terça-feira, 27 de setembro de 2016

Ensino Médio com 4º Ano Profissionalizante - Uma proposta antiga do MEC

O Objetivo fundamental deste texto é contrapor a proposta de reformulação do Ensino Médio proposta pelo Ministério da Educação.

O Aspecto mais importante desta proposta é revitalizar as turmas do turno da noite, onde a maioria das salas de aulas das escola estaduais estão vazias. A proposta é que esta série funcione no turno da noite, mesmo por que a maioria dos alunos já terão mais de 17 anos, onde os alunos posam iniciar uma formação técnica e aprofundarem os conteúdos do Ensino Médio que vão lhes servir no Ensino Superior, além de aprofundarem seus conhecimentos em Português, Matemática e Língua Estrangeira: Inglês e Espanhol. A maioria desses cursos podem ser ofertados nas escolas públicas do estados.
O ideal que em todos eles seja ofertada a disciplina de MTC - Introdução a Metodologia do Trabalho Científico, as outras disciplinas ficaram a cargo da grade e da disposição de professores.

Listas dos principais cursos:
  • Técnico em Segurança no Trabalho
  • Técnico em Defesa Civil
  • Técnico em Informática
  • Técnico em Redes
  • Técnico em Telecomunicações
  • Técnico em Computação Gráfica
  • Técnico em Manutenção e Suporte em Informática   
  • Técnico em Administração
  • Técnico em Contabilidade
  • Técnico em Recurso Humanos
  • Técnico em Serviços Jurídicos e Notarias
  • Técnico em Transações Imobiliárias
  • Técnico em Vendas e Atendimento
  • Técnico em Enfermagem
  • Técnico em Farmácia
  • Técnico em Radiologia
  • Técnico em Análise Clínicas
  • Técnico em Prótese Dentária
  • Técnico em Saúde Bucal
  • Técnico em Vigilância Sanitária
  • Técnico em Massoterapia
  • Técnico em Química
  • Técnico em Eventos e Marketing
  • Pedagógico 
  • Técnico em Secretariado Escolar
  • Técnico em Biblioteconomia
  • Técnico Agrícola
  • Técnico Veterinário
  • Técnico em Alimentação e Nutrição
  • Técnico em Automação Industrial
  • Técnico em Eletroeletrônica
  • Técnico em Eletrônica
  • Técnico em Eletrotécnica
  • Técnico em Mecânica
  • Técnico em Metalurgia
  • Técnico em Soldagem
  • Técnico em Mineração
  • Técnico em Edificações
  • Técnico em Transportes 
  • Técnico em Turismo
 

Ensino médio de quatro anos é a nova proposta do MEC  


O Ministério da Educação (MEC) está discutindo a possibilidade de aumentar o ensino médio de três para quatro anos. A idéia é defendida pelo secretário de Educação Média e Tecnológica, Antonio Ibañez Ruiz, como uma alternativa para preparar melhor os estudantes. Segundo ele, com mais um ano o aluno teria uma melhor formação.
O novo modelo está ainda em fase de gestação dentro do ministério, mas já ganhou a simpatia do ministro Cristovam Buarque. Pelo projeto, as matérias do quarto ano seriam desenvolvidas e função da opção do aluno. Para os alunos interessados em ingressar em cursos de Educação Profissional, o quarto ano teria uma grade curricular mais específica para essa formação.
Da forma como o projeto está sendo pensado, cursar ou não o quarto ano seria uma opção do aluno. As escolas, porém, teriam de oferecer a complementação a todos que quisessem cursá-la. Ibañez defende que nas escolas públicas essa oferta teria de ser obrigatória, mas nas particulares talvez não fosse necessário já que a qualidade do ensino é superior.
A proposta, embora em construção, já provoca reações adversas. "O que é preciso é melhorar a qualidade do ensino nos três anos, e não estender a má qualidade para quatro anos", diz a professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica, Neide de Aquino Noffs. A idéia de Ibañez pode, porém, ganhar o apoio entre os estudadentes. Para o vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Henrique Matthiesen, a proposta é "louvável" e pode começar a ser discutida na entidade.


MEC estuda ampliar ensino médio para 4 anos


Começa a ser discutida no Ministério da Educação (MEC) uma proposta de ampliação do ensino médio de três para quatro anos. A idéia é defendida pelo secretário de Educação Média e Tecnológica, Antonio Ibañez Ruiz, como uma alternativa para preparar melhor os estudantes. "Com mais um ano, o aluno teria uma melhor formação e mais condições de chegar ao mercado de trabalho ou à universidade", defende Ibañez. "Esses três anos não preparam para nada."
O novo modelo está ainda em fase de gestação dentro do ministério. Segundo o secretário, o ministro Cristovam Buarque considera a idéia uma saída interessante. Ibañez quer reunir nas próximas semanas representantes de setores ligado à educação para discutir o assunto.
Pelo projeto, as matérias do quarto ano seriam desenvolvidas e função da opção do aluno. "Para os que quisessem entrar logo numa universidade, haveria um aprofundamento nas disciplinas específicas que o ajudassem no curso", diz Ibañez. Para os alunos interessados em ingressar em cursos de Educação Profissional, o quarto ano teria uma grade curricular mais específica para essa formação. "Para quem vai para o mercado de trabalho logo de cara, sem ter uma especialização, o quarto ano O prepararia melhor para ser um comerciante ou uma secretária." Da forma como o projeto está sendo pensado, cursar ou não o quarto ano seria uma opção do aluno.
As escolas, porém, teriam de oferecer a complementação a todos que quisessem cursá-la. "Acho que nas públicas essa oferta teria de ser obrigatória, mas nas particulares talvez não fosse necessário", diz o secretário. Ele acredita que, devido ao bom nível de ensino oferecido pelas escolas particulares de um modo geral seus alunos não sentiriam a necessidade de uma série a mais. Segundo o MEC, há 8,7 milhões de alunos no ensino médio regular, dos quais apenas 1,1 milhão em escolas particulares.





Orçamento.
Ibañez defende que, ao lado da ampliação do ensino médio, haja também uma ampliação na fatia do Orçamento da União destinado à educação e um aumento do número de professores - cujo número já é deficitário.
A proposta, embora em construção, já provoca reações adversas. "O que é preciso é melhorar a qualidade do ensino nos três anos, e não estender a má qualidade para quatro anos", diz a professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica, Neide de Aquino Noffs.
Opinião semelhante tem a responsável pela Coordenadoria de Ensino e Normas Pedagógicas da Secretaria de Estado de Educação, Sonia Maria Silva. "A Lei de Diretrizes e Bases definiu que três anos são suficientes para que o aluno adquira competências e habilidades para poder escolher entre mercado de trabalho e universidade." A idéia de Ibañez pode, porém, ganhar o apoio entre os estudadentes.
Para o vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Henrique Matthiesen, a proposta é "louvável" e pode começar a ser discutida na entidade.


MAIS UM ANO PARA O ENSINO MÉDIO

Izabel Sadalla Grispino * 


Sem educação não há avanço social, não há igualdade de oportunidades; sem educação as diferenças de classe se acentuam. Para que a educação pública seja portadora de um certo equilíbrio social é preciso que os governos invistam corajosamente nela. Política educacional honesta não se faz com discurso e sim com verbas. A melhoria das condições de ensino, da formação profissional, do salário dos integrantes do magistério só se tornam perceptíveis quando se incrementa o financiamento da educação. Nessas condições, a escola consegue repensar seu papel social, seus métodos de trabalho e os conteúdos ensinados. Torna-se capaz de entender a necessidade de abandonar seu compromisso com os programas burocráticos e abraçar, de forma determinante, seu compromisso com o aprendizado dos alunos e, o importante, de todos os alunos.

Somente sob esse prisma, podemos, a médio e longo prazo, pensar em mais igualdade social, enfraquecendo o preconceito de classe, o preconceito, em relação às minorias, em relação à pobreza.

Um outro aspecto é o alijamento em que se deixa a criança pobre da educação infantil. A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), com propriedade, inovou ao fazer da educação infantil parte do sistema educacional, considerando a educação infantil como um período importante na vida da criança, combatendo a idéia do assistencialismo que a marcou por longo tempo, desde a sua origem. Quer para a educação infantil uma educação de verdade, uma educação no sentido exato da palavra, favorecendo o aprendizado numa das fases mais decisivas do desenvolvimento intelectual das crianças.

Hoje, a educação infantil está assistida pela pedagogia, pela psicologia que mostram que os primeiros anos de atendimento são pré-requisitos para conquistas futuras, para a afirmação do conhecimento. A criança, na educação infantil, aprende de acordo com sua idade, suas aptidões e necessidades, dentro do que a época torna socialmente valorizado. A educação pública, para se tornar boa, tem desafios sérios a enfrentar. As avaliações da educação do País têm nos mostrado, reiteradas vezes, o quanto ela é deficitária e, até certo ponto, ineficaz. Manter o aluno na escola, sem que ele aprenda, introduzi-lo numa universidade sem estar bem preparado para cursá-la, é, no fundo, anular a esse aluno as condições justas para bem se colocar na sociedade. Não são os anos que ele passa na escola que vão atestar a sua capacidade, mas a qualidade desenvolvida nesses anos, a qualidade de seu ensino, o quanto de aproveitamento ele obteve em seus estudos.

A escola pública tal como se encontra é portadora de exclusão social. Os alunos de baixa renda, vítimas da falência do ensino público, do descaso com a educação, do desprestígio do magistério, não têm muito que escolher, que optar na sociedade. Estão sempre à margem dos melhores empregos, das melhores colocações.

Lendo o jornal de fins de fevereiro, deparo-me com uma proposta do MEC de ampliação do ensino médio de 3 para 4 anos. A justificativa é dar ao aluno uma alternativa para prepará-lo melhor. Pela proposta, mais um ano de estudo melhoraria sua formação e dar-lhe-ia mais condições de chegar ao mercado de trabalho ou à universidade. “Esses 3 anos não preparam para nada”, disse Antônio Ibañez Ruiz, secretário de Educação Média e Tecnologia.

Pelo projeto, as matérias do 4.º ano seriam escolhidas em função da opção do aluno. Cursar ou não o 4.º ano, também uma opção do aluno. As escolas ficariam obrigadas a oferecer a complementação a todos os que quiserem cursá-la. “Para os que quiserem entrar logo na universidade, haveria um aprofundamento das disciplinas específicas. Para os alunos interessados em ingressar em cursos de Educação Profissionalizante, o 4.º ano teria uma grade curricular mais específica. Para quem vai para o mercado de trabalho, logo de cara, sem ter uma especialização, o 4.º ano o prepararia melhor para ser um comerciante ou uma secretária”.

Pela lógica do projeto, nas escolas públicas, a oferta do 4.º ano deve ser obrigatória; as escolas particulares podem ficar isentas porque “o bom nível de ensino oferecido por elas faz com que o aluno não sinta a necessidade de uma série a mais”, completa Ibañez.

Na teoria, até parece uma boa idéia, mas na prática, nas condições em que se encontra o ensino público, um ano a mais na escola resolveria o problema ou apenas o arrastaria para mais um ano? Se “3 anos, segundo pronunciamento de Ibañez, não preparam para nada”, um ano, apenas, prepararia?

O que, realmente, está em jogo não é a quantidade de anos estipulada para o ensino médio, mesmo porque 3 anos foram considerados suficientes pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), para desenvolver no aluno competências e habilidades que lhe permitam ingressar no mercado de trabalho ou na universidade.

Um olhar aprofundado da questão nos leva ao enfoque da luta pela melhoria do ensino público em nosso País. Levar para o 4.º ano do curso o mesmo padrão de ensino dos anos anteriores significa, simplesmente, repetir a façanha da falência do ensino-aprendizagem.

O foco do problema é a melhoria da qualidade do ensino, não só do médio, mas da educação básica como um todo. O dinheiro que se vai investir nesse ano a mais seria preferível investi-lo no aprimoramento das ações do magistério, buscando, de todas as maneiras, reverter esse triste quadro da ineficiência do ensino oficial.

Se na escola particular, 3 anos de ensino médio são suficientes para dar ao aluno uma boa formação, por que não se investir nessa direção, qualificando o ensino público, equiparando-o ao privado?

Sempre a mesma saída, pelo lado mais cômodo, como foi a criação das cotas! É evidente que o despreparo do aluno é resultante da qualidade e não da quantidade!

* Supervisora de ensino aposentada.      
(Publicado em março/2003)

http://www.izabelsadallagrispino.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1259 

Ensino médio pode ter 4 anos

Folha de S.Paulo, no Rio 08/06/2003 - 03h00


Além de ampliar o ensino fundamental para nove anos, o MEC estuda --ainda em fase inicial-- aumentar de três anos para quatro anos a duração do ensino médio. A proposta, porém, sofrerá mais resistência e enfrentará mais obstáculos para sair do papel.

No ensino fundamental, as matrículas vêm caindo nos últimos anos em decorrência da queda da taxa de natalidade. Isso facilita a expansão porque haverá menos alunos para serem atendidos pelo mesmo sistema, que ainda contará com a estrutura já existente das escolas de educação infantil.

No caso do ensino médio, o aspecto demográfico, a falta de professores e a necessidade de mais recursos podem atrasar a implementação dos quatro anos.

O primeiro desafio é o crescimento contínuo do ensino médio. De 1996 para 2002, mais de 3 milhões de alunos entraram no sistema --crescimento de 53%. O problema é que não há professores com capacitação em número suficiente para atender a demanda. Estudo do MEC divulgado em maio mostrou que há déficit de 254 mil professores com formação adequada no ensino médio.

Hoje, 1,85 milhão de alunos concluem o ensino médio. Para que esses estudantes continuem a frequentar salas com 40 alunos por professor, seria necessário contratar, no mínimo, mais 46 mil professores.

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