorosamente matriarcal, caracterizada por mulheres guerreiras sem homens, ou ainda mulheres que ignoravam a lei. O termo designaria também um monte nas cercanias do rio Conuris (no atual território do Equador). Esta lenda teria dado origem, no século XVI, ao mito da presença das lendárias Amazonas na região Norte do Brasil. Em A Amazônia Misteriosa de Gastão Cruls, lê-se:
Aí existe mesmo, já nas cabeceiras do rio, a serra Itacamiaba, que por muito tempo se quis ter como o habitat da famosa tribo, e cujo nome deturpado para icamiaba, foi também empregrado como sinónimo de Amazonas”
 
Quando o conquistador espanhol Francisco de Orellana 5 desceu o rio pelos Andes em busca de ouro, o rio ainda era chamado de Rio Grande, Mar Dulce ou Rio da Canela, por causa das grandes árvores de canela que existiam ali. A belicosa vitória das icamiabas contra os invasores espanhóis foi tamanha que o fato foi narrado ao rei Carlos V, o qual, inspirado nas antigas guerreiras ou amazonas, batizou o rio de Amazonas. Amazonas é o nome dado pelos gregos às mulheres guerreiras.
Os relatos de Orellana afirmam que a tropa fora advertida da existência desses índias antes mesmo de entrar em contato com elas. Orellana descreveu-as como mulheres altas e brancas, que andavam nuas e portavam apenas o arco-e-flecha, habitavam casas de pedra e acumulavam metais preciosos. O mito motivou os exploradores espanhóis a batizar o atual rio Amazonas, até então sem nome.




A NINFOMANIA DAS ICAMIABAS
NINFOMANIA - APETITE SEXUAL EXCESSIVO – HIPERSEXUALIDADE - DESEJO SEXUAL HIPERATIVO (DSH) - OU NINFOMANIA (EM MULHERES) E SATIRÍASE - é um transtorno sexual caracterizado por um nível elevado de desejo e atividade sexual a ponto de causar prejuízos na vida da pessoa. Trata-se de um tipo de vício com sintomas compulsivos, obsessivos e impulsivos, e seu tratamento é similar ao de outros tipos de dependências. A prevalência está em torno de 5%, sendo mais comum em homens, porém a dificuldade dos participantes em assumirem o problema por questões morais e sociais indicam que a frequência deve ser maior.




 
ETIMOLOGIA - Ninfomania deriva das palavras gregas "nýmfi" (νύμφη): "ninfa" e "manía" (μανία): "loucura", "fúria", "ódio". Na mitologia grega ninfas e sátiros eram espíritos da natureza famosos por sua beleza e sexualidade exacerbada. Diversas ninfas ficaram famosas ao se envolverem ou serem abusadas por deuses, dando a luz a famosos heróis.
CARACTERÍSTICAS - Só é classificado como transtorno psicológico quando o comportamento e desejo sexual elevados prejudicam significativamente suas atividades diárias e relacionamentos afetivos. Alguns autores classificam a ninfomania e a satiríase como um tipo de compulsão. Mas atualmente é melhor classificada como um vício pois transtornos compulsivos e obsessivos (TOC) estão relacionados a atividades desagradáveis a que o indivíduo não consegue resistir e parar de pensar. Já o vício está associado a uma atividade prazerosa e dificuldade em conter impulsos. É possível também que se compulsão sexual e vício sexual sejam tratados como transtornos distintos de acordo com seus sintomas.






Popularmente acredita-se que a pessoa com hipersexualidade deseja ter atos sexuais com diversos parceiros e obtém grande prazer em todos eles, mas não necessariamente é o que ocorre. Uma pessoa considerada ninfomaníaca pode não conseguir satisfazer seus desejos sexuais e por isso sentir a necessidade de ter vários atos sexuais seguidos na tentativa de alcançar um orgasmo. O ato sexual pode ser seguido por culpa e arrependimento, o que não impede novos impulsos para outro ato, assim como nas compulsões alimentares.
Pesquisas brasileiras indicaram que a média de orgasmos é de 3 por semana entre os homens. Com base nesse dado estimou-se que mais de 7 orgasmos por semana ou mais de 15-25 horas vendo pornografia podem ser um sintoma de hiper-sexualidade. Os próprios portadores geralmente relatam sentirem preocupados e desconfortáveis com o excesso de desejo sexual e que seu tempo poderia ser melhor gasto em outras atividades mais satisfatórias e produtivas.




TIPOS - Segundo Coleman (1992) existem cinco tipos de Transtorno Sexual Hiperativo :
  • Sexo compulsivo e múltiplos parceiros;
  • Fixação compulsiva na obtenção de um parceiro inatingível;
  • Masturbação compulsiva, mesmo sem vontade ou com dor;
  • Compulsão por múltiplos relacionamentos afetivos ou;
  • Sexo compulsivo com um único parceiro.
O abuso de pornografia virtual, sexo por telefone e formas anônimas de sexo também podem ser usados para classificar sub-tipos de hipersexualidade. O abuso de objetos sexuais a ponto de causar lesões repetidas vezes também pode ser classificado como uma adicção sexual.
DIAGNÓSTICO - Existem diversas propostas médicas para diagnosticar a hipersexualidade, dentre elas uma das mais aceitas pelos psiquiatras é:
  1. A existência de fantasias sexualmente excitantes recorrentes e intensas, impulsos ou comportamentos sexuais que persistam durante um período de pelo menos seis meses e se encaixem na definição de parafilias.
  2. As fantasias, impulsos ou comportamentos sexuais causam desconforto ou comprometimento clinicamente significativo na área social, ocupacional ou outras áreas importantes.
  3. Os sintomas não encontram causa em outros transtornos, como por exemplo, no episódio maníaco.
  4. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (abuso de droga ou medicamento) ou à afecção clínica geral.  

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - É um dos sintomas da fase maníaca do distúrbio bipolar. Nesta fase, o pensamento acelerado, delírio de grandiosidade (MEGALOMANIA), impulsividade e euforia podem gerar um grande aumento no número de relações sexuais, frequentemente sem preservativo e com múltiplos parceiros. Semanas depois na fase depressiva é comum que o paciente se arrependa e sinta vergonha e culpa por seus excessos e irresponsabilidade. Doença de Pick, lesões cerebrais, sífilis e demências também podem causar um aumento na sexualidade, impulsividade e obsessão sexual além de outros comportamentos socialmente inadequados similares.

Está fortemente associado com outras adicções como alcoolismo, drogadicção, jogo patológico e compulsão alimentar. Também pode estar associado a transtornos de ansiedade, distúrbios do humor, transtorno de personalidade ou a outra disfunção sexual. Não deve ser classificada quando a hipersexualidade for causada por drogas (como metanfetaminas) ou medicamentos.

TRATAMENTO - Terapia cognitivo-comportamental ensina o paciente a controlar seus impulsos e a manter relacionamentos sexualmente saudáveis e satisfatórios não necessariamente diminuindo a frequência sexual (por exemplo pode focalizar em ensinar a pessoa a restringir seu número de parceiros sexuais, melhorar a qualidade do ato e sempre usar preservativos). Pode também ser voltada para o desenvolvimento de habilidades para lidar melhor com a ansiedade, desconforto e carência afetiva ou de assertividade (saber dizer "não" gentilmente).
Antidepressivos que regulam a serotonina (ISRS) podem ajudar a diminuir a libido, a ansiedade, os pensamentos obsessivos e aumentar o auto-controle e bom humor. Psicoterapia de casal e psicoterapia de grupo especialmente voltada para adicção sexual também tem demonstrado bons resultados.
NAS ARTES E NA CULTURA POPULAR - A ninfomania é retratada no filme "Ninfomaníaca" I e IIde Lars Von Trier. Nele, Joe, a personagem principal, conta a sua história e como conviveu com a doença desde a tenra infância.
No filme "Shame" de Steve McQueen, Michael Fassbender interpreta um satiríaco que se sente envergonhado com a própria condição.

GUERREIRAS AMAZONAS – MITOLOGIA
As Amazonas (em grego antigo Αμαζόνες, transl. Amazónes) eram as integrantes de uma antiga nação de guerreiras da mitologia grega. Heródoto as colocou numa região situada às fronteiras da Cítia, na Sarmácia. Entre as rainhas célebres das amazonas estão Pentesileia, que teria participado da Guerra de Troia, e sua irmã, Hipólita, cujo cinturão mágico foi o objeto de um dos doze trabalhos de Hércules. Saqueadoras amazonas eram frequentemente ilustradas em batalhas contra guerreiros gregos na arte grega, nas chamadas amazonomaquias.
Na historiografia greco-romana, existem diversos relatos de incursões das amazonas na Ásia Menor. As amazonas foram associadas com diversos povos históricos, ao longo da Antiguidade Tardia. A partir do período moderno, seu nome passou a ser associado com quaisquer mulheres guerreiras em geral, e hoje, o termo é frequentemente utilizado para se referir a mulheres que montam a cavalo, participando em provas de equitação em destreza ou salto.



ETIMOLOGIA - O termo amazona (em grego Αμαζών, transl. Amazón) tem uma das etimologias mais controversas da mitologia grega; existem inúmeras teorias a respeito da origem da denominação.
Entra as principais hipóteses, estaria uma provável derivação do gentílico iraniano *ha-mazan-, que significaria originalmente "guerreiras". Já outra teoria diz que o termo significa "sem seio", em grego, já que, segundo algumas versões do mito, as amazonas cortavam um dos seios para melhor manejar os arcos.
Segunda outra fonte, a etimologia folclórica que relaciona os seios é incorreta pois não há imagens ou fontes que a refiram. De origem cítia, as amazonas eram iranianas conhecidas por montar a cavalos; os jônicos, sempre ameaçados pelos persas (que eram os mais importantes dentre os iranianos), foram os primeiros a entrar em contato. Amazōn é a forma jônica para a palavra ha-mazan de origem iraniana, cujo significado é lutando junto.
No livro Matriarchat in Südchina: Eine Forschungsreise zu den Mosuo (Taschenbuch), a autora, Heide Göttner-Abendroth, revela a raiz comum da palavra Ama para a sociedade matriarcal ainda existente na China, no povoado de Moso, cujo significado é mãe, na língua local dos mosos; a palavra encontra a mesma raiz no norte da África, onde também o matriarcado existiu e os quais se auto denominavam amazigh. Por esta razão, a antiga palavra Ama tem o significado de Mãe no sentido mais estrito e no sentido figurativo denomina cultura matriarcal.



O prefixo relaciona-se também com a mitologia babilônia e sua deusa suprema, Tiamat: algumas fontes identificam-na com uma serpente do mar ou dragão. No poema Enuma Elish, o épico babilônio da criação, ela dá vida à primeira geração. Os céus e a terra são formados a partir de seu corpo dividido. Thorkild Jacobsen a Walter Burkert ambos relacionam-na com a palavar acádia para mar, tâmt'u', derivado de 'ti'amtum. Tiamat pode derivar também da palavar suméria ti, vida, e ama', mãe.'



MITOLOGIA GREGA - As amazonas teriam vivido na região do Ponto, parte da atual Turquia, próximo à costa do mar Euxino (o mar Negro). Teriam formado um reino independente, sob o governo de uma rainha, das quais a primeira teria se chamado Hipólita ("égua solta, indomada"). De acordo com o dramaturgo Ésquilo, num passado distante as amazonas teriam vivido na Cítia, no Palus Maeotis ("Lago Meótis", o atual mar de Azov), porém teriam se mudado posteriormente para Temiscira, no rio Termodonte (atual Terme, no norte da Turquia). Heródoto as chamou de Androktones ("matadoras de homens"), afirmando que no idioma cita elas eram chamadas de Oiorpata, que ele assegurava ter este significado.
Em certas versões do mito, nenhum homem podia ter relações sexuais, ou viver na comunidade amazona; porém uma vez por ano, de modo a preservar a sua raça da extinção, as amazonas visitavam os gargáreos, uma tribo vizinha. As crianças do sexo masculino que nasciam destas relações eram mortas, enviadas de volta para os seus pais ou expostas à natureza; já as crianças do sexo feminino eram mantidas e criadas por suas mães, treinadas em práticas agrícolas, na caça e nas artes da guerra.
Um cartógrafo de Londres não-identificado estabeleceu em 1770 as amazonas no norte da Sarmátia Asiática, baseado em fontes de informações literárias gregas.
Na Ilíada, de Homero, as amazonas foram chamadas de Antianeira ("aquelas que lutam como homens").



As amazonas também aparecem no mito de Jasão e os Argonautas, que teriam aportado na ilha de Lemnos, em seu caminho até a terra da Cólquida. Descobriram que a ilha era habitada somente por mulheres, governadas pela rainha Hipsípile. Deram à ilha o nome de Gynaikokratumene, palavra grega que pode ser traduzida como "reinada por mulheres". Apolônio de Rodes escreveu que as mulheres receberam Jasão e seus companheiros em formação de batalha - "Hipsípile assumiu as armas de seu pai, e liderou as tropas, estonteante em seus encantos". A jovem rainha contou então ao herói que Lemnos havia sido invadida, e todos os homens assassinados, convidando os Argonautas a tomarem os lugares dos seus falecidos esposos. Sem perceber o ardil, já que na realidade eles seriam assassinados como aqueles que os haviam antecedido, os Argonautas decidem ir embora e, enquanto velejam pelo Helesponto, para dentro do mar Euxino, ouvem: "fuja da costa amazônica, ou Temiscira logo, com rude alarme, reunirá e armará suas amazonas."
As amazonas aparecem na arte grega do período arcaico da história da Grécia, associadas a diversas lendas. Teriam invadido a Lícia, porém foram derrotadas por Belerofonte, que foi enviado para combatê-las por Ióbates, rei daquela nação, na esperança de que o herói morresse nas mãos delas, tamanha era a confiança na força das guerreiras, na época. A tumba de Mirina é mencionada na Ilíada; interpretações posterioras a viram como uma amazona; de acordo com Diodoro Sículo, a rainha Mirina teria liderado as amazonas numa vitória contra a Líbia e as górgonas.



Teriam também atacado os frígios, que foram auxiliados por Príamo, então um jovem rapaz. No entanto, anos mais tarde, próximo ao fim da Guerra de Troia, suas antigas oponentes se juntaram a ele contra os gregos, sob a rainha Pentesileia "trácia por nascimento", morta por Aquiles no Aethiopis, poema épico de Artino de Mileto que continuou a Ilíada.
Um dos doze trabalhos impostos ao herói Héracles (Hércules) por Eristeu foi o de obter a cinta da rainha amazona Hipólita. Foi acompanhado por seu amigo, Teseu, que raptou a princesa Antíope, irmã de Hipólita, um incidente que levou a uma invasão retaliatória da Ática na qual Antíope morreu, lutando ao lado de Teseu contra suas compatriotas. Em certas versões, no entanto, Teseu se casa com Hipólita, enquanto noutras casa-se com Antíope e ela sobrevive. A batalha entre os atenienses e as amazonas é frequentemente celebrado num tipo específico de arte, chamado de amazonomaquia, em baixos-relevos de mármore como os que existiam no Partenon, ou as esculturas do Mausoléu de Halicarnasso.
As amazonas também teriam empreendido uma expedição à ilha de Leuke, na foz do rio Danúbio, onde as cinzas de Aquiles teriam sido depositadas por sua mãe, Tétis. O fantasma do herói morto apareceu, assustando tanto os cavalos das guerreiras, que estas foram derrubadas e pisoteadas por eles, forçando-as a fugir. Pompeu teria encontrado-as no exército de Mitrídates IV do Ponto.


 

Biógrafos de Alexandre, o Grande mencionam a rainha amazona Taléstris, que teria visitado o grande rei macedônio e tido um filho com ele. No entanto, diversas outras fontes refutam a alegação, incluindo Plutarco que em seus escritos menciona o momento em que o comandante naval secundário de Alexandre, Onesícrito, teria lido a passagem sobre as amazonas de sua história de Alexandre para o rei Lisímaco, da Trácia, que também estava na expedição original; o rei, ao ouvir o relato, teria sorrido e dito: "E onde estava eu, então?"
A caracterização feita pelo escritor romano Virgílio da donzela guerreira volsca Camila, na Eneida, foi fortemente influenciada pelo mito das amazonas.


ARTEMIS - O PROTÓTIPO DA AMAZONAS NO FILME: 300 - A Ascensão do Império
Cenas de sexo "selvagem" de Artemis, Artemísia em 300 de Esparte













Você sabe o que uma artemisia - artemixa?!

"É uma "plantinha" que "dá" muito na beira, margem do Amazonas, que normalmente, é usada para chicotear "cavalos"!

Artemisia vulgaris - é uma das várias espécies do gênero Artemisia, também conhecida como flor-de-são-joão, erva-de-são-joão, artemísia-comum, artemísia-verdadeira, artemige, artemijo, losna, losna-brava, absinto. É nativa das regiões de clima temperado da Europa, Ásia e Norte da África. Está disseminada em todo o mundo. Trata-se de uma planta aromática, herbácea perene com raízes lenhosas, cuja altura varia entre 1 e 2 metros. Suas folhas verde-escuras têm de 5 a 20 cm. Floresce entre julho e setembro, apresentando flores pequenas (5 mm de comprimento) de cor amarela ou vermelho-escura.


Artemísia I de Cária - (A traidora da civilização ocidental - dos gregos) - Artemísia I (em Grego, Αρτεμισία) (c. 480 a.C.), sátrapa da Cária, lutou em Salamina ao lado dos persas

Segundo Pausânias, Artemísia, filha de Ligdamis, rainha de Halicarnasso, juntou-se à expedição de Xerxes contra a Grécia, e distinguiu-se na Batalha de Salamina .
Segundo Heródoto, Artemisia era halicarnassiana por parte de pai, e cretense por parte de mãe. Ela passou a governar a Cária após a morte de seu esposo, que era cliente dos persas. Apesar de suas origens gregas, participou da segunda invasão persa liderada por Xerxes I, inclusive oferecendo bons conselhos ao rei. Lutou com destaque na Batalha de Salamina, onde comandou cinco navios de seu reino. Heródoto a descreveu favoravelmente e ressaltou os elogios à sua bravura durante a batalha feitos pelo rei persa.
Segundo Plutarco, foi ela quem reconheceu o corpo de Ariamenes, irmão de Xerxes e almirante da frota persa, que morreu após seu barco ter sido abalroado pelo barco de Ameinias o Deceleiano e Socles o Paeaniano; Ariamenes tentou abordar a trirreme grega, mas foi morto pelas lanças.
CULTO ÀS AMAZONAS - De acordo com as fontes antigas (Plutarco, no seu Teseu, e Pausânias), tumbas das amazonas podiam ser encontradas frequentemente por todo o mundo grego, juntamente com estátuas que as representavam. Tanto em Cálcia como em Atenas, segundo Plutarco, existia um Amazoneu, ou santuário dedicado especialmente às amazonas, o que implicava a presença de um culto. No dia que antecedia a Teseia, em Atenas, sacrifícios eram feitos anualmente às amazonas. Em tempos históricos, as donzelas gregas de Éfeso executavam uma dança circular, vestindo escudos e armas, uma tradição que teria sido estabelecida por Hipólita e suas amazonas. As amazonas também teriam erguido uma bretas, ou estátua de madeira, da deusa Ártemis.
AMAZONAS NA HISTORIOGRAFIA GRECO-ROMANA - Heródoto relatou que os sármatas eram descendentes das amazonas e dos citas, e que as suas mulheres ainda observavam alguns costumes maternais antigos, como "frequentemente sair para caçar a cavalo com seus maridos; participar da guerra; e vestir o mesmo tipo de roupa que os homens". Ainda segundo ele, "nenhuma garota [sármata] se casa até que tenha matado um homem em batalha". Heródoto também conta a história do grupo de amazonas que cruzou o lago Meócio (atual mar de Azov) rumo à Cítia, próximo a uma região de penhascos (no atual sudoeste da Crimeia). Após aprender o idioma cita, elas teriam concordado em se casar com os homens citas, sob a condição de que não fossem obrigadas a seguir os costumes das mulheres citas. De acordo com Heródoto, este grupo teria se deslocado rumo ao nordeste, e se assentado definitivamente além do rio Tánais (atual Don), e tornaram-se os ancestrais dos sauromatas - que, também de acordo com Heródoto, teriam lutado juntamente com os citas contra Dario, o Grande, no século V a.C..
Hipócrates descreveu-as como não tendo os seios direitos, alegando que desde a tenra infância os bebês eram mutilados por instrumentos de bronze em brasa, construídos para este propósito; estes eram aplicados contra o seio, forçando a cauterização, de modo a interromper seu crescimento, pois acreditavam que desta maneira a força e a potência seriam desviados para o ombro e braço direitos.
As amazonas desempenharam um papel importante na historiografia romana. Júlio César lembrou ao senado romano sobre a conqusita de grandes partes da Ásia por Semirâmide e as amazonas. Incursões bem-sucedidas das amazonas contra a Lícia e a Cilícia eram contrastadas com a resistência efetiva feita pela cavalaria lídia contra os invasores romanos.15
Gneu Pompeu Trogo presta atenção particularmente detalhada às amazonas; o relato de que elas teriam sua origem numa colônia capadócia de dois príncipes citas, Ylinos e Scolopetos, é sua.
Diodoro relata a história de Hércules, que teria derrotado as amazonas em Temiscira. Filóstrato coloca o lar das amazonas nas montanhas Tauro. Amiano Marcelino, por sua vez, coloca-as a leste de Tánais, próximas aos alanos, enquanto Procópio as descreve como nativas do Cáucaso.
As amazonas continuam a ser vistas por toda a Antiguidade tardia como históricas, embora Estrabão apresente algum ceticismo quanto à sua historicidade. Diversos dos primeiros intelectuais cristãos falam das amazonas como pessoas reais. Solino cita o relato de Plínio, o Jovem, e Claudiano comenta o caso de diversas mulheres góticas que teriam se identificado como amazonas. O relato de Justino foi utilizado como fonte por Orósio, e continuou a ser lido durante toda a Idade Média europeia. Autores medievais também adotaram a tradição de localizar as amazonas no norte; Adão de Bremen teria as situado no mar Báltico, enquanto Paulo, o Diácono as sitou no coração da Germânia.
NO RENASCIMENTO - As amazonas continuaram a ser discutidas pelos autores do Renascimento europeu; autores medievais e renascentistas creditavam às amazonas a invenção dos machados de batalha, o que provavelmente estaria relacionado ao sagaris, uma arma similar a um machado associada com as tribos citas pelos autores gregos (ver Kurgan de Aleksandrovo). Paulus Hector Mair, célebre estudioso de armas e artes marciais, expressa algum assombro com o fato duma "arma masculina" ter sido inventada por uma "tribo de mulheres", porém aceita o fato em respeito à autoridade de sua fonte, o filólogo e historiador Johannes Aventinus.
Foram também referidas pelo viajante medieval Sir John Mandeville, no capítulo XVII do livro que relata as suas viagens.
O poema épico Orlando furioso, de Ludovico Ariosto, menciona uma nação de guerreiras, comandadas pela rainha Oronteia; o épico descreve a sua origem como a do mito grego, na qual as mulheres, após serem abandonadas por um grupo de guerreiros infiéis, se juntam para formar uma nação na qual os homens têm seu número drasticamente reduzido, de forma a prevenir que eles reconquistem o poder.

CONTEXTO HISTÓRICO DA LENDA - Segundo o classicista Peter Walcot, "sempre que as amazonas eram situadas geograficamente pelos gregos, fosse em algum ponto do mar Negro, no distante a nordeste, ou na Líbia, no mais longínquo sul, eles sempre as colocavam além dos confins do mundo civilizado. As amazonas existiam fora do alcance da experiência humana normal."

Ainda assim não faltam teorias sobre um possível fundo histórico do mito das amazonas na historiografia grega, com os candidatos mais óbvios sendo as regiões históricas da Cítia e da Sarmácia, de acordo com o relato de Heródoto - embora alguns autores prefiram uma possível comparação com as diversas culturas da Ásia Menor, ou até mesmo da Creta minoica.
A especulação de que a ideia das amazonas possa conter um fundo de realidade vem sendo baseada nos últimos anos em descobertas arqueológicas feitas em sepulturas, que apontam para a possibilidade de que algumas mulheres sármatas participavam dos combates, ao lado dos homens. Estas descobertas levaram alguns estudiosos a sugerir que a lenda das amazonas possa ter sido "inspirada por guerreiras reais", embora esta continue sendo uma opinião minoritária entre os historiadores e classicistas.
A CÍTIA - As evidências arqueológicas parecem confirmar a existência de "mulheres-guerreiras" entre os sármatas, além do papel ativo das mulheres tanto na vida social quanto nas operações militares daquela sociedade. As sepulturas com corpos de mulheres sármatas armadas correspondem a cerca de 25% do total encontrado, e quase todas eram enterradas com arcos.
Segundo a arqueóloga russa Vera Kovalevskaya, enquanto os homens citas estavam longe, guerreando ou caçando, as mulheres assumiam um estilo de vida nômade, e aprendiam a defender a si mesmas, aos seus animais e pastos de maneira competente. Antes que a arqueologia moderna descobrisse diversas sepulturas citas destas guerreiras, enterradas sob kurgans na região das montanhas Altai e da Sarmácia, dando uma forma minimamente concreta, finalmente, aos contos gregos de amazonas a cavalo, a origem da história das amazonas tinha sido sujeitada a inúmeras especulações, por diversos estudiosos da filologia clássica.
O MITO CRETO MINÓICO - Quando a arqueologia da Civilização Minoica ainda estava em sua infância, uma teoria foi levantada num artigo científico sobre as amazonas feito por Lewis Richard Farnell e John Myres para o livro Anthropology and the Classics ("Antropologia e a Filologia Clássica"), de Robert Ranulph Marett (1908), que colocava a possível origem das amazonas nesta civilização surgida na ilha de Creta, ao sul da Grécia, apontando diversas semelhanças entre as duas culturas. De acordo com Myres, a tradição, interpretada sob a luz das evidências fornecidas pelos supostos cultos às amazonas, parece ter sido muito semelhante, e até mesmo se originado na cultura minóica."



AS REPRESENTAÇÕES NA SÉRIE BRASILEIRAS - A SELVAGEM DE SANTARÉM - A "GUERREIA AMAZONAS DE SANTARÉM" - UMA PIRIGUETE










Série as Brasileiras: A Selvagem de Santarém - episódios:


A Selvagem de Santarém - 16/02/2012 - pt01 - DailyMotion

A Selvagem de Santarém - 16/02/2012 - pt02 - DailyMotion

NA AMÉRICA DO SUL - O explorador espanhol Francisco de Orellana, desbravando a floresta tropical sul-americana, em 1541, afirmou haver lutado com mulheres guerreiras que, das margens do rio Nhamundá, disparavam-lhes flechas e dardos de zarabatanas. O mito difundiu-se nos relatos e livros, sem escopo popular algum, mesmo assim fazendo com que aquelas regiões viessem a receber o nome das mulheres guerreiras da mitologia grega.






A INVENÇÃO DA TRADIÇÃO EXOTÉRICA NA AMAZÔNIA - A MÃE MUIRAQUITÃ -  
Antes das Festas do Amor, as índias faziam uma jornada expiatória ao lago do Espelho da Lua (Yacy-Uaruá ), tão belo quanto misterioso e oculto da profanação dos homens pela mais ínvia e mais brutescas das regiões alpestres do nosso continente, na grande ilha, que é a maior do mundo formada pelo Orenoco, o rio Negro e o Amazonas.
Neste recanto mágico, no começo do mundo, foi morada feliz da gloriosa Jaci, nossa lua venusta, Mãe dos claros lagos e enfermeira dos corações doentes. Reunidas em torno do Lago Sagrado, as Icamiabas, nas noites certas fases lunares, provavelmente na Lua Cheia ou Quarto Crescente celebravam a festa do Jaci, a Deusa da Lua, a Mãe querida e temerosa das filhas selvagens.
Subiam então, aos céus, no meio da imensidade do sertão amazônico, através dos cantos, que nenhum o de homem pode ouvir, nem jamais ouvirá.
O óleo balsâmico do umiri e fina essência do molongó alcançavam os ares como uma oblação aromal à Deusa das noites serenas, que tece cuidadosamente com seus raios de prata os filtros misteriosos os invisíveis amores e as germinações.
Maceradas de longas vigílias e de flagelações, as filhas de Jaci, caíam em êxtase antes de obter a purificação suprema das águas cristalinas do Espelho da Lua, em cujo fundo mora a Mãe dos Muiraquitãs.
Quando, as horas mortas, a face da lua refletia bem clara na superfície polida do seu líquido Espelho, então as amazonas mergulhavam na águas e recebiam das mãos da Mãe dos Muiraquitãs as pedras verdes, como penhor da sua consagração, o presente dessas jóias sagradas. Antes de expostas ao ar e à luz do sol, dos quais recebiam a sua dureza e consistência, eram os Muiraquitãs como barro e assim tomavam do capricho das amazonas que afeiçoavam à sua guisa, as mais bizarras formas: qual de uma flor, uma rã ou ainda a cabeça de uma fera.
O Muiraquitã era um amuleto sagrado e mágico que as Icamiabas presenteavam os homens que anualmente vinham fecunda-las. Dizem que possuem propriedades terapêuticas e grande fortuna trás a todo aquele que possuir um desses singulares amuletos.
Quanto ao significado esotérico de Muiraquitã, devemos decompor seu nome em vocábulos, para compreender sua simbologia feminina: Mura = mar, água, Yara – senhora, deusa, Kitã = flor. Podemos então interpretá-lo como “A Deusa que floriu das águas”.
Esta divindade lunar, considerada a filha de Jaci (Deusa da Lua) era reverenciada pelas mulheres que usavam uns amuletos mágicos chamados ita-obymbaé, confeccionados com argila verde, colhida nas noites de Lua Cheia no fundo do lago sagrado Yacy-Uaruá (“Espelho da Lua”), morada de Muiraquitã. Estes preciosos amuletos só podiam ser preparados pelas ikanyabas ou cunhãtay, moças virgens escolhidas desde a infância como sacerdotisas do culto de Muiraquitã.
Nas noites de Lua Cheia as cunhãtay devidamente preparadas esperavam que Jaci espalhasse sua luz sobre a superfície do lago e então mergulhavam à procura da argila verde. A preparação das virgens incluía jejum, cânticos e sons especiais (para invocar os poderes mágicos da Lua), além da mastigação de folhas de jurema, uma árvore sagrada que contém um tipo de narcótico que facilitava as visões.
Enquanto algumas amazonas mergulhavam, as outras, ficavam nas margens do lago entoando cânticos rítmicos ao som dos maracás (chocalhos). Depois de “recebida” a argila das mãos da própria Muiraquitã, ela era modelada em discos com formato de animais, deixando um pequeno orifício no centro. Então todas as amazonas realizavam encantamentos mágicos, invocando as bênçãos de Muiraquitã e Jaci sobre os amuletos, até que Guaraci, o deus do Sol, nascia, solidificando a argila com seus raios.
Estes amuletos, que ficaram conhecidos com o nome de muiraquitã, tinham cor verde, azul, ou cor de azeitona, e eram usados como pendentes no pescoço ou na orelha esquerda das mulheres. Acreditava-se que eles conferiam proteção material e espiritual, e que podiam ser utilizados para prever o futuro, em certas noites de Lua Cheia, depois de submersos na água do mesmo lago e colocados na testa das cunhãs, invocando-se as bênçãos de Jaci e Muiraquitã.
AS “AMAZONAS” - A imagem das Amazonas, imagem invertida do ideal masculino sobre o feminino, nem sempre atuou para manter as mulheres em sua situação. Sendo o desempenho guerreiro um papel masculino em toda parte, e também um comportamento em geral vedado às mulheres, a imagem das Amazonas, operou primeiro para ampliar as oposições ao comportamento das mulheres dentro e fora do casamento e segundo para sancionar o motim e a desobediência políticas de homens e mulheres. A representação da Amazonas na literatura e iconografia, freqüente nos séculos XVI e XVII, nos leva a crer que a imagem teria a potencialidade de inspirar em algumas mulheres a ação e levá-las a refletir sobre suas possibilidades. Além do mais, a "mulher fora de lugar" alimentou a fantasia de algumas mulheres reais e pode ter inspirado ações excepcionais.
Na literatura, relatos e provérbios, a imagem das Amazonas em vários momentos foi diretamente recuperada e relacionada às potencialidades femininas, à mulher rebelde, à inversão da sexualidade , ao poder feminino e até à loucura feminina.
Representar a mulher no poder foi recurso de reflexão feminina sobre as potencialidades da mulher. O mito volta periodicamente modificado, alternando-se.
No início do século XVIII, as especulações sobre as "virtuosas" Amazonas estariam relacionadas à legitimação ao governo das rainhas européias, senão também à sugestão da possibilidade de ampliar a cidadania das mulheres. Pierre Petit e Claude Guyon trataram de encontrar argumentos plausíveis para explicar sua bravura, bem como de comprovar a sua existência. Já Poullain de la Barre usou-as em seus argumentos para a entrada das mulheres na magistratura, e nos primeiros anos da Revolução Francesa Condorcet e Olympe de Gouges fizeram um apelo em favor da plena cidadania das mulheres com argumentos sustentados na potencialidade feminina-amazona.
Movimentos de mulheres e feministas durante o século XX também usaram a imagem das Amazonas, instigando à luta pelos direitos femininos de igualdade e de cidadania.
O que me cabe acrescentar é que vivemos ainda em um mundo da “Grande Ilusão da Separação”, onde todos os membros da criação co-existem separadamente entre si como criaturas autônomas sem ligação com a natureza e seu ambiente, buscando gratificações por impulsos de poder, sexo e sobrevivência, em competição com os outros. E, nós mulheres, portanto, permanecemos alienadas de nossos verdadeiros eus, a fonte de todo nosso poder, que podemos caracterizar na simbologia da pedra sagrada, ofertada por nossa Mãe dos Muiraquitãs.
O xamanismo, juntamente com o retorno das Deusas, faz surgir uma possibilidade de lembrar-nos quem realmente somos: almas de grande majestade, beleza e poder criativo. Já nos é possível visualizar novos mitos de nós mesmas, novas maneiras de nos relacionarmos, novos rituais, sonhos e símbolos, novos métodos de fazer a paz e de resolver conflitos de forma não violenta. Já nos é possível definirmos uma nova linguagem e um novo sentido ético, novos modos de curar e educar e uma nova ciência baseada na espiritualidade.
A nossa Mãe Muiraquitã, nos implora para que atuemos em todas as áreas pessoais e planetárias, para trabalhar criativamente e construtivamente no interesse de nosso bem-estar comum. Nos informa ainda, que o trabalho que fazemos é por todas as mulheres e pela própria integridade da vida. A imaginação criativa da experiência das mulheres é a força que molda esta nova ordem, cuja mensagem é a nutrição espiritual de toda a criação. Sem o alimento espiritual o corpo perece.
RITUAL DA MÃE MUIRAQUITÃ (Deve ser realizado em noite de Lua Cheia)


A Mãe Muiraquitã é uma Deusa Lunar, e seus poderes aumentam e diminuem em função das fases da Lua.
Para realização deste ritual prepare seu altar com uma toalha prata ou branca. Acenda uma vela branca e ponha-a no centro. Se desejar, tenha um vaso com flores brancas no altar. Diante da vela, coloque um cálice com água, suco claro ou vinho branco. Queime um pouco de goma mástica e Artemísia. Vista branco ou prata. Ponha uma confortável cadeira próxima do altar e sente-se nela. Se desejar, coloque para tocar uma música instrumental suave e diga:
Amada Mãe Muiraquitã
Oriente-me para as opções corretas
Por todas as noites enluaradas de minha vida
Doce Mãe,
Dê-me a vitória
Guardiã e protetoras das Amazonas,
Dê-me prosperidade,
Conforte-me, Guia-me
Venha a mim nesta hora silenciosa
Fortaleça minha fé
Equilibre minha vida.Feche os olhos e relaxe o corpo. Inspire e expire por três vezes. Visualize uma mata fechada, onde irá surgir uma trilha prateada. Siga por ela e encontará uma clareira, onde encontrará um lago cheio de lírios d'água. Ao chegar, duas Amazonas irão comprimentá-la e a conduzirão até a borda do lago. Dirão então, que você deve mergulhar em suas águas. Não tenha medo, mergulhe fundo e verá um templo redondo com lados abertos e no seu interior, a Mãe Muiraquitã lhe aguarda, sentada. Ela sorri e a abraça.

-"Irmã", dirá ela, "fico feliz que tenha vindo".

A Mãe Muiraquitã conversará com você sobre seus objetivos espirituais e sobre o que você conseguiu realizar nesta área até aqui. Ela pode dar sugestões sobre o que poderia lhe ajudar. Você pode contar-lhe seus problemas e pedir-lhe conselhos.
Após encerrar a conversa, ela lhe apanhará pela mão e a conduzirá para fora do lago. Um grupo de mulheres Amazonas se aproximam para ficar com vocês. Uma delas lhe alcançará um pote de barro contendo água. Ela o levará a seus lábios e você deve beber.
Ele se inclina e apanha um lírio d'água. Com grande solenidade põe flor no alto de sua cabeça. Você sentirá a flor penetrar em seu corpo. Ela dirá que a flor ajudará a realinhar os centros sagrados em seu corpo astral. Você sentirá o muiraquitã operando sua magia espiritual e se dá conta de um sutil bater de coração ao seu redor. A Mãe Muiraquitã dirá que este é o ritmo da Lua, uma influência que qualquer humano poderia ouvir e sentir se quisesse.
Uma outra Amazona traz um muiraquitã numa corrente. A Mãe o coloca em seu pescoço, explicando que você está recebendo o símbolo de sua iniciação Lunar e que agora poderá voltar sempre que desejar. A Mãe Muiraquitã a beija e mergulha no lago para retornar ao seu templo. Uma das Amazonas lhe acompanhará pela trilha que a trará de volta. Agora você deve, bem devagar voltar para o seu corpo físico. Inspire e expire por três vezes e abra os olhos.


A verdadeira posição da Rã, da Perereca, da Muiraquitã!









A primeira cena do filme da Camila Pitanga, gravado aqui em Santarém, é a de uma "iara", ninfomaníaca, na beira do rio, na posição do MUIRAQUITÃ.

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Monique Gatinha do Paysandu na posição do Muiraquitã



BERNARDO NA POSIÇÃO DA MUIRAQUITÃ, RÃ, PERERECA!
Este vídeo não é recomendado para menores de 18 anos:
http://amadorastv.com/bernardo-jogador-do-vasco-caiu-na-net-comendo-uma-puta-video-intimo/



REFERÊNCIAS:

  1. Caldas Tibiricá, Luis. Dicionário Tupi-Português. São Paulo: Editora Traço, 1894. ISBN 8571190259
  2. As Icamiabas ou Amazonas Prefeitura Municipal de Santarém. Visitado em 8 de julho de 2008.
  3. Muiraquitã – A Grande deusa da nossa terra – A mã muiraquitã: http://flavyr.blogspot.com.br/2012/09/muiraquita.html
  4. Prinz, Ulrike (2008). As irmãs selvagens de Pentesiléia Instituto Goethe. Visitado em 8 de julho de 2008.
  5. Langer, Johnni (1 de julho de 2008). As indestrutíveis amazonas Revista de Históriaa representação do signo da Biblioteca Nacional. Visitado em 8 de julho de 2008.



Um comentário:

  1. Óbidos, Monte Alegre e Santarém são (cientificamente) os locais mais prováveis de origem do elemento muiraquitã presente em algumas lendas amazônicas que antigos romancistas e folcloristas, por conta própria, estenderam para outras localidades. A outra única possibilidade de origem seria da tese asiática, no entanto essa é defendida por uma minoria extremamente pequena de pesquisadores.

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